Dança Perigosa - DEGUSTAÇÃO

By IsabelleReis

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OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL Eliana e Matheus se conheceram em meio à guerra que a Rocinha enf... More

Rocinha
Pedra da Gávea
Praia de Copacabana
Grajaú
LANÇAMENTO DO LIVRO FÍSICO - PRÉ VENDA
E-BOOK GRÁTIS!

Complexo do Lins

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By IsabelleReis

Levar um fuzil perto do ombro e da cara não era nada legal, mas o que estava o matando de verdade era o pé que não parava de latejar e dizer o quão idiota ele era. Seu pai provavelmente já havia convencido sua mãe de que não estava em casa, pois sempre que ele sumia de alguma forma, seu velho sabia que precisava de um tempo sozinho.

Ele subiu as escadas do prédio com cuidado e entrou no apartamento só querendo uma coisa: sentar no sofá. E foi assim que ficou pelo fim da tarde e o resto da noite. A chuva se fez presente mais uma vez e sem querer – e poder – ir para cozinha, ele pediu uma pizza de calabresa, sua predileta. Um relâmpago mostrou que o tempo não estava para brincadeira e em segundos, estava sem luz.

— Valeu São Pedro, de verdade, eu com um pé enfaixado com o braço e o rosto doendo, vou saber realmente andar no escuro sem encostar esses três locais em nada! Sério! — Ele disse olhando para o lustre acima de sua cabeça. —

Felizmente quando isso acontecia, a portaria do bloco ficava aberta e o entregador poderia bater em sua porta, sem precisar usar o interfone. Quinze minutos depois, as batidas foram ouvidas e a missão de levantar-se e não tocar em nada de Matheus havia começado. Sem sucesso ele bateu o pé na mesinha do telefone e soltou um urro junto de palavrão, mas ao abrir a porta deu de cara com uma menina tremendo de frio e molhada, sem pizza na mão, mas aos soluços.

— Você não vai me deixar assim! Eu sei me cuidar muito bem sozinha! —Sua voz denunciou quem era a visita inesperada. —

Eliana não deu tempo de resposta, o abraçou e o beijou com tanta força, que chegava a doer, literalmente, afinal, tudo estava doendo, mas Matheus aguentou firme. Com o braço bom, ele a pegou pelo colo e a colocou para dentro de casa. A menina, esperta, empurrou a porta e em segundos deu de costas com a mesa de jantar que tinha na sala de Matheus. Ele, habilmente, começou a tirar a blusa molhada da menina e despir-se o mais rápido possível. Eliana puxou o mesmo pelos cabelos lisos e mordeu seus lábios. Eles escutaram um vaso de flores ir ao chão e espatifar-se, mas não deram importância. A menina puxou o short do rapaz e começou a desatar o nó que ele havia feito para segurá-lo. O beijo era urgente e salgado, já que juntava-se com as lágrimas de Eliana e até algumas de Matheus, que demonstrava toda a sua insegurança com as pessoas ao seu redor.

Ela gemeu quando sentiu as mãos frias do rapaz entrarem pelo short prontos para tirá-lo dali. Eliana tirou os sapatos com os próprios pés e deixou que o policial tirasse sua parte de baixo. Eles beijavam-se com luxúria, desejo e uma dose de violência. Matheus sorria entre o beijo enquanto sentia ser fortemente puxado pelos cabelos pela bailarina. O casal tinha uma conexão jamais vista, Eliana sentia que ia desmaiar a qualquer momento já que transar na mesa da casa de um policial que ela conhecia não fazia nem uma semana, era a coisa mais maluca que tinha feito na vida. Isso, apesar de tudo, a excitava ainda mais e fazia com que continuasse a ter certeza de que estava no lugar certo. Em minutos os dois estavam nus, Matheus conseguia passar com as mãos por todo o corpo esbelto da menina e sentia-a arrepiar-se a cada toque dele, em suas partes mais sensíveis.
Ele puxou a perna dela para sua cintura e colocou o mais alto que pode. Enterrou seu rosto no cabelo macio e cheiroso da menina e deixou-se entrar nela, lentamente, sentindo-a contrair e soltar um suspiro de satisfação. O policial tornou a beijá-la, mas Eliana estava com os lábios vermelhos de tanta força que os dois empregavam naquele momento, mas isso não fazia muita diferença. Ele a puxou pelos cabelos e beijou toda a extensão do seu pescoço. Ela, por outro lado, arranhava suas costas, querendo deixar suas marcas ali, porque, definitivamente, Matheus era seu.

Os dois dançavam em uma sincronia incrível, ela gemia em seu ouvido e ele fechava a boca com força, contendo todos os gemidos que ele gostaria de emitir. Sem ventilação ou ao menos uma janela aberta, os dois pingavam, não mais pela chuva, mas pelo suor que a situação implicava. Ela não aguentava mais, gemia o mais alto que podia, mas antes de conseguir chegar ao seu ápice, Matheus deu uma risada safada e saiu de dentro dela. Os protestos não foram poucos, mas assim que ele a puxou pelo cabelo e a virou contra a mesa, Eliana entendeu o que ela queria. Com as mãos como apoio e os seios contra a superfície, ela sentiu-se invadida mais uma vez e não pode deixar de soltar um gemido com um "Matheus" no final. Ele estocava fortemente e sem conseguir aguentar muito, chegou ao seu limite assim que sentiu Eliana atingir seu ponto alto. Embora não tenham sido juntos, ambos estavam completamente satisfeitos.

