𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃, daem...

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▍❝A dança dos dragões teve seu início com a disputa entre verdes e negros, mas se dependesse de Visenya Targa... More

𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃
──── 𝐆𝐑𝐀𝐏𝐇𝐈𝐂'𝐒
──── 𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎
00.
𝐀𝐓𝐎 𝐈. ▍❝ the princess of ashes ❞
01. the dragon rider
02. the princess and the beast
03. make me your wife
04. little ladys
05. burning pyre
06. wine and poison glasses
07. one king dies, another is born
08. silver rider, bronze wings
09. the bridge, the heir and the whore
10. princess of ashes, serpent woman
11. the golden maiden
12. hear me roar
13. the dragon brige

14. the lady lannister

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By _Pttwr_

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14. A lady Lannister

"O leão arrumou a cama, mas
foi o dragão quem deitou nela."
── cogumelo

Ao fim das sete badaladas do sino, Visenya Targaryen fora despida do manto bordado com sigilo de sua casa e coberta com aquele estampado pelo leão. Embora seu sangue queimasse com o fogo do dragão, não mais seria conhecida pelo sobrenome de seus pais e ancestrais. Visenya Lannister, era como a chamariam dali em diante. Ou, ao menos, por todo o tempo que durasse aquela união.

(Não muito, se dependesse dela e de seu irmão.)

Os saltimbancos e bufões se espalhavam aos montes dentre o grande jardim, onde tendas de tecidos transparentes e diáfanos balança lentamente contra a brisa. Almofadas bordadas e longos tapetes de Lys haviam sido espalhados pelos jardins da rainha, mesas extensas repletas de comida suficiente para alimentar toda a Baixada das Pulgas enfeitadas com flores da estação.

O céu azul e de poucas nuvens parecia um sinal dos deuses, uma forma de benção recaindo sobre os ombros do jovem casal. A brisa fresca balançava as árvores e fazia despencar delas uma cascata de flores e folhas, que perfumavam o ar em uma dança sincronizada.

Ao longe, Visenya avistara, entre tantas cores, homens que diziam-se filhos do próprio Ferreiro, capazes de cuspir fogo.

── Eles não aguentariam um único segundo perto de Vermithor ── dissera a princesa ao príncipe rebelde, acenando com um sorriso pequeno e falso para cada covidado que a cumprimentava. ── As chamas os consumiriam em minutos, até segundos.

── Deixe-os brincar, princesa ── Daemon respondeu, bebendo algo que cheirava fortemente a álcool e a depravação. ── Hora ou outra descobrirão o que o fogo faz às ovelhas. ── o príncipe rebelde deixara a taça sobre a mesa com um baque, estendendo a destra para a mais nova. ── Agora, concentre-se em aproveitar a festa.

Os pés da mulher doiam naquele ponto, incontáveis as vezes que fora tirada para dançar. Seu marido, um pouco pálido sob a luz, fora o primeiro, embora por pouco tenha completado sua única música. Ademais, os lordes restantes certificaram-se de não deixar a jovem senhora longe do palco circular que lhes serviria como salão de dança. Por horas, girara em meio a uma imensidão de corpos. Por horas, sua boca respondera por instinto as perguntas, seu vestido rodopiando em um mar de tecido vermelho flamejante, enquanto sua mente vagava a outro lugar.

Olhando a mão estendida a sua frente, porém, o cansaço e o tédio esmaeceram como o orvalho sob o sol. Daemon, mesmo que jamais admitisse, era tão exímio na dança quanto na luta com espadas. Um parceiro verdadeiramente valoroso, o único que obtivera em toda a noite.

── Ansiosa pela cerimônia da cama, princesa? ── murmurou, a boca próxima de seu ouvido, enquanto guiava-a em meio a multidão.

Perto. Muito mais do que a cortesia e o decoro mandavam. Mas, eles bem sabiam, o decoro e a cortesia jamais foram levados em conta em suas relações. Relações estas que há muito haviam passado das linhas fraternas adequadas. A boa rainha Alysanne estava certa, por fim. Daemon e Visenya haviam nascido um para o outro.

