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#pandagravidinho 🐼
LEIAM AS NOTINHAS!!!
🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑
"Jimin"
Meu corpo inteiro estava pesado.
Minha consciência retornava pouco a pouco, e eu já conseguia ouvir as vozes baixinhas ao redor.
ㅡ Ele deveria acordar, não é? ㅡ ouço Taehyung perguntar, preocupado. ㅡ Eu vou chamar o médico.
ㅡ Calma, Taehyung, ele vai acordar ㅡ era a voz de Jungkook, naquele segundo, pude sentir seus dedos se apertarem aos meus ㅡ eu só espero que isso aconteça logo, não aguento mais esperar.
Sorri pequeno, enfim abrindo meus olhos lentamente.
Olhei para Jungkook, ele estava realmente ao meu lado. Seus olhos pareciam brilhantes ao me observar.
ㅡ Você acordou, ainda bem. ㅡ ouvi sua voz suave.
Em seguida, meu irmão se aproximou e ele parecia prestes a chorar em alívio ao me ver acordado.
ㅡ Maninho! ㅡ ele falou, sorrindo, enfim. ㅡ Você tá bem? Tá com dor?
Neguei e enfim olhei para o meu corpo, observando o curativo por debaixo da bata folgada.
Aquilo me trouxe um choque delicioso de realidade.
Meus olhos voltaram para Jungkook.
ㅡ Deu tudo certo? ㅡ perguntei baixo, sentindo minha garganta um pouco seca ㅡ o doutor Kun... fez a cirurgia?
Jungkook me deu um novo sorriso, apertando devagar a minha mão antes de assentir e beijar o dorso com uma delicadeza extrema, suspirando.
ㅡ A cirurgia ocorreu bem, amor. Deu tudo certo, seu sonho se concretizou.
Um arrepio subiu por meu corpo vagarosamente. Meus olhos voltaram para meu irmão. Ele segurou minha mão livre com tanto cuidado quando meu noivo, sorrindo quando, devagar, sentou ao meu lado.
ㅡ Não tem mais nada aí, Minie. ㅡ ele disse, me fazendo rir baixo ㅡ acabou, maninho. Nada de binder ou incômodos. Nada de se sentir desconfortável. Quando tudo isso passar, vamos a Jeju nas férias, o que acha? Eu, você, as crianças e os nossos maridos. ㅡ ele olhou para Jungkook, fazendo-o assentir ㅡ E quando estivermos lá, maninho ㅡ ele voltou a me olhar ㅡ vamos entrar no mar juntos. E vamos fazer isso só usando só uma sunga, o que acha?
Taehyung me tirou uma nova risada, mas eu assenti outra vez.
ㅡ Com certeza vamos tomar muito banho de mar, Tae-ah. Mas só depois que eu me recuperar cem por cento, tá bem? Não quero correr o risco de algo der errado.
ㅡ Com certeza, Minie.
Ele apertou minha mão devagar outra vez e Jungkook beijou o dorso da que ainda segurava. Ele estava quietinho, dava para sentir ainda a sua preocupação. Mas sempre que eu o olhava, ele me dava um lindo sorriso e isso, de alguma forma, aquecia meu coração e me fazia ter calma, mesmo que por dentro eu voltasse pouco a pouco a sentir a ansiedade de enfim ver o resultado.
Eu tinha a recomendação para tentar não conversar muito, mas ainda me sentindo um pouco pesado, não conseguia ficar quieto com os olhos atentos de Jungkook em tudo.
ㅡ Você tem certeza que não sente nenhuma dor?
ㅡ Eu tenho, amor.
ㅡ Não está sentindo nada mesmo? ㅡ perguntou novamente.
ㅡ Sinto um pouco de ansiedade. Quero poder ver como está.
Jungkook sorriu, assentindo. Acho que até mesmo ele sentia aquela ansiedade também, afinal, tudo havia dado certo.
Eu já havia fantasiado demais sobre como eu me sentiria nesse exato momento, mas a felicidade é completamente maior do que imaginei.
