A Caminho da Liberdade

By Jorgeanajorge

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Um romance de tirar o fôlego. A cada novo capítulo as amarras que prendem as nossas protagonistas enlaçarão v... More

Sinopse - A Caminho da Liberdade
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Informação
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Novidades!!

Capítulo 17

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By Jorgeanajorge

Chegamos a 1k de leituras! Obrigada a todos que nos acompanharam até aqui. E espero que mais leitores conheçam a nossa estória. Conto com o apoio e divulgação de vocês, hein? E para o fim de semana ficar melhor, capítulo novo para comemorarmos.


Os dias seguintes foram de relativa tranquilidade. A marca no rosto de Arli se resumia agora a uma pequena mancha amarelo-esverdeada perto do queixo oval. Luppi aparecia sempre no fim da tarde e ficava até a hora de irem dormir. O coração de Arli ficou apertado quando imaginou a que tipo de vida aquela pobre menina estava fadada a viver. Cercada por pessoas de péssima influência e sem nenhuma perspectiva favorável de futuro. Cogitou a ideia de levá-la dali caso conseguisse ir embora. Daria um jeito de convencer dona Dominga que naquele lugar não havia futuro para a neta querida. E acreditava que não seria tarefa difícil.

Como elas já estavam a par das atividades desenvolvidas na Ilha as conversas fluíam sem tantas reservas e Luppi lhes abastecia de suas sempre frescas e exclusivas novidades. A pequena daria uma ótima agente secreta. Tinha uma habilidade impressionante de entrar e sair dos ambientes furtivamente. A cada narrativa, mais convencida Arli ficava que algumas peças não se encaixavam. Tinha alguma coisa a mais acontecendo ali e ela não estava conseguindo decifrar o que era.

O perfil de Ricco não se encaixava no do bandido que ela sempre leu descrita explicitamente nas páginas policiais tão populares em seu país. Ela sabia que havia humanidade e calor dentro daquela carcaça fria. Pôde senti-la algumas vezes, mesmo que ligeiramente. Não tinha dúvida do seu poder de comando e da força indiscutível de sua presença sobre as pessoas, mas na essência, o DNA da perversidade, não fazia parte de sua constituição nata. O que ele estava escondendo? Precisava descobrir. Achar alguma brecha naquela rocha. Disso, talvez dependesse sua liberdade. Ou seu eterno cativeiro.

...

Era madrugada quando Arli ouviu batidas nervosas na porta da frente enquanto alguém chamava repetidamente por Ricco e Alejandro. Eles não demoram a atender e muito menos a desaparecer por ela depois disso. Algo muito grave havia acontecido. Quer queira, quer não, o que acontecesse ali as afetava direta ou indiretamente.

- Para onde você está indo? – Sabina sussurrou.

- Desta vez eu vou sozinha. Nem pense em me acompanhar. - declarou calçando as sandálias.

Sabina também já se encontrava de pé:

- Acho que já tenho idade suficiente para responder por mim mesma. Aonde vai?

- Vou descobrir o que está acontecendo lá fora.

- A nossa última fatídica experiência não foi suficiente para você entender que o nosso lugar é aqui?

- Você me conhece. Sabe que não vou ficar de braços cruzados esperando que as portas da esperança se abram para nós. Quero saber se o que está acontecendo pode nos comprometer de alguma forma.

- Pode ser perigoso. - Sabina suplicava ao lado da amiga.

- Por isso vai ficar aqui. Dobre seus joelhos e comece a orar por mim. Volto assim que der.

- Ai Senhor, essa guria maluca não aprende nunca?

E fechou os olhos em oração fervorosa.

...

- O que elas estão fazendo aqui? – Ricco vociferou ao vê-las na entrada da casa da vila que acabara se transformando num posto de atendimento.

Arli voltou-se rapidamente e olhou feio para Sabina que se aproximava sorrateiramente a despeito da ordem que lhe deu de ficar na casa. Sabendo que não adiantava mais discutir voltou-se para Ricco e não se intimidando com a animosidade dele, respondeu:

- Viemos ajudar.

