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#pandagravidinho 🐼
🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑
"Jimin"
Era um dia bonito e eu me sentia bem ao estar ao lado do meu filho mais velho. Estávamos sozinhos naquele momento, e era a primeira vez desde o sequestro. Hawoo segurava com firmeza a minha mão enquanto caminhávamos juntos em direção à primeira sessão de terapia presencial.
Eu havia optado ir até o consultório após um mês inteiro sendo atendido em casa com ele e Jungkook. Mas era perceptível como Hawoo havia ficado assustado, principalmente com o fato de andar de carro e sempre depois da escola, então era um exercício com ele, e também uma atividade entre nós dois.
ㅡ O que acha de irmos a um shopping bem caro depois daqui? ㅡ perguntei a ele, vendo-o sorrir. Se havia algo que Hawoo amava fazer, essa coisa era compras!
ㅡ Mesmo, pai? Mas a gente vai só dar uma olhadinha como o papai Jungkook sempre faz?
ㅡ Não, a gente vai gastar uma grana, ok? E depois a gente vai na Dae-Min rapidinho porque eu preciso assinar alguns documentos, você pode ficar comigo e conhecer a sala de treino.
ㅡ E você acha que dá pra ir ver os artistas ensaiando também?
ㅡ Talvez dê. Mas quem você quer ver? O tio Hoseok?
Hawoo negou, apertando mais os meus dedos.
ㅡ Eu quero ver o Star Girl!
ㅡ Star Girl? Eu não sabia que você gostava de grupos femininos.
ㅡ Eu comecei a gostar por causa do Star Girl, pai! Elas são lindas. E tem a Minah, ela tem quatorze anos, é só um pouquinho mais velha que eu.
ㅡ Só um pouquinho. ㅡ ri baixo, chamando o elevador.
ㅡ É! Eu já tenho 8, lembra? A vovó fez um bolo pra mim.
ㅡ Eu lembro, sim! Foi dos heróis igualzinho ao do seu pai.
ㅡ É, o papai Jungkook me ajudou a escolher. Mas... pai, você acha que eu posso conhecer a Minah hoje?
ㅡ Talvez, eu soube que elas estão ensaiando para um programa.
ㅡ Que legal! E você acha que eu posso pedir um autógrafo?
ㅡ Talvez
ㅡ E pedir pra ela se casar comigo? Será que eu posso?
ㅡ Como é que é? ㅡ o olhei, perplexo.
ㅡ Ela é tão linda, pai, deve ter um cheirinho de morango igual aquela boneca que era da Ariel, mas que o NamHa foi quem ficou.
Observei o rosto do meu filho por mais algum tempo, eu simplesmente não conseguia acreditar no que estava ouvindo, e pior, vendo! Hawoo faltava suspirar.
ㅡ Ei ㅡ o chamei ㅡ você é muito, mas muito novo mesmo pra essas coisas. Talvez você a conheça, peça uma foto e só. Nada de namoro antes dos vinte, mocinho.
Hawoo fez um biquinho, mas assentiu.
ㅡ Tudo bem.
Sorri, mesmo um pouco abalado. Seguimos até o consultório e eu ri baixo ao perceber a reação fofa das recepcionistas. Elas tentaram se manter profissionais, é claro, mas o fato de sorrirem mais do que o habitual, além de seus olhos brilharem para mim e como uma delas repousou a mão no peito, entrega muito o que sentiam.
Eu as cumprimentei e segui para a sala privativa do consultório da psicóloga, esperando pacientemente enquanto Hawoo observava a paisagem do alto de uma das janelas de vidros de lá.
ㅡ Senhor Park? ㅡ a Psicóloga chamou, sorrindo doce.
Me ergui, Hawoo se atentou e correu até colar no meu corpo novamente. Ela se aproximou, nos cumprimentando e eu vi a forma assustada que Hawoo lhe disse "oi"
Seguimos até a sala, a ideia inicial era que eu e ele fossemos atendidos juntos, já que Hawoo ainda não parecia ficar nem um pouco à vontade.
