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By nick_weasleymalfoy

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โ•‘๐ŸŽจ - 01. The Birthday Dinner
โ•‘๐ŸŽจ - 02. The Diagon Alley
โ•‘๐ŸŽจ - 03. The boarding on Platform 9 ยพ
โ•‘๐ŸŽจ - 04. The Hat That Sang
โ•‘๐ŸŽจ - 05. Enemy in Potential
โ•‘๐ŸŽจ - 06. Mischief and Consequences
โ•‘๐ŸŽจ - 07. The Ravenclaw Relic
โ•‘๐ŸŽจ - 08. Treasure Hunt
โ•‘๐ŸŽจ - 09. The Mirror of Erised
โ•‘๐ŸŽจ - 10. The day of Witches
โ•‘๐ŸŽจ - 11. Quidditch
โ•‘๐ŸŽจ - 12. An Unusual Gift
โ•‘๐ŸŽจ - 13. A Frosty Christmas
โ•‘๐ŸŽจ - 14. Possible Friendship
โ•‘๐ŸŽจ - 15. Escape at Night
โ•‘๐ŸŽจ - 16. The Forbidden Forest
โ•‘๐ŸŽจ - 17. In the Trapdoor
โ•‘๐ŸŽจ - 18. House Cup
โ”€โ”€โ”€โ”€โ”€ ๐—ง๐—ต๐—ฒ ๐—š๐—ถ๐—ฟ๐—น ๐—ฎ๐—ป๐—ฑ ๐˜๐—ต๐—ฒ ๐——๐—ฟ๐—ฎ๐—ด๐—ผ๐—ป
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โ•‘๐ŸŽจ - 20. At Flourish and Blotts
โ•‘๐ŸŽจ - 21. Back to Platform 9ยพ
โ•‘๐ŸŽจ - 22. Table Bets
โ•‘๐ŸŽจ - 23. Gilderoy Lockhart
โ•‘๐ŸŽจ - 24. The Tests
โ•‘๐ŸŽจ - 25. Slytherin's New Seeker
โ•‘๐ŸŽจ - 26. Luna Lovegood
โ•‘๐ŸŽจ - 27. The Writing on the Wall
โ•‘๐ŸŽจ - 28. The First Game
โ•‘๐ŸŽจ - 29. The Duelling Club
โ•‘๐ŸŽจ - 30. Suspicions
โ•‘๐ŸŽจ - 31. Christmas at the Castle
โ•‘๐ŸŽจ - 32. The Very Secret Diary
โ•‘๐ŸŽจ - 33. Valentine's Day
โ•‘๐ŸŽจ - 34. Latest Victims
โ•‘๐ŸŽจ - 35. The Chamber Of Secrets ยน
โ•‘๐ŸŽจ - 35. The Chamber Of Secrets ยฒ
โ•‘๐ŸŽจ - 36. The Heir Of Slytherin
โ•‘๐ŸŽจ - 37. Case Solved
โ•‘๐ŸŽจ - 38. Forgiveness, Friendship and Enigma Deciphered
โ”€โ”€โ”€โ”€โ”€ ๐—•๐—น๐—ฒ๐˜€๐˜€๐—ถ๐—ป๐—ด ๐—ฎ๐—ป๐—ฑ ๐——๐—ถ๐˜€๐—ด๐—ฟ๐—ฎ๐—ฐ๐—ฒ
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โ•‘๐ŸŽจ - 39. Bar Mitzvah
โ•‘๐ŸŽจ - 40. The Goldstein Mansion
โ•‘๐ŸŽจ - 41. Tonks House
โ•‘๐ŸŽจ - 42. The Dementor

โ•‘๐ŸŽจ - 19. The Four of the Sacred Twenty-Eight

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By nick_weasleymalfoy

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019. os quatro dos
sagrados vinte e oito

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Ali eles não podem ver, ali
eles não olharão.
Pansy Parkinson

•| ⊱✿⊰ |•

Bakewell, Inglaterra
Julho de 1992
doze anos desde a carta

❦ ════ •⊰🎨⊱• ════ ❦

A garota deu passos incertos pelo corredor, o chão rangia a cada momento em que seu sapato tocava o piso, o ar do ambiente parecia lhe dar calafrios, ela não queria olhar para os lados, por isso mantinha seus olhos azuis fixos em um ponto na frente, não querendo observar que o corredor estava cheio de espelhos, mas parecia inevitável não olhar.

