No Labirinto

By Vini_intothewild

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Sinopse: Arion é um adolescente de dezesseis anos, que se safou muito bem de ser chamado nas últimas três edi... More

Colheita
Os Escolhidos
Embarque
Expresso para a Capital
O Desfile
O Desfile 2
O desfile 3
Preparação
Preparação 2
Apresentação
Entrevista
Ceasar Flickerman's Show
Queda
Arena
Bestante
Perdido
Hino
Touro
Floresta
Veneno
Patrocínio
Ratos
Vênus
O Bilhete
A Porta
Água
Escuro
Terra
Fogo
Júpiter
Tudo Escurece
Leito
Snow
Seringa
Sobreviver

O Dia

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By Vini_intothewild

Acordo antes mesmo do Bill, o sol estava batendo bem na minha janela, — bem na minha cara para falar a verdade — é impossível dormir assim. Me levanto e vejo no despertador que ainda são cinco da manhã, com um sol de meio-dia. Às seis eu já devo começar a me preparar... A minha Equipe de Produção deve estar louca já que ontem eu mal falei com eles.

Hoje eu não vou poder ver a Circe, melhor assim, menos nervosismo pré-arena.

Lavo o rosto e saio para o corredor que leva pra cozinha, no fim do corredor eu vejo a Grace segurando um prato cor-de-rosa com um enorme bolo de chocolate, ela vem correndo me abraçar.

— Arion, o que foi aquilo? — ela me solta e me olha de cima para baixo — Você simplesmente arrasou ontem à noite e Puff! Desapareceu... não, não desapareceu, não. Você apenas queria ficar só porquê é uma estrela famosa em todos os Distritos...

— Grace! — interrompo — Você não sabe o que eu estou sentindo com tudo isso... — continuo andando pelo corredor até a cozinha.

— Oh! — ela enfia uma garfada de bolo na boca e me segue — Me desculpa, Arion! — e engole o bolo de uma vez só.

— Tá! Tá! ... — digo abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de suco de laranja que, de alguma forma, eu sabia que ela estava lá —Tudo bem... — ponho o suco em um copo azul que estava em cima da pia e o levo até a mesa. Me sento na mesa, a Grace também se senta, escolho algumas torradas de cereais e peço para uma Avox que estava próxima ao micro-ondas para esquentá-las, ela o faz tão rapidamente que mal percebo que ela terminou e fico esperando olhando relutante para a Grace.

— Arion... — ela tosse singelamente — sua torrada já está pronta...

Olho para ao lado e vejo que a Avox está segurando minhas torradas em uma bandeja de ouro por um bom tempo.

— Oh, desculpe! — digo para a Avox, pego as torradas e dou uma mordida em uma delas.

Grace ri, sai para a sala com seu bolo gigante e grita:

— Às seis horas eu quero ver você na sala de preparação, ouviu?

— Ouvi, Madame!

Um barulho de saltos rompe no corredor e se aproxima. Até que eu vejo uma Celly toda descabelada e se espreguiçando entrando na cozinha. Quando ela me vê, ela dá um gritinho de surpresa e volta correndo para o quarto.

Da sala, Grace olha pra mim e pergunta:

— O que diabos foi isso?

Ergo os ombros enquanto enfio mais uma torrada na boca.

● ● ●

Às seis horas, eu já estou no elevador com o Bill para irmos para a Sala de Preparação, dessa vez, chegamos em instantes. Todos, inclusive a Grace já estavam nos esperando na sala.

Bem, eu não tinha que me arrumar tanto assim, afinal, eu não vou precisar de um sobretudo que faz chover folhas no meio de uma luta. Meus maquiadores só me dão banho e uma boa massagem, em seguida arrumam meus cabelos, enquanto a Grace me relembra em um resumo de tudo que eu fiz nesses últimos dias: as minhas habilidades de caça e o manejo com o machado.

A Celly, toda exuberante, entra em um rompante na sala, com seus óculos de coração, trazendo um cabide com uma roupa enorme e muitas sacolas coloridas, atrás dela vinha o angelical Sean com suas enormes asas.

— Celly, o que foi aquilo hoje de manhã? — pergunto.

Ela abaixa os óculos e arqueia as sobrancelhas.

— Querido, uma dama nunca deve se prostrar daquela forma para um gentleman. Ainda mais com aquele roupão de oncinha que eu estava usando.

Rio.

