Crime perfeito - Retanna

By autoraithay

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"Sou chefe do crime perfeito E dono da sua boca" More

Personagens
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 61
Capítulo 62

Capítulo 60

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By autoraithay


Anna Estrella ✨

As horas iam passando rápido, e minha impaciência começava a dar indício. Depois de tomar um grande copo de água que a recepcionista me trouxe eu comecei a andar pelos corredores, tentando a todo tempo afastar os pensamentos negativos que insistiam em perturbar minha mente.

Dentro de mim um turbilhão de sentimentos implodiam. Eu estava feliz, por ele ter acordado, mas estava apreensiva e morrendo de medo do que os médicos possam me dizer.

Olhei para o meu celular observando as horas, quase oito horas da noite. Quando chamei os médicos na hora que o Filipe acordou, já era quase cinco horas. Ou seja, passou-se quase duas horas e meia por aí. Quase três.

Anna: Posso entrar? - Questionei, para o último enfermeiro que estava quase fechando a porta.

Enfermeiro: Claro, o médico precisa conversar com você. - Ele informou-me, e se afastou.

Um frio na minha barriga se originalizou.

Assim que adentrei ao quarto vi o médico examinando os olhos de Filipe - abrindo-os e iluminando com aquela luz que parecia uma canetinha - mas quando percebeu a minha presença, parou e fixou os olhos em mim. Filipe também fez o mesmo. Filipe já estava sem o tubo em sua boca e aparentava estar bem.

Um grande aliviou me preencheu, fui até ele e parei ao seu lado.

Anna: Sua mãe e eu estamos muito felizes em ver que você acordou. Eu fiquei bastante preocupada, na verdade, todos nós. - Comentei sorrindo, observei cada detalhe do seu rosto. Ele não expressou nenhuma reação, sua face estava séria.

Ret: Fico grato pela sua preocupação, mas quem é você? - ele questionou, olhando firmemente em meus olhos.

O que? Como assim?

Anna: Como assim quem sou eu? Eu sou a Anna. - Respondi rapidamente, mas a cara dele continuou do mesmo jeito. - Ele não lembra de mim? - Virei-me pro médico, e apenas balançou a cabeça, concordando.

Meu coração começa a ganhar batimentos descompassados, e minha respiração começou a acelerar. Ele perdeu a memória. Ele não lembra de mim. Ele tinha me esquecido.

Anna: Você não lembra de mim? De nadinha? - Questionei novamente, quase implorando que isso seja uma brincadeira muito sem graça.

Ret: Não. Eu só me lembro de uma garota muito chata, que trabalhava pra minha mãe. As vezes eu secava ela quando ia pro restaurante. Vivíamos brigando. - Ao final da fala, ele fez questão de esculpir aquele sorrisinho; malicioso e brincalhão.

Arregalei os olhos ficando estagnada no lugar, não sabia se ele estava tirando uma com a minha cara ou se ele realmente perdeu a memória, e só se lembrava da parte que a gente vivia se bicando pelos lugares. Ai meu Deus!

Ret: Eu estou brincando, morena. - Explicou rindo, me tirando do transe.

Anna: Seu idiota! - Dei um tapa no braço dele.

Ret: Ai porra! - Passou a mão no braço. - Dr. Avisa a ela que eu estou... Como é o nome do bagulho? - Questionou confuso.

Médico: Hospitalizado.

Ret: Isso aí. Tou hospitalizado.

Anna: Eu te odeio. - Afirmei, antes de envolvê-lo nos meus braços.  Na mesma hora senti seus braços ao redor da minha cintura, retribuindo o abraço com carinho.

Ret: Apesar de você ser chata, é impossível te esquecer, amor. - Sussurrou em meu ouvido, fazendo-me sorrir abertamente.

É incrível como o abraço dele tinha o poder de consertar tudo. Eu sentia como se meus cacos estivessem sendo colados. Era tão bom estar no abraço dele, eu sentia muitas saudades. Estava feliz, finalmente.

Médico: Ranran. - O Dr. pigarreou, fazendo nós se afastar. - Desculpe te enganar, mas não podíamos negar um pedido tão inusitado como esse. - Ele deu um sorriso curto, mas logo continuou. - Ele está bem.

Anna: Bem? Mas os exames estão bons? Não tem nada de errado?

