*Diana
Entro no camarim e Cláudia entra logo atrás, ela fecha a porta e eu sigo até a mesinha, pego um pedaço de melancia e me viro para encarar Diogo. Ele sorria sem graça, o mesmo guarda o celular no bolso e nos encara.
- Vocês foram demais lá em cima. - ele fala com um sorriso falso.
- Concordo, mas a loirinha magrinha teria sido melhor. - falo e ele fecha a cara, mordo um pedaço da melancia e coloco a mesma sobre um pratinho de plástico, desamarrar o roupão e tiro o mesmo. - Não gosta do que vê? Não tem problema, a única pessoa que tem que gostar é o meu namorado. - falo apontando para o maiô. - Você mandou que eu subisse naquele palco, não foi uma escolha minha.
- Você me entendeu errado, eu só quis dizer que... - interrompo o mesmo e coloco o roupão novamente.
- Não precisa se justificar. - me aproximo do mesmo. - Mas não espere que eu faça algo desse tipo novamente, não se a pessoa que estiver pedindo for você. Eu trabalho para o tio João, meu empresário é o Rick, você é UM dos empresários dos meninos, mas eu não sou sua subordinada.
Cláudia arregala os olhos, Diogo sorri e dá um passo a frente, ficando cara a casa comigo.
- Língua afiada a sua. - ele sorri. - Cuidado, Diana. - o mesmo me olha de cima a baixo e se afasta. - Só podemos bater de frente com quem conseguimos lidar, não mexe com alguém maior que você, isso pode te causar problemas.
- É uma ameaça? - Cláudia pergunta se aproximando e se colocando ao meu lado, um pouco mais a frente.
- É um aviso, de qualquer forma, parabéns pela performance. - ele fala e sai do camarim, fechando a porta atrás de si.
- Quem esse filho da puta acha que é? - ela pergunta irritado. - Ele te ameaçou? Mas eu vou agora mesmo falar com... - interrompo ela e a seguro antes que mesma saia do camarim.
- Não, Clau. - falo e ela suspira. - Não precisa, está tudo bem.
- Tem certeza? - ela pergunta preocupada e eu forço um sorriso.
- Sempre que começo a me sentir bem comigo mesma acontece coisas desse tipo, mas vai passar. - ela suspira e deixa um beijo em minha testa. - Vamos, precisamos voltar.
Tiro o roupão e o maiô e me troco rapidamente para Vira-Vira, como o Júlio fazia um dueto usando um lenço vermelho na cabeça e uma saia longa azul, eu e Cláudia usávamos um lenço azul, uma blusa preta e uma saia longa vermelha, para fazer contraste com a roupa dele.
Ao terminarmos de nos arrumar, saímos correndo do camarim e seguimos até o palco novamente. Rosângela sorri para nós duas e arruma nossos lenços, as luzes se apagam e Dinho corre em nossa a direção, ele pega os óculos e chapéu com a Rosângela e nós três vamos para o palco.
A mesma posição de sempre, eu entre Dinho e Samuel e Cláudia entre Bento e Júlio, que estava ao lado de Dinho. O toque da música começa e escutamos a gritaria dos jovens.
- RAIOS. - Dinho grita e as luzes se acendem.
Dinho começa a cantar e eu e Cláudia dançamos, no refrão, Samuel sorri pra mim e eu retribuo o sorriso pra ele, mas seu sorriso se desfaz ao ver dois jornalistas se levantarem e seguirem para a saída da boate.
Assim que termina a música, eu e Cláudia saímos do palco e Dinho já engata em Chopis Centis. Valéria e Aninha estavam vermelhas de tanto dar risada.
- Eu nunca vou me cansar de ver vocês duas dançando essa música. - Aninha fala e eu dou risada, tiro o lenço e me abano, estava ofegante e com calor.
- Minhas pernas estão doendo de tanto pular e girar, não tenho mais idade para isso não. - Cláudia resmunga.
- Você ainda vai fazer vinte e quatro anos, exagerada. - falo rindo e ela nega.
Assistimos ao resto do show e assim que as luzes se apagam e os meninos saem do palco, Diogo se aproxima.
- João tinha razão, vocês são demais. - ele fala e Dinho sorri. - Tenho grandes planos para vocês, meninos.
- Eu gosto de coisas grandes, grande é sempre bom. - meu irmão fala e eu dou risada. - Estou com uma puta fome.
Samuel se aproxima e me da um selinho, ele segura a minha mão e me impede de ir andando com o pessoal. Observo eles irem em direção ao camarim e quando já estão distantes, me viro para o meu namorado.
- O que aconteceu? - ele pergunta me encarando.
- Não aconteceu nada, amor. - respondo e ele me encara desconfiado.
- Eu conheço essa sua cara, Diana. - ele fala e eu suspiro. - Sabe que sempre pode me contar tudo, não é?
- Eu sei. - sorrio para o mesmo e ele beija minha testa. - Eu estou suada, amor.
- Eu também. - ele me abraça de lado e da risada.
Seguimos em direção ao camarim e ao entrarmos vejo os meninos se trocando.
- Vamos para a praia. - meu irmão fala animado.
- Agora? Mas são quase onze horas da noite. - falo e ele dá de ombros.
- Não existe hora para ir para a praia, pitchula. - ele fala e eu nego.