Ela põe as sacolas em cima de uma cômoda e puxa o Sean para falar comigo.

— Oi, Sean! — e digo um "Ai" quando a Mello arranca um pelo da minha sobrancelha.

— Olá, Arion! — ele estende a mão para me cumprimentar, mas eu não posso fazer nada, minhas mãos estão em uma sessão divertidíssima com as manicures. Eu pergunto o porquê de tudo isso se eu vou estar em uma arena exposto a todas as coisas, mas eles sempre me cortam dizendo:

— Isso aqui é um Reality Show, Arion, você deve estar lindo na estreia!

— Eu sei, mas fazer as sobrancelhas é um exagero!

Uma moça de sobrancelhas finíssimas choraminga pelo que eu disse.

Celly toma prontidão e fala.

— Bem, Arion... — ela estende um conjunto de folhas compridas com alguns desenhos neles — Eu e o nosso diviníssimo Sean — ela se vira pra ele e solta um sorrisinho singelo —, nós estudamos a roupa que os Estilistas Idealizadores nos mandaram e chegamos a essas conclusões: ... — ela fica calada esperando o Sean dizer alguma coisa, ela o cutuca e exclama: — Sean! Fala!

— Ah, sim! — ele dá um breve riso — Bem, a roupa é térmica, ou seja, os Tributos terão que lidar com diversas temperaturas, tipo, a Arena pode ser em um deserto como também em um polo extremamente frio, a roupa vai se adequar. Mas as mangas da parte superior da roupa são curtas, então vocês não vão enfrentar temperaturas tão frias. As calças são retráteis, vocês podem usá-las tanto como short, para uma melhor locomoção, quanto como calça. Essas características nas roupas nos levaram a concluir que a Arena será em um local com alta variabilidade térmica, como em um pântano ou em uma floresta tropical.

— Mas, tipo, vocês só conseguiram desvendar as utilidades térmicas para as roupas, ou...

— Não, não... — Ele vira uma página e aponta para um desenho de pernas se movimentando — Eu acredito que a elasticidade da roupa possa ajudar em atividades que exijam mais esforço como escalada, corridas, lutas etc.

— Ah, sim! — digo — Genial!

— Engraçado, — disse Sean — A Circe disse a mesma coisa quando contamos pra ela, deve ser essas coisas de irmão. — ele ri.

— Ah, é! — digo — essas coisas de irmãos.

— Bem, — diz Celly quebrando o gelo e olhando por toda a sala — Estou vendo que a Equipe já está terminando, e que já está quase na hora de pegarmos o Aerodeslizador para irmos para a Arena. — Ela olha pra mim — Arion, eu não vou poder acompanhá-lo à sua entrada na Arena, pois eu tenho que ir com a Circe. Mas o Sean vai assumir a minha posição. Não é Sean?

— Sim! — diz ele.

— Como eu estava dizendo... — Ela se emociona — Eu tenho que ir agora, pois eu vou ajudar a Circe com a preparação... — Ela se emociona novamente — Oh, Arion! — Ela anda até mim passando as costas das mãos na bochecha para enxugar as lágrimas — Eu sinto que você vai se sair muito bem na Arena. — Ela me abraça e chora completamente.

— Muito obrigado, Celly, Por tudo mesmo... — Eu dou um beijo em sua bochecha.

Ela sorri e me olha, ela se afasta se despedindo de todos, eu começo a aplaudi-la e todos me seguem aplaudindo também. Ela sai extremamente emocionada. Não sei para o quê toda essa encenação, não é ela que vai morrer na Arena, mas esse pensamento egoísta foge logo da minha mente, quando eu lembro de tudo que ela fez por mim, os bilhetinhos azuis e tudo mais.

Logo depois que a Celly vai embora é que finalmente terminam os preparativos em meu corpo e que eu posso vestir a roupa que vou usar na arena: do mesmo jeito do desenho, um macacão longo e justo com mangas curtas.

O Sean me explica como retrair a calça para transforma-lo num short e como amarrar os sapatos para que eu não tropece nos cadarços caso eles se soltem.

Grace trás o pedaço de carvalho que o Sean me deu e pendura-o no peito esquerdo. Eu agradeço e dou um abraço forte em todos, antes de ir.

O tempo passa muito lentamente quando só tem você, um pássaro que fala e um estilista alado em um elevador. Nós trocamos algumas palavras, mas era meio chato pois o Sean não podia ouvir o que o Bill falava.