Eu o observei atento, olhando tudo ao redor quando nos sentamos no sofá.
ㅡ Como vocês estão? ㅡ ela perguntou.
ㅡ Eu me sinto bem. ㅡ respondi, olhando para meu filho.
Ele sorriu sem jeito, tímido e assentiu.
ㅡ Eu também. ㅡ murmurou baixinho.
ㅡ Que bom. Você percebeu como o dia está bonito hoje? ㅡ Ela relaxou a postura, cruzando as pernas.
Ele assentiu novamente.
ㅡ É dia lindo para ir ver o mar. ㅡ comentei, vendo-a sorrir.
ㅡ Faz anos que eu não vejo o mar. ㅡ a ouvi me responder.
ㅡ Eu vi o rio... ㅡ Hawoo falou baixinho. ㅡ lá na ponte quando... o moço mal deixou eu e os meus irmãos.
ㅡ Ah, é verdade. ㅡ ela me olhou brevemente antes de se inclinar devagar ㅡ o rio estava bonito?
Hawoo negou.
ㅡ Estava cinza. ㅡ ele apertou os dedos, parecendo chateado ㅡ e a Ariel estava chorando, então eu falei com ela até ela parar de chorar.
Meu coração se apertou de imediato.
ㅡ Você quer me contar como se sentiu nesse momento que ficou no carro com os seus irmãos?
Hawoo negou, voltando a me apertar no braço.
Desde o início das consultas, ele se recusava a contar sobre como se sentiu naquele instante.
ㅡ Mas e se eu te pedisse para desenhar? ㅡ ela perguntou, fazendo os olhinhos dele se acenderem. ㅡ você desenharia?
Hawoo balançou os pezinhos, mas depois de um tempo, ele assentiu.
A psicóloga sorriu, buscando folhas coloridas e muitos lápis de várias cores e texturas.
Ela colocou sobre uma mesa pequena no canto, deixando Hawoo fazer aquilo no seu tempo e aproveitou para me oferecer uma xícara de café, deixando o ambiente ainda mais confortável.
E conversando com ela de forma tranquila, ela me perguntou ainda observando Hawoo imerso nos desenhos que fazia:
ㅡ E você, Jimin, quer compartilhar seus sentimentos sobre tudo isso? Como se sentiu durante o sequestro e desde então?
Suspirei antes de assentir devagar.
ㅡ Eu me sinto culpado...
ㅡ Por que se sente culpado?
ㅡ Por não perceber os sinais, por estar tão focado em minha recuperação após a cirurgia, pela turnê que estou organizando, em tudo menos a minha família e no perigo que estavam correndo. Se ao menos eu tivesse notado Eunwoo se aproximando naquela tarde, eu poderia ter protegido melhor as crianças.
ㅡ Jimin, é importante entender que a culpa não é sua. ㅡ ela disse, me levando a sentar no sofá outra vez ㅡ Você não poderia prever as ações do rapaz. Ele é o único responsável por suas ações. A culpa que você sente pode ser parte do processo de lidar com o trauma, mas é fundamental perceber que você não está sozinho nisso.
Assenti, apertando meus lábios, olhando para a xícara.
ㅡ Falar sobre o que o aflige, Jimin, pode ser um passo importante para aliviar esse peso. Às vezes, compartilhar seus sentimentos pode trazer clareza e permitir que você se liberte da culpa que carrega.
ㅡ É que... na verdade, eu acho que me sinto sobrecarregado. ㅡ a olhei, suspirando ㅡ A cirurgia foi a realização do meu sonho maior, mas atrasou completamente a minha agenda e me fez sentir culpa de ser irrelevante para a empresa também. A minha turnê foi adiada, os meus fãs entenderam, mas alguns disseram que isso era parte da minha irresponsabilidade profissional.
