The Stripper

By SheWantsCamila

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

Capítulo 1 - Duas vidas
Capítulo 2 - Voltando a Miami
Capítulo 3 - The Stripper
Capítulo 4 - Nova Presidência
Capítulo 5 - Primeiro Dia
Capítulo 6 - Conversa e mais tempo juntas.
Capitulo 7 - The Dance
Capitulo 8 - The Kiss
Capitulo 9 - Perdendo o controle
Capitulo 10 - Le café
Capitulo 11 - Sweet illusion
Capitulo 12 - Confusion
Capitulo 13 - Presente, carona e conversa
Capitulo 14 - Wicked games
Capitulo 15 - Chegada inesperada
Capitulo 16 - Reencontro
Capitulo 17 - Conhecendo a família.
Capítulo 18 - Um dia diferente.
Capítulo 19 - Uma Dança
Capítulo 20 - Voltando a dura realidade.
Capítulo 21 - O troco.
Capítulo 22 - Perdidas.
Capítulo 23 - Arrisque-se
Capítulo 24 - Fuck You All The Time
Capítulo 25 - Caminhos Cruzados.
Capítulo 26 - Brigas e Reconciliação
Capítulo 27 - Uma Nova aliança.
Capítulo 28 - Um Dia Diferente
Capítulo 29 - Moments
Capítulo 30 - A descoberta.
Capítulo 31 - Confronto
Capítulo 33 - Caindo em tentação.
Capítulo 34 - Negociações.
Capítulo 35 - Coisas do passado
Capítulo 36 - Baile de mascaras
Capítulo 37 - Pedidos
Capítulo 38 - Questão de conhecer
Capítulo 39 - Quem manda nesse jogo?
Capítulo 40 - Vai dar tudo certo?
Capítulo 41 - Mentir, sim ou não?
Capítulo 42 - Supressa
Capítulo 43 - O vôo.
Capítulo 44 - Segredos
Capítulo 45 - Sair, sim ou não?
Capítulo 46 - Decisão
Capitulo 47 - The Lap dance
Capítulo 48 - Xeque-Mate
Capitulo 49 - Estratégia
Capitulo 50 - A Nova Era.
Capítulo 51 - Acerto de Contas
Capítulo 52 - A perda
Capitulo 53 - Novos tempos
Capítulo 54 - O casamento
Capitulo 55 (Final)- O Poder.
Especial The Stripper - A família.
Especial The Stripper - Dois lados.
Especial The Stripper - Dear Stripper.
Webserie - The Stripper

Capítulo 32 - Whirlwind of feelings

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By SheWantsCamila

Pov Lauren

Camila cravou as unhas em meus ombros com força, soltando um gemido arrastado que me enlouqueceu. A mulher se movia rapidamente fazendo a mesa balançar, enquanto eu a penetrava com dois de meus dedos. Ela estava simplesmente maravilhosa, completamente nua e suada. Seus cabelos estavam desgrenhados deixando bem claro o que fazíamos em cima daquela mesa. Sua pele brilhava devido às gotas de suor que escorriam lá. De sua boca entreaberta, palavras sujas e sem nexo saiam a todo instante aumentando o tesão que eu estava sentindo. Deus, aquela mulher era de enlouquecer!

- Céus, Camila, eu adoro quando você geme feito uma vadia! Isso me excita tanto! – Eu rosnei para a mulher que gemia de forma tão gostosa abaixo de mim.

Sim, o sexo com Karla Camila ainda não havia acabado. Digamos que, naqueles instantes, descontamos todas nossas fúrias internas com o objetivo único de prazer. Eu me inclinei para frente capturando um dos seios da latina entre os lábios, deslizando a língua devagar sobre aréola rosada e gostosa de seu seio, o que fez a morena gemer baixinho para mim. Impulsionando-me a continuar, e assim, eu chupei o mesmo que já estava extremamente sensível.

- Você quer me matar?! – Perguntou agoniada.

Soltei um sorriso perverso, pensando que a única maneira que eu a mataria seria de prazer. Ela gemeu em meio sua respiração ofegante. Sua boca permanecia aberta não podendo conter os gemidos que escapavam da mesma. Eu senti meus dedos serem comprimidos no interior quente do corpo daquela mulher, a sensação era simplesmente maravilhosa. Eu estoquei forte erápido, como a mesma praticamente implorava em gemidos, enquanto sugava seu mamilo feito uma felina sedenta. Camila remexia o quadril involuntariamente em direção a mim, seu corpo estava sendo comandado pelo prazer que eu estava lhe dando. Eu continuei aqueles movimentos intensos até sentir a morena gozar para mim.