Eram muitos espelhos, e cada um a mostrava de uma forma distorcida da realidade, por isso ela não queria vê-los. Tentou correr para a porta no fim do corredor, mas quanto mais corria, mais longe a porta parecia estar, por mais determinada que tivesse ela não conseguia chegar até lá. Millie girou no próprio lugar, sua visão distorcida nos espelhos a assombrando enquanto ela rodava e tremia.

As luzes começaram a piscar, e seu nome começou a ser murmurado como um sussurro sinistro e distante.

Milenna... Milenna... — A voz a chamava com insistência, com desespero

Millie levou as mãos aos ouvidos, apertava forte, tentando não ouvir o chamado, mas a voz só ficava mais alta, mais insistente, mais desesperada.

— Não, não. — A garota caiu no chão e fechou os olhos fortemente voltando a apertar os ouvidos, mas quem a chamava tinha pressa para ser ouvido

Millie acordou ofegante e suando frio, o impacto foi tão grande que ela sentou na cama com a rapidez que acordara. Não entendia como de uma hora pra outra começou a ter sonhos estranhos com uma frequência tão recorrente, mas isso a incomodou e a inquietou mais vezes do que queria admitir, embora nada fosse mais gratificante do que o alívio que sentia ao acordar e perceber que nada daquilo era mesmo real, por mais que parecesse.

A menina olhou então para o lado encarando seu quarto, a textura branca e dourada brincava com o azul tiffany visto em poucos pontos do enorme ambiente. Parecia um quarto digno de uma princesa, tinha tudo que uma garota bruxa de quase doze anos poderia querer, mas mesmo assim Milenna Yaxley não se sentia tão bem na Mansão de sua família quanto sabia sentir em Hogwarts.

O castelo de magia e bruxaria ultimamente parecia mais a casa de Millie do que sua própria casa, onde passara todos os anos de sua vida, mas onde sente que nunca se sentiu tão à vontade, e agora, menos ainda. Desde que tornara a Mansão para as férias não conseguiu se acalmar, foi como se Millie estivesse esperando o exato momento em que seu pai explodiria, algo que ela sabia que aconteceria uma hora ou outra.

Muitas coisas haviam acontecido no último ano letivo, e Millie não tinha certeza se Draco conseguiu mesmo de alguma forma resolver-se com seu pai para que o pai de Millie não soubesse nada das coisas potencialmente erradas que os primos possam ter feito no colégio. Dentre elas, o momento em que subiram nas vassouras quando a instrutora de vôo pediu claramente para todos os alunos ficarem no chão, ou mesmo quando desobedeceram o regulamento e saíram de suas comunais fora do horário acabando assim sendo mandados diretamente para detenção.

Era fato que os dois tiveram uma criação rígida e foram ensinados a serem os melhores alunos possíveis, mas, ainda assim, Draco conseguia ser mais mimado já que Lucius Malfoy não era tão assustador quanto Alexander Yaxley podia ser.

— Segundo lugar? — Repetiu ele à mesa — Acha isso suficiente para alguém com esse sobrenome, Milenna? Você acha o segundo lugar legal?

Por baixo da mesa os pés de Millie começaram a balançar para frente e para trás, seu nervosismo aparente.

— Mas o Draco...

— Draco não é meu filho! — Alec a cortou na mesma hora, a seriedade em seu tom de voz — Você é!

Novamente Millie se remexeu na cadeira, abaixou a cabeça para encarar sua comida e começou a mexer com a colher nos cogumelos salteados sentindo que a enxurrada de reclamações viria novamente.

— Alec. — Isabella chama

— Não me peça para pegar leve com ela. — Retrucou o homem

— Às vezes você fala igualzinho a sua mãe. — E tinha um tom ofensivo no modo como a mulher falava

— Desculpa, papai. — Millie pediu sem olhar nos olhos dele e apenas encarando a comida, se o encarasse sabia que as lágrimas viriam

— Olhe para o seu irmão — Alec volta a falar olhando fixamente para a filha —, por que você não pode ser a melhor da turma como ele?

As palavras são suficientes para cortar o coração da menina, e antes que consiga se segurar seus olhos se molham.

Alexander! — Sua esposa repreende — Dá pra você ser um pouco mais razoável?! Pelo menos não discuta isso à mesa e pare de comparar os dois!

Alec a olha irritado, ele odiava quando a mulher o repreendia na frente dos filhos, mas dificilmente ele gostava de discutir com ela, então apenas suspirou.