Em um giro floreado, o príncipe guiou a princesa até que esta encostasse suas costas contra seu peito, seus braços cruzados sobre a cintura da princesa, enquanto as mãos repousavam na lateral de seus quadris. Visenya podia sentir a respiração do príncipe em seu pescoço, os fios prateados em sua nuca arrepiando-se com a sensação.

A princesa tentava, em vão, manter seu foco no ambiente a sua volta. No sol que se deitava entre as montanhas e nas pequenas estrelas que surgiam, timidamente, no céu. Aos poucos, servos corriam de um lado a outro, acendendo velhas e candelabros, enquanto atiçavam fogareiros que manteriam os jardins iluminados.

── Deveria, irmão? ── indagou, um sorriso dissimulado crescendo enquanto observava os rostos a sua volta sendo pouco a pouco cobertos pela luz do poente. ── Até onde sei, não haverá cavaleiro algum esperando-me em meus aposentos. ── ela suspirou ao sentir a música acelerar, seu corpo virando-se novamente até estar cara a cara com o príncipe a sua frente. ── Será uma noite solitária.

── Ah, pobre princesa...

Ela riu, admirando a forma como a voz de Daemon soava nas vogais arredondadas do valiriano, absorvendo o sotaque de seus antepassados e o calor da língua materna de seu povo. Nada no mundo a causava tanto encanto.

Um encanto esse quebrado pela voz firme do rei, que erguia sua taça de vinho com as bochechas rosadas pelo álcool e um sorriso escondido sob o bigode. Rainha Aemma estava ao seu lado, as mãos alisando a barriga arredondada através do vestido azul celeste. O lorde mão e sua filha mais jovem estavam do outro lado, rostos solenes observando a celebração.

── Perdoem-me pela interrupção, meus caros, mas este rei precisa dizer algumas palavras antes de deixar que os noivos sigam passem para a cerimônia da cama. Serei breve, eu prometo. ── Todos se calaram diante de seu pronunciamento, dois ou três senhores que haviam bebido em demasia sendo calados pelos cavaleiros espalhados no lugar. ── Hoje, entreguei minha amada irmã em casamento. Mais que isso, tive a honra de eu mesmo levá-la até o altar.

Daemon, que permanecera ao seu lado mesmo após o fim da música, soltou um riso de escarnio, murmurando palavras que Visenya não compreendera entre os burburinhos da multidão, mas sabia serem tão vis quanto o homem que as proferiam.

── Não há prazer maior para um homem do que ver sua família crescendo e prosperando ── Visenya se encolheu em vergonha ao ver o irmão pôr as mãos sobre o ventre de Aemma, sentindo de longe o constrangimento da cunhada pela repentina atenção indesejada. ── Não tenho dúvidas de que essa será uma união longa, repleta das bençãos dos Setes e repleta da felicidade que um homem e uma mulher só podem encontrar um no outro...

Dessa vez, foram os olhos do senhor seu marido que cruzaram aos seus. De um verde cristalino que, Visenya pensava, eram as únicas coisas verdadeiramente belas no marido. Lumes repletos de ira, brilhantes de ódio e intoxicados por vergonha. Talvez Marcell não soubesse que a princesa estivera envolvida em sua desgraça, mas ainda sim a culpava por tal mácula em sua virtude. Um homem mesquinho, alguém que a princesa sabia ser a causa de futuras tormentas.

Se o dinheiro em seus cofres não fosse tão alto, ou o prestígio de casa fosse menor, ela viraria-se de costas e nunca mais pensaria em seu nome. A patra e o ouro, no entanto, pesavam mais do que o bom senso naquela altura.

── Erguemos um brinde aos noivos! ── exclamou Viserys, tendo enfim terminado seu discurso. ── E agora, que comece a cerimônia da cama!

Visenya dera tudo de si para manter uma expressão de falso interesse, quase um recato, enquanto via homens e mulheres se dividindo para tal ocasião. As senhoras do reino se enfileiravam aos montes para conduzir o herdeiro Lannister em direção aos aposentos, mas os senhores que buscava um mero vislumbre da princesa agora comprometida eram três vezes maiores.

Homens que, em sua maioria, possuíam a idade que seu pai possuiria caso ainda vivesse. Alguns mais, aproximando-se muito mais do velho Jaehaerys do que do príncipe Baelon. Todos eles, velhos ou jovens, acorovelando-se para tocar mesmo que um único laço do vestido ou fio dos cabelos prateados da noiva.