ㅡ Jimin, é normal sentir-se sobrecarregado, especialmente quando se lida com mudanças significativas, como a cirurgia. ㅡ ela fez uma breve pausa, bebendo do próprio café ㅡ Quanto à empresa e aos fãs, é importante reconhecer que você é humano e tem limitações. As expectativas e críticas externas nem sempre refletem a realidade. Você merece compaixão, principalmente de si mesmo. Muitas vezes, carregamos culpas desnecessárias sobre nossos ombros. O importante é aprender a separar o que está sob nosso controle do que não está. Se permita sentir e, ao mesmo tempo, ser gentil consigo mesmo.
ㅡ Às vezes, é difícil lembrar que também mereço compaixão, não só dos outros, mas de mim mesmo ㅡ ri baixo, sentindo um amargo na garganta, mas como ela, bebi um pouco do meu café, sentindo enfim o gosto doce como eu amava. ㅡ mas obrigado...
Ela sorriu, tocando minha mão. Mas olhamos para Hawoo quando ele se ergueu e correu até onde estávamos, se achegando a mim quando ergueu as folhas para ela.
ㅡ Woah... Hawoo, você fez um trabalho maravilhoso. ㅡ ela elogiou, deixando as folhas sobre a mesa de centro na frente dos estofados. O primeiro desenho era explícito, mas ela sorriu para ele e perguntou: Você pode me contar sobre eles?
Hawoo assentiu, mesmo que ainda estivesse tímido.
ㅡ Este é o carro na ponte, comigo e meus irmãos dentro. ㅡ ele apontou para o primeiro ㅡ Aqui é o céu escuro, mas não estava a noite, era por causa dos vidros fechados. Eu tô com medo ㅡ ele apontou para o garotinho na folha ㅡ e meus irmãos estavam chorando, eu acho que eles estavam com medo também.
ㅡ Entendi... mas mesmo com medo você conseguiu acalmar eles?
ㅡ Uhum. Eu sou o irmão mais velho. ㅡ ele disse.
ㅡ Uau... eu acho que você é o melhor irmão mais velho do mundo inteiro. ㅡ ela disse, o fazendo sorrir com as bochechas vermelhas.
ㅡ E esse aqui? ㅡ ela apontou para o segundo.
Os olhos de Hawoo vieram para mim, mas ele explicou também.
ㅡ Esse é o papai Jimin. Ele estava com medo, eu vi nos olhos dele, mas ele sorriu quando disse que estava tudo bem. Por isso eu não saí do carro e esperei. Estava com medo de alguém roubar meus irmãos.
Apertei a mão sobre o peito, voltando a me sentir culpado.
ㅡ Você foi muito corajoso. ㅡ a psicóloga falou, sorrindo para ele novamente. ㅡ Mas, e este último desenho? ㅡ ela apontou para o desenho e eu o olhei com atenção.
Hawoo hesitou por um momento, o desenho tinha duas crianças, um menino e uma menina, e ele explicou após um tempo:
ㅡ Este é o menino feliz, que sou eu. Mas ali, atrás da árvore, é a Hana.
ㅡ E quem é a Hana, Hawoo? ㅡ ela perguntou cautelosa. Eu já havia explicado em uma das minhas consultas anteriores o fato de Hawoo ter nos mostrado ser um corpo trans e contei as formas que ele demonstrava se sentir à vontade, principalmente numa transição social tão cedo e quando ele ainda está se descobrindo também.
ㅡ Hana é o nome que dizem que eu sou na escola. Mas eu não sou a Hana. Eu sou um menino.
ㅡ Na escola? ㅡ indaguei, surpreso ㅡ como assim, filho? Eles sabem que você é o Hawoo, por que falaram isso pra você?
ㅡ É que... a gente tava fazendo uma tarefinha que falava sobre as partes dos corpos, e tinha um menino e uma menina no livro. Mas eu disse ao coleguinha que estava dividindo a mesa comigo que eu nasci no corpo que diziam que era da Hana, uma menina, mas que eu sou um menino, na verdade. Ele disse que isso não existe, que eu sempre serei a Hana. E agora me chama de Hana...