Millie, no entanto, ainda estava desconfortável. Seus pais não sabiam o motivo dela ter conseguido apenas 99.2%, a mesma nota total de Hermione Granger, enquanto Anthony Goldstein – o também melhor amigo de Millie – conseguiu uma média de 99.4% de acertos; mas o caso foi que, quando fez os exames, a garota Yaxley já estava sendo perturbada com pesadelos e uma mesma voz que desesperada a chamava, esse foi o motivo que talvez a tenha feito ficar desatenta a alguma pergunta dos exames. Mas ela sabia que essa situação não podia perdurar, ela não podia deixar se abater por meros pesadelos.

Mergulhou então a cabeça nos livros por todas as férias, estava decidida a conseguir o primeiro lugar no segundo ano, além de estar determinada a entrar no time de quadribol, e foi dessa forma que Millie viu os dias se passando, inclusive seu aniversário de doze anos, tão conturbado quanto o do ano anterior. Estava ocupada com estudos e o treino constante de quadribol que a deixavam tão exausta que a garota ficava sem tempo para pensar em pesadelos, embora eles continuavam lá, com menos frequência, mas continuavam ali.

— Uou! — Marcus exclamou se desviando de um balaço

Faltavam apenas três semanas para o fim das férias e lá estavam os dois irmãos Yaxley, treinando duro quadribol como fizeram durante todas as tardes do verão. Marcus, por ser artilheiro da Slytherin, estava ajudando a irmã a conseguir a vaga no time da Ravenclaw no ano letivo que iniciaria, por isso Millie estava experimentando todas as posições no treino, gostava de brincar de pular de uma pra outra, já que até aquele momento não tinha ideia de qual achava mais divertida, ou qual ela era melhor... Até a exata hora em que ela pegou o bastão de batedor e começou a treinar lances com o balaço.

— Você está estressada ou algo assim? — Mark continuou encarando o balaço que quase o atingira — Caramba, foi um bom lance!

Millie não conseguiu falar nada na hora, olhava de suas mãos segurando o bastão para o balaço que ela jogara com força. A garota não tinha ideia do que aconteceu, mas sentia a adrenalina percorrer seu corpo e aquilo, de alguma forma, parecia incrível.

A garota não conseguiu falar aquilo para o irmão, mas sentia que acabara de achar a posição ideal para ela. Millie não era tão ágil assim para apanhar o pomo, não tinha muita habilidade para goleiro, e embora fosse boa em marcar pontos como artilheiro, nada se comparava à adrenalina de segurar um bastão e arremessar balaços, mas Millie sabia o suficiente de quadribol para saber o que diriam caso manifestasse seu desejo.

"Os batedores precisam de grande força física para repelir os balaços. É por isso que sua posição, mais do que qualquer outra, em geral é ocupada por bruxos, não bruxas.", era como se pudesse ouvir uma vozinha em seu íntimo repetir e repetir aquilo, mas Millie não estava disposta a desistir, guardaria seu desejo por enquanto, pelo menos até o dia dos testes.

Por falar em testes... Millie não parecia ser a única pessoa dedicada a entrar no time de quadribol naquele ano.

   Não tão distante da Mansão Yaxley, em Wiltshire, no sul da Inglaterra, o clima competitivo e o ar determinado reinava, mostrando que a determinação parecia ser mesmo de família, considerando que Draco Malfoy parecia mais do que decidido a virar o novo apanhador da Slytherin.

— Droga! — Resmungava para o vento enquanto mirava a sua vassoura Nimbus 2000 em direção ao pomo que ele mesmo soltara para seu treino próprio — Vamos, Draco, você tem que ser melhor que o Potter.

— S-senhor Malfoy? — Uma vozinha esganiçada vinha do piso do campo em que o garoto treinava

Draco fingiu não ouvir. Desviou de uma árvore e mirou a vassoura para cima, era mesmo rápida e incrível, com certeza era, e o garoto voava bem, ninguém podia negar.

— Senhor Malfoy? — A voz chamou uma segunda vez

O loiro escapou por um triz de bater com o rosto em uma árvore e se agarrou forte à vassoura, depois de fazer um ataque mal calculado ao Pomo de ouro. Mas Draco Malfoy sorria porque agora tinha na mão a pequena bolinha dourada com asinhas de prata que se agitavam.

— S-se...

— O que foi?! — O garoto olhou para baixo fuzilando um dos elfos domésticos da Mansão Malfoy

Era uma criaturinha pequena com orelhas grandes como as de um morcego e olhos esbugalhados e verdes do tamanho de bolas de tênis, era bem velho e enrugado, e usava uma fronha velha, com fendas para enfiar as pernas e os braços. Draco o achava sinistro, nem mesmo sabia o nome daquele elfo já que o único de que lembrava era Dobby, o responsável por obedecer e cuidar de todos os caprichos que o menino de doze anos pudesse querer.