Seu peito subia e descia rapidamente em uma respiração descompassada. Estávamos literalmente exaustas. Eu nem sequer lembrava-me da última vez em que tive uma maratona de orgasmo seguido. Deixei que meu corpo desabasse sobre o dela devagar, eu me sentia fraca.

- Eu não a-aguentomais...- Ela sussurrou cansada, provocando um risinho fraco em mim.

- Cansei você?

- Muito, acho que não vou conseguir andar amanhã.

Eu estava com a cabeça encostada em seus seios, ouvindo o ritmo acelerado de seus batimentos cardíacos. Estávamos deitadas sobre a minha enorme mesa, completamente nuas. Por sorte ou intenção, os vidros estavam cobertos pelas persianas que eu havia fechado com a entrada de Alexa em minha sala. A essa hora, todos os funcionários já estavam em suas casas, e eu pedia a Deus que nenhum deles tivesse ouvido o que havia acontecido aqui dentro. O que seria muito improvável, é claro, já que nossa discussão seguida de gemidos e tapas havia sido bem alta. Eu fechei os olhos sentindo a pequena mão de Camila deslizar por meus cabelos devagar em um carinho calmo. Nossas respirações se acalmavam gradativamente, deixando apenas o barulho do forte temporal lá fora preencher o ambiente. Eu abri os olhos vendo nossas roupas jogadas ao chão, lembrando exatamente o momento no qual foram tiradas. Meu Deus...

- Eu só posso estar ficando louca! – Falei levantando de cima da morena que me fitou confusa.

- O que houve?

Seus olhos castanhos pareciam não me entender.

- Como o que houve? Eu não devia ter feito isso! – Exclamei pegando minhas roupas do chão. – Culpa sua!

- Minha culpa?

Eu fui catando minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão da sala rápido o suficiente para não me arrepender daquilo.

- Sim, o que você fez comigo? Me enfeitiçou?

Camila riu, enquanto descia da mesa devagar.

- Do que você está rindo? – Perguntei brava, virando-me em sua direção.

Eu nunca iria me cansar de ver como Camila Cabello tinha um corpo fodidamente maravilhoso. Suas pernas longas e torneadas, chegando a seu quadril largo, acompanhado de seu belo volume traseiro. Sua barriga lisinha, seus seios pequenos e durinhos que possuíam marcas roxas devido aos chupões e mordidas que eu mesma havia feito. Camila soltou um sorriso sacana ao perceber a forma como eu a fitava.

- Da sua agonia, Lauren. – Ela falou calmamente me olhando enquanto eu me vestia.

- Eu não estou agoniada!

- Está arrependida?

- Não, claro que não.

A mulher se aproximou de mim, parando a poucos centímetros de meu rosto.

- Então se acalme, e me deixa te fazer ver que tá tudo bem.

- Não, não. Afasta-se! – Eu falei recuando.

- Meu Deus, você esta falando como se eu fosse um demônio querendo possuir seu corpo.

- Não é um demônio, mas seu objetivo é o mesmo!

Camila riu novamente, vestindo suas roupas devagar.

- Não seja exagerada,Jauregui.

- Eu devia matar você! – Sussurrei me arrumando em frente ao espelho.

Ela agora estava sentada em minha mesa, usando apenas a saia social, sutiã e nos pés seu scarpin preto. Através do espelho eu podia ver seus olhos quentes sobre mim, ela estava incrivelmente sexy.

- Você quase me mata com tantos orgasmos. – Falou sensualmente.

- Agora que sei a verdade. Você fica livre o suficiente para ser ousada comigo, não é?

- Claro, essa sou eu, Lauren.

Eu olhei em seus olhos por breves segundos.

- Se divertiu me enganando?

- Não, eu já disse que nunca quis enganar você. Aconteceu quando eu menos esperei.

- Essa é a mentira mais deslavada que já ouvi, Camila! – Esbravejei.

- Eu não vou começar essa discussão novamente com você.

- Porque estou certa, é claro.

- Não, porque você é teimosa. E não vai acreditar em nada do que eu falo.

- Realmente, é muito difícil acreditar em você daqui pra frente. – Falei de forma fria.

- Fora isso, eu fui sincera em tudo!

- Fora isso? Isso era o mais importante não acha?! – Falei brava.

Fitamos-nos por alguns minutos, segurando nossos olhares que, a qualquer momento, nos queimariam. Camila ficou em silêncio, para depois falar.

- Certo, então como será daqui pra frente?

Aquele era o "x" da questão. Como tudo ficaria daqui pra frente? Eu deixaria Camila ir ou aceitaria a situação? Eu respirei fundo, pedindo uma resposta em meu interior para aquela pergunta. Eu queria aquela mulher com todas as forças de meu ser, mas eu não podia, não depois de tudo. Não depois de ser enganada.

