Tempo de Desejo

By autoradeboralima

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Esta é uma coletânea de contos adultos, se os assuntos abordados não forem do seu interesse, assim como lista... More

Nota 💶
1. O anjo devasso 🪽
2. Meu Piloto ✈️
3. Amizade colorida 🌝
4. O filho da minha madrasta
5. Paciente Silencioso (p.1 e p.2) 🍼
6. Garoto Peculiar 🔥
7. A menina dos militares 🪖 🎖️🎖️🎖️
8. Troca de Irmãos
9. Festa de Natal 🎅🏽🌲
10. Chamou de bebê, vai ter que... 🍼
11. Professor Gabriel 🧑🏻‍🏫
12. Dose dupla 🥂
13. Dentro da Academia 🏋🏽‍♀️
14. A filha do Reverendo
15. A mãe do meu melhor amigo
16. Amigo do meu (ex)namorado
16.1. Amigo do meu (ex)namorado
17.1 Daddy issues (parte 2)
17.2 Daddy issues (parte 3)
18. Novas espécies (p. 1,2 e 3) 🐺
19. Marcelo ou Ryan?
19.1 Marcelo ou Ryan? (p.2)
20. Senhor Evans - 🎀🍼
21. Baby na mafia
22. Meu marido manhoso 🍼
22.1 Meu marido manhoso (p.2 e final)🍼

17. Daddy issues (p.1)

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By autoradeboralima

Atenção: Este conto é um age gap, a diferença de idade é grande, mas não há interação de cunho sexual entre uma menor e um adulto. Contudo, se não for um tema que te agrade, por favor, não leia. Te poupe e nos poupe de futuros desentendimentos.

•••

Oi, meu nome é Maria e sou filha de pais separados, mas que moram no mesmo teto. Desde pequena, notei o quanto meus pais eram diferentes dos outros pais, eles mal interagiam entre si, não sorriam muito um para o outro e não mantinham muito contato físico.

Até que cresci e descobri que meus pais eram separados, mas não queriam romper definitivamente o contato por minha causa, eles pensavam que se um deles saíssem de casa, eu ia sofrer muito.

Como se isso fosse mudar o fato de que eles se separaram de mim também, o que é pior do que ter só um deles fora da minha vida e dando o mínimo de atenção.

Todavia, esse afastamento deles, que me causou alguns problemas mentais, pessoais e profissionais, foi suprido por ele: Pedro Vancouver, melhor amigo do meu pai.

Pedro entrou em nossas vidas quando eu tinha 10 anos, e ele tinha 35 anos. Obviamente era o homem mais lindo que eu já vira na vida, parecia um ator de cinema. Bonito, perfumado, bem arrumado e de sorriso fácil. Toda vez que me via, ele abria um sorriso ENORME.

Claro que eu criei uma paixonite boba de criança, ele era o único adulto que me dava a devida atenção. Ele me dava atenção, tipo, mesmo mesmo. Ouvia as minhas histórias, elogiava as minhas roupas, me dava presentes mesmo quando não era o meu aniversário e me ajudava na lição de casa quando eu tinha sorte dele chegar e me encontrar estudando na mesa da cozinha.

Meus pais odiavam que eu estudava lá ao invés de estudar na mesa totalmente organizada e acoplada para os meus estudos, com direito a tudo que um estudante poderia pedir. Na verdade, eles não gostavam de casa nada do que eu dizia ou fazia. Não se interessavam em ouvir sobre o meu dia, sobre as poucas conquista que eu tive durante os estudos, que eram poucas.

Nunca fui a melhor estudante, mas eu gostava muito de matemática e ganhei algumas olimpíadas.

Com Pedro em nossas vidas, parei de contar e mostrar as coisas aos meus pais e ficava ansiosa para ver Pedro e contar tudo para ele.

Eu suspirava quando o vi, também lhe abria um grande sorriso, mas acho que ele só me via como uma criança e filha do seu amigo, até porque eu nunca teria idade para ter qualquer envolvimento com um homem mais velho.

A primeira vez que me sentei em sua perna para abrir um presente que ele tinha me dado, com 11 anos, parecia que eu ia derreter. Mas Pedro, não, ele só estava lá normal e esperando para ver a minha reação ao ver os patins que eu tanto queria. Ele tinha noção de como seu cheiro me deixava leve, sua mão no meu braço me deixava envergonhada de um jeito bom e seus abraços me enchiam de esperança.