— Meu Senhor — O elfo repetiu esganiçado quando Draco fez a vassoura pousar no chão e encarou a criatura —, a Minha Senhora, sua mãe, quer que você volte para a Mansão, meu senhor, ela disse que o patrãozinho deveria voltar depressa, por favor, meu senhor, escute o velho Tennox, está na hora da sua aula de piano. Se o meu senhor não ouvir Tennox, a minha senhora vai ficar muito brava com Tennox.

— Você acha que eu me importo?! — Draco olhou enojado para o elfo — Eu não quero praticar piano agora, eu quero jogar quadribol! Diga pra minha mãe que eu não vou!

O elfo choramingou.

— M-mas meu senhor, a minha senhora não vai ficar contente, ela vai mandar Tennox se castigar, meu senhor.

— Eu não tô nem aí. — O garoto retrucou virando o rosto

Fora mimado a vida toda, o filho tão esperado, que fora bajulado até demais, e talvez tenha sido isso que o tenha deixado tão arrogante e insensível. Mas se engana quem acha Draco Malfoy uma pessoa ruim e sem coração, era apenas uma criança de doze anos que foi criada de forma errada, quando se tem tudo que quer na hora que se quer, é esperado que as pessoas se tornem pomposas e arrogantes, mas isso não as torna más.

— Como assim o Theo e a Pans não vão vim? — Draco perguntou àquela noite. O loiro estava sentado em sua cama, já com seu pijama preto e branco com estampa de dragão, quando ouviu a informação de sua mãe

— Não sei, querido — A mãe sentou-se na cama e passou uma mão pelos cabelos do filho —, talvez tenha acontecido algo. Lucius encontrou Hank em Londres e ele disse que Theo estava de castigo, já Mariah me escreveu contando que Pansy estava ocupada estudando para o retorno das aulas e por isso não poderia vim.

— Isso é injusto! — Draco cruzou os braços se encostando no batente da cama — Eles deveriam vim, os pais deles são uns chatos!

— Draco. — A mãe repreendeu — Acalme-se, logo vocês se verão dia primeiro de setembro.

— Mas eles tinham que vim passar a noite aqui, mamãe. Íamos fazer uma festa do pijama e iríamos para o beco diagonal juntos comprar os materiais, a senhora prometeu que ia levar a gente na Sorveteria Florean Fortescue!

— Eu não tenho o controle do universo, Draco. — A mulher retrucou, mas então suspirou e a voz amena voltou — Você ainda pode fazer isso com sua prima, está bom? Milenna vai vim no domingo, eu e Lucius já falamos com seus tios. E seu pai se ofereceu pra levar vocês dois ao beco diagonal na quarta-feira, está bem querido?

— Por que o papai? — O menino pareceu ranzinza — Por que a senhora não vai?

— Lucius disse que vai comprar a vassoura que você quer.

— Sério? — Os olhos de Draco Malfoy brilharam e ele parece esquecer porque estava tão chateado — Uma Nimbus 2001?

Narcissa Malfoy balançou a cabeça sorrindo, sabia bem como fazer o filho esquecer que estava irritado.

— Agora é hora de dormir, meu amor, já tá tarde, ok?

O garoto girou os pés cobertos com meia para debaixo do cobertor, assim que a mãe se levantou da cama, o ajudando a puxar a coberta.

— Eu vou ser o melhor apanhador de Hogwarts, não vou, mamãe?

— Vai sim, meu amor. — E a mãe se inclinou para beijar-lhe a cabeça

Agora a criança sorria quando virou-se para o lado pronto para dormir, logo após a mãe desligar a luz, tão ingênuo e inocente. Podia ser arrogante e mimado, podia ter orgulho de seu sobrenome, mas mediante a sua criação, por receber tanto carinho dos pais, Draco Malfoy não tinha real ideia do que eles eram capazes. Era só uma criança, por que ele pensaria no que seu pai estaria tramando e no que aquele ano reservava? Não, seu único pensamento enquanto adormecia era o quadribol. Mas lá no fundo, bem no fundo, ainda tinha preocupação com Theodore Nott e Pansy Parkinson.