- Não será, Camila.

Eu vi a mulher respirar fundo.

- Você está me demitindo? E acabando com tudo?

Eu caminhei para longe dela, observando o temporal que caia lá fora.

- Não, eu não vou demitir você. Você é incrivelmente competente, seria uma enorme burrice de minha parte fazer tal ato.

- E então,Jauregui?

Seu olhar era confuso em minha direção.

- Vamos nos restringir a relações profissionais,srta. Cabello. Apenas profissionais.

A mulher soltou um riso sem o menor humor.

- Acredita mesmo que isso irá da certo? – Ela perguntou desacreditada.

- Sim, eu acredito! Eu farei dar certo.

A mulher bufou, colocando as mãos na cintura com um olhar tedioso.

- Você não vai conseguir, eu vou te provar isso, Lauren.

- É melhor você manter sua ética profissional a não ser que queira ir pra rua.

- Não se preocupe, eu não vou ficar correndo atrás de você. Mas eu sei que você vai voltar atrás em sua decisão.

Camila falou decidida, como quem tivesse absoluta certeza que meu objetivo era em vão.

- Vou mandar o motorista lhe levar em casa,srta. Cabello. Vista isso. – Falei entregando meu sobretudo para a mulher, já que eu havia rasgado sua blusa a horas atrás.

Ela nada falou, apenas pegou o mesmo e cobriu seu corpo parcialmente nu. Saindo daquela sala, deixando-me sozinha com o mundo de dúvidas em meus pensamentos.

E agora?

Eu conseguiria?

Pov Camila

Saí do elevador, caminhando em passos apressados ao carro, que estava à minha espera. Alfred rapidamente moveu-se para abrir a porta do automóvel.

- Boa noite,srta.

- Boa noite, Alfred. – Falei entrando no carro.

O senhor rapidamente correu para seu lugar, dando partida no carro e nos tirando dali. Eu estava um pouco perdida aquela noite.Em algumas horas, meu mundo inteiro virou de cabeça para baixo. Lauren, com toda certeza, me odiava agora, mas me desejava também. Disso eu não tinha duvida alguma.

Fechei mais alguns dos botões do sobretudo de Lauren, que por sinal carregava seu maravilhoso e forte perfume. Ela era divina até em seu cheiro. Aspirei fundo o aroma suave impregnado em sua roupa, lembrando de cada detalhe daquela mulher. Lauren era a mulher que você sempre quis ter. Seu ar arrogante e decidido entrava em um belo contraste com seus carinhos e o seu sorriso sincero. Eu estava me sentindo mal por tudo, eu jamais quis enganá-la, receber o seu ódio e desprezo não seria fácil. Eu precisava de alguma maneira contornar aquela situação.

- Desculpe, mas está com algum problema dona Camila? – Alfred perguntou calmamente.

Eu fitei o senhor que hora ou outra me encara pelo espelho retrovisor.

- Muitos, Alfred, muitos.

- Imagino, mas não se preocupe,no final vai dar tudo certo.

- Eu não tenho tanta certeza disso.

- Deveria ter, você a conquistou como ninguém.

Semicerrei os olhos em confusão. Será que Lauren havia falado algo? Não, Lauren era reservada demais em seus assuntos pessoais. Jamais abriria uma história como essa com um de seus funcionários, por mais confiáveis que sejam.

- Como sabe que a conquistei?

- Eu a conheço desde seus sete anos, a menina Lauren nunca ficou assim por ninguém. E, seja lá o que tiver acontecido entre vocês, ela vai perdoar.

- E se ela não perdoar?

O homem sorriu tranquilamente.

- Confie em você, dona Camila. Pois ela confia.

Será que isso era o suficiente para aumentar a carga de culpa por ter mentindo? Eu nada respondi, o homem voltou sua atenção para o trânsito calmo, enquanto eu apenas processava tudo. Ela me amava, eu havia ouvido tais palavras vinda de seus lábios. Mas seu orgulho seria mais forte que isso? Pensar que tudo foi por água abaixo chegava a desanimar.

Em poucos minutos paramos em frente ao prédio onde eu morava. Alfred rapidamente abriu a porta do carro para mim, me desejando uma boa noite. No qual respondi da mesma forma. Caminhei em passos lentos para dentro do lugar, recebendo alguns olhares curiosos dos porteiros e vizinhos. Será que eu estava em um estado tão horrível assim? Entrei no pequeno elevador, esperando ansiosa até chegar no andar de meu apartamento. Com toda aquela loucura de meu dia, deixei todos meus pertences para trás: bolsa, chaves, celular e etc. Dei três leves batida na porta ouvindo a risada alta de Dinah do outro lado, a mesma não demorou muito para então me atender.