Eu estava desacreditado. Olhei para a psicóloga brevemente, mas voltei a olhar para meu filho. Eu o puxei devagar para lhe abraçar, sentindo meu coração esmagado.
Ele era novo demais pra começar a passar por aquele tipo de coisa.
ㅡ E você não contou para ninguém? ㅡ ela o perguntou, mas Hawoo negou.
ㅡ Nem pros papais e nem pra professora.
ㅡ E por que não?
ㅡ Porque eu sei que é errado e que o coleguinha ia ficar encrencado...
ㅡ Mas você ficou chateado com isso? ㅡ ela perguntou com calma.
ㅡ Um pouquinho... ele disse que ia falar pra todo mundo...
ㅡ Hawoo, é importante que você saiba que expressar seus sentimentos não é errado. Se você está triste, com medo ou com raiva, é normal e humano sentir essas emoções. Ninguém deve desrespeitá-lo dessa maneira. Se você sabe que é errado o que estão fazendo, isso significa que você tem consciência do que é certo para você, e como você deve sempre ser tratado.
Hawoo assentiu, ainda apertado contra mim.
ㅡ Contar aos papais, à professora ou a qualquer adulto de confiança sobre o que está acontecendo é crucial também. ㅡ ela continuou ㅡ Você é Hawoo e ninguém pode dizer ao contrário disso. Os adultos estão aqui para te ajudar e também para proteger você.
ㅡ Mas e se ele me chamar de Hana de novo? ㅡ ele perguntou baixinho.
ㅡ Mas ser chamado assim te faz mal, não é?
ㅡ Faz...
ㅡ Então. Você merece ser tratado com respeito, Hawoo. Ninguém tem o direito de fazer você se sentir mal por ser quem é. Se algo assim acontecer novamente, conte aos adultos de confiança para que possamos agir e garantir que você se sinta seguro.
ㅡ Pode ser a professora?
ㅡ Pode sim. E se a professora não conseguir resolver, conte aos papais, a vovó, ao titio, pode contar a qualquer um que você confie para resolver, tá bem?
ㅡ Então eu posso continuar sendo o Hawoo.
ㅡ Você é o Hawoo, filho. ㅡ falei.
ㅡ É importante que você compreenda que todos devem respeitar isso, Hawoo ㅡ ela falou. ㅡ você é Hawoo, é um menino, e ter nascido no corpo que disseram ser da Hana, de uma menina, não muda em nada. Tá bem?
ㅡ Tá certo. ㅡ ele sorriu pequeno, parecia mais confortável naquele segundo.
A consulta foi finalizada e eu a agradeci. Saímos da sala em seguida, Hawoo ainda segurando minha mão, mas agora com um pouco mais leve, até se despedindo de todos na recepção quando eu tive que marcar a segunda sessão presencial para nós dois.
Em seguida, fomos até o shopping. Em inúmeras lojas que poderíamos gastar, Hawoo sempre escolhia as lojas de departamento e corria para as sessões de camisas masculinas e infantis com heróis e bandas, me entregando sempre que escolhia uma que queria levar.
ㅡ Pai, eu posso pegar mais algumas? ㅡ ele perguntou, já segurando mais duas.
Observei a sacola que eu já tinha nas mãos e com certeza já tínhamos umas dez camisas ali.
Mas eu jamais acabaria com a felicidade do meu filho, podendo proporcioná-la.
ㅡ Pode, mas com consciência, tá?
Ele riu baixinho e assentiu, me entregando aquelas duas e voltou para entre os cabides.
Nós demoramos um pouco naquela loja, mas fomos em outras também. No fim, tínhamos umas dez sacolas de lojas de roupas e calçados, mas tínhamos alguns presentes para os outros também.
Mas como organizado na nossa agenda, fomos diretamente para a Dae-Min e eu pude apreciar a animação do meu filho ao ver alguns idols por lá, mas sempre se contendo para ㅡ segundo ele ㅡ parece acostumado com aquilo.
Ele com certeza me lembrava Taehyung quando enfim conheceu a Dae-Min também.