Hora vem, hora vai, Draco já dormia como um anjo e sonhava com pomos de ouro, enquanto outra cena se desenrolava não tão longe dali. A apenas uma hora de distância de Wiltshire, havia outra residência bruxa, antiga e tão rica quanto, tinha os mesmos princípios e os mesmos valores, mas de alguma forma, mesmo tão perto de um vilarejo trouxa, aquela família parecia mais sinistra.

A Residência Nott ficava em Wick Road, protegida por magia que afastava trouxas e quase invisível a quem passasse pela rua, mas ela estava lá, tão perto de casas trouxas, não que os moradores fossem ligar tanto. O dono da casa, Hank Nott, quase nunca estava na própria casa, a filha mais velha Jane também não costumava ficar muito parada em um lugar, restando no ambiente meramente o filho caçula, Theodore Nott.

Até os onze anos ele odiava ficar sozinho, na companhia apenas da bruxa tutora contratada pelo pai para cuidar dele, mas, desde que começou a ir pra Hogwarts, Theo fica feliz de apenas ser obrigado a passar as férias em casa, porém, é fato que o menino admitiria a quem perguntasse que, se pudesse, também passaria as férias no castelo.

Naquele momento, um claro exemplo de porque Theodore odiava estar em casa era visto. Era quase dez horas da noite e o menino de doze anos estava sentado no chão de seu quarto, a cabeça encostada na parede, as lágrimas já não caíam mais, embora os olhos parecessem inchados, na têmpora se encontrava um curativo de um corte causado no dia anterior.

Seu quarto? Estava um caos. Mycca, a elfo, se ofereceu para tentar arrumar logo na noite anterior, bem depois que o pai do garoto o deixou sozinho, mas Theodore a expulsou de seu quarto àquele momento, já que não havia nada mais que ele quisesse fazer naquele instante do que chorar. Agora ele sentia que esvaziou todas as suas lágrimas enquanto continuava refletindo sobre o que aconteceu.

No dia anterior Theodore acordara saltitante, era um daqueles dias em que estaria sozinho em casa, apenas na companhia de Ellis Connor, sua tutora. Sabia bem o que seria obrigado a fazer durante o dia e estava preparado e ansioso para o momento da tarde, que sabia que a Sra. Connor o mandaria para seu quarto para praticar piano enquanto ela descansaria próximo a lareira lendo o Semanário das Bruxas. Mas sua ansiedade não era porque Theo gostava de piano, pelo contrário, o pequeno Nott tem aversão a música clássica, até tocava violoncelo quando mais novo, mas desde que sua mãe morreu, Theo não consegue mais tocar.

Sua ansiedade para aquele dia, no entanto, era porque o pequeno garoto não via a hora de sair escondido da residência – no momento em que deveria praticar piano – e ir visitar a Livraria Wick Road, seu lugar preferido naquela cidade que o garoto tanto odiava. Mas Theo estava ansioso para pegar livros trouxas novos, já que de alguma forma já tinha lido todos os livros que possuía, e não estava com a menor vontade de começar a ler livros didáticos.

Quando saiu de seu quarto, e então de casa, naquela tarde, Theo não tinha a menor ideia do que aconteceria mais tarde, no exato momento que o garoto voltasse pra casa...

— Pai — Os olhos do garoto se arregalaram naquele instante, olhando para o homem mais velho parado no seu quarto

Ele ofegou, tinha certeza que seu pai só chegaria tarde do trabalho hoje, então como o homem estava ali parado, bem à vista no instante em que o menino abriu a porta do seu quarto, isso ele não sabia.

Em seu íntimo Theodore ficou feliz que os livros que tinha afanado estavam bem escondidos no seu casaco. Mas mal sabia o menino, que suas preocupações deveriam ser outras.

— Pode me explicar isso aqui? — Hank estava com um tom de voz indecifrável e por estar de costas, Theo não tinha certeza sobre que cara o pai estava fazendo, mas ele apontava diretamente para algo, que o menino acompanhou com o olhar já imaginando do que se tratava

   Bem no ponto que Hank olhava, se encontrava exatamente a maior coleção que Theo poderia ter. Uma boa parte do quarto dele fora dedicado àquilo, apenas àquilo. Gael Horan, o apanhador da Ballycastle Bats, alguém que o Nott admirava com toda força, e alguém que Theo não se continha ao comprar coisas dele, o garoto não sabe bem quando começou com o costume, mas, de repente, sempre que achava algo do Gael, Theo não se continha e dava todo o seu ouro disposto a conseguir aquilo, e isso explicava sua coleção.