Assim que Dinah pôs os olhos sobre mim, o mesmo se arregalaram.

- Você foi estuprada?

"Ai meu Jesus, quem foi estuprada, Dinah?" ouvi a voz de Ally ao fundo. A baixinha tratou de rapidamente aparecer ao lado de Dinah na porta, fitando-me confusa.

- Vão me deixar entrar?

Ambas deram espaço para que eu entrasse. Seus olhos em pura curiosidade me fitavam atentos.

- Vai nos explicar quem abusou de você?

Eu sorri fraco e me virei na direção das mesmas, notando a presença de Normani ali.

- Misericórdia, onde está sua blusa? E que roxos são esses no seu pescoço e nos seios? – Falou a morena de forma escandalosa apontando para as marcas em meu corpo.

- Lauren descobriu tudo.

- Estamos ferradas! – Dinah falou trocando um olhar com Ally e Normani que estavam ao seu lado.

- Ferrada quem está é Camila. Veja, parece que foi estuprada.

- E nós também, ela sabe que nós sabíamos de tudo!

- Não se preocupem, ela nem sequer me demitiu. Não tem porque demitir vocês.

- Isso são efeitos de Lauren? – Dinah perguntou olhando para os roxos.

Eu assenti com um sorriso, sentando-me no sofá. As três caminharam em minha direção sentando próximo para que eu lhes contasse como tudo havia acontecido. E assim eu fiz, enquanto Ally preparava um chocolate quente para mim contei exatamente todo o ocorrido.

- Você bateu na cara da megera?! – Ally perguntou espantada.

- Sim, ela merecia isso. Mas a forma como Lauren me defendeu dela foi o suficiente. Vocês precisavam ver a cara dela.

- Ela defendeu você?

- Sim, disse que não admitia que ela falasse assim da "mulher dela"...

- Eu quero que vocês se casem! – Normani se pronunciou animada.

- Mani, Lauren me odeia agora. Ela só fez isso por seu próprio ego.

- Tem certeza?

- Tenho. Acha mesmo que ela daria margem de falar para sua ex que estava sendo enganada pela atual?

- Tem razão, isso é bem lógico. – Concluiu a morena.

- Exato. O que ela sente por mim nesse momento deve ser ódio.

- Claro, lhe odeia tanto que quase te mata com sexo. – Dinah falou explodindo em uma gargalhada alta.

- Dinah, foi o melhor sexo da minha vida.

- Imagino, olha essas marcas! Por isso estava havendo alguns murmúrios que no último andar se ouvia barulhos escandalosos demais.

- Deus, eu não acredito que vocês duas fizeram isso no escritório, Mila!

- Fizemos, e fizemos muito, Ally! Em cima daquela mesa enorme.

- Eu nunca mais quero me aproximar daquela mesa. Vou imaginar isso toda vez que entrar ali. – A pequena falou nos provocando uma risada.

- Lauren tem alguma irmã gêmea?

- Kordei,você nem gosta disso. – Dinah falou rapidamente.

- Querida, Camila está fodida,e, mesmo assim, está com um sorriso idiota no rosto depois de ter transado com Lauren. Ela só deve ser muito boa no que faz.

- Mas me diga, vocês se resolveram no final?

Eu neguei com a cabeça.

- Depois de tudo, ela quer manter relações restritas ao lado profissional.

- Isso é uma desculpa para lhe ter por perto. Nunca funcionaria. – Ally falou sentando ao meu lado.

- Óbvio que não, vocês se envolveram muito. E fingir que nada aconteceu não funciona. – Disse Normani.

Dinah me olhava como se soubesse exatamente o que eu estava sentindo. Todas sabiam na verdade, mas Dinah, ela compartilhava comigo, mesmo que não diretamente. Ela e eu tínhamos uma conexão.

-Eu tenho certeza que vocês ainda vão transar muito naquela mesa. –disse Dinah se colocando de pé, e arrancando gargalhadas das meninas ao meu lado.

- Porque vocês só pensam em sexo? Misericórdia!

- Porque é gostoso Ally! – Normani falou a abraçando.

- Como se ela não soubesse disso, não é,Allyson? Estou sabendo de histórias suas com Troy!

A baixinha arregalou os olhos, se levantando de nosso lado. Soltei um risada alta do desespero visível no rosto da mulher. Dinah sorriu e me encarou.

- Você vai conseguir conquistá-la, vamos falar sério, você é Karla Estrabão.

Sim. Dinah tinha razão. Eu não vou deixar Lauren sair por cima. Se ela vai lutar contra seu desejo vou mostrar à ela que ninguém resiste a Karla Camila.