Eram tantas coisas que passavam pela minha mente. Pensava sobre poder me ver no espelho depois da recuperação, nos meus futuros shows e nos figurinos que eu iria poder ousar.
Já pensou se num dos meus shows, enquanto eu canto no palco, simplesmente tiro a camisa? É libertador só de pensar!
Por tanto, aguardo a visita do médico com ansiedade. Jungkook não sai do meu lado por um só segundo. Ele avisou a sua mãe que tudo estava bem e assim que eu fosse liberado para ficar de pé, eu ligaria para falar com as crianças.
É óbvio que Hawoo também estava ansioso, e ele fazia um drama sem igual pelo fato de, após horas, ainda não ter falado comigo.
Quando o doutor Kun enfim veio me visitar, pude lhe dar um dos sorrisos mais verdadeiros de minha vida.
ㅡ Se sente bem? Está com dor? ㅡ ele me perguntou.
Assenti, mas fui verdadeiro:
ㅡ Não sinto dor nenhuma, só um pouco de peso no corpo todo.
ㅡ É normal se sentir assim. Ainda está sob o efeito da anestesia. Mas se sentir qualquer dor, deverá avisar, ok? Vamos mantê-lo o mais confortável possível.
ㅡ Tudo bem, mas estou me sentindo muito ansioso também, doutor. Será que já posso ver?
Ele riu junto à Jungkook e Taehyung, mas assentiu.
ㅡ Sim, já se passaram algumas horas do fim da sua cirurgia e eu vim para saber como você estava e para darmos uma olhada juntos também. Mas, se lembre, estará um pouco inchado e há muitos pontos evidentes, tudo bem?
ㅡ Tudo bem ㅡ concordei com um sorriso e observei quando o doutor se aproximou e abriu minha bata com cuidado.
Jungkook ficou de pé, cruzando os braços quando parou ao lado de Taehyung. O olhei, respirando fundo e vi seu sorriso, antes de olhar para o curativo que eu usava.
Ambos pareciam tão ansiosos e aflitos como eu mesmo estava.
ㅡ Pronto? ㅡ doutor Kun me olhou, sorrindo quando respirei fundo e assenti.
Ele então retirou com cuidado o curativo maior, revelando devagar o resultado.
Meus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente ao ver o meu corpo de uma maneira que eu sempre sonhei. O tempo pareceu congelar ao admirar aquela marca sob meu peito que agora não tinha mais aquele volume indesejado que sempre me assombrou e magoou, arrastando a minha alma.
Era arrepiante continuar olhando, chegava a causar uma sensação de euforia que ia da cabeça aos pés.
O inchado mencionado pelo médico era real, mas mesmo assim, a sensação de liberdade e alívio era avassaladora e me fazia não querer desviar os olhos do meu peito nunca mais.
ㅡ Woah... ㅡ Taehyung murmurou, maravilhado, enquanto Jungkook permanecia ao meu lado, segurando minha mão com seus olhos iluminados e emocionados sobre o meu peito.
ㅡ E então? ㅡ o médico perguntou, me fazendo enfim desviar os olhos para ele antes de fungar baixo, sorrindo quando uma lágrima caiu dos meus olhos.
ㅡ É como sempre eu imaginei, doutor Kun ㅡ falei, observando meu Jungkook limpar uma lágrima que escapou também ㅡ obrigado. Muito obrigado por fazer esse sonho se tornar realidade.
O médico sorriu, agradecendo pela minha confiança nele também. Depois, explicou alguns cuidados que eu deveria tomar, principalmente sobre o dreno que ficaria em mim por mais alguns dias, incluindo após a alta. Além disso, ressaltou a importância do cuidado extremo que eu deveria ter com a região da incisão e, principalmente, dos meus mamilos. Mesmo após estudar bastante sobre cada passo da cirurgia e perceber que as chances de complicações eram pequenas, o médico assegurou que, se eu seguisse todas as orientações à risca, certamente nada de ruim aconteceria.
ㅡ E... quando eu vou ser liberado para comer, doutor? ㅡ perguntei tímido, após o novo curativo ser colocado ㅡ É que eu estou faminto, não como nada há horas por causa do jejum que o senhor pediu antes da cirurgia.