Ela permitiu que se aproximassem, batendo palmas e assobiando, mas bastara um simples gesto de mãos imperceptível a qualquer outro homem para que Darmon tomasse a frente. Vaias e gritos seguiram um silêncio pesado enquanto o príncipe pousava as mãos no cabo de Darksister, o mensagem clara mesmo sem proferir palavra alguma.

A manada de selvageria diminuiu seu tom, os senhores tensos pelo risco, mesmo quando o rei juntou-se a multidão com alegria.

Nenhum deles tocou na princesa, decididos de que o desejo pelo proibido não valeria uma morte pelas mãos cruéis do príncipe. O vestido rubro permanecera intocado, suas rendas e bordados apenas levemente amassados pelas horas que passara dançando.

Em algo que lembrava-lhe facilmente a escolta de uma rainha, Visenya fora conduzida ao quarto onde terminaria de ser preparada para a noite de núpcias. Um a um, os nobre abaixaram a cabeça em reverência frente à Targaryen, virando as costas e deixando apenas os três irmãos no suntuoso corredor.

Viserys fora o primeiro a se aproximar, deixando-a com um beijo de encorajamento na testa, um abraço casto e uma última frase de conforto. Logo os mantos brancos seguiram-no, lançando suas próprias palavras de felicitações para a garota que viram crescer e agora se tornaria oficialmente uma mulher.

Daemon permaneceu ali, encostado na parede oposta do corredor. Postura casual, desinteressada, ao observar cada um deles partindo. Seu sorriso travesso desbancava sua pose indiferente, no entanto. O brilho de aventura estampado na covinha profunda em sua bochecha.

── Não mereço um abraço de boa sorte ou um beijo de despedida, irmão? ── indagou a garota, a canhota apoiada sobre a maçaneta da porta, prestes a adentrar seus aposentos de esposa.

── Você ganhará quantos beijos desejar esta noite, Visenya. ── disse ele, aproximando-se dela para selar seus lábios na testa da donzela. ── Mas não serão apenas beijos de despedida.

A princesa sorriu em antecipação, observando enquanto seu irmão virava-se para seguir em frente pelo longo corredor. Seu escudo juramentado estava ali, ao seu lado, com olhos escuros e paternais a observando e, não pela primeira vez, ela agradecera aos céus pela falta de compreensão dele sobre sua língua materna.

Sor Crabb removera o elmo de sua cabeça, enquanto reclinava o corpo em reverência profunda, como se estivesse diante do próprio rei. Os fios escuros eram permeados por manchas grisalhas, o rosto repleto de rugas e marcas que ganhara em combate.

── Seu pai estaria orgulhoso de você, minha senhora. ── o homem lhe dissera, um último sorriso antes de partir. ── Assim como sei que seus avós estariam.

Ali, sozinha em frente ao quarto, ela permitiu pensar se realmente Baelon, o bravo, orgulharia-se das decisões que tomara e tomaria dali em diante. Se o velho rei e a boa rainha apoiariam seus jogos, ou se a condenariam por eles. Em seu âmago, obtivera a resposta.

Não fora uma resposta agradável.

A princesa dispensara suas aias no instante que adentraram o quarto, causando confusão no grupo de mulheres. Ela não desejava retirar do corpo o pesado vestido rubro, nem mesmo se desfazer das jóias que adornavam a pele pálida. Pelo contrário, ocupara-se em completar com vinho as duas taças sobre a mesa de canto, enquanto observava com minúcia o novo aposento de casada.

Ele era, afinal, feito nos moldes dos quartos de qualquer outra mulher casada de boa família.

Amplo e repleto de tapeçarias e cortinas, com decorações exuberantes e almofadas bordadas à mão. A cama grande o suficiente para suportar os corpos que ali deveriam se deitar, enquanto o lavabo possuia uma grande banheira esculpida em pedra. Não surpreendentemente, tudo ali era feito para ser aproveitado por duas pessoas. Não mais, não menos. Como se a doce esposa devesse sempre desfrutar de seus confortos com a presença do senhor marido.