Médico: Nada. Está tudo ótimo com ele. - Me garantiu.

Anna: Mas eu percebi que o senhor estava preocupado, então eu pensei em várias coisas. - Expliquei, me aproximando mais do médico.

Médico: Sim, e ainda estou preocupado, porque não é todo dia que presenciamos um milagre. - O Dr. Olhou para Filipe. - Senhorita Dias, entenda; em todos anos de trabalho eu nunca vi alguém ficar por tanto tempo em coma e acordar como se estivesse apenas tirado um cochilo. Os exames neurológicos dele estão bons, os cardiológicos também. Saturação ótima. O ferimento da bala está com uma cicatrização excelente, e sem contar que ele não perdeu nenhum movimento do corpo. Geralmente os pacientes que ficam muito tempo em coma necessitam de fisioterapia, pois podem perder um pouco dos movimentos, e até mesmo fala, mas ele está com todas as funções ótimas.

Anna: Que merda! Seria de grande ajuda se ele ficasse sem falar, ele é muito chato. - Brinquei rindo.

Ret: Ei!  - Protestou, mas rindo também.

Médico: Vou atualizar o prontuário dele, e daqui a pouco eu retorno. - O médico falou e antes de sair chamou-me atenção. - Senhorita Dias já pode ligar para seus familiares. - E saiu.

Esperei que o médico fechasse completamente a porta e me virei pra Filipe, o abraçando com mais força.

Anna: Eu fiquei com muito medo. Fiquei com medo de que você morresse. - Confessei, com a voz um embargada pelo choro contido.

Ret: Agora estou aqui, morena. - Ouvi a voz dele estava me causando uma sensação nova, inebriante, algo que não consigo explicar em palavras.. - O médico disse que você não estava sozinha. Cadê a minha mãe? - Questionou, me olhando nos olhos agora.

Antes que eu possa responder dona Vanda adentra ao quarto totalmente desesperada, me afasto do filho dela dando espaço para que ela possa abraça-lo e conversar com ele.

Vanda: Oh meu filho... - Segurou seu rosto chorando. - Estava com tantas saudades, tive medo de perde-lo. - O abraçou apertado.

Ret: Eu estou aqui mãe. Estou aqui com a senhora. - Abraçou ela também.

Anna: Eu vou ligar pro pessoal. - Avisei me afastando.

Os dois continuaram conversando, e me afastei por completo para poder fazer as ligações.

(...)

O pessoal estava todo reunido. Foi difícil convencer o médico a deixar todos entrarem no quarto, o importante é que deu tudo certo. Filipe sorria e fazia gracinhas com o pessoal, principalmente com a Bella.

Nem parecia que fazia algumas horas que saiu do coma.

Bella: E quando você vai receber alta? - Perguntou curiosa.

Anna: O médico não avisou ainda, mas provavelmente em breve.

Ret: Eu espero que seja logo, oh comida ruimzinha que eles servem aqui viu. - Fez careta.

Cabelinho: Nam, é muito ruim mermo. - Falou rindo.

Cobra: E como você tá se sentindo? Dor? - Perguntou ao Filipe.

Ret: Papo reto, sinto umas dorzinha aqui e ali, mas o médico disse que era normal pelo tanto de tempo que fiquei na mesma posição. Ele disse que minha saúde tá ótima. - informou.

Cabelinho: Já visse? O cara tem sete vida. Virou um gato foi? - Zombou.

Ret: E quem disse que não sou um gato? - Arqueou as sobrancelhas, convencido.

Bella: Realmente quem disse? Tu parece mais uma caveira maconhada.

Ela falou, sorrindo sarcástica. Ele a olhou e estirou língua, é parece que alguma coisa nunca muda.

Vanda: Bom, gente a conversa tá ótima mas Filipe precisa descansar.

Ret: Mas do que eu já dormi? Aí se me fode mãe. - negou com a cabeça.

Vanda: Você ainda tá sob medicamentos, até quando vai resistir? - Questionou, cruzando os braços.

Pior que é verdade, o Filipe não estava como antes cheios de aparelhos, contudo, ainda estava tomando o soro.

Anna: Sua mãe tem razão, mas ele pode ficar acordado até dá sono. - Falei por ele. - Você tá com sono? - Observei o mesmo.