ㅡ Olha só! ㅡ ouvi a voz de Taemin e sorri para ele quando o cumprimentei com um abraço ㅡ vieram das compras? ㅡ ele olhou para nossas sacolas.
ㅡ Sim, depois de sairmos da terapia. ㅡ falei rindo.
ㅡ Uma segunda terapia, amo gastar dinheiro, pena que o chefe Min não me dá uma promoção nunca. ㅡ Taemin falou rindo baixo, mas olhou para Hawoo ㅡ e você, como cresceu ㅡ ele se abaixou na frente do meu filho ㅡ você sabe quem eu sou?
Hawoo assentiu, mas novamente estava tímido.
ㅡ Ah, que legal, porque eu também lembro muito de você. Por acaso você veio fazer um teste para ser cantor?
ㅡ Não... ㅡ ele falou sorrindo, se escondendo atrás de mim.
ㅡ Ah, que pena. Tenho certeza que você seria um idol mundial como o seu pai é.
Agradeci a gentileza de Taemin, mas o perguntei sobre Sejin. Ele me informou, correndo quando o chefe Min o chamou e Hawoo e eu voltamos a caminhar pela empresa, indo em busca de Sejin.
ㅡ Toc-toc? ㅡ falei quando o encontrei próximo de um dos estúdios.
Sejin sorriu, me dando um abraço caloroso e cumprimentou Hawoo em seguida.
ㅡ Você veio para assinar os documentos?
ㅡ Uhum. E Hawoo veio para ver o ensaio das Star Girl.
ㅡ Ah... então deram sorte ㅡ ele falou, olhando para o fim do corredor quando elas já caminhavam em nossa direção.
Observei Hawoo boquiaberto após um ofego alto.
ㅡ Olá, Jimin-oppa. ㅡ elas me cumprimentaram em uníssono, sorrindo em pura animação.
ㅡ Oi. ㅡ acenei para todas elas.
ㅡ Estávamos indo ensaiar, oppa. Você gostaria de ver?
ㅡ Ah... ㅡ assenti e olhei para Hawoo ㅡ eu adoraria, afinal, meu filho é um grande fã de vocês. O nome dele é Hawoo.
Todas elas olharam para Hawoo, mas os olhos dele não desviavam da garota Minah, e ela sorria calorosamente para ele.
ㅡ Olá, Hawoo. ㅡ elas o cumprimentaram em uníssono novamente, mas eu tive que rir baixinho, ouvindo o ofego dele quando as ouviu falar seu nome.
ㅡ Oi... ㅡ ele disse, baixinho, sorrindo.
Acompanhei as garotas até a sala de ensaio e me sentei num dos cantos com Hawoo e Sejin. O ensaio não era longo, mas elas repetiram a mesma apresentação por várias vezes, apenas para alcançar a perfeição.
E mesmo me sentindo cansado, com tantas sacolas de compras e com assuntos que eu gostaria de debater com Jungkook, eu não me movi para sair da sala até o ensaio se encerrar, e tudo para que Hawoo pudesse acompanhar tudo, maravilhado como continuava.
No fim, ele ganhou um autógrafo de cada uma e se controlou para não pedir Minah em casamento como ele queria.
Eu assinei inúmeros papeis e debati os últimos ajustes sobre a minha turnê. Yoongi estava presente, eu gostava daquilo, mas sentia um pouquinho de medo quando ele assumia completamente o posto de chefe, ficando sério sem dar um só sorriso.
Recebi a lista das minhas músicas e alguns solos que eu cantaria com a autorização de Hoseok e outros idols. Eu poderia escolher a ordem da apresentação, mas tudo só seria definido numa última reunião que teríamos em um mês, mas desde já eu teria que voltar ao meu trabalho presencial na empresa, a pintar meu cabelo, me apressar a casar antes de partir, e principalmente a me preocupava o fato de que, com certeza, voltaria a me sentir distante da minha família e do meu descontrole mental e físico, a começar que ainda naquela reunião tão breve, a pauta da minha condição física ter vindo e a anotação mental que eu fiz de estar três quilos acima do que eu deveria estar.