Haviam vários pôsteres pequenos e enormes, mostrando claramente o apanhador de agora dezenove anos sorrindo e piscando o olho para a câmera. Eles ocupavam pelo menos um bom espaço do quarto e abaixo a coleção continuava. Um compartimento baixo com quadradinhos estava completo de coisas do Gael, o que incluía bottons, figurinhas que se mexiam, chaveiros com o rosto do apanhador, revistas, marcadores especiais, caixinhas personalizadas, e mais várias coisas sem sentido que foram lançadas ao mercado com o rosto do jogador, bem ao lado vinham pelúcias do Horan de todos os tamanhos, jeitos e formatos, bem abaixo se encontravam bonequinhos, também de todos os jeitos e modelos. Havia ainda recortes do profeta diário com todas as entrevistas do apanhador, da qual Theodore fizera questão de destacar com marcador todas as vezes em que o nome de Gael foi mencionado. Tinham mais dois livros com o rosto do apanhador, e a última coisa a de que se merece mencionar é a que mais se chamava a atenção em sua coleção: o recorte de papelão em tamanho real do apanhador.

Theo sentiu suas bochechas esquentarem e quis desaparecer. Nunca mencionara a ninguém sua coleção do Gael Horan, e nunca ninguém além dele mesmo e de Mycca, o elfo doméstico, entraram no seu quarto. Mas agora Hank estava ali, e Theo temia o que viria a seguir.

— Vamos, responda! — O homem esbravejou se virando para o filho, e agora Theo via seus olhos, estavam em fúria

O garoto ficou ofegante, não conseguia nem fazer uma palavra sequer sair de sua boca. Hank era bem diferente do menino que meramente era um garoto magricela e pequeno; o pai, no entanto, era alto e corpanzil, cabelos brancos curtos que denunciavam sua idade e uma barba que lhe dava uma sensação de poder, assim como suas vestes tão formais e bem passadas, parecia uma visão de alguém a quem não se deveria aborrecer.

— Eu perguntei que porra de altar é essa, Theodore!? — As palavras do adulto o atingia com força — Me diz, você não é homem? Não é?!

— C-claro que eu sou, papai. — A voz do garoto saiu fraca e esganiçada

— Você é!? E que tipo de homem tem foto de outro homem espalhado em tudo que é lugar do quarto, me fala!! — Hank gritou — Me responde, porra! Fala que nem homem, que porcaria é essa?!

Em seu lugar, Theodore tremeu, sentiu seus olhos arderem pesados, inexplicavelmente seu pai se virou e as mãos dele passaram ferozmente pelo compartimento de coisas do apanhador, que o homem derrubou agressivamente. O garoto ofegou e as lágrimas caíram, agora seu pai arrancava os pôsteres da parede e os rasgava, parecia vermelho de ódio, e a qualquer momento suas mãos furiosas pareciam que agarrariam o pescoço do menino.

— Pai. — Theo choramingou — Pai.

O homem se virou e olhava ao redor.

— Cadê as revistas de garotas de biquíni, hein? Cadê os pôsteres de garotas? Você é uma marica, Theodore? — E agora o pai encarava o menino — Você não é homem, é isso!? O meu filho é bichinha!?

Mas o garoto só chorava, se afastando do pai até suas costas baterem na parede, o encarava com medo, desespero, mas não tinha ninguém que o pudesse ajudar ali.

— Para de chorar e me responde! Para de chorar! — Tomado pela fúria, Hank agarrou uma bela garrafa de vidro ornamentada com as cores da Ballycastle Bats, Theo mal teve tempo de se afastar quando o pai atirou com toda força o objeto na parede, a centímetros do menino que só fez cair no chão e erguer os braços para se proteger, encolhendo-se todo no canto

Ele tremia, sua respiração mais desregulada, as lágrimas caindo e o coração agitado. Levantou a cabeça lentamente, os cacos de vidro se espalharam perto dele. Theo sentiu dor, e tocou a têmpora direita, percebendo um pedaço da garrafa que o atingira.

— Isso é sua culpa! — O pai acusou indiferente ao fato de que poderia ter cegado o filho — Essa porra toda aqui é sua culpa!

O menino fungou, continuou parado, sem se mexer, não ousou tocar no caco de vidro novamente, deixando-o lá apenas abraçou as próprias pernas e tentou evitar contato com o pai. Hank se movimentou pelo quarto, suspirando, parecendo pensativo.

— Você não vai para a casa dos Malfoy. — Quando falou, sua voz não parecia mais tão agressiva, mas estava longe de ser amena — E se eu ver mais cartazes de homens escondidos pelo seu quarto, eu juro Theodore, que eu vou te socar até você aprender a ser homem, nada de magia, minhas mãos mesmo vão te ensinar a ser homem se for preciso. Está me ouvindo?