Ret: Tou não pô, tou dizendo. - Balançou a cabeça.

Bella: Então problema resolvido. - Sorriu pra dona Vanda.

Ela sorriu de volta e se afastou indo conversar com o médico sobre a alta do Filipe. Enquanto isso o pessoal se concentra em informar o Filipe o que anda acontecendo sobre a ausência do mesmo.

Cabelinho: Inclusive, dei um fim naquele filho da puta. - Se referiu ao dono do morro vizinho.

Ret: Jae, valeu.

Apesar de saber que ele provavelmente queria da um fim nele, o mais certo era fazer isso. Não sabíamos que dia ou mês, ano que ele acordaria e cabelinho queria o vingar. A única coisa que passou pela a nossa cabeça foi isso, e sinceramente eu até gostei.

Por alguma razão fiquei com medo de perder Filipe novamente por conta dessa vida que ele leva, e mesmo que essa seja a forma que ele ganha a vida ainda sinto medo e insegurança.

Algumas horas se passou e o horário de visita também, o pessoal foi pra casa e eu fiquei. Não queria sair daqui sabendo que amanhã o meu dia é corrido. Tem o restaurante que acho impossível dona Vanda abrir, e a escola, a consulta.

Sentei-me na cadeira ao seu lado.

Anna: Se eu pudesse traria o Marvin aqui pra te ver.

Ele arregalou os olhos e balançou a cabeça.

Ret: Aquele cachorro é um capeta, tenho a maior certeza que nem sentiu a minha falta. - Negou rapidamente.

Soltei um riso e bati no seu braço.

Anna: Não fale assim do meu bebê. - Briguei, rindo.

Ret: Eu que sou o doente e você o defende? - Questionou, incrédulo.

Anna: Você o xingou primeiro e ele nem fez nada. - O defendi. - E outra, ele sentiu sua falta sim. Sabia que ele dormia em cima da tua camisa?

Ele arqueou as sobrancelhas e disse.

Ret: Você deixou ele dormir em cima da minha camisa? - Questionou.

Balançei a cabeça em confirmação.

Ret: Pô, morena. Ele já fudeu com a minha Kenner e agora minha camisa? - Falou incrédulo.

Anna: Filipe deixa de ser idiota, o meu bebê é limpo e ele dormia em cima da nossa cama. Claro com a camisa embaixo dele.

Ret: Mudou muita coisa. - Revirou os olhos.

Anna: Deixa de ser besta. - Revirei os olhos também. - Como você está se sentindo depois de tudo isso?

Ele me olhou por alguns instantes e depois retornou a dizer, sua expressão tornando-se inexpressiva.

Ret: Tou me sentindo mó estranho, porém, sei que agora está tudo bem e a única coisa que quero focar é em como as coisas vai desenrolar entre a gente. - Sorriu, claramente idealizando alguma coisa entre a gente.

Certamente eu queria o mesmo que ele, porém, quero focar em sua saúde agora. Quem sabe quando voltarmos a gente não tem essa conversa.

Não estou dizendo que estou em dúvidas com meus sentimentos. Eu sei o que eu quero claramente, e nada vai mudar. Entretanto, quero ter a certeza que ele esteja bem, e quando voltarmos a gente decide o que vamos fazer daqui pra frente.

Anna: Podemos ter essa conversa depois? Vamos esperar sua mãe voltar e nos dizer o que o médico disse. - Expliquei quando ele expressou sua confusão.

Ret: Tudo bem então. - Sorriu compreendendo. - Então, a única solução é falar como as coisas continua no morro. Quero saber de tudo, e sinto que o cabelinho não me contou todas as coisas.

Apenas assenti, sentando-me mais perto dele. Comecei a contar algumas coisas que a gente ocultou, inclusive, sobre o bebê que a Luisa carrega. Sei que ela deveria dizer a ele, mas é melhor eu dizer, afinal de contas ele já suspeitava de certa forma. Apenas estou contando o resultado dos exames.

Ele ficou surpreso, e de início quieto também. Talvez, assimilando o que eu acabará de despejar em cima dele. E até compreendo, é uma responsabilidade e tanto que ele vai ter que carregar para o resto da vida. Mesmo assim, para tudo que ele precisar estarei aqui para ajudar.

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Capítulo levinho, com nosso Filipe de volta sã e salvo.
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