- Não precisamos da ajuda de vocês. – foi a resposta ríspida dele.

- Pelo que vejo aqui, acho que isto está além de sua vontade, senhor.

Ricco se levantou, pegou-a pelo braço com violência e a pôs para fora da casa.

- Está me desafiando na frente de meus homens, mulher? –bufou entre dentes apertando o braço dela, só diminuindo a pressão quando a percebeu serrar os lábios de dor e a soltou bruscamente.

- Não. Estou apenas tentando fazê-lo perceber que agora vocês precisam de toda ajuda possível. Por quanto tempo acha que Dona Dominga ainda suportará cuidar de toda esta gente? –justificou olhando ao redor impressionada com o número de pessoas que havia lá àquela hora da madrugada.

E continuou mais enfática:

- Sem contar que estão lidando com uma moléstia desconhecida e precisamos entender o que está acontecendo aqui para que consigamos ter alguma chance de salvar essas pessoas.

- E desde quando você se importa com o bem estar de estupradores? – ele frisou bem a última palavra na intenção de confrontá-la e demovê-la da ideia.

- Nem todos se enquadram neste perfil ou no de bandido.

Um brilho diferente e inquiridor toldou os olhos perspicazes que perscrutavam cada linha do rosto de Arli. Ela percebeu a sutileza da mudança nele e buscou não dar a dica de que estava cismada com alguma coisa e que agora tinha certeza que havia.

- O que você está querendo dizer com isso?

- Que temos bebês e crianças aqui Ricco, que não pediram para ter os pais que tem. Sei que podemos ajudar de alguma forma.

Ricco a observava digerindo tudo que ela havia acabado de dizer e sabia que a lógica dela era correta. Só que queria a todo custo não envolvê-las mais nas questões da Ilha. Temia que a qualquer momento a notícia da presença das moças chegasse aos ouvidos dos Gonzales, o que seria bem desastroso. Não duvidava que isso estava prestes a acontecer, principalmente, depois de terem mexido no vespeiro. O fato ocorrido com Juarez os deixou numa situação delicada com a facção.

Foi preciso muito sangue frio e persuasão para conseguir contornar a situação até um ponto tolerável. Estavam no limbo. Qualquer movimento em falso dali para frente seria fatal para eles. Toda cautela e prudência eram essenciais. Todavia, Arli tinha razão. Não podia permitir que inocentes sofressem desnecessariamente e alguns, para o seu desgosto, já haviam morrido.

O enfado e a dor eram evidentes na íris dourada o que tocou fundo em Arli. Por mais que Ricco procurasse passar a imagem de um tirano intransigente era inegável que se preocupava com aquelas pessoas e sentia pelas perdas delas.

- E o que você sugere? - ele perguntou coçando os olhos com força.

- Bem, não sei...

Ao vê-lo volver as costas para ela e tomar o caminho de volta o segurou pelo braço e parou em sua frente bloqueando-lhe a passagem. Refletiu que perderia a batalha se não fosse mais firme e objetiva.

- Olhe, primeiro é prudente isolarmos os enfermos até termos uma noção de como isso está se espalhando. Só um número restrito de pessoas terá acesso ao local e procurará ter o mínimo contato com os outros da ilha. Será um tipo de quarentena.

Arli deu uma pausa e depois continuou apontando para a casa as suas costas:

- E este lugar...

- O que tem ele?

- É muito apertado, abafado e isso facilita qualquer tipo de proliferação de doenças. Precisamos de um local mais amplo, arejado e limpo.

- Temos o galpão. Podemos adaptá-lo, levar camas para lá e fazer os ajustes possíveis.

- Muito bom. Então vamos agir logo. O tempo não está ao nosso favor.

...