Theo fungou novamente, pequenas lágrimas caindo, mas assentiu. O garoto não saiu do chão depois que o pai deixou o quarto, apenas chorou. Quando Mycca apareceu, o ajudou a tirar o caco de vidro de sua têmpora e preparou um curativo, Theo – que era sempre tão gentil – não agradeceu, não a olhou, apenas chorou, e quando o elfo se ofereceu para arrumar seu quarto, o garoto se descontrolou e a expulsou do ambiente.

   Agora, depois de ter chorado litros até sentir que todas suas lágrimas secaram, Theo se arrependeu de ter sido tão arrogante com o pobre elfo, pois acredita que pessoas que descontam a raiva ou tristeza nos outros são pessoas instáveis e infelizes, que não percebem que isso não aliviará nenhum pouco seus próprios problemas.

No momento, porém, Theo não tem forças de se levantar e ir pedir desculpas a Mycca, mesmo sabendo bem que se daria mal caso seu pai resolvesse averiguar o quarto do menino e percebesse que ele continuava no mesmo lugar desde a noite anterior, e seu quarto continuava no mesmo estado. Mas o garoto de doze anos não tinha forças para levantar, em sua mente, no fundo do seu íntimo ele gritava "mamãe, por favor" com todo clamor. Mas Diana Nott já tinha morrido há anos, e Theo tinha plena convicção que não tinha mais com quem contar.

Seguindo sua linha de pensamento estava a última do quarteto dos Quatro dos Sagrados 28. Também filha de dois membros, também de uma família que respeita acima de tudo a supremacia puro-sangue, também no auge de seus doze anos, também com potenciais problemas. Pansy Parkinson tinha um senso sério e quieto, parecia até a mais certinha dos quatro para quem a visse, e pra uma garota que se sente tão sozinha, ela parecia ter medo suficiente dos próprios pais para não ir contra eles mesmo sabendo que havia 98.9% de possibilidade deles nunca descobrirem aquilo; em outras palavras, Pansy parecia ser a pessoa mais segue-regras que se pode conhecer, mas nem sempre fazer de tudo é o bastante.

São noventa e nove acertos e nenhum elogio, um erro e terá mil críticas e um castigo, Pansy já estava acostumada com isso.

— Suas notas não foram boas em História da Magia, nem em Transfiguração — A voz de Mariah Parkinson se ouvia rígida e feroz na mesa de jantar —, e eu me pergunto o que você tem feito em Hogwarts que não teve tempo de estudar? Ou talvez você esteja brincando no castelo, é isso? Está usando os intervalos para fazer qualquer coisa que não seja estudar, é isso, Pansy Eleonor?!

A garota encarou o próprio prato, dificilmente conseguia olhar a mãe nos olhos mesmo em bons momentos, e em ocasiões como essa, Pansy sabia que seria pior se o fizesse.

— Não, mamãe. — Respondeu com a voz firme, sabia que Mariah odiava quando ela gaguejava, era por isso que Pansy sempre contava até dez e suspirava fundo antes de responder, tentando deixar a voz firme, por mais nervosa que estivesse, sabia o que aconteceria se ela gaguejasse — Eu dei o meu melhor.

— Seu melhor? — Mariah deu uma risada sinistra, não parecia achar a menor graça naquilo, pelo contrário, sua risada causava arrepios na filha — Está ouvindo isso, Rikka? — E Mariah olhou para o elfo doméstico assustado que servia suco de abóbora na taça da mulher — Ela disse que deu o "seu melhor". Patético, patético, o seu melhor não é o suficiente, você tem que ser perfeita, Pansy, perfeita! Se não consegue ter o currículo perfeito, seja a garota perfeita, homens não gostam de moscas mortas e burras. Você tem sorte, pelo menos você herdou a beleza da sua mãe.

A respiração de Pansy ficou um pouco desregulada, sabia que acabaram de voltar naquele assunto novamente. Mariah sempre fazia isso quando Perseu não estava por perto. Era fato que a pequena Parkinson não tinha pais presentes, mas nos raros momentos em que eles apareciam e fingiam se importar com ela, as cobranças apitavam, Perseu e Mariah concordavam no quesito de esperar a perfeição da garota, mas Mariah apertava um pouco mais, para ela Pansy era um objeto, um objeto precioso que a ajudaria a conseguir o que ela já tem, mas é fato de que quanto mais se tem, mas se quer... ouro. E qual o melhor jeito de se conseguir mais ouro e mais status se não realizando um casamento poderoso?