Pov Alexa

Entrei naquela boate cuspindo fogo. Passei pelos enormes seguranças sem ao menos falar nada, e caminhei rapidamente até a sala de Candece atraindo olhares curiosos das dançarinas que ensaiavam no palco principal. Sem nem sequer ser anunciada, adentrei sua sala em alvoroço.

- Bater na porta é uma maneira educada, sabia? Sua mãe não lhe ensinou isso? – A loira falou de forma irônica.

- Não me venha com isso! – Rosnei furiosa, jogando minha bolsa sobre o pequeno sofá.

- O que houve? Pensei que nem viria aqui essa noite, imaginei que estaria nos braços de sua amada. – Soltou a mulher com cinismo.

- Deu tudo errado,Candece! Absolutamente tudo!

A mulher me fitou sem entender. Eu neguei com a cabeça andando de um lado para o outro. O ódio que me consumia não tinha limites, lembrar a exata cena em que Lauren defendia a secretária só aumentava ainda mais meu desejo de vingança. A ousadia em que a mulher se portou a mim me enchia de fúria. Isso não ficaria assim.

- Você pode se acalmar e me explicar?!

- A sua vadiazinha está sobre total proteção de Lauren!

- Isso até ela descobrir sobre a vida dupla, não é mesmo?

Eu revirei os olhos impaciente.

- Lauren sabe de tudo. Ela sempre soube.

Candece soltou uma risada sem o menor humor, como quem não acreditasse sequer em uma palavra que havia falado.

- Você só pode estar brincando.

- Eu estou com cara de quem está brincando? – Perguntei furiosa. – As duas estão mais unidas do que nunca!

- Como você sabe disso?

- Eu fui contar à Lauren! E ela teve a ousadia de dizer que já sabia, e que não permitia que eu me metesse em sua vida!

- Não,não...isso não pode ficar assim.

Candece levantou de sua cadeira, andando de um lado para o outro, em uma inquietação sem fim.

- Ela vai tirar Karla daqui... – Sussurrou.

- Sim, ela vai! E não vai demorar muito!

- Eu não posso deixar isso acontecer. Se ela sair, eu perco quase todos os meus clientes!

- Se prepare para sua decadência então. – Dei de ombros em provocação.

Ter Candece como aliada era uma boa jogada. Ambas as partes tinham interesses mútuos em que aquela relação acabasse.

- De jeito nenhum. Lauren não vai ficar com Karla. Ela é minha!

- Você não entende? Lauren aceitou o fato de ela ser uma Stripper! A vagabunda ainda teve ousadia de me bater.

- Karla bateu em você?

- Sim. E me ofendeu como quem fosse a dona do mundo. Mas isso não vai ficar assim, eu vou dar o troco.

- Não encoste um dedo na minha dançarina. – Candece soltou furiosa.

- Pare de defendê-la! Quando ela largar tudo aqui e nem olhar para trás eu quero ver se ainda vai ficar defendendo aquela vagabunda!

- Ela não vai me deixar, ela não pode. Ela precisa do meu dinheiro também.

Eu ri de forma irônica da utopia no qual a mulher vivia.

- Candece, por favor, não seja tola! Ela terá Lauren Jauregui ao lado dela, a última coisa que Camila vai necessitar é de dinheiro. Estamos falando de uma das empresárias mais ricas desse país.

- Precisamos de outro plano.

- Sim, mas eu não faço a menor ideia do que fazer.

- Pense, meu Deus! – Ela exclamou em agonia.

- Eu não a conheço! Temos que pensar em algo que atinja Camila.

- Pois eu sim, e sei muito bem quem pode nos ajudar.

-Hmm, ótimo. Falaremos com essa pessoa se for o caso.

- Sim, eu vou colher informações de onde ela mora. E entrarei em contato, não se preocupe. Lauren não vai tirar Karla de mim.

Assenti. Eu conseguiria Lauren de volta, nem que para isso eu tivesse que jogar mais baixo do que eu jamais tinha jogado.

Pov Lauren

Acordei sentindo minha cabeça latejar e meus músculos rígidos.A claridade que adentrava pela janela estava me enlouquecendo, me amaldiçoei por ter bebido tanto e adormecido no sofá. Minha cabeça gritava, tinha recebido muitas informações em uma só semana. Após minha grande jornada sexual e mental com Camila,(ou deveria chama-lá de Karla Camila?)Nossa... isso estava dando um nó na minha cabeça! Eu me sentia exausta, aquela mulher tinha sugado tudo de mim. Meu coração doía, minha cabeça doía e meu ego doía. Eu estava acabada.

Ela tinha me ferido de uma forma que jamais alguém fez. Eu confiei na mulher, eu me abri para ela e me entreguei. Eu a amava. E o que ela fez? Simplesmente me enganou, me fez de otária sem eu menos perceber, agiu pelas minhas costas e me fez acreditar que ela sentia algo por mim.