No começo da tarde o galpão estava organizado. Foi desocupado e higienizado e várias camas foram colocadas dispostas lado a lado. Algumas mulheres foram destacadas para dar apoio aos doentes e a outras foi orientado que deveriam ir de  casa em casa e explicar que todos que manifestassem os sintomas deveriam ser conduzidos até o galpão.

Os pacientes foram logo trazidos e a noitinha estavam todos alojados. O local ficou lotado. O espaço foi dividido em dois ambientes: um para os que apresentavam os sintomas mais brandos da doença e outro para os casos mais críticos que, pelo menos, aconteciam em menor frequência. Entretanto, eram justamente esses casos que estavam tirando o sossego de todos ali. Praticamente noventa por cento dos doentes que apresentavam o quadro hemorrágico vinham a óbito. O que já somavam oito pessoas desde que o surto se iniciou. Somente uma jovem conseguiu vencer o inimigo invisível por hora, o que era um bom sinal. Contudo, Arli ainda não tinha conseguido desvendar os meandros dessa misteriosa enfermidade.

Provavelmente estavam lidando com uma cepa nova e muito agressiva. Os quadros mais simples apresentavam febre e dores de cabeça e mialgias, a princípio. O que dava para ser tratado sem maiores dificuldades com os analgésicos e antitérmicos que tinham em quantidade. Depois de alguns dias ou a doença regredia ou novos sintomas davam o alarme que não era apenas uma virose simples. As complicações iam se avolumando como: vômitos, hematúria, hematêmeses e febre hemorrágica. Ressaltando que esse quadro clínico não era seguido sempre por todos os pacientes, onde alguns apresentavam uns sintomas outros não.Outra complicação era que não contavam com quase nenhum recurso de suporte médico ali. Pelo que havia conversado com Ricco era impraticável a remoção dos enfermos.

A noite foi longa e difícil. Haviam tido mais uma baixa durante a madrugada e mais dois casos haviam evoluído para fase mais grave. Os primeiros raios de sol do novo dia tentavam se insinuar por entre as densas nuvens cinzentas que se espalhavam por todo o céu. O que retratava bem como estava a mente de Arli naquela manhã: nebulosa e deprimida.

...

Ao que parecia, as medidas tomadas por Arli começavam a surtir um efeito positivo e o número de doentes que chegava ao alojamento a cada dia era menor. Aos que iam apresentando franca melhora era recomendado repouso absoluto, ingestão de bastante líquido e medidas rigorosas de higiene. Numa das visitas as residências que manifestaram o surto inicial da doença, Arli constatou a presença de muitos roedores, o que lhe despertou a atenção. A partir daí foi proposto uma redefinição de hábitos e posturas aos moradores da vila que gratos pela atuação bem sucedida da médica não puseram quaisquer obstáculos a nova rotina sugerida. A peleja maior agora era o que fazer para aumentar a sobrevida dos pacientes com quadro hemorrágico cujas vidas lhes escapavam pelas mãos.

- Ricco, não podemos tratar todos os casos aqui. Eu tremo quando percebo um quadro hemorrágico, pois sei que quase nada poderemos fazer. Tal sintoma é praticamente um atestado de óbito.

- Já lhe disse que não temos como removê-los. Estamos ilhados literalmente. A torre de transmissão caiu novamente na última chuva e rádio nenhum funciona na Ilha. Estamos incomunicáveis.

- Podemos levá-los de barco. – arriscou

- Sabe que eles não resistiriam a uma viagem nos moldes da sua. A balsa que é o meio de transporte mais apropriado para levá-los só chega em duas semanas, isso se o tempo melhorar.

- Mas alguns aqui não tem esse tempo todo.

- E você acha que eu não sei disso? - rebateu frustrado.

Depois de respirar fundo, continuou mais calmo:

- Faça uma lista do que é mais urgente e indispensável. Vou mandar alguns dos homens providenciarem o que você precisa. É o máximo que posso fazer.

