I hate you | miotela ✓

By bestversionray

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" só ri de uma cicatriz quem nunca foi ferido" Para Ana Flávia, Gustavo é apenas um badboy estereotipado que... More

prólogo
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Epílogo
fic nova

07

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By bestversionray

ANA FLÁVIA,
Point of view.

Meu celular vibrou em cima da mesa, indicando uma nova mensagem. Vi no visor da tela uma mensagem de Rudi.

Rudi: seu pai está aqui.

Meu coração acelerou com a noticia, e senti que minha morte estava cada vez mais próxima.

- Ana, desliga o celular por favor. - escutei a voz do professor, e desliguei o celular, fazendo o professor retornar a sua aula.

Meu pai vai me matar.

Isso se ele não fizer algo pior, e me fazer passar vergonha aqui, na frente da escola toda.

Com meus cotovelos apoiados na msa, escondi meu rosto entre minhas mãos, querendo sumir. Será se dá tempo de eu fugir? Talvez eu fosse para bem longe, ou ficasse fora só alguns dias.

Mas isso não resolveria meus problemas, só iria piorar eles.

Por que logo meu pai tinha que vir? Se fosse minha mãe, eu estaria mais tranquila.

Tudo isso culpa daquele merda do Peter, tomara que o nariz dele fique pior que o meu, por mais que eu saiba que o meu soco não foi tão potente. Preciso treinar mais meus socos.

- Está tristinha porque? Sabe que o papai vai te matar. - disse Gustavo quando voltou do banheiro e se sentou ao meu lado, colocando sua mão na minha cabeça e bagunçando meu cabelo.

Eu tive o prazer de ter paz enquanto ele foi ao banheiro, mas não demorou muito pro desgraçado voltar.

Levantei minha cabeça, o olhando com ódio e tirando sua mão da minha cabeça.

- Por que você insiste em me tirar do sério? - perguntei irritada.

Ja não basta tudo que está acontecendo, ainda tenho que aturar Gustavo. Eu só posso ter feito algo muito ruim pro universo estar me castigando dessa maneira.

- Porque é divertido, morena. - disse sorrindo divertido.

Não sei porque ele gosta tanto de me irritar, nunca entendi o porquê dele sempre estar me provocando.

- Não é só por isso, não é possível. - disse o olhando seriamente. - Se fosse porque você acha divertido, você também iria irritar outras pessoas.

- Você quer mesmo saber? - perguntou mudando sua expressão, de divertido e irônico, para sério.

Me olhou de uma forma séria, que nunca me olhou. Até estranhei.

Assenti com a cabeça, esperando sua resposta.

- É porque eu sempre fui apaixonado por você, e essa foi a forma que encontrei para chamar sua atenção. - ele pegou minha mão, e a segurou enquanto falava.

O olhei surpresa e incrédula. Ele está me zoando, não é?

Mas ele está tão sério.

Estava assustada com essa "declaração", sentia que minha face estava paralisada, e no meu cérebro, pareceu que deu pane no sistema.

Escutamos o sinal bater, mas continuei o olhando surpresa, e sentia meus olhos um pouco arregalados. Até que ele começou a rir. Mas ele riu de verdade.

A gargalhada que Gustavo estava dando, me fez tirar minha mão da sua com força, percebendo que ele estava tirando com minha cara. Não sei nem porque eu acreditei em um segundo que era verdade.

- Qual é Naflávia? Pensou que eu estava apaixonado por você? - perguntou ainda rindo.

- O que? Lógico que não, seu... Seu idiota. - levantei da minha cadeira rapidamente, para sair da sala e ir para minha próxima aula, podendo ficar o mais longe do Gustavo que der.

Ele também se levantou, ficando na minha frente, e me impedindo de continuar o meu caminho até a saida da sala. Vi que ele estava tentando se recuperar do seu ataque de riso, enquanto eu sentia meu interior implorando para eu quebrar todos os dentes da sua boca.

- Não foi o que pareceu disse segurando minha bochecha, - mas tirei sua mão da minha bochecha. Ele abaixou seu rosto na altura do meu, e se aproximou, deixando o espaço que nos separava, cada vez menor. - Você bem que queria, não é? - perguntou sorrindo e próximo a mim.

Muito próximo.