Doutor Kun riu, mas me tranquilizou.
ㅡ Em breve. Logo vamos servir seu jantar e você poderá se sentir melhor.
ㅡ Tudo bem. Obrigado ㅡ agradeci novamente.
Após aquela breve consulta, doutor Kun se foi e eu enfim pude me sentir maravilhado e realizado.
ㅡ O que você achou, Jun? ㅡ o perguntei, ele ainda se mantinha ao meu lado e seus olhos eram lindos de encarar.
ㅡ Ficou perfeito. ㅡ falou, mantendo o sorriso, mas deslizou os dedos pelo meu rosto, se aproximando quando beijou minha bochecha e sussurrou: ㅡ e é ainda mais perfeito ver o seu sorriso. Sou grato por compartilhar esse momento com você.
ㅡ Obrigado por estar aqui ㅡ sussurrei em retorno, me aproximando, sentindo seus lábios quando repousei os meus com suavidade. Jungkook suspirou em puro deleite ㅡ agora, você pode ligar para os nossos filhos? ㅡ sorri, ainda pertinho dele ㅡ eu não posso e nem consigo levantar os braços, não sinto que tenho força suficiente nem nas mãos ainda, mas já sinto muita saudade deles.
ㅡ Claro, não se preocupe, amor. Eu vou ligar. ㅡ ele disse, me dando um beijo novo, e buscou o aparelho celular. Enquanto Jungkook ligava para casa, meu irmão se aproximou e sentou ao meu lado, fazendo carinhos nos meus cabelos.
Ele ainda exalava aquela felicidade por mim, e parecia querer cuidar de mim como a nossa mãe sempre contava nas histórias da nossa infância. Por exemplo, quando eu nasci, Taehyung praticamente velava o meu berço com medo de que eu chorasse com medo de algo.
Ele era, definitivamente, a minha metade.
ㅡ Papai? ㅡ desviei os olhos ao ouvir a voz de Hawoo e sorri, observando Jungkook voltar a se aproximar de mim, mas agora, com a imagem de Hawoo e minha sogra ali, com seus olhos arregalados em curiosidade. ㅡ papai, já acabou?
ㅡ Oi, filho. ㅡ falei, vendo-o sorrir e acenar ㅡ já acabou sim. O papai está bem.
ㅡ Graças a Deus, meu filho! ㅡ minha sogra falou, juntando as mãos em agradecimento ㅡ Jungkook, cuide dele, entendeu?
ㅡ Pode deixar, senhor Hye-won ㅡ meu noivo falou, aparecendo rapidinho na câmera.
ㅡ Eu também vou, senhora Jeon! ㅡ Taehyung falou, a fazendo rir.
ㅡ Obrigado também, meu anjo. ㅡ ela o agradeceu.
ㅡ Papai? ㅡ Hawoo chamou. Seus olhos pareciam procurar algo diferente em mim ㅡ o que o médico fez em você?
ㅡ Ah, meu amor. O doutor Kun só fez uma mudança pequenininha no corpo do papai. Ele realizou o meu sonho.
ㅡ É?
ㅡ Uhum.
ㅡ E qual que era?
Ri baixo, vendo-o ainda tão curioso.
ㅡ Vamos fazer assim, quando o papai voltar, eu vou te deixar ver como o meu corpo ficou, tá? E então te explico tudinho.
ㅡ Tudinho mesmo?
ㅡ Tudinho mesmo, meu amor.
ㅡ Tudo bem. E... o médico cortou o senhor?
ㅡ Uhum. Mas eu não sinto nada.
ㅡ Jura? Mas da vez que eu cortei o meu dedo com a faquinha de carne, doeu tanto!
ㅡ É, eu me lembro desse dia, o coração do papai ficou bem pequenininho e apertado. Mas o médico me deu um remedinho, então eu não tô sentindo nada mesmo.
ㅡ Woah... que legal, pai. ㅡ ele sorriu e olhou adiante, então eu pude vê-lo correr, e quando retornou, ele trouxe NamHa consigo, enquanto Jeongyeon sentou ao lado da minha sogra enquanto segurava Ariel, sorrindo quando me viu também. ㅡ Diz "oi" ai papai, maninho.