"É, mas talvez o seu máximo não seja nem o mínimo que eles precisam" – pensou frustrada também. Mesmo aborrecida, Arli tinha que reconhecer os esforços dele. Ricco fazia campana com eles no alojamento todos os dias. Era uma presença forte e constante. Mesmo não entendendo o que estava acontecendo ali, ficava nos leitos conversando com os doentes, dava conforto às famílias quando perdiam algum ente querido, fazia o possível para conseguir o que Arli solicitava e ela sabia que nas condições atuais, pouca coisa de fato ele poderia fazer.

Olheiras profundas marcavam o rosto bonito e nublavam o brilho intenso dos olhos amendoados. Começava a entender o porquê do fascínio que aquele povo tinha por ele, e se assustava em perceber que ela também começava a fazer parte deste grupo.

Aquela constatação a deixava desnorteada. Admirá-lo era uma brecha que se abria em sua guarda deixando-a exposta e vulnerável. Lutava com todas as forças para resistir a atração que sentia por ele, mas não podia negar que estremecia só em percebê-lo perto. Ouvir sua voz era um doce tormento. Nem em sonhos a imagem dele parava de persegui-la. A frustração e a raiva eram os próximos sentimentos a invadi-la. A frustração ao notar que tudo não passara de fruto de seus desejos mais profundos e raiva por não ser forte o bastante para expulsá-lo dali. Nunca ia dar certo. Os dois, juntos, era algo que a lógica não unia, mas seu coração veementemente discordava.

"Não! Tinha que parar de pensar nele. Iria enlouquecer se não o fizesse"- arrazoou aflita. Contudo, era algo que simplesmente estava acima de suas forças. E logo ela que acreditou ter enterrado seu coração no momento em que viu as últimas pás de terra cobrir a cova onde agora descansava Fernando, o único homem que acreditou ser possível amar. Estava enganada. Terrivelmente enganada. Desde o acidente que vitimou seu noivo, Arli nunca mais foi a mesma. Faltava um semestre para concluir a faculdade de medicina e o casamento estava marcado para logo após a formatura. O jovem e apaixonado casal contava os dias para a grande celebração. Sabina estava eufórica com os preparativos e conseguia ser até mais entusiasta que a própria noiva, se é que isto era possível. Todos os dias iam a algum lugar diferente ou tinham alguma novidade a discutir. O clima era de pura alegria para todos.

Fernando era um médico oncologista bem conceituado e de boa família. O casamento dos jovens era ansiado por ambas as famílias desde que eles eram crianças. Arli sempre cresceu com a ideia que um dia seria uma Stteffens Mourão Pontes. Nunca se opôs a este desejo dos pais, pois gostava realmente de Fernando ou se acostumou com isso.

Arli sentiu-se gelar. Por que seus pensamentos estavam seguindo naquele caminho? Nunca havia duvidado do que sentia por Fernando. Por que aquilo agora? Será porque nunca vibrou com Fernando como acontecia com simples lembrança de Ricco? Ou como ficou inflamada quando ele a tomou nos braços e a acariciou? E se ele a beijasse de novo? Arli se levantou bruscamente irritada o que fez a cadeira em que estava sentada cair no meio do pátio chamando a atenção de algumas pessoas que estavam sentadas embaixo de uma mangueira refugiando-se do sol que começava a mostrar que não perdeu sua majestade.

Os raios mais fortes começaram a incomodar os olhos cansados de Arli que os friccionou para diminuir o incomodo. Há quantos dias não dormia direito. Três, quatro? Lembrava-se das constantes repreendas de Sabina, Alejandro e do próprio Ricco para que descansasse um pouco, mas recusara veementemente. Não conseguiria relaxar com a morte a porta. Entretanto, seu corpo começava a dar sinais que estava no seu limite e que precisava de um repouso. A situação havia se acalmado mais, contudo não estava acabado ainda.

- Arli, porque não vai dormir um pouco?

Como ela não deu resposta, Sabina insistiu:

- Sabe que se ficar fraca pode adoecer também. Dona Dominga acabou de chegar e vou ficar aqui com Alejandro para ajudá-la, não tem com que se preocupar.