Mas com sorte, eu tinha um tempo para perder aquele peso sem fazer nada mirabolante e me encaixar na "perfeição do mundo do k-pop".
Quando retornamos para casa, eu me sentia exausto, ansiando pela minha cama macia e quentinha, além de uma massagem nos pés.
No entanto, reuni forças para jantar ao lado da minha família. Brinquei com os meus filhos mais novos por um tempo e ajudei Jungkook a dar banho e colocar cada um na cama.
Quando finalmente, ao ter um momento de tranquilidade, me entreguei ao conforto da nossa cama, foi a vez dele me retribuir, se dedicando a massagear meus pés com cuidado, acompanhado de um creminho e beijinhos carinhosos.
ㅡ Como foi hoje? ㅡ ele perguntou, dedilhando minha panturrilha quando levou a massagem para lá.
ㅡ Foi cansativo. Mas eu descobri que o nosso filho está apaixonado e quer se casar.
ㅡ Mesmo? ㅡ Jungkook riu baixo ㅡ e por quem?
ㅡ Sabe a Minah do Star Girl? ㅡ perguntei, ele assentiu ㅡ ele está apaixonado por ela. Ele a conheceu, a cumprimentou e ganhou um autógrafo.
ㅡ Uau... eu não sabia que dava para se apaixonar nessa idade.
ㅡ Sempre dá, mas logo a paixão passa por qualquer personagem 2D. ㅡ falei, gemendo baixo quando ele voltou a apertar meus pés ㅡ mas, aconteceu algo muito ruim, Jun.
ㅡ O quê?
ㅡ Hawoo contou na terapia que está sofrendo bullying sobre ser trans.
Jungkook parou a massagem, travando a mandíbula quando me olhou nos olhos.
ㅡ Quem é o filho da puta que está fazendo isso com ele?
Me sentei, me aproximando dele sobre a cama.
ㅡ Pior que é um coleguinha, acho que um garoto de oito ou nove anos. É inacreditável que alguém jovem assim possa fazer o que Hawoo contou.
ㅡ E o que ele contou?
Suspirei, contando cada coisa a ele. Jungkook demonstrava como aquilo o irritava, ele estava sério e sua mandíbula continuava marcada, trincada e ele xingava baixo.
ㅡ Eu vou levar ele na escola sozinho e vou falar com a professora, a direção e se possível com os pais desse garoto. Eu não vou admitir jamais que qualquer um faça Hawoo ou outros passarem por qualquer coisa negativa. Eu não vou, Jimin.
Sorri, o observando tão chateado e o abracei com força.
ㅡ Obrigado, Jun.
Ele franziu o cenho.
ㅡ Obrigado pelo quê?
ㅡ Por ser esse tipo de pai. Você não sabe como era meu sonho ter alguém para me defender assim, você é incrível.
Ele sorriu pequeno, mas tocou meu rosto, deslizando os dedos com carinho.
ㅡ Nós somos bons pais. ㅡ ele falou baixo, apertando um beijo nos meus lábios.
ㅡ Nós somos... ㅡ devolvi o beijinho, voltando a lhe abraçar, deitando a cabeça sobre seu peito.
ㅡ Agora... ㅡ ele falou, infiltrando os dedos nos meus cabelos ㅡ quer saber o que eu fiz hoje?
ㅡ O que você fez hoje?
Jungkook se esgueirou até a mesa de cabeceira dele, buscando de lá um envelope.
Ele me entregou, com seus olhos cheios de expectativas.
ㅡ O que é isso? ㅡ perguntei, mas ele me pediu para abrir.
Observei os papeis ali, mas junto deles, observei duas passagens e principalmente um panfleto de viagem.
ㅡ Santorini?
ㅡ Grécia ㅡ ele disse, mordendo o lábio inferior.
ㅡ É um presente para nós dois?
