A Ascensão das Chamas Escarla...

By Rineirows

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Em meio a um golpe militar, a família do mercenário Alex Thorns é aniquilada por um assassino misterioso. Min... More

*•.¸✧ ANTES DE LER ✧¸.•*
*•. EXTRAS .•*
*• GLOSSÁRIO •*
• DEDICATÓRIA •
Prólogo
✧ Brasa ✧
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 7

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By Rineirows

Engulo seco. Viro-me para o chão, com mãos tremendo. Não é apenas um treinamento, e sim uma obrigação. A opção de falhar é inexistente. Vejo meus amigos com as mãos cerradas e olhos perplexos.

Apesar dos gestos semelhantes, consigo diferenciar suas intenções. Noah está com medo de sofrermos, já Toli quer dilacerar Órion. O oficial percebe nossa tensão e logo tenta aliviar a conversa.

— Era brincadeira! Hoje estou a fim de fazer piadas. Vai dar tudo certo.

Alan faz um sinal negativo atrás do oficial. Não é nenhuma pegadinha.

— Admiro seu humor, oficial. — Toli fecha a sua cara mais do que o normal. — Que se dane, não temos outra opção. Um dia nós vamos morrer mesmo, não é?

— Eu quero que concluam a missão vivos. Preciso dos melhores agentes para algo que ocorrerá em Mileth em um ano e meio. Vocês estão inclusos.

— Que tipo de missão? — Abro a boca, finalmente.

— No dia cinco de setembro do próximo ano, assaltaremos o maior prédio de Mileth. Sou impossibilitado de revelar todas as informações deste embate, porém, é um plano que deve ser cumprido.

Não entendo o porquê deste assalto por um momento, mas, logo após, relembro um fato imprescindível: somos uma máfia. A Fulehart tem sido minha casa, então, ignoro que sou um criminoso.

— Não sejam imprudentes. — Ele une os punhos e se curva levemente. — Que a estrela de Fules ilumine nosso caminho através da escuridão.

Este é o lema da Fulehart. Poético, eu diria.

— Arrasou. — Não sei como Alan consegue ser descontraído até neste tipo de missão. — Vocês sairão para a missão amanhã cedo, por favor, se arrumem.

— Entendido. — Viro-me para o oficial. — Obrigado, senhor Órion.

— Sou apenas um ano mais velho que Alan, não precisa me chamar de senhor. — Gravei essa informação — Qual será o nome da equipe?

Olho para os outros, eles fazem movimentos com as mãos sugerindo que eu invente algo na hora.

A única equipe que conheço é a Black Twilight, um time lendário, que fazia missões diversas sem nenhuma restrição. São como lendas, mesmo sendo uma equipe dissolvida e anônima.

Logo, disse um nome tão legal quanto:

— Patutinha do Alex e parada gay.

— Pelo amor de Deus! Você fala isso como se não fosse um encubado! — Yuli grita, me reprovando. — Tenho uma ideia: fã clube da Yuli!

— Quem disse que sou seu fã? — Retruco. — Ridícula.

— Yuli, você deve se comportar. — O tom de voz do oficial é firme. — Quando Alan não estiver presente, você será a líder.

Os olhos de minha prima são como pedras esmeralda, refletindo o infinito pelas suas íris.

— Certo, oficial! — Ela abre um sorriso, quase pulando no meio da sala.

— Agora falando sério — Noah se posiciona — Sonho desde muito tempo com esse momento, e pensei no nome "Under Dark", acho que seria interessante. Sabe, "abaixo da escuridão". Também combina com as outras equipes que já foram às missões de campo.

— Esse será o nome da equipe de vocês. — Órion fala sem perguntar se gostamos, mas eu gostei. — Dispensados. Menos Alex, a Crystal está te chamando aqui na sala ao lado. Acho que é sobre o que aconteceu com você hoje.

Ah, na moral, quarta vez no ano que tenho que ir para essa terapia do satanás.

— Beleza, já vou.

Obvio que ela quer falar comigo. Alex, você teve uma overdose! Fazia uns dois meses que isso não acontecia. A Crystal deve querer me dar um sermão de duas horas por causa disso tudo.