- Quantas pessoas já perdemos?

- Por que se penaliza deste jeito?

- Poderíamos ter salvo o seu José. Se tivéssemos soro intravenoso ele não teria morrido pela desidratação severa.

- Fizemos tudo o que podíamos por ele.

- Mas não foi o suficiente, droga!

- Por que não me pergunta quantas vidas foram poupadas? Seu ajuste foi providencial, querida. Não percebe quanto este povo está grato a você pelas vidas que ajudou a salvar?

- Tantas foram perdidas de forma tão banal.

- Nada nesta moléstia é banal, Arli. Nunca vi nada parecido antes. A forma mais intensa da doença é agressiva demais. Já acho um verdadeiro milagre os resultados que obtivemos aqui.

- Preciso pensar numa forma de refrear o avanço da doença. Eu já li algo perecido a respeito, mas não consigo me lembrar o que é.

Arli andava de um lado para outro como se estivesse ligada numa tomada tal a adrenalina que corria por suas veias. Os olhos azuis vidrados percorriam o acampamento sem focar nada, nem ninguém. Tudo ali de repente era somente um borrão. Até a voz de Sabina estava estranha aos seus ouvidos.

- Você está cansada. É compreensível os lapsos de memória estarem acontecendo.

- É verdade, Sabina. Entretanto, essa característica é comum na maioria das pessoas. Eu particularmente funciono melhor sobre pressão.

- Disso eu sei bem, mas há sempre exceções como você destacou. Desta vez você está respondendo como a maioria normal das pessoas.

- Nem pense em ser engraçada num momento desses.

- Você precisa aprender a mudar o foco das coisas e ser menos exigente consigo mesma.

- Acho que estou amolecendo. Aqui estou eu chorando as lágrimas e o sofrimento desta gente que tanto repudiei dias atrás.

- É o mover de Deus, amiga.

Arli agora havia parado e olhava para o céu piscando rápido para dissipar as lágrimas que ameaçavam assaltá-la novamente.

- Deixe de querer levar o mundo em suas costas. Ele é pesado demais para uma pessoa só querer carregá-lo sozinha.

Arli a olhou com enfado evidente, mas um brilho de satisfação iluminou seus olhos. Um débil sorriso moldou os lábios rosados.

- Ok. Vou pensar em sua proposta e quem sabe quando eu acordar daqui a cem anos eu lhe dê metade do planeta para que o carregue comigo.

- É isso aí guria.

Sabina ajudou-a a se levantar da cadeira e a acompanhou até parte do caminho que dava a Casa Blanca. Só esperava que boas horas de sono ajudassem a amiga a recobrar as energias desprendidas em favor de seus algozes. E que a espontânea alegria que fazia parte da natureza fluida de Arli encontrasse liberdade para reviver. Trazendo àqueles lindos olhos azuis, límpidos como o céu em dias de verão, o brilho que há muito tempo havia se apagado.

...

O banho quente e as horas de sono fizeram um bem enorme para Arli. Sentia-se mais leve, mais viva. E ela sabia que o resultado desta nova sensação não era somente pelo bem estar físico. As últimas conversas que teve com Sabina palpitavam sem parar em sua mente. Talvez ela estivesse mesmo certa. E um sorriso tímido brotou nos seus lábios. Não podia continuar seguindo o rumo tomado nos últimos dois anos. Estava se punindo por algo que não teve culpa e esse seu comportamento não traria aquele tempo bom de volta. Não podia esquecer que ainda havia pessoas queridas e importantes em sua vida que sofriam por ela e não era justo castigá-las também. As imagens dos pais amáveis, dos irmãos super protetores e carinhosos, dos amigos sempre dispostos e presentes inundaram a sua mente, mas Arli não conseguia mais chorar. E um alívio imenso tomou conta de seu interior. Parecia que finalmente ela estava seguindo no caminho da liberdade que tanto sonhou.

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