Será que ela sentia?

Será que ela me amava?

Eu estava no meio de um furacão de perguntas, eu não sabia responder nenhuma delas. Um turbilhão de emoções me pegou, e eu só queria sair dele. Só precisava de uma única resposta.

Mas ao mesmo tempo me sentia salva. Eu tinha os dois lados de uma mesma moeda, será que eu poderia ser mais sortuda? Karla era meu inferno e Camila meu paraíso. A junção das duas certamente me tirou a sanidade. Talvez pudesse ser a mulher perfeita pra mim. Mas ainda sim eu não conseguia esquecer sua traição. Meu ego estava muito ferido para simplesmente aceitar tão facilmente. Eu não posso viver sem ela. Eu precisava de Karla, e eu precisava de Camila. Mas eu viria em primeiro lugar.

Seria uma longa jornada, mas no meu império, apenas uma sai vitoriosa, e sempre serei eu. Lauren Jauregui vai mostrar à Karla Camila que dois podem jogar esse jogo.

[...]

Depois de longos minutos no banho, eu pude relaxar e pensar com clareza. Eu precisava ir trabalhar e enfrentar Camila. Nossa relação não passaria de chefe e secretária. E isso eu deixaria bem claro pra ela no exato momento que colocasse os olhos sobre a morena.

Essa manhã resolvi montar minha armadura. Ninguém mais ousaria a tirar. Lauren Jauregui voltou para comandar como sempre fez. Coloquei meus saltos scarpin preto,vesti minha saia também preta e uma blusa social vermelha. Resolvi mudar e deixar meus cabelos negros lisos. Passei meu famoso batom vermelho sangue e coloquei meus óculos escuros. E me preparei para uma grande batalha no qual seria manter a indiferença.

Cheguei à empresa recebendo olhares curiosos e carregados de cobiça, eu sabia que estava impecável. Mas alguém em especial precisava ver isso, precisava ver que ninguém poderia me abalar.

Entrei no elevador, sendo atingidas por memórias nada inocentes. Aquele dia no elevador... como poderia esquecer? Camila totalmente rendida a um desejo descomunal em seu corpo, me enlouquecia de tal forma que eu não poderia expressar. Passei minhas mãos pela parede do mesmo e senti meu corpo ficar quente apenas com lembranças da morena encostada ali enquanto eu possuía seu corpo. Saí de meus devaneios assim que ouvi o bipe das portas de abrindo, rapidamente voltei com minha postura ereta e séria.

Assim que sai pude perceber que Camila não estava em sua mesa,passei direto e fui em direção à minha sala. Abri a porta e me deparei com Camila de costas, totalmente inclinada arrumando uns documentos em minha mesa. Aquela mesa... a mesa no qual havíamos transado loucamente algumas horas atrás. Não pude deixar de sentir um arrepio gostoso passar por meu corpo, deixando-me completamente atraída. Mas eu não podia. Hoje não!

Fechei a porta atrás de mim com cuidado para não chamar sua atenção e parei apenas pra apreciar a visão que estava sendo-me concedida. Eu nunca me cansaria de dizer o quão gostosa aquela mulher poderia ser.

-Está apreciando a vista, Sra. Jauregui?! – A morena disse ainda virada me fazendo levar um susto. E eu pude notar o cinismo em sua voz.

-Apenas me certificando que você está fazendo seu trabalho direito,srta Cabello. – Devolvi no mesmo tom.

A morena virou me fitando com seus belos par de olhos castanhos tão quentes.

-Você nunca reclamou,Sra,sinal que eu faço muito bem o que me é imposto. –Seu tom indicando malícia era nítido.

Ela estava jogando. Maldita!

- Claro,srta. Cabello,nada no meu império sai errado. Eu sempre dou as ordens certas.

-É claro... É sempre um prazer acatar suas ordens,Sra.

Fui me aproximando devagar e desviei dela para continuar meu caminho até minha cadeira. Assim que eu sentei, pude sentir Camila me seguindo com seu olhar, ela parecia uma felina pronta para me atacar a qualquer momento. Tratei logo de desviar meus pensamentos para tratar de negócios. Não poderia deixar ela me tirar a sanidade. Isso não iria acontecer. Não mais.

-Quais são meus compromissos hoje,srta Cabello? –disse focada nos documentos que estavam arrumados em minha mesa.

-A Senhora não tem compromissos essa semana. Eu tomei a liberdade de cancelar todos já que a senhora estava viajando. Achei que não voltaria tão cedo.