- Você está invadindo meu espaço pessoal. - eu disse colocando meu braço entre nós dois, e o empurrando, fazendo ele se afastar mas não totalmente.

- Ana Flávia, seu pai está te chamando. - escutei a voz do professor, me fazendo levar meu olhar até a porta, vendo meu pai olhando para mim e Gustavo com ódio.

E se ele entendeu errado? Gustavo e eu estávamos muito próximos, pra pensar qualquer merda sobre o que estava acontecendo, é fácil. Sem contar que meu pai odeia Gustavo.

Engoli em seco, empurrando Gustavo dessa vez com mais força, e ele se afastou de mim, com os olhos na porta. Olhando para meu pai, que encarava ele de volta

- Até amanhã, Naflávia. - escutei a voz de Gustavo, e eu tenho certeza que ele fez isso pra irritar meu pai. E é claro, me irritar.

Andei até a porta rapidamente, e vi meu pai desviar o olhar de Gustavo para mim. Ele parecia nervoso.

- Vamos, Ana. - disse com a voz firme e autoritária.

Concordei com a cabeça, e saímos da escola. Deduzi que meu pai pediu pro diretor me liberar mais cedo, e como os dois são amigos, tenho certeza que o diretor não pensou duas vezes antes de fazer isso.

Andamos para fora da escola, e o tempo todo o caminho foi feito em silêncio. Pelo menos ele está deixando a bronca para dar em casa, e não aqui na escola e me fazer passar vergonha.

Quando entramos no carro, que estava estacionado em frente a escola, ele começou a falar.

- Eu não acredito no que você fez, Ana Flávia. - escutei a voz do meu pai.

Sua voz estava controlada, e com uma falsa calma. Eu sabia que o pior ainda estava por vir.

- Me desculpa - disse baixo, não tendo coragem para olhar na direção do meu pai.

- Você tem noção? Eu tive que sair do meu trabalho pra vir aqui, porque minha filha deu um soco na cara de um aluno - ele disse alterando um pouco a voz. - Mas isso nem foi o pior, porque eu chego aqui e descubro que tem um maldito video seu tirando a maldita roupa. - mordi a parte interna da minha bochecha, com os olhos fixados nas minhas mãos, que estava em cima do meu colo.

Consegui ver meu pulso inchado e mais roxo que antes.

- Você é uma decepção. Sabe a vergonha que é isso? - disse ligando o carro. - Eu vou dar um jeito nesse video, mas eu não vou admitir que você aja como uma puta novamente.

Senti meus olhos lacrimejando, e me sentia humilhada.

Meu pai está me chamando de puta, isso é sério?

Respirei fundo, e senti minha respiração ficar presa na garganta, enquanto sentia vontade de chorar.

- Entendeu Ana? - perguntou e eu assenti com a cabeça. Eu não ouvi.

- Entendi. - disse baixo, sentindo minha voz falhar um pouco.

- Ótimo, - disse começando finalmente a dirigir em direção a nossa casa.

Eu estava com ódio. Ódio do meu pai, ódio do vídeo, ódio de mim, ódio do Peter, ódio do Gustavo. Odio de tudo.

Quando o carro estacionou em frente a casa, desci do carro rapidamente, sem esperar meu pai e entrei em casa.

Estava me segurando para não desabar ali mesmo.

- Ana Flávia Castela. - escutei sua voz, quando eu estava pisando no primeiro degrau.

Respirei fundo antes de me virar na sua direção.

- Você está de castigo. É da escola pra casa, e de casa pra escola, sem ir pra casa dos seus amigos, ou qualquer outro lugar. - ele disse e eu cerrei meu maxilar com força.

- Isso é injusto. - disse irritada, e sentindo que não conseguiria segurar meu choro por muito tempo.

- Não discuta comigo. - ele disse e passou direto por mim, indo para a cozinha.

Fechei meus olhos, respirando fundo e me controlando ao máximo pra não enlouquecer e sair quebrando tudo.

Subi pro meu quarto, me trancando lá, e me jogando na minha cama, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Eu me sinto injustiçada, porque quando é Guilherme ou Hugo que faz alguma merda, meu pai não diz nada para eles. Agora quando sou eu, ele faz parecer que eu sou um monstro.

Hugo e Guilherme já fizeram coisas piores do que um video, e mesmo assim, eu sou a vergonha, e a decepção.