────────────── ⋆⋅✧⋅⋆ ──────────────

Fecho a porta da sala com cuidado antes de espernear. A Under Dark — vou demorar para chamar meus amigos assim — está com uma postura muito mais formal do que eu pensava. Nesse momento, até penso que estava mais desleixado do que poderia.

Após virar o corredor, há uma pequena sala, um escritório onde a Crystal fica quando não está trabalhando no subsolo. Dou cinco toques na porta, para diferenciar.

— Crys? — Abro a porta e vejo que ela está com as pernas em cima da mesa e brincando com o lápis.

— Oi, Alex! — Ela dá um salto, derrubando algumas coisas da mesa, mas aparentemente não se importando. — Tenho uma entrevista para fazer com você, sente-se.

Ela vai até mim e empurra meus ombros em direção à cadeira de estofado. É confortável, mas fico agoniado pela grande bagunça.

— Vamos começar. — Ela vai para o outro canto da sala e apaga as luzes do cômodo.

Repentinamente, aparece na minha frente, com uma luz direcionada na minha cara.

— Primeira pergunta, quanto você tomou da Host?

— Uns... 100 ml? Não me recordo muito bem. Só sei que foi um recipiente inteiro.

— Você tomou o recipiente inteiro? Está louco? — Ela aumenta a intensidade da luz, ofuscando minha visão. — Ah, seus olhos são bonitos!

Ela com certeza viu minha heterocromia pela luz localizada, mas ela não deve estar lembrada de que, se continuar assim, fico cego.

— Você é maluca. Já pensou em ir para o "Centro de Atenção Psicossocial" daqui? Acho que se chama CAPS...

— Segunda pergunta. — Ela intensifica a luz — Você não fez um tratamento?

— Fiz, mas isso não anula o fato da minha inutilidade. Perderíamos a avaliação e o clima na equipe seria desagradável por atrapalhá-los.

— Tenho certeza de que eles iriam compreender, todos sabem da sua deficiência.

— Falando assim, parece até que sou um impuro.

— Mas você é.

— Ah, é verdade.

— E outra coisa, até hoje você não criou uma técnica. Se continuar assim, será dependente da Host e de truques simples para sempre.

— Eu sei, mas entro em colapso com todas as variações de MAO. É impossível.

O ensino MAO da Fulehart não é inclusivo, até mesmo entre os impuros. A facção é repleta de problemas. O sistema é falho.

— Tenho certeza de que você consegue. Quando eu tinha meu corpo masculino, pensavam que nunca ia conseguir ser quem eu sou. E agora olha para mim! A ciência resolve tudo.

— Vou tentar me virar, mas por enquanto devo usar a Host.

Crystal põe sua mão nos bolsos e tira uma cartela de comprimidos vermelhos e cintilantes. Não há bula. Identifico de imediato.

— Você agora vai usar pílulas, a nova unidade que criei no laboratório essa semana. Elas não são tão corrosivas, mas por favor, tome uma por vez.

— Vou tentar não ter uma recaída. — Abro um sorriso.

É incrível que, quando eu fecho a boca, o mundo começa a girar. Uma dor agoniante me atinge, mas tento disfarçar.

— Alex, você está morrendo? Seus olhos estão tremendo. — É, não deu certo.

— Foi mal. Ainda não me recuperei totalmente.

Percebo que estou mais à beira da morte do que jamais estive. Seja pela missão, overdose ou até pela retalhação da própria Fulehart. Pois é, deveria fazer um seguro de vida.

— Você irá sarar rapidamente. Sua família é repleta de prodígios. E você é... esforçado, entende?

— Eu sei que não sou forte, caramba! Não precisa lembrar que sou uma ovelha negra.

— OK, vamos fingir que você é naturalmente competente. — Nossa.

Crystal segura minha mão, enquanto fita seus olhos de ônix com os meus.

— Não deixe uma coisa dessas estragar a sua vida. — Ela abre um sorriso olhando para mim, enquanto ajeita os óculos. — Agora vá passar tempo com seus amigos, vocês não sabem quando vão ver eles novamente.

Agora estou me cagando de medo.

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