-Pois pensou errado,srta Cabello. –disse desviando meu olhar dos documentos e a olhando de forma dura. –A senhorita não tem nenhuma liberdade para cancelar meus compromissos sem me avisar antes. Nunca mais faça isso. Nesse império, mando eu. E você tem que me obedecer,Cabello. Estamos entendidas? –Perguntei de forma seca e fria.

Camila assentiu de forma assustada.

-Sim,senhora. –disse em um tom mais baixo.

-Ótimo, melhor assim. –soei ríspida – já está dispensada.

Voltei meu olhar para os documentos nem percebendo Camila sair, a não ser pelo barulho da porta sendo fechada.

Passei a tarde toda mergulhada de documentos até a cabeça, e não planejava sair dali tão cedo, havia muito trabalho a ser feito e eu até estava gostando, pelo menos me ocupava com algo que não tire minha sanidade. Ou melhor... Ao menos eu não pensava nela.

Quando ouvi um bipe do meu celular.

Uma mensagem. Da Iglesias.

Verônica: "Aindamuito brava comigo, vadia?"

Lauren: "Sim, muito brava."

Verônica: "Corro o risco de morrer se te convidar pra um café?"

Lauren: "Depende. Isso é um convite?"

Verônica: "Vou morrer?"

Lauren: "Largue de ser besta, Iglesias. Não te matei nem quando roubou minha namorada no segundo ano. Porque te matar agora? Além do mais, eu preciso de você."

Verônica: "Claro que você precisa de mim, vadia. Sempre precisou. Porque ser diferente agora? Le Café em meia hora,Jauregui. Não se atrase. Xoxo"

Eu tinha que conversar com Vero. Ela é a única que poderia me ajudar. Como sempre, já estava ficando clichê. Mas sim, Vero era o meu anjo, e ela, apenas ela colocaria minha cabeça no lugar, ou tiraria ainda mais.

Vagava por meus pensamentos quando ouvi uma batida em minha porta.

- Entre.

- Sra Jauregui, eu preciso ir resolver algumas coisas no centro da cidade, precisa de algo antes de ir?

-Na verdade, preciso sim. –"De você na minha mesa",pensei.

Não Lauren, o que você está pensando?Bloqueei meus pensamentos e tive que me segurar para não fraquejar.

-Preciso que avise a Alfred que precisarei dele dentro de 5 minutos. Mande ele me esperar na entrada.

-Sim, senhora.

-E também não voltarei hoje. Encaminhe minhas chamadas diretamente para o meu celular,ealguma dúvida, anote. Volto amanhã.

- Sim, senhora. Mais alguma coisa?

-Não, é só isso. –pude notar a curiosidade nos olhos de Camila.

Levantei-me pegando minhas coisas e ficando de frente pra ela. Apenas com a mesa entre nós.

- Já te disse o quanto amo essa mesa,srta Cabello? –disse passando dois de meus dedos pela mesa enquanto dava a volta nela ficando apenas uns 30 centímetros longe de Camila. Seu olhar sobre meus movimentos eram penetrantes, poderia facilmente jogá-la naquela mesa e possui-la como na noite anterior. Mas meu ego não me deixaria cometer esse erro de novo.

-Não, senhora. – Por fim ela disse. Fitando-me de maneira sexy

- Digamos que ela me trás belas lembranças. Mas apenas isso.

Soltei no ar e passei por ela, deixando meu rastro de perfume enquanto saía pela sala.

-Está dispensada,srta. Avise a Alfred quejá estou descendo.

Não esperei a morena responder e já me encaminhei para o elevador.

15 minutos depois eu me deparei com meu lugar favorito. Alfred abriu a porta pra mim em silêncio. Apenas assentiu e o dispensei. Não iria precisar dele pelo resto da noite.

Assim que adentreino café, puder notar Vero sentada de frente para mim com um belo sorriso. Logo que me viu acenou e fui em direção a ela. O local estava bastante calmo. Uma das maravilhas daquele local. Trazia-me uma paz incrível.

- Jauregui. – Sorriu assim que já estava perto o suficiente.

-Iglesias.

-E então? Não está escondendo uma faca aí, não, é? – Vero soltou com seu jeitinho criança me arrancando um sorriso sincero.

- Claro que não, sua idiota. Acha mesmo que eu te mataria? Eu deveria, é claro!

-Devido aos acontecimentos? Sim, eu acho.

-Você não aprende. – Falei sentando-me a sua frente.

-E nem você.

- Eu não fiz nada, você lembra? Acho que você me deve boas explicações.

- Ah, não! Lauren não venha com estresse, eu juro que fiz para o seu bem. – Exclamou.

- Ajudar Camila me enganar é para o meu bem? Me fazer de idiota também?!

Verônica revirou os olhos de forma tediosa.