NamHa o olhou e riu, sem entender nadinha.
ㅡ Oi, abelhinha. ㅡ falei e Ariel olhou na minha direção, procurando pelo som.
ㅡ Papa! ㅡ ela sorriu, talvez enfim me vendo.
ㅡ Oi, princesinha do papai.
NamHa continuava sem me perceber, mais atento a orelha de Hawoo quando a tocou e a puxou, rindo alto.
Passei algum tempo conversando com meus filhos e ri junto à Jungkook e Taehyung quando NamHa enfim me notou, enchendo o ar com gritos e chamados "papa", me aquecendo o coração.
Quando enfim meu jantar chegou, acompanhado também do jantar para meus dois acompanhantes, suspirei ao que Jungkook ergueu devagar a cama para me dar mais conforto, quando ele deu prioridade a mim e buscou a tigela com sopa, deixando para comer seu jantar apenas depois, me servindo com atenção as quantidades pequenas para que eu sequer corresse o risco de engasgar.
ㅡ Podemos nos casar amanhã? ㅡ brinquei com ele, o observando atento enquanto passava o guardanapo pelos meus lábios. Meu irmão, no canto do quarto, riu com a boca cheia, avisando que já iria encomendar as flores, pois um casamento sem flores, era um casamento sem emoção.
ㅡ Amanhã não. Mas no dia da sua alta, sim. ㅡ Jungkook respondeu, me olhando nos olhos quando ergueu a colher novamente.
ㅡ Jura? ㅡ perguntei antes de me empanturrar com a comida, mas senti o beijo que ele deixou em meu nariz quando sussurrou:
ㅡ Eu juro.
Sorri, me sentindo sortudo por tê-lo ao meu lado.
Quando um tempo passou, eu voltei a dormir. Não sentia a necessidade de ir ao banheiro, pois tinha uma sonda ligada a minha bexiga, mas quando a madrugada chegou, eu gemi baixo, acordando com um pouco de dor no local da cirurgia.
Taehyung já havia ido, mas Jungkook se mantinha ao meu lado. Ele nunca teve um sono leve, mas acordou rapidamente quando me ouviu reclamar baixinho.
Chegava a dar dó do modo preocupado que ele ficava, se eu pudesse até ria um pouco, pois me fazia lembrar de seu desespero ao perceber que Ariel iria nascer.
Mas ele foi em busca de uma enfermeira e a informou o que acontecia. E quando retornou com ela, me senti aliviado por enfim ser medicado, esperando um pouco até a dor que eu sentia, diminuir bastante.
ㅡ Me aflige te ver sentindo dor ㅡ meu Jeon sussurrou. Sabia que ele talvez não fosse mais conseguir voltar a dormir.
ㅡ Está tudo bem, Jun. Já passou.
ㅡ Você precisa de algo?
ㅡ Eu queria um cafuné ㅡ disse baixo, sentindo o sono me atingir novamente ㅡ você pode me dar até eu dormir?
ㅡ Claro. ㅡ ele disse com um sorriso, parando de pé ao meu lado. Pude sentir seus lábios em minha testa quando deixou um beijo lá e automaticamente fechei meus olhos ao sentir seus dedos tocarem meus cabelos e fazerem carinhos leves por lá. ㅡ Eu amo muito você. Já disse isso?
ㅡ Hoje não.
Abri meus olhos, o admirando pertinho.
ㅡ Eu amo você ㅡ sussurrei.
Ele sorriu maior, se abaixando com cuidado quando beijou meus lábios.
ㅡ Eu também amo você.
🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑
Eu não podia dizer que havia tido uma boa noite de sono.
Me sentia um pouco cansado ao acordar às seis da manhã com as enfermeiras que vieram para trocar meus curativos e retirar a sonda que estava em mim, me dando remédios e me lembrando que eu deveria ingerir bastante água, afinal, eu só iria receber alta quando o médico tivesse certeza de que todo o meu corpo estava Ok, e isso dizia a respeito do meu intestino também.