— Como vai o pequeno Theodore, hein? — De repente a mãe parecia outra pessoa, a voz se tornou suave, o clima pareceu mudar, mas só pareceu, Pansy acabara de ficar mais agitada

— Mamãe... — Mas Pansy não conseguiu terminar, fechando suas unhas no punho e tentando ficar calada

— Que foi, Eleonor? Você sabe que eu odeio quando você gagueja! Acha que homens gostam de mulheres que gaguejam? Acha que homens gostam de mulheres que falam demais? Que não sabem se portar? Que não sabem o seu lugar?

As unhas de Pansy perfuraram a palma de sua própria mão, mas não tinha como ir além disso, elas não cortariam mais, estavam pequenas e bem aparadas, não era o suficiente para a garota se machucar. E sua mãe a mataria se ela se machucasse, para Mariah, o bem mais precioso de Pansy era seu próprio corpo, a menina tinha que estar sempre impecável, da cabeça aos pés e em todos os detalhes.

"Os homens não vão te olhar se você não for bonita o suficiente, se não estiver vestida adequadamente.", ela dizia constantemente.

Então as unhas pequenas e impecáveis de Pansy não podiam perfurar a palma de sua mão, por mais que usasse luvas, as mãos eram um lugar importante demais e muito a vista, não podia ser machucado.

A pequena Parkinson então olhou para a mesa, a pequena faca que usara para cortar o bife a lembrava de uma coisa... o que sua mãe diria se visse o único lugar em que a garota não é perfeita?

Ninguém vai levantar seu vestido, sua mãe não a ver se trocar, então ali não tinha problema algum. Os cortes não doíam, não ardiam, não incomodavam, mas pareciam aliviar an alma dolorida da pressão que a garota sentia. Pansy abaixou o olhar para sua roupa, observando diretamente o ponto abaixo dos seios, escondido pela camada do belo vestido negro, haviam cicatrizes rasas e fundas, velhas e recentes, os cortes de que só ela tinha conhecimento, porque ninguém precisava saber de suas dores, como sua mãe mesma diz: "Homens não gostam de mulheres sensíveis demais, e que choram por tudo."

— Acho que você precisa de roupas novas! — A voz de Mariah, agora impassível, chegou nos ouvidos da garota — Quer saber, esqueça a Casa dos Malfoy, Theodore Nott não pode te ver desse jeito. Você sabe que ele é o melhor partido pra você, depois de Draco Malfoy, é claro, então você precisa de um novo corte de cabelo. E suas roupas? Não, não, infantil demais, você já tem doze anos, não há tempo para esperar, você precisa se vestir como uma dama, ou nunca despertará a atenção de um homem desse jeito. Além do que suas notas precisam melhorar urgentemente mocinha, mas não serão tão importantes se você for impecável, você tem o sangue Parkinson e o sangue Rosier juntos, Pansy, ninguém espera de você menos do que a perfeição.

A criança de doze anos ouviu, absorveu, e concordou. Na frente de sua mãe, que poder tinha para revidar? Para falar? Para expressar sua opinião? Não, nada ela podia fazer a não ser concordar, precisava ser perfeita, isso sabia, alcançar a perfeição, ser a mais bela de todas.

Àquela noite, enquanto Millie Yaxley e Draco Malfoy dormiam tranquilos, e Theodore Nott lamentava-se com saudades da mãe que perdeu, Pansy Parkinson – a quarta integrante dos Quatro dos Sagrados 28 – se trancou no banheiro de seu quarto. Segurava uma pequena lâmina e não usava nada enquanto encarava o próprio reflexo no grande espelho, as cicatrizes sendo um contraste grande com a pele branca e beirando a perfeição. Pansy chorou enquanto encarava seu reflexo, chorou enquanto apertava a lâmina forte contra a mão e chorou mais enquanto se cortava, sempre no mesmo lugar.

Ali eles não podem ver, ali eles não olharão., repetia para si mesma em conturbados pensamentos, enquanto implorava que primeiro de setembro chegasse logo.

  Hello bruxinhos!!

   Não sei tanto o que comentar desse capítulo, mas tenho um edit dele que vai sair em breve no tiktok, só posso dizer uma coisa: tenso, né? tenso?

Muitos julgam a Pansy há tanto tempo que só quero saber como vão passar a ver ela depois de a conhecer melhor.

Aiai, nos vemos sexta-feira.

– Bjos da tia Nick.

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