Vocês podem perceber que uma hora isso ia dar muito errado. Pra mim, obviamente. Eu tentava sentir coisas e borboletas no estômago pelos garotos que todas as minhas amigas gostavam da escola, mas não, ninguém chegava aos pés de um homem como Pedro. Eles nem tinham barba ou roupas elegantes como os ternos que ele usava.

A minha alegria caiu por terra aos 15 anos, quando já estava pronta e imaginando que agora teria idade suficiente para dizer a Pedro sobre meus sentimentos, quando ele apareceu com uma mulherzinha em nossa casa. A perua de tinha nome da vagabunda e eu fiquei tão furiosa e com o coração batendo rápido no peito que não sabia que gritava ou se chorava.

Era o aniversário da minha mãe, ela o convidou, mas ninguém tinha convidado aquela broaca que se apresentou como Emanuella. Eu queria muito chamar ela de feia, mas ela era uma mulher alta, negra, usava saltos alto e um vestido que nunca ficaria bem em mim. A pele dela brilhava, assim como os seus dentes brancos ao sorrirem para o meu Pedro.

Consegui sair da sala disfarçadamente quando eles chegaram para não ter que cumprimenta-la, eu jamais tocaria na mão daquela idiota que não sabia que Pedro estava predestinado a mim.

Como ela ousou entrar na minha casa? Ela nem foi convidada!

Me escondi durante a festa inteira, observava de longe eles me procurando e vomitei no banheiro quando o vi beijá-la. Me deu asco e nojo, ele enfiou a língua na boca dela na frente de todos mundo!

Subi para o meu quarto e vomitei no banheiro, pensei em me deitar e fingir que dormia, mas resolvi que hoje era o momento de mexer nas coisas da minha mãe. Coisa que eu nunca tinha feito.

Fui direto na gaveta de calcinhas e sutiã, ela tinha muitas lingeries de renda e elegantes, enquanto eu só usava coisas sem graça e aqueles top de criança para segurar os seios que eu mal tinha. Me dava vergonha, algumas garotas da escola tinha peitos grandes e bicos enormes formados.

Peguei um sutiã da minha mãe e corri para o meu quarto. Era um sutiã de bojo, eu consegui ajustar as alças para caber em mim. Tirei minha blusa e meu top sem graça e coloquei o sutiã preto e rosa, de renda, fiz igual as garotas da escola e puxei os seios pra cima, para ficarem visíveis na minha blusa mais apertada que eu tinha no guarda-roupa.

Por incrível que pareça, deu certo, fiquei peitos maiores por causa do bojo, estava sorrindo para o espelho do quarto quando ouvi as batidas na porta. A música tinha parado, então imaginei que a festa tinha acabado e que poderia ser meus pais.

Mas descartei essa possibilidade, eles não se importavam comigo o suficiente. Então abri a porta e dei de cara com Pedro, somente ele. Ele estava com alguns fios branco nascendo na barba e na cabeça, e estava mais musculoso também, ele gostava de gastar seu tempo livre na academia.

— Maria, você... — Pedro perdeu um pouco da voz quando viu meu decote, mas rapidamente subiu os olhos para os meus. — Ah, oi, você está aí!

— Estou. — Ergui uma sobrancelha. Ele parecia um pouco sem graça e hesitante, então eu o puxei pela mão pra dentro do meu quarto.

Quantas vezes Pedro já não tinha entrado aqui, mas hoje era diferente, havia uma tensão no ar, eu sentia e tinha certeza que ele também.

— Estou muito triste! — Sempre soube manipular meus pais para ter o que queria, já que eles não queriam me ouvir falando sem parar, e depois foi Pedro, ele gostava de fazer tudo por mim, como se eu fosse sua sobrinha. Assim ele tinha me dito uma vez, que seu irmão se recusava a lhe dar uma sobrinha e que ele queria muito uma.

— O que aconteceu? — Se mostrou preocupado, como o velho Pedro.

— Disse que ia me buscar na escola ontem pra gente ir pra sua casa e não foi! — Menti, mas ele nunca se lembrava das coisas que me prometia, pois eram muitas, e a maioria ele cumpria.

E eu amava passar um tempo em sua casa, era linda e tinha uma piscina maior do que a nossa. E ele tinha decorado um quarto só para mim, também tomávamos café juntos na mesa e ele sempre me levava para almoçar fora.

— Eu disse? Ah, eu sinto muito, realmente não me lembrava. — Como sempre, Pedro me abraçou pelos ombros e eu a sua cintura, colocando o rosto em seu peito. — Prometo te buscar na segunda-feira, se eu conseguir sair do trabalho cedo.

— O que ganho se você esquecer de novo?

