Corte De Sonhos e Mudanças |...

Por RaissaA_M

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Kara era uma garota amável e destemida, sendo corajosa e guerreira desde nova, protejendo a si mesma e sua fa... Más

Notas • Galeria
Personagens
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31.

Capítulo 32

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Por RaissaA_M

As cortinas tremeluziram com o toque suave do vento que ultrapassava a janela entreaberta, arrepiando os corpos nus mal envolvidos pelo lençol fino de seda. Ainda meio adormecida, Kara sugou ar pelas narinas, saboreando um novo sentido de existência; tudo havia mudado desde o novo bater de coração dentro de outro corpo, no entanto, nada como respirar o cheiro de alguém que a pertencia, experimentar de perto, a força genuína da raça feérica.

Rhysand possuía na pele o cheiro de escuridão, violetas e as marcas do calor excessivo por toda a noite. Piscando os olhos acinzentados, ela ergueu o queixo, apoiando no peito do noivo, os cabelos ruivos se misturavam em fios bagunçados, caindo sobre o travesseiro e as tatuagens escuras que adornavam a pele de um tom bronzeado, olhando mais para cima, a mão livre acompanhou o movimento, tocando o queixo do macho meio illyria, e assim, com um pequeno repuxar dos lábios, ela notou que ele estava acordado.

— Você é um bobo — disse, uma baixa risada ao levantar a mão para desferir um tapa no peitoral exposto.

Rápido como um verdadeiro feérico, ele segurou o pulso fino, erguendo o tronco para abraçá-la, um ronronado tremendo seu peito, isso enquanto enfiava o rosto na curvatura do pescoço.

— Pode me culpar? Nada é mais gracioso do que a assistir acordar e me tocar.

O quarto foi tomado por um calor aconchegante, as janelas se fecharam com um baque suave e as cortinas passaram a descansar nas paredes; ainda na Casa do Vento, o Grão-Senhor usou de sua desenvoltura, tomando o corpo pequeno da mulher feérica nos braços, erguendo-se majestosamente, ignorando a nudez. Kara sentiu a sensação vermelha nas bochechas, o seio direito se espremendo contra o macho, enquanto o outro estava a vista - dos maliciosos olhos violeta.

A banheira de mármore escudo e pernas o bastante para assemelhar-se a uma majestosa aranha, se encheu com água fluída, permitindo que Rhysand a colocasse ali, sentando exatamente em sua frente. Ela suspirou com o toque da água, fechando os olhos brevemente. A pele formigou, como se o próprio âmago sentisse que algo a olhava, abrindo novamente, ela inclinou a cabeça, olhando para baixo onde visualizou as marcas distribuídas.

— Você... — murmurou, abrindo a boca em choque, vendo a mordida arroxeada próximo ao seio. — Quando fez isso?

Encolhendo os ombros, o Grão-Senhor abriu os braços ao redor da banheira, as grandiosas asas se assentando de maneira confortável.

— Acho que no mesmo instante que você fez isso aqui — respondeu, piscando um dos olhos, exibindo com orgulho a marca no pescoço.

Dentro da alma, algo se remexeu; Kara sempre achou que saberia caso o destino a ligasse com alguém, isso, entretanto, era diferente. Não era um laço escolhido pela Mãe, disso ela sabia, mas um enlace do destino.

— Nesse mundo, parcerias são tão raras quanto o amor, Kara — a voz, uma mistura de rouquidão e sabedoria, envolveu a mulher. — Não ache, nem por um segundo, que o que temos não é maravilhoso.

Ondas se formaram quando ela se ergueu, encaixando o corpo contra o dele, espremida com aquela sensação difícil de se assemelhar a qualquer outra coisa. _Ainda não sou a única que ele irá encontrar_, pensou consigo mesma, a voz pesada na mente.

— É a única que quero comigo. — Os dedos se fixaram entre os fios, criando uma carícia suave. — Provarei isso a você, quando me ligar a ti diante da Mãe e das regras sagradas do matrimônio.

Como se lembrasse agora, Kara ergueu o rosto, os olhos levemente arregalados.

— O casamento... Como se organiza um casamento? Deuses... Preciso contarar meu irmão, pedir a permissão do Helion...

— Espera, o que? — indagou, as sobrancelhas erguidas. — Pedir a permissão do Helion? Por qual motivo?

— Como por qual? Sou um membro da corte dele agora.

— Você?...

— Sim, Rhys. Helion me fez uma cidadã legal da Corte Diurna, — revelou, movendo as pestanas com piscadas rápidas.

Com uma longa respiração, Rhysand voltou as costas para a borda da banheira, inclinando o corpo. Agora silencioso, ele encarou Kara com profundidade, não existia clareza no que pensava; a profundidade violeta estava neutra, impassível.

— O que? — perguntou ela, encolhendo os ombros, sentindo o rubor dominar todas as parter expostas do corpo.

