Capítulo 17

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Chegamos a 1k de leituras! Obrigada a todos que nos acompanharam até aqui. E espero que mais leitores conheçam a nossa estória. Conto com o apoio e divulgação de vocês, hein? E para o fim de semana ficar melhor, capítulo novo para comemorarmos.


Os dias seguintes foram de relativa tranquilidade. A marca no rosto de Arli se resumia agora a uma pequena mancha amarelo-esverdeada perto do queixo oval. Luppi aparecia sempre no fim da tarde e ficava até a hora de irem dormir. O coração de Arli ficou apertado quando imaginou a que tipo de vida aquela pobre menina estava fadada a viver. Cercada por pessoas de péssima influência e sem nenhuma perspectiva favorável de futuro. Cogitou a ideia de levá-la dali caso conseguisse ir embora. Daria um jeito de convencer dona Dominga que naquele lugar não havia futuro para a neta querida. E acreditava que não seria tarefa difícil.

Como elas já estavam a par das atividades desenvolvidas na Ilha as conversas fluíam sem tantas reservas e Luppi lhes abastecia de suas sempre frescas e exclusivas novidades. A pequena daria uma ótima agente secreta. Tinha uma habilidade impressionante de entrar e sair dos ambientes furtivamente. A cada narrativa, mais convencida Arli ficava que algumas peças não se encaixavam. Tinha alguma coisa a mais acontecendo ali e ela não estava conseguindo decifrar o que era.

O perfil de Ricco não se encaixava no do bandido que ela sempre leu descrita explicitamente nas páginas policiais tão populares em seu país. Ela sabia que havia humanidade e calor dentro daquela carcaça fria. Pôde senti-la algumas vezes, mesmo que ligeiramente. Não tinha dúvida do seu poder de comando e da força indiscutível de sua presença sobre as pessoas, mas na essência, o DNA da perversidade, não fazia parte de sua constituição nata. O que ele estava escondendo? Precisava descobrir. Achar alguma brecha naquela rocha. Disso, talvez dependesse sua liberdade. Ou seu eterno cativeiro.

...

Era madrugada quando Arli ouviu batidas nervosas na porta da frente enquanto alguém chamava repetidamente por Ricco e Alejandro. Eles não demoram a atender e muito menos a desaparecer por ela depois disso. Algo muito grave havia acontecido. Quer queira, quer não, o que acontecesse ali as afetava direta ou indiretamente.

- Para onde você está indo? – Sabina sussurrou.

- Desta vez eu vou sozinha. Nem pense em me acompanhar. - declarou calçando as sandálias.

Sabina também já se encontrava de pé:

- Acho que já tenho idade suficiente para responder por mim mesma. Aonde vai?

- Vou descobrir o que está acontecendo lá fora.

- A nossa última fatídica experiência não foi suficiente para você entender que o nosso lugar é aqui?

- Você me conhece. Sabe que não vou ficar de braços cruzados esperando que as portas da esperança se abram para nós. Quero saber se o que está acontecendo pode nos comprometer de alguma forma.

- Pode ser perigoso. - Sabina suplicava ao lado da amiga.

- Por isso vai ficar aqui. Dobre seus joelhos e comece a orar por mim. Volto assim que der.

- Ai Senhor, essa guria maluca não aprende nunca?

E fechou os olhos em oração fervorosa.

...

- O que elas estão fazendo aqui? – Ricco vociferou ao vê-las na entrada da casa da vila que acabara se transformando num posto de atendimento.

Arli voltou-se rapidamente e olhou feio para Sabina que se aproximava sorrateiramente a despeito da ordem que lhe deu de ficar na casa. Sabendo que não adiantava mais discutir voltou-se para Ricco e não se intimidando com a animosidade dele, respondeu:

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