Enfim chegamos ao nível superior para pegarmos nosso táxi aéreo para o ringue da morte. E permanecemos em silêncio por quase todo o percurso, de vez em quando o Bill soltava alguma palavrinha dentro de minha cabeça, mas geralmente eram piadas para acalmar, ou dicas para eu não morrer antes de a Arena começar. O Sean permanecia calado, era sua primeira vez como estilista de um Tributo sem mentor que estava prestes a morrer, talvez fosse mais pesado pra ele do que pra mim.

Pelas janelas eu consigo ver que nosso percurso é vertical para baixo, ou seja, estamos pousando. As portas inferiores se abrem e nós descemos em uma curta sala branca, onde uma mulher também de branco me aguarda segurando algo parecido com uma pistola.

— Arion Axeman. — Ela diz, eu confirmo com a cabeça. Ela anda até mim e segura meu braço — Eu gostaria que você mantivesse o seu braço esquerdo imóvel por um breve momento, só vai doer um pouco — eu o faço — ela apoia a ponta da arma em meu braço e dispara algo com estrema precisão.

Uma luzinha começa a piscar dentro do meu braço e cessa em seguida. Sean me disse que isso era o rastreador para eles saberem onde é que estou na arena.

Portas automáticas se abrem à nossa frente e nós entramos em outra salinha branca, onde tinha mais uma mulher de branco, dessa vez, uma Avox segurando uma bandeja de prata, e um enorme tubo de vidro, onde eu imaginei que seria por onde eu entraria na arena, e o Bill confirmou o que eu pensei, na minha mente.

— É para você por seus adornos nessa bandeja Arion. — diz Sean apontando para a bandeja.

Os únicos adornos que eu estava usando era uma pulseira de couro que eu havia deixado em meu braço desde o desfile, e o anel que me mantinha conectado com o Bill. Eu tirei a pulseira com muita facilidade e joguei-a na bandeja, eu olhei para o anel e depois para o meu pequeno pássaro azul.

— Eu não posso fazer isso! — digo.

— Você tem que fazer isso! — a voz do Bill rompe em minha cabeça — é necessário.

O Sean percebe que eu estou conversando com o Bill, sobre o anel e permanece calado.

— Oh, Bill... — abaixo a cabeça e fico olhando para o anel cor-de-mar que cintilava em meu dedo.

— É melhor você se apressar... — disse Bill pousando em meu ombro — Mesmo que você não sobreviva na Arena, Arion, eu nunca vou me esquecer de você, e vou me manter firme, pois eu sei, que se você ganhar esses jogos, você viria até aqui e colocava, de volta, o anel em seu dedo.

Deixo uma lágrima escorrer sem querer e olho para o Bill.

— Sim, eu voltaria. — digo e retiro o anel do meu dedo, de repente em sinto um estalo na mente, um vazio, a falta de algo me perturbando no canto mais estreito do meu cérebro.

Uma macia voz feminina brota de todos os lugares da sala me avisando para me preparar para o lançamento.

Olho para o meu mascote azul e para o meu estilista. Respiro fundo.

— Bem, Já está na minha hora...

O Sean me abraça com tamanha força que mal consigo respirar, ele abre as suas asas e dá um beijo em minha testa, o Bill dá umas leves bicadas em minha orelha direita e vai voando para o ombro do Sean. Eles me acompanham até o enorme tubo de vidro. Eu entro.

— Mantenha a cabeça erguida Arion, mantenha-a sempre erguida.

— Obrigado, Sean, obrigado mesmo!

A porta do cilindro de vidro se fecha completamente e eu sinto que um círculo metálico que estava abaixo de mim, começar a se erguer, me empurrando para a morte.

Os primeiros quinze segundos no túnel foram de total escuridão, a única coisa que eu conseguia ver da arena era um único feixe de luz ofuscante que se aproximava de mim cada vez mais e ficava mais forte, a velocidade o círculo de metal começou a aumentar me fazendo chegar mais rápido até o fim do túnel, até a arena.

Quando o círculo metálico finalmente para, a minha visão está totalmente ofuscada pela forte luz que me engolira. A única coisa que eu podia sentir da arena era um forte vento frio e a voz retumbante do lendário locutor, Claudius Templesmith, soar ao meu redor.

— Senhoras e Senhores, está aberta mais uma edição anual dos Jogos Vorazes!

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