Me virei, olhando para o teto e decidida a não deixar mais nenhuma lágrima escorrer. Não vou chorar por isso. Eu queria ter minha mãe para conversar nessas horas, queria poder desabafar, mas é claro que ela não está aqui quando eu preciso.

Não sei quanto tempo se passou, mas em algum momento, senti meu corpo pesar, e meus olhos fechar quase que inconscientemente.

Não vi o momento em que dormir, apenas quando acordei com alguém me balançar pelo ombro. Abri meus olhos lentamente, até me acostumar com a luz alaranjada que entrava pela janela, que me fez perceber ser de tarde e que o sol estava se pondo.

Olhei para quem estava interrompendo meu sono, e vi Hugo sentado na ponta da minha cama me olhando.

- Você estava babando e roncando enquanto dormia. - ele disse e eu revirei os olhos, me virando pro lado oposto que ele estava e querendo voltar a dormir.

- Me deixa em paz - murmurei com sono.

- Qual é Ana, vim aqui conversar contigo. - disse me virando pra ele de volta. - Eu soube que papai descobriu sobre o video.

- E dai? Você já não ia contar mesmo? - disse emburrada, me sentindo estressada.

- Lógico que não. - ele disse como se eu tivesse o ofendido. - Não enquanto você fizesse o que eu quisesse.

- O que você quer Hugo? Me deixa dormir vai. - eu disse sentindo minha paciência se esgotar.

- Eu sei como você fica quando ele briga com você. - ele disse dessa vez falando sério.

- Ele disse que eu sou uma decepção e uma vergonha. - disse sentindo um biquinho se formar nos meus lábios.

Odeio querer chorar por tudo.

- Você sabe que ele não queria dizer isso.

- Ele sempre diz isso - disse desviando o olhar do meu irmão, para a parede do meu quarto,

- Mas é mentira, é só que ele se preocupa demais com você. - ele disse tentando justificar.

- Que bela maneira de mostrar que se preocupa. - eu disse revirando os olhos. - Ele vive querendo me controlar, e é sempre eu, só eu.

- Eu acho que é porque você é a mais nova. - disse e vi ele dar de ombros.

- Ou porque eu sou uma garota.

- Ele não era assim com a Eliza. - ele disse e eu o olhei - Não muito, pelo menos. - murmurou.

- Ele é machista, você e Guilherme vivem fazendo merda, e quando eu faço uma coisinha de nada, só falta ele me trancar em uma torre e me chamar de Rapunzel. - eu disse cruzando meus braços.

- Não é assim, Naflávia. - ele disse e eu o olhei. - Você tem sorte dele te deixar de castigo, comigo e com Guilherme é diferente.

- O que quer dizer com isso? - perguntei franzindo o cenho.

- Quando fica irritado, normalmente costuma a nos ameaçar - ele disse e eu arregalei os olhos, me sentando e olhando seriamente para Hugo.

- Ele bate em vocês? - perguntei aterrorizada.

- Não, não mais - disse balançando a cabeça.

- Por que nunca me contaram?

- Não queríamos te envolver nos nossos problemas com ele, não queremos que sobre pra você no final.

Eu nunca imaginaria que meu pai faria uma coisa dessas. Bater em seus filhos? Eu não acredito que eles nunca me contaram.

- E também, depois que começamos a bater de frente com ele, ele não fez mais nada. - disse dando de ombros. - Ele não pode contra mim e Guilherme.

- Por que ainda mora aqui? - perguntei, não entendendo, ainda mais depois de saber disso.

- Não vou te deixar com esse imbecil sozinha - ele disse abrindo um pequeno sorriso. - e você também não vai se livrar de mim tão cedo, pirralha - disse bagunçando meu cabelo.

- Que merda, porque todo mundo gosta de mexer no meu cabelo. - disse irritada, arrumando os fios, que já estavam bagunçado por eu estar dormindo.

Escutei Hugo rindo, e ele se levantou e saiu do quarto, me deixando sozinha novamente.

Pelo menos, meus irmãos são os melhores que eu poderia ter. Tirando a parte que eles me irritam, claro.

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gente kkkk se vcs vissem meu estado escrevendo
Esse episódio kkkkk eu chorei, Sim eu chorei
Escrevendo esse kkkkkk socorrooooo muito emotiva

+de 2000 palavras

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