Na parede lateral esquerda, logo ao lado da lareira que crepitava com o fogo, havia uma porta de carvalho pesado. Como dizia o costume, o quarto de seu marido se posicionava atrás dela. Dessa forma, uma senhora não precisaria sequer trocar suas roupas de cama para alcançar os aposentos do marido quando fosse chamada e este, ainda sim, teria a privacidade e o espaço longe da esposa que um homem necessitava.

A porta não possuía trancas ou cadeados, ao menos não no lado que pertencia à mulher. Era bem sabido que atender aos desejos de seu cônjuge fazia parte dos deveres da esposa, negar-lhe tal acesso seria negar-lhe seu direito como marido.

Marcell, no entanto, teria fechaduras e chaves, porque era assim que se fazia. Ninguém queria, afinal, que sua senhora o interrompesse quando este estivesse acompanhado de outras mulheres.

Na últimas semanas, a cada vez que se compadecia do estado deplorável do homem e irritava-se com Daemon por sua falta de controle, Visenya adentrava no quarto e observava a mesma porta sem fechadura. Quando saía dali, o ressentimento sobressaia ao remorso.

Quando casaram-se, Baelon negara a todos a oferta de um quarto de matrimônio. Pelo contrário, apenas convencera sua amável esposa a levar seus pertences para o quarto de seu novo marido e lá eles se estabeleceram. O príncipe da primavera e a princesa Alyssa jamais dormiram separados enquanto estiveram sob o mesmo teto, e o som da devoção do homem pela sua esposa podia ser ouvido por qualquer um que cruzasse os corredores.

Em sua infância, Visenya desejara algo assim. Um único quarto e um único coração, a mesma alegria que seus pais desfrutaram em seus anos dourados.

Ela cresceu, embora, em uma corte diferente daquela onde seus pais cresceram. O rei já não era mais conhecido pela alcunha de sábio, mas ostentava o título de velho. O que, de fato, o era. Seus pais foram os segundos filhos em anos de estabilidade e paz, mas Visenya nascera em um reino dividido pela sucessão.

Não havia espaço para casamentos por amor, não quando qualquer aliança valia seu peso em ouro.

A fidelidade que sonhara em ter com o homem que dividiria a cama fora enterrada na junto das cinzas de seu avô, soterrada juntos dos restos de qualquer memória da união que sua família um dia pudera ter.

O rei possuía o trono e a coroa, mas outros reis antes dele também os tiveram. Visenya aceitara a verdade inevitável de que seu irmão nunca seria como o avô deles, jamais teria a firmeza que o velho homem tivera.

Viserys era cercado de cobras e escorpiões, lorde Lannister, seu sogro, era um deles.

Aquela aliança aplacaria, ao menos por enquanto, a cobiça dos leões. E se, para manter segura a pequena parcela de sua família fosse necessário romper com qualquer plano e desejo que Baelon um dia sonhara para a filha, então que assim o fosse.

── Você demorou, irmão ── ela disse, um suspiro saindo de seus lábios ao observar o irmão atravessando a passagem escondida sob a tapeçaria. ── Pensei que houvesse perdido o rumo entre o labirinto de túneis.

Daemon agitara as mãos de maneira displicente, como se achasse engraçada a simples possibilidade de perde-se. As passagens de Maegor eram complicadas, todos bem sabiam, mas ninguém as conhecia tão intimamente como o príncipe rebelde e a princesa das cinzas.

── Não importa onde se esconda, Visenya, nós dois sabemos que sempre acharei um caminho até você.

A princesa sorriu, os dedos adornados por anéis ── um deles recém colocado, pesado e enfeitado por rubis, repousando no dedo anelar ── se erguendo em direção aos laços que atavam o corpete de seu vestido.

── Isso é bom. Espero que o caminho de seu quarto até o meu seja impresso em sua alma como uma segunda pele. ── ela disse, virando as costas e olhando-o por cima dos ombros. ── Agora, mexa-se. Esse vestido não sairá sozinho de meu corpo.


E aqui chegou mais uma atualização, com o tão ── ou nem tão ── aguardo casamento. Nessa história toda, quem terminou a noite foi o Daemon,
que aproveitou feliz da vida a noite
de núpcias.

Será que vêm bebê no próximo
capítulo? Estaria Rhaella no
forninho?

Não esqueçam de curtir e
votar, até o próximo!

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