ㅡ É a nossa lua de mel. ㅡ ele disse, me fazendo arregalar os olhos. ㅡ serão só sete dias, as crianças ficarão com a Jeongyeon, seu irmão e Seokjin, talvez com a mamãe também. Tudo para curtirmos o momento sozinhos antes da sua turnê.
ㅡ Nossa, Jun... ㅡ voltei a olhar para as passagens ㅡ não é tempo demais? Eu já vou ficar tanto tempo longe deles na turnê...
ㅡ Amor ㅡ ele voltou a tocar meu rosto ㅡ eu posso cancelar se você preferir, mas eu pensei que seria muito bom conhecermos um lugar novo juntos. Afinal, é o nosso casamento e seria a nossa primeira viagem internacional juntos. Nós podemos viajar no fim do ano com as crianças, talvez no natal.
ㅡ Fazer isso será divertido. ㅡ sorri, me perdendo na imaginação.
ㅡ E então? O que você acha?
Suspirei a voltar a observar as passagens e olhei pra ele em seguida.
ㅡ Mas e quando vamos nos casar?
Jungkook também sorriu, voltando a me abraçar ao ponto de me levar para seu colo.
ㅡ Que tal... em duas semanas? Eu vi a disponibilidade daquele hotel que você disse ser o mais caro da cidade.
ㅡ Mas, Jun, casar lá vai ser muito caro. Pelo menos um bilhão de won ou mais...
ㅡ Eu sei, eu perguntei. Mas sabe o que é o melhor? Meu cunhado é organizador de eventos e ele meio que tem contatos com o hotel. Nós podemos fechar com o salão de festas, decoração, buffet e ternos, além de alguns quartos para os convidados durante o evento. E tudo com o desconto do Taehyung.
ㅡ E quanto seria isso?
ㅡ Uns setecentos milhões de won...
Minha boca se abriu.
ㅡ Jun!
ㅡ Eu posso pagar.
ㅡ Não, Jun, não vamos fazer um casamento assim, é extravagante para nós. Vamos nos casar num campo, o que você acha? Um casamento íntimo, com muitas flores, músicos, comidinhas... Imagina, as crianças poderão se divertir, as fotos vão ficar lindas, e nós podemos estender a festa até a noite, com fios de luzes e muitas bebidas.
Jungkook sorriu, ele parecia convencido com aquela ideia.
ㅡ Então eu posso pesquisar algo assim com o meu cunhado?
ㅡ Pode, mas eu quero participar. Já que vamos enfim nos casar, quero estar envolvido.
ㅡ Tudo bem. ㅡ ele sorriu, mas me jogou na cama, me enchendo de beijo enquanto demonstrava sua animação.
ㅡ Nós vamos enfim nos casar, Jimin-ssi!
O abracei rindo, sentindo cócegas, mas segurei seu rosto e beijei seus lábios, o sentindo suspirar enquanto relaxava o corpo. Quando seus olhos se abriram, sorri, me sentindo apaixonado mesmo após anos.
ㅡ Nós vamos nos casar, vida.
[Continua]
🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑
Finalmente, vamos ter casamento!!!
Mas estou aqui no finalzinho para falar de outra coisa (Peço desculpas se isso for repetitivo, mas sou apenas uma escritora independente tentando realizar meu sonho e garantir o pão de cada dia!)
Como mencionado anteriormente, meu primeiro livrinho físico está EM PRÉ-VENDA!!! Ele está sendo vendido pelo MEU SELO, o DREAM AMAZE, em uma publicação independente! O valor é 60 reais, com frete grátis.
Minha meta é vender 50 exemplares, mas infelizmente ainda estou longe desse objetivo. Portanto, se você puder e quiser me apoiar, por favor, compre meu livrinho em pré-venda até o dia 31/03, com um brinde extra encantador para pagamentos via pix.
Vou deixar fotinhas explicativas aqui abaixo
(E mais uma vez, me desculpem pela repetição)
O link do meu site está no meu IG e no meu perfil daqui também!!!
Obrigada do fundo do coração 💖