Eu me levantei pouco depois daquilo. A mulher me ajudou, mas as mãos de Jungkook me segurava com uma certeza sem igual. Ele sempre ouvia as instruções de cuidado que eu deveria tomar, e no minuto que eu informei que queria ir ao banheiro, pois me sentia sujo, precisava de um banho.
ㅡ Você quer que eu te ajude? ㅡ a enfermeira perguntou, mas eu olhei para o meu noivo, louco para negar, mas com vergonha também.
ㅡ Será que eu posso dar o banho dele? ㅡ ele perguntou num tom gentil ㅡ eu ouvi todas as instruções e nós dois temos mais intimidade, acho que ele se sentia melhor com privacidade.
ㅡ Tudo bem ㅡ ela deu um sorriso que aliviou meu corpo inteiro ㅡ estarei aqui, me chame se precisar de auxílio.
ㅡ Tudo bem, obrigado.
ㅡ Ah, eu preciso lembrá-los. ㅡ ela disse, mas olhou estritamente para Jungkook ㅡ Evite molhar o curativo, por favor. Apesar dele ser à prova d'água, recomendo que evite o contato direto com água. Além disso, evite tocar na região da incisão para evitar dor ou problemas maiores, ou abaixo das axilas devido ao dreno. Também é crucial que o paciente não erga os braços para evitar a ruptura de pontos ou o deslocamento do mamilo, já que houve o realocamento e a pele ainda não está cicatrizada, o que pode resultar em perda parcial ou total, ok?
Jungkook arregalou os olhos, me olhando. Eu ri baixinho e assenti.
ㅡ Tudo bem, obrigado. ㅡ agradeci.
Caminhamos juntos até o banheiro e Jungkook me despiu com cuidado, não me deixando sequer mover minhas pernas sozinho.
Ele checou a temperatura da água na ducha e começou por os meus pés, me fazendo apenas observá-lo em sua devoção e cuidados, limpando minha pele com seu amor que exalava.
Eu tentava fazer piadinhas, mas ele sequer ria por mais que dois segundos, com medo de fazer algo errado.
Quando finalmente chegou ao meu tronco, ele se recusou a derramar água diretamente na minha pele para não ter risco algum.
Após vestir minha cueca, que, aliás, era alguns números a mais do que eu habitualmente usava para ficar o mais confortável possível, ele me conduziu de volta para a cama e me ajudou a sentar. Lá, ele observou enquanto ela limpava minha pele com lenços, até que pediu permissão para tentar também, pois, segundo ele, cuidaria de mim dia após dia até que eu me recuperasse completamente, e queria fazer aquilo do jeito mais certo possível.
Jungkook até mesmo me ajudou a vestir uma calça confortável de pijama e uma nova bata hospitalar, a fechando com cuidado para não me apertar.
ㅡ Sabia que eu sou um baita sortudo? ㅡ falei com ele, rindo, enquanto voltava para cama com sua ajuda.
ㅡ Eu também sou. ㅡ ele piscou, cobrindo meu corpo com um lençol, antes de beijar minha boca ㅡ está com dor?
ㅡ Estou com fome ㅡ fiz bico.
ㅡ E quando você não está? ㅡ ele riu baixinho. ㅡ vou perguntar quando irão servir o café da manhã, não se preocupe.
Assenti e o vi ir. Aproveitei o momento sozinho para olhar a paisagem pela janela. O mês de março marcava o início da primavera, proporcionando uma visão encantadora da cidade com suas árvores espalhadas e parques exibindo um verde exuberante. Essa cena me trazia conforto, pois eu já imaginava os futuros passeios com as crianças, visualizando NamHa e Ariel correndo alegremente pela grama ao lado de Hawoo.
No entanto, essa estação também me recordava da minha agenda e da possibilidade de um aviso de mudança nas datas do início da minha turnê devido à minha recuperação. Isso despertava a preocupação em relação à frustração dos meus fãs, que aguardavam ansiosos por mais tempo do que qualquer outra fanbase, ansiosos por um novo show.
