Langa Pov.
Meu despertador tocou tem uns dois minutos... Cara que preguiça, por que trabalhar é tão cansativo? Faço isso simplesmente pois eu ainda não consigo viver da minha escrita, e por eu amar estar perto de livros, vou ver se passo naquela cafeteria que abriu lá do lado antes de ir para a biblioteca para ver se desperto.
Me levanto e faço higiene, quando eu chego no guarda roupa fico pensando em qual usar, afinal, lá não temos uniforme, apenas crachás, no caso, eu não tenho uniforme, apenas crachá, levando em conta que o Kaoru me deixa para cuidar sozinho de uma biblioteca por seis horas! No outro turno trabalha um cara que eu não conheço, acho que se chama Elliot, nome incomum para o Japão, mas ele deve ser estrangeiro, que nem eu.
Acabo por colocar um all star azul, uma calça cargo bege com uma blusa preta com um coração minimalista no canto das cores da bandeira, e não, não é a bandeira do Japão ou do Canadá, é aquela arco-iris que meio que me representa.
Pego meu skate e vou em direção a biblioteca, fazendo uma parada na nova cafeteria que abriu há uma semana. Abro a porta e vou até o caixa, o atendente é um ruivo muito bonito.
—Bom dia, vocês têm capuccino? —Pergunto a ele, deve ter minha idade.
—Sim! Temos de chocolate, avelã e baunilha. Vai querer algum, moço? —Ele sorri, que sorriso lindo.
—Ah, de chocolate. Quanto custa?
—Dez reais. —Que facada.
Tiro minha carteira do bolso da calça e entrego a ele.
—Aqui.
—Ótimo, me passa seu nome e seu número?
Eu tenho certeza que estava corado.
—Para quê?
—Ah, você sabe, para não causar tumulto no café, a gente pede o número do cliente para mandar uma mensagem para ele e o ser humano vir aqui pegar, e preciso do seu nome para ficar maís fácil na hora de diferenciar. —Mesmo fazendo sentido, parece que é invenção, tenho quase certeza de ter ouvido ele chamando alguém para pegar um café logo quando eu entrei.
—Ah, tranquilo. —Digo pegando meu celular e entregando a ele. — Me chamo Langa Hasegawa, e você? É falta de educação alguém se apresentar a você e você não fazer o mesmo, sabia?
Ele sorri de novo.
—Langa, certo? Nome bonito, eu me chamo Reki Ryan, pode me chamar de Reki.
—Está bem, Reki.
—Ótimo, vou fazer seu capuccino, pode esperar em alguma mesa. —Ele sai.
Eu vou até uma mesa e fico esperando, enquanto isso, salvo seu contato como "Cara bonito do capuccino", assim que termino, recebo a mensagem.
Mensagens On
Cara bonito do capuccino☕
Está pronto, Langa. Pode vir até o caixa? Qualquer coisa, eu posso levar aí.
Estou indo.
Mensagens Off.
Caminho até a bancada e vejo o Reki segurando meu capuccino.
—Aqui, pega. — Ele me entrega sorrindo.
—Ah! Obrigado! —Tento sorrir para ele.
—Ei, Langa. —Ele me chama, devo confessar que me assustei um pouco.
—Sim?
—Se quiser mandar mensagem sem ser sobre café, talvez combinando para ir em algum lugar, pode chamar viu? Saio as 13 horas então eu estou livre a tarde e a noite toda. —Ele me analisava, meu Deus, o Reki deve ter percebido o coração na camisa.
—Ah, C.. Claro! Só me avisa quando estiver livre.
Pelo amor de Deus, né Langa! Ele acabou de falar que fica livre depois das 13!
—Sempre estou praticamente, por mais que nas sextas-feiras eu faça hora extra então fico até as 19 horas, tendo leves intervalos para poder comer e quando chego em casa simplesmente capoto.
—Deve ser muito cansativo, você deveria se cuidar mais.
Ele sorri para mim.
—Pois é, mas também preciso do dinheiro.
—Entendo, então... Te vejo depois? Acho que estou atrasado para o meu trabalho.
Acho que hoje eu já devo ter conversado mais do que eu conversei na semana inteira.
O Reki ri para mim, acho que está se divertindo.
—Claro, mas antes, onde você trabalha?
—Aqui do lado na biblioteca Blossom.
—Já fui lá algumas vezes, nunca te vi. Só um cara moreno chamado Elliot.
—Ele é do outro turno.
—Ah entendi. Então até depois, Hasegawa!
—Até!
Bebia meu capuccino até chegar na porta da biblioteca, bebi bem rápido e coloquei o copo de papel no lixo que tem perto da porta.
Quando entrei vi Kaoru na bancada da biblioteca lendo um livro.
—Atrasado. —Ele fala.
—Eu sei, eu sei... Fui na cafeteria aqui do lado e o atendente puxou muita conversa comigo.
Kaoru sorriu como se tivesse suposições.
—O Reki? —Ele perguntou.
—Ele mesmo, até pediu meu número dizendo que era para não causar tumulto na cafeteria quando os cafés ficassem prontos e eles apenas mandarem mensagem, achei estranho.
Ele ri como se as suposições da sua cabeça estivessem certas.
—Estranho? É porque ele mentiu, ele só queria seu número mesmo, quando eu fui lá e meu café ficou pronto, esse ruivo aí gritou meu nome bem alto, deixou o ruivinho apaixonado, não foi, Langa?
Não posso ver meu rosto, mas tenho certeza que eu estava um pimentão.
—Não sei do que está falando.
—Ah tá, e ele disse mais alguma coisa? —Fala com aquele sorriso fanfiqueiro.
—Bem, ele falou que eu podia mandar mensagem sem ser sobre café se eu quisesse e que eu era para chamar ele para sair um dia.
Kaoru começa a rir muito, eu não estou entendo.
—Caramba Langa, o muleque flertou legal contigo, viu? Devia dar uma chance.
—Não sei... Não sei se estou pronto para tentar algo de novo.
—Ele parece ser um cara legal, duvido que fizesse alguma coisa.
—Todos parecem.
—Achei que tivesse superado. —Kaoru fica sério, ele sabe do que aconteceu, não é coisa que se brinque.
—Também achei... Vou ir organizar os livros.
—Certo... —O rosado responde meio baixo.