— Nada — ele respondeu, sua calmaria agitando o coração humano que ainda persistia no corpo feminino com qual dividia a banheira. — Estou feliz, por você. No início foi difícil para mim... Você sabe, te aceitar. — A água se agitou com um pequeno movimento da asa, acompanhando a garganta que se movia com as falas. — E quando a vi naquele dia, com seu pesadelo, tão frágil, tão humana, eu soube que deveria a aceitar, mas imaginei como seria para eles, todos os outros Grão-Senhores, as pessoas em geral, te aceitarem; senti medo de que você não se sentisse em casa aqui, Prythian, que desejasse um dia... Partir. Então estou feliz por você ter a quem recorrer, que te tratem como a pessoa que é, e não por quem Amarantha um dia foi.

Então Kara sorriu, serenidade a preenchendo aos poucos, mandando embora a vergonha, deixando-a com um par de olhos expectantes e apaixonados; o mar acinzentado, brilhou com um toque profundo do sol diurno. Rhysand sentiu uma parte de si se remexer com isso, a visão de sua mulher pertencendo a algum lugar, e agora, pertencendo a ele novamente.  Ele se curvou, ambos os braços agarrando o corpo de Kara como uma boneca, trazendo-a para si.

Ela suspirou pesadamente ao encaixar o corpo contra o dele, sentando sobre a virilha e o membro rijo, sentindo a fricção e o desejo que os rodeavam como um lençol constante, nublando seus pensamentos eternos.

A mão grande e pesada a apertou com força, saboreando a textura da carne contra seu toque, tirando pequenos sons da garganta da mulher, esta que se agarrava cada vez mais a ele. Agora, em uma briga de braços e carícias, eles se apertavam como se tentassem fundir-se um ao outro.

— Ah, Kara — murmurou Rhysand, a voz sôfrega e arrastada, o nariz próximo ao pescoço, onde ele sentia a fragrância dos fios acobreados. — Eu amo seus cabelos — revelou, a voz profunda se tornando um ronronado. — Sua pele... Seu cheiro — continuou, demonstrando o amor com os toques cada vez mais maliciosos.

Erguendo o quadril, Kara já gemia sem ao menos o ter dentro de si. Tinha os olhos levemente fechados, e a boca suavemente aberta, como se cada ação, cada fala, cada suspiro vindo de Rhysand, fosse o suficiente para deixá-la em combustão. Agarrando-a como um animal, o Grão-Senhor ergueu o quadril, entrando dentro dela de uma só vez; ambos gemeram, um som fino vindo dela, e outro rouco e poderoso que veio dele. Na noite anterior, aquilo que haviam feito, era saudade e paixão, e agora, isso que faziam, era carnal, era amor.

Eles se forçavam um contra o outro, em uma mistura de beijos e gemidos sôfregos, esquentando a pele a cada movimento pesado e prazeroso. Nunca havia se sentido assim, não com outra pessoa, jamais com alguém que conhecia sua alma, Kara o sentia tão profundo, tão perto e tão próximo, sentiu que poderia ficar assim por eras, junto dele.

— Rhys! — Gritou, a água transbordando para todos os lados quando ele se levantou, mantendo-a nos braços, e, dentro dela. — O que está fazendo?

Rindo baixo, ele caminhou até a parede mais próxima, pressionando as costas molhadas da mulher contra a madeira gelada, fazendo com que se arrepiasse por inteiro. Com uma mão na coxa macia, e outra na cintura estreita, ele se aproximou, capturando a maciez do seio contra os dentes, para logo se afastar e a tomar em um beijo.

— Eu só gosto de um tipo de aperto, Kara — murmurou, ronronando baixo. — E acredite, não é a banheira.

E ele provou isso. Como prometeu um dia, Rhysand a pressinou naquela parede e a devorou, não se importando com os sons guturais que podiam fazer, tremendo a montanha com seu desejo cruel e malicioso. O corpo de Kara, cada vez mais cansado, se tornou pesado e trêmulo, encolhendo-se a cada espasmo de prazer, se apertando ao redor dele, que como dito, gostava disso.

— Eu te amo, Rhys — falou, o peito arfante, os seios pulando a cada estocada poderosa. — Eu o amo.

Um grunhido, um tremor, e ele se derramou.

──────⊱◈◈◈⊰──────

Descer as escadas da Casa do Vento não deveria ser tão estranho, mas, quando saiu do quarto e o escudo se dissipou, Kara travou ao sentir a mão de Rhysand a puxando, não deixando que saísse do lugar. Quando olhou, ele estava parado, as costas rígidas e maxilar tenso, olhando para a escada com um ar de preocupação.

— Eu achei que... — murmurou, um ar de confusão.

— Que por não ser minha parceira eu sentiria menos? — devolveu ele, trazendo-a para mais perto, como se de fato, quisesse entrar no quarto e se fundir a ela novamente. — Ainda sou um macho meio grão-feérico e meio illyriano, ainda sou...