Sentia o receio de decepcioná-los, não apenas pela possível alteração nas datas, mas também por não poder estar presente como artista nos palcos. Essa preocupação chegava até no fato da minha nova aparência no futuro.
Eles iriam gostar? Continuariam me apoiando?
Eu não sabia, e me dava um medo tremendo de perder tudo o que conquistei apenas por realizar o meu sonho e aprimorar o meu bem-estar.
Quando Jungkook retornou, me tirou daqueles pensamentos.
O café da manhã foi servido e no horário de visitas o meu irmão retornou. Ele cuidou um pouco de mim para Jungkook ir para casa, tomar banho e ficar um pouco com os nossos filhos para que não sentissem tanto a nossa falta e para que também não ficassem sem notícias.
Mas ele voltou poucas horas depois, e trouxe consigo uma naninha antiga que misteriosamente tinha o cheiro dos meus três filhos, e senti-lo me fez querer chorar de saudade.
ㅡ Eu pensei que você sorriria mais, não que iria acabar chorando. ㅡ ele falou, deixando a naninha no canto.
ㅡ É que é a primeira vez que eu passo tanto tempo longe deles, meu coração fica apertadinho.
ㅡ Eles estão bem. Aliás, quer fazer uma nova ligação?
Sorri e assenti, ansioso para revê-los.
Nossos dias seguintes de recuperação foram idênticos àqueles, mas a melhora no meu corpo já era notável.
No fim, quando recebi minha alta, já não estava mais com inchaços ou com dor, mas doutor Kun, após verificar que o meu corpo estava cem por cento bem e funcional, repassou todos os cuidados e me lembrando da consulta de retorno para a retirada do dreno e também dos pontos.
ㅡ Nós vamos nos casar? ㅡ Jungkook perguntou, me fazendo rir por aquilo me pegar de surpresa.
ㅡ Vamos, mas... eu posso estar em um momento melhor? Num bem legal que até poderemos sair em uma lua de mel bem quente?
ㅡ Tudo se resume em putaria pra vocês. ㅡ Taehyung balbuciou, fazendo Jungkook rir.
ㅡ Claro que podemos, amor. ㅡ ele respondeu para mim, piscando um dos olhos.
Assenti e olhei pela janela, suspirando quando voltei a pensar nas crianças.
ㅡ Vai ser difícil ver as crianças e não poder sequer abraçá-las. ㅡ falei choramingando ㅡ faz tantos dias, e se eles não lembrarem mais quem eu sou?
ㅡ Impossível, você falou com eles todos os dias por vídeo chamada ㅡ Jungkook falou.
ㅡ E seus filhos te conhecem até pelo cheiro, deixa de drama! ㅡ Taehyung completou.
Sorri e os esperei terminar. Quando enfim descemos, ainda me despedi de algumas pessoas que me ajudaram muito naqueles dias ali.
Como na chegada, nós saímos por uma área privada, e Jungkook foi quem dirigiu, tão devagar que por todo o percurso ouvimos inúmeras buzinas, o que o fazia xingar baixo por não ser adepto a brigar no trânsito e também por causa de sua situação penal, que o impedia de se envolver em qualquer briga ou seria automaticamente detido em uma prisão.
Mas quando enfim estacionamos em casa, a porta principal rapidamente foi aberta e eu vi meu pequeno Hawoo sorrir, correndo em nossa direção, até que Jungkook o pediu calma, o informando como eu não podia receber abraços naquele instante.
ㅡ Mas eu ainda posso te dar um beijo ㅡ falei, me aproximando. Seu cheirinho era melhor ainda pessoalmente, fez meu corpo enfim perceber que estávamos de volta ao lar. Deixei um beijo em sua testa e olhei em seus olhos alegres. ㅡ estava morrendo de saudade de você, filho.
ㅡ Eu também estava morrendo de saudade, papai.
Hawoo se manteve pertinho quando enfim adentramos e a minha sogra não poupou lágrimas quando me viu de pé. Como Hawoo, ela demonstrava como queria me dar um abraço, mas se contentou em afagar minha bochecha e deixar um beijo em minha testa, se demorando no ato, me fazendo sentir segurança e apoio materno, algo que eu sabia ser essencial, principalmente em um momento como esse.