— O que foi isso? — Perguntou Eliane, após conseguir respirar normalmente. –

— Da próxima vez que for à casa de um homem, na chuva e sem luz, certifique-se de não beijá-lo antes. — Ele disse de um jeito divertido. —

Ela riu.

Matheus estalou o ombro e soltou um gemido de dor.

Os dois ficaram a noite toda conversando no escuro, nus, enquanto rolavam pelo chão, agora com a janela aberta sentindo a brisa fria entrar e tomar conta do ambiente. Ao amanhecer, tomaram banho juntos e mais uma vez amaram-se como nunca. Eliane não queria ir para casa, pois nos braços de Matheus, sentia-se em seu lar.
O policial pela manhã trocou as ataduras do pé e tomou um analgésico para dor. Conseguiu convencer Eliana a ir para casa, já que os pais da menina ligaram cerca de trinta vezes. Apesar dos protestos, Matheus fez questão de dirigir até Copacabana, para deixa-la sã e salva.

Quando chegaram como de costume à portaria da menina, Eliana virou-se para Matheus e lançou lhe um sorriso tímido.

— Eu estive pensando, será que eu posso conhecer os seus pais? — Questionou ele desligando o carro e olhando-a, com expectativa. — Quero que eles saibam que você está segura comigo. — Completou ele. —

Eliana ficou indecisa, mas assim que assimilou as palavras do rapaz, assentiu tranquilamente.

O prédio por dentro era antigo, o elevador ainda tinha porta manual, mas tudo absolutamente bem conservado. Os dois andavam pelo corredor do andar da bailarina, um tanto tensos. Eliana por um lado, pensava em como seria a reação do pai ao descobrir que estava saindo com um policial e Matheus queria ter a coragem que tinha para subir morros, naquele momento.
O barulho da porta se fez presente e Eliana entrou em casa, o silêncio tomava conta do local e a única pessoa que podia ser vista no ambiente era uma senhora tomando café na janela do apartamento. A menina correu até ela e deu-lhe um beijo estalado na testa. Matheus sentiu-se descolado e não sabia onde enfiar a cara, mas assim que conseguiu notar um senhor de aproximadamente cinquenta anos e barriga avantajada chegar na sala, seu coração parou.

Suas mãos estavam suadas e tudo que conseguia pensar é que deveria demonstrar simpatia e responsabilidade. Eliana correu para o pai e puxou-o pela mão em direção ao rapaz.

— Pai, este é Matheus, meu amigo, eu estava com ele noite passada e gostaria que o senhor o conhecesse. – Ela disse sorridente. —

"VOCÊ DISSE QUE ESTAVA COMIGO NOITE PASSADA SUA LOUCA?", foi o que Matheus pensou, mas só o que conseguiu foi sorrir e levantar a mão molhada para o homem a frente.

— Amigo é? — Questionou o senhor um tanto desconfiado. O aperto de mão foi forte demais, mas tudo estava correndo como o planejado. —

— Sim senhor, eu decidi vir aqui para que saiba que enquanto sua filha estiver comigo, ela estará segura. —

— Hum, sei. – Ele disse olhando-o fixamente nos olhos. —

— E essa é minha mãe, Amanda, ela estava louca para te conhecer. – Eliana disse ao sentir a aproximação da mãe. —

— É um prazer conhece-lo querido. – Disse Amanda, definitivamente, o sorriso fácil de Eliana tinha sido herdado dela. —

— O prazer é meu. — Matheus sorriu de volta. — Eu só queria mesmo conhece-los, tenho ainda reabilitação hoje... — Matheus disse apontando para o pé. —

— O que aconteceu querido? – Amanda perguntou curiosa. —

Nervosa com a situação, Eliana cortou o rapaz.

— Ele machucou jogando bola mãe, foi isso... — A menina tentou explicar. —

Leonardo, pai de Eliana, não tirava os olhos do policial.

— Deve ter sido uma bola de aço, filho, seu pé parece estar acabado. – Sem piscar, o homem rebateu. —

— Foi uma jogada ruim. — Matheus não conseguia falar, apenas pensar freneticamente. —

Matheus sentia aquele ambiente perfeito demais, os sorrisos das pessoas eram secos, não chegavam aos olhos. Falsidade, conseguiu assimilar.

Quando conseguiu sair da casa de Eliana após um rápido beijo na portaria, ele não conseguiu arrancar com o carro. Ficou ali, pensou que Eliana havia mentido à toa, pois Matheus e Leonardo já se conheciam há tempos. Leonardo Maroni era o juiz mais ficha suja que já conhecera. Libertou gente barra pesada por muito dinheiro. Será que Eliana sabia? Questionou-se. Não, pensou, ela era humanitária demais para concordar com toda aquela sujeira.

Mas cabia a ele, contar ou não, a realidade de sua própria família.

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