— Uma galinha territorial — completou ela, uma gargalhada.

Sons de passos pesados vieram do corredor, chegando ao todo da escada, onde a sombra de Cassian surgiu, a postura grande e presunçosa, com aquele par de asas illyrianas erguidas orgulhosamente. Kara gostava delas; asas, como criava uma visão totalmente diferente de Rhysand diante dos olhos. Ela viu o general dilatar as narinas, olhando para o homem ao lado da mulher ruiva e, como quem nada devia, olhou para ela. Dos pés a cabeça, Cassian se demorou a devorando com os olhos castanhos.

— Você não parece tão cansada quanto eu esperava — falou finalmente, movendo as mãos para tocar os botões da roupa, um sorriso felino na face. — Talvez eu devesse levá-la para o quarto novamente, e mostrar ao Rhys como que se...

Com um pulo, ambos os machos rolaram os degraus, entre chutes, murros e risadas - que vinham somente de Cassian - Kara andou rápido, parando no topo da escada, os olhos arregalados assistindo a dupla agora se atracando no meio da sala.

— Trouxemos o café da manhã — a voz de Morrigan cantarolou, roubando a atenção de Kara por um instante.

— E eles?

— Vão parar em algum momento — Amren assegurou, sorrindo ao ouvirno estalo de um soco nas costelas do general.

Nunca gostara de violência, e todos sabiam disso, mas, ao se juntar com o círculo íntimo na mesa, acolhida por eles, Kara soube que estava bem; Cassian fizera aquilo por um motivo, que ela bem conhecia, e isso a enchia de amor.

— Fico feliz... — uma voz sussurrante começou, logo ao seu lado. Olhando para essa direção, ela encarou os olhos acastanhados do Encantador de Sombras, vizualizando o pequeno sorriso de lábios fechados, e as bochechas coradas. — Fico feliz que tenha voltado.

Ela moveu a mão, ainda olhando para ele quando deixou que seus dedos tocassem as cicatrizes. Família. Kara respirou fundo, agora olhando para as duas diante de si, agradecendo pela xícara de chocolate quente que Morrigan a servira.

— Eu também. — Sorriu.  

Azriel direcionou o olhar para Cassian, vendo a cara retorcida do amigo que tinha todos os fios do cabelo sendo brutalmente puxados, enquanto ele socava as costelas de Rhysand. O Illyriano se levantou, chutando o Grão-Senhor que estava sobre o general, acabando por dar o mesmo chute em Cassian.

— Acabou? Ou eu terei que entrar nisso também.

Rhysand se levantou com graciosamente felina, enquanto Cassian cambaleava ajeitando os cabelos - seu sorriso ainda triunfante.

— Não, amigo — Cassian respondeu, um tapinha no ombro de Azriel. — Já acabei com esse aí.

Ao retornar para a mesa, Rhysand possuia um ar mais tranquilo, olhando para Cassian com um misto de agradecimento e diversão, seu amigo o lançava o mesmo olhar, jogando o corpo na cadeira, pegando um dos bolinhos para comer. Em um breve instante, ela sentiu a calmaria de ter seu noivo novamente ao seu lado, mas, por outro breve momento, viu o general arregelar os olhos, Morrigan ofegar e, Amren e Azriel sorrirem. Kara engoliu em seco, olhando para o lado, onde os olhos bateram contra o anel que ela bem se lembrava.

— Nada mais justo do que oficializar nosso noivado com um anel, e, na frente dos seus futuros súditos — falou ele, um sorriso cúmplice.

Grão-Senhora, a palavra ecoou em sua cabeça, e como resposta, a voz de Rhysand surgiu: Grã-Senhora da Corte Noturna.

Notas da autora:

É estranho pensar que entrei nesse perfil com 15 anos (ou menos, não me recordo) e esse ano estarei fazendo 18. Dentre esse tempo, eu mudei de maneiras difíceis de explicar, mas consigo dizer que boa parte de mim, a parte profunda e de escritora, mudou muito graças a vocês, todos estes que ainda olham para minhas fanfics e esperam por finais e capítulos, graças a isso, comecei a ler mais, aprender, melhorar e me aperfeiçoar nesse mundo, ainda não sou perfeita, mas estou no caminho de ser quem quero.

Estou em um momento da minha vida onde devo escolher a quais coisas dar prioridade, onde apesar de jovem, estou começando a sentir o peso das preocupações de não conseguir. Por isso, hoje, quero dar prioridade as minhas histórias, e espero continuar assim pelos próximos dias, semanas e anos. Eu sou uma escritora, mas não me sinto completa enquanto não publicar um livro, por isso devo dar prioridade também - além das fanfics - para minhas histórias originais, e espero que quando esse dis chegar, vocês possam ler minhas palavras em um universo só meu.

Agradeço a todos que pararam para ler, e espero que entendam minha demora para os capítulos.

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