Meus bebês corriam pela casa, brincando alegremente. Quando Jeongyeon se aproximou, ela expressou sua felicidade em me ter de volta em casa.
No entanto, naquele momento, a pior parte da recuperação parecia estar pela casa, causando bagunças incessantes. Embora desejasse sentir o cheirinho dos meus bebês também, a agitação deles chegava a um ponto que nos fazia temer que pudessem me machucar sem sequer compreender totalmente a minha condição, então decidi passar o dia sentado no sofá da sala, observando tudo ao meu redor.
No fim daquele mesmo dia, ainda recebi a visita do meu pai, que trouxe meias de compressão a pedido do médico, já que eu ainda não havia comprado por puro esquecimento.
E mesmo Jungkook se certificando de comprá-las no dia seguinte, meu pai fez questão de trazê-las. E ele também fez questão de vesti-las em mim, mencionando que era como matar um pouco da curiosidade que ele tinha sobre como cuidar de um bebê.
ㅡ Mas eu estou longe de ser um bebê. ㅡ comentei, sentindo-o sorrir antes de afagar minha bochecha quando enfim se ergueu, olhando nos meus olhos.
ㅡ Eu e seus fãs discordamos disso. ㅡ respondeu.
Passar por um momento como aquele, com o conforto familiar, era tudo o que eu mais havia desejado. E eu enfim havia tido.
Na noite, quando a casa ficou silenciosa, meu Jeon me chamou baixinho para ir até o quarto dos bebês. Eles estavam no carrinho de bebê, Jungkook havia feito ambos dormirem ali, pois pareciam gostar do movimento e sempre adormeciam rápido.
Ele buscou Ariel primeiro, se aproximando de mim com ela.
ㅡ Eu percebi o quanto você queria senti-los, então agora você pode.
Eu queria lhe abraçar de tamanha felicidade. Me aproximei com suavidade e passei meu nariz sobre os cabelinhos longos da minha princesa, sentindo seu perfume suave, me dando ainda mais paz.
Jungkook a colocou no berço como sempre fazia com cuidado. Depois, ele buscou NamHa, repetindo o mesmo, e me fez suspirar pela segunda vez, extasiado por algo tão bobo, ter um poder tão grande em mim.
ㅡ Obrigado, Jun.
Ele negou, colocando NamHa em seu bercinho, também.
ㅡ Não precisa agradecer, vida.
Ao retornarmos para o quarto, ele novamente demonstrou como se importava comigo e meu bem-estar.
Havia a instrução de recuperação e cuidado sobre eu dormir de barriga para cima por, pelo menos, os próximos sessenta dias.
Aquilo iria ser difícil, mas não ter liberdade plena dos meus movimentos era ainda pior, então Jungkook recolheu minhas pernas e, devagar, me ajudou a deitar, organizando meu travesseiro e em seguida a coberta.
Ele não dormiria ao meu lado até, ao menos, o dreno ser retirado por puro medo de se mexer enquanto dorme e acabar me machucando.
Mas ele queria se manter por perto como sempre. Então Jungkook organizou um colchão inflável ao meu lado e deitou após eu já estar completamente organizado e confortável, e, como de praxe, ele se aproximou de joelhos e me deu um último beijo antes de desejar:
ㅡ Boa noite. Dorme bem, tá? Eu tô bem pertinho, me chame se precisar de qualquer coisa.
ㅡ Pode deixar. ㅡ falei e lhe dei um beijinho extra, o observando apagar o abajur e se deitar, se cobrindo por completo, adormecendo rápido, demonstrando o seu próprio cansaço.
[Continua]
🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑
Me desculpe a demora!!! Tá um caos com os preparos do livro físico de Laços, mas tá tudo lindo!! Alias, sigam o perfil designado aos meus lançamentos!!! @Selodreamamaze
AH!!!! E LEITORES DE UMA NOITE, FIQUEM ATENTOS, EM BREVE VIRÁ UMA NOTICIA SUPER HIPER MEGA LEGAL REFERENTE AO NOSSO LIVRINHO!!!!