- Dinho, amor da minha vida. - me solto de Sam e me aproximo do meu irmão, segurando seu rosto. - Ninguém trouxe roupa.
Ele abre um sorriso enorme ao me ouvir e aponta para Valéria.
- Nós sabíamos que vocês iriam dizer isso, então eu peguei a roupa de banho de todo mundo hoje de manhã e enfiei na mochila. - Valéria sorri e Dinho da uma piscadinha pra mim, sorrindo orgulhoso da sua cúmplice.
- É... Então vamos para a praia. - falo e Sam dá risada.
...
Sérgio e Samuel conversavam afastados, Cláudia segura a minha mão e me puxa em direção ao mar. Ela usava um biquíni branco e eu usava um biquíni preto, sorrio ao sentir a água gelada bater contra o meu corpo, mas meu sorriso se desfaz ao ver o rosto da minha melhor amiga.
- O que foi? - pergunto e ela suspira.
- Não me odeia, eu fiz isso pro seu bem. - ela fala e eu a encaro confusa.
- Fez o quê? - pergunto e olho para trás, vendo Samuel se levantar da areia e seguir em nossa direção. - Você contou para o Sérgio e o Sérgio contou para ele.
- Aquilo foi uma ameaça, Diana! Eu me sentiria culpada se não contasse e outra coisa... Ele deu em cima de mim.
- Ele fez o quê? - pergunto incrédula e ela suspira. - Que filho da puta.
- Pois é e por isso contei pro Sérgio, você está brava?
- Claro que não, a culpa não é sua de ter esse instinto mãe dentro de você. - falo e ela dá risada. Sérgio e Samuel se aproximam e Sérgio puxa Cláudia um pouco mais para o fundo.
Samuel me encara em silêncio, me deixando nervosa. Ele me olha por alguns segundos e suspira.
- Eu preciso que você me conte quando essas coisas acontecerem, Diana. - ele fala de maneira firme, mas solidária.
- Ele é seu empresário, eu não quero causar intriga.
- Eu quero que se foda ele e o fato dele ser meu empresário. - ele fala irritado e me puxa pela cintura. - Você é minha mulher, ele não é nada comparado a você e se for necessário, nós o trocamos.
Sinto um arrepio percorrer o meu corpo, seu olhar se encontra com o meu e eu não consigo evitar um suspiro.
- Fala de novo.
- O quê?
- Que eu sou sua mulher. - peço e ele abre um sorriso.
- Você é minha mulher. - a água já estava batendo em nossos peitos, ele me pega no colo e eu entrelaço minhas pernas em sua cintura. - Você é a minha vida e ninguém... - ele deixa um beijo no meu pescoço. - Ninguém tem o direito de falar do seu corpo, porque é a minha propriedade. - ele deixa mais um beijo em meu pescoço e me olha nos olhos. - E eu não gosto que mexam com o que é meu.
Avanço em seus lábios e aperto minhas pernas em sua cintura, sinto suas mãos me apertarem e mordo seu lábio. Nos afastamos quando sinto água bater em nossos rostos.
- Mas será possível que não desgrudam um momento? - Júlio resmunga, jogando mais água em nossa direção e eu dou risada.
- Não quero nem imaginar onde você está com essas mãos, nariz de nós todos. - meu irmão resmunga e eu desço do colo de Samuel, ele segura a minha mão e seguimos para a parte mais rasa, onde nossos amigos estavam. - Você está bem?
- Todos vocês estão sabendo?
- Claro, você acha que quem impediu os três aí de voltarem lá na boate? - Júlio pergunta e aponta para Sérgio, Samuel e Dinho. - Queriam voltar para bater no cara.
- Por mim eles teriam ido lá e eu ia junto, mas o Júlio é todo certinho. - Bento resmunga e eu dou risada. - Amanhã vamos conversar com o tio João sobre o que aconteceu, agora eu só quero curtir. - ele abraça a namorada e a puxa pela água.
Dinho puxa Valéria e Sérgio vai com Cláudia atrás deles.
- Eu queria voltar pra casa.
- Fazer o quê? - Júlio pergunta e eu sinto o meu rosto queimar. - Ah, você não estava falando isso pra mim. - ele fala e Samuel gargalha. - Vou deixar vocês a sós, com licença.
- JÚLIO! - grito o mesmo quando vejo ele indo até os outros, rachando de dar risada. - Eu achei que ele já estava no mar. - resmungo e Samuel continua rindo. - Para de rir, amor.
- Você fica linda toda vermelha. - ele fala e eu sorrio, seguro a mão do mesmo e o puxo para fora do mar, nos sentamos na beirada, onde a água batia bem pouco. Começo a juntar areia e quando vejo ele esta me encarando com um sorriso todo bobo no rosto.
- Vem me ajuda. - falo e ele assente.
- Para que essa areia?
- Vamos montar um castelinho. - falo e ele da risada, olho para o mar e vejo Dinho nos encarando. - Três, dois...
- FILHA DA PUTA, OLHA LÁ A DIANA FAZENDO CASTELINHO SEM EU. - ele grita e sai correndo enquanto puxava Valéria, mas uma onda vem e derruba os dois, me fazendo gargalhar.
- Crianças. - Sam fala dando risada e revirando os olhos
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Capítulo escrito: 09.02.2024
Capítulo postado: 09.02.2024