- Eu não sei do que você tanto reclama! Você é sortuda pra caralho, Lauren! Duas mulheres em uma? Me ensina o que fez porque eu quero também.

Não me aguentei com Vero e comecei a rir. A maldita sabia exatamente como me amolecer. Nós duas, na maioria das vezes, quase nunca brigávamos, e se brigávamos, logo solucionávamos o problema.

- Pare de falar besteira. Isso não é algo bom!

- Pra mim isso seria algo muito bom!

- Vero...

- Serio, Lauren! Você estava feito uma louca com a dúvida cruel no qual das duas ficar. E veja só, Deus foi tão maravilhoso que atendeu seus pedidos!

- Eu sei! Droga, eu sei. Mas... você não entende...

-Você está bem,Lo? –dessa vez ela soou sincera.

Hesitei um pouco para escolher as palavras para usar. Era bem complicado entender o que eu estava sentindo. Mas eu sabia que Vero era capaz de entender.

-Eu não sei, me sinto idiota. Como eu não percebi? Eu dormi com as duas e não percebi!

- Na verdade você dormiu com uma. – Vero falou rindo.

- Se eu matar você agora, posso escapar da penitenciária?

Vero soltou um largo sorriso.

-Não é tão ruim assim, Lauren, vamos aceite. Mas pra falar a verdade, você é burra mesmo. Nossa, mesmo corpo, beijo e gosto. Coloca essa língua pra pensar!

- Eu não acredito que estou ouvindo essas coisas de você. Preciso conversar com alguém maduro! – Exclamei tomando um gole da bebida dela.

- Hey, sem ofensas. Posso ser madura o suficiente. Estou apenas tentando fazer você entender que a situação não é tão ruim como imagina.

- Sim, Vero, é muito ruim. Eu amo Camila, e eu amo Karla. Olha que maravilhoso: tenho as duas. Mas ela me enganou, brincou comigo. Eu confiei nela. Eu a amei, eu me entreguei e me mostrei para ela. E ela não teve a consideração de me contar o que estava rolando.

-E você? Não a enganou? – Iglesias disse de maneira calma e gentil. Mas pude sentir certo desapontamento em sua voz

- É diferente.

- No quê, Lauren? Você brincou com as duas, de certa forma. Você estava com as duas ao mesmo tempo. Camila sempre te amou. Ela sempre quis você, Lauren, mas você nunca poderia ser completamente dela, porque pertencia à Karla.

-Mas ela é Karla!. – Eu disse a cortando

-Me deixe terminar,Jauregui. Ela é Karla. Mas ela te amou antes mesmo de você se apaixonar por ela. Ela só fez isso com medo de te perder, Lauren, ela não poderia arriscar.

- Se confiasse em mim o suficiente sim,poderia ter me contado!

- E falado o que? "Lauren eu sou a Stripper que você tanto deseja. Mas não conta pra ninguém sobre isso, afinal sou sua secretária, não é? Minha vida dupla tem que ser mantida em segredo porque preciso do dinheiro...". Querida vamos ser realista! Camila te ama! Cai na real! Eu sei o quanto você a quer. E é melhor você se apressar, antes que eu a roube de você. Porque se você deixar essa mulher escapar, eu vou lhe xingar eternamente.

- Você ficaria com ela?

- Óbvio! Roubaria ela pra mim. Mas eu te amo e não furaria seu olho desse jeito. Mas fique atenta antes que a Imperium a roube de você. –Vero falava de uma só vez me atingindo de todas as formas possíveis, não era por mal eu sabia.

Eu fechei os olhos e balancei a cabeça negativamente.

- Beba isso, vai ajudar. – Verônica falou empurrando o pequeno copo de tequila em minha direção.

- Vai?

- Sim, beba algumas e depois faça o que tiver vontade de fazer.

[...]

Nunca aceite conselhos de Verônica Iglesias. Eles eram os piores! Logo depois de muitos copos de tequila saímos do LéCafé em direção ao lugar onde eu menos deveria ir. Meu subconsciente gritava no fundo de minha cabeça que eu saísse dali, que não entrasse naquela onda. Mas era inevitável. Nesse exato momento eu me encontrava na frente da boate onde Karla dançava. Maldita!

Vero havia ficado no meio do caminho. A mulher encontrou uma de suas ex e resolveu que seria maravilhoso relembrar os velhos tempos. Perguntava-me o que Verônica tinha que atraía tanto as mulheres, hipnotizando de tal maneira que se esqueciam de si próprias.

Tateei os dedos sobre o volante do carro de forma impaciente. Lutando em meu interior se deveria ou não entrar ali. A resposta era bem óbvia: eu não deveria. Mas eu queria, eu precisava daquela mulher.

- Deus, o que eu faço?

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