— O que quiser.

Eu já disse que ele faz questão de me mimar?

— Mesmo?

— Quando é que não dou o que a dondoca quer?

— Então podemos ir no cinema?! Saiu um filme muito legal que eu queria ver.

— Tudo bem. E, eu tenho uma novidade. — Lá vem... — Tem uma pessoa lá embaixo que eu gostaria muito que você conhecesse.

Pedro me afastou pelo ombros e abaixou um pouco a cabeça para me olhar nos olhos. Não havia mais nenhum humor na minha cara.

— Eu acho que não estou bem pra isso. — Fiz uma careta, mas ele nem percebeu que era de desgosto.

— O que está sentindo? Não te vi a festa inteira, sua mãe ficou preocupada. Quer ir a um hospital?

— Não! Só queria que você pudesse ficar aqui hoje.

— Sinto muito, mas não posso. Como eu disse, estou com uma pessoa e gostaria muito que você a conhecesse, mas podemos deixar pra outra hora.

— Essa pessoa é um alien? Apareceu do nada? — Eu debochei, tentando sorrir e parecer que eu estava brincando, mas sem muito sucesso.

— Ham... Não, na verdade eu só queria ficasse mais sério antes de apresentar para todo mundo.

— Não deve ser tão sério. — Solto uma risada, de nervoso. E Pedro fica sério, e um tanto confuso com o meu estranho comportamento.

— Eu espero que seja. — Ele riu, meio sem graça, e beijou minha testa. — Acho que você cresceu demais e eu não percebi. Está diferente, Maria. Agora eu preciso ir, amanhã ligo para saber se está bem.

Não respondi, até que ele se virou e saiu. Me joguei na cama e mordi o travesseiro para gritar e ninguém me ouvir. Aquele corno nunca tinha feito isso, me deixar pra trás. Ele sempre ficava e cuidava de mim, se preocupava, hoje pareceu que eu não era ninguém, como quando meus pais me ignoravam.

Beleza, eu estava de drama, mas não queria perder mais uma pessoa importante na minha vida por causa de uma desconhecida.

•••

Na segunda-feira, Pedro me mandou uma mensagem dizendo que não poderia me buscar e se desculpou. Fiquei furiosa e minha colegas perceberam, quando falei que era por causa de um cara o meu súbito humor, decidiram que eu precisava de uma repaginada.

Então fomos às lojas gastar o dinheiro dos nossos pais. Finalmente comprei as lingeries que eu queria, mais sexy, nada comportadas e a maioria com nojo. Também fomos fazer depilação a laser no corpo todo e depois fomos a um salão de beleza fazer.

A todo tempo, elas tentavam tirar informações de mim, jamais contaria que era sobre um homem de 40 anos que eu estava apaixonada, mas contei que ele apareceu com um mulher. Então, elas me ajudaram a bolar um plano legal.

Infelizmente, durou um mês para o plano der certo. Ela criaram um fake com uma mulher bem bonita e gostosa, o fake que criamos deu em cima de Pedro, mas foi difícil dele cair. Mas, em nenhum momento nos bloqueou. Pegamos umas fotos sensíveis na internet, de mulher com corpo avantajado e Pedro apenas dizia que ela precisava parar com isso.

Idiota.

Eu estava tão furiosa que queria xingar ele ao mesmo tempo que queria sua atenção e algumas coisas a mais.

Depois, dei o meu número para uma das meninas e elas mandaram mensagem para ele, falando que era uma mulher e que um amigo mandou o número dele. Pedro ficou querendo saber qual dos seus amigos tinha passado o número, mas ele também não nos bloqueou e não disse que tinha namorada.

Só tinha uma foto deles dois postada até então, uma foto que me deixava ansiosa e triste toda vez que eu me prestava a ver.

Um dia, quando ele veio conversar com meu pai sobre negócios, conseguiu pescar seu celular que ele deixou na mesa da cozinha depois de tomarem um café e achei o número da namorada dele. Estava com um coração ao lado do nome, eca.

Peguei rapidamente o número dela e anotei na minha agenda. Depois, passei para as meninas e mandamos os print da conversa, também falamos que éramos a amante dele e a mulher apenas nos bloqueou.

Quase na mesma hora o celular dele tocou na cozinha e Pedro foi atender, depois de uma conversa tensa, que eu sabia quem era, Pedro se despediu do meu pai e foi embora.

Eu quase me senti mal.

Alguns dias depois, ele voltou a ser o mesmo Pedro de sempre, sem ela, ele era todo meu.


Continua....

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