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#pandagravidinho 🐼
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"Jungkook"
ㅡ Você vai voltar rapidinho, papai? Promete mesmo?
Hawoo segurava o rosto de Jimin com cuidado enquanto olhava no fundo de seus olhos. Observar meu noivo ajoelhado, entendendo a preocupação do nosso filho consigo era fofo, mas Jimin tentava a todo custo o tranquilizar e assegurar que tudo estava bem.
ㅡ Eu prometo que volto, filho. ㅡ Jimin falou.
ㅡ E quando você chegar lá, você liga pra vovó pra falar comigo?
ㅡ Ei... se lembra o que eu tô indo fazer? ㅡ Jimin perguntou, sorrindo.
ㅡ Você está indo realizar um sonho... ㅡ ele falou baixo, apertando as mãos.
ㅡ Pois é... Eu tô indo e vou voltar rapidinho, amor. ㅡ Jimin tocou sobre seu rosto também ㅡ mas eu ligo pra você assim que chegar, tá bem? Ligo antes de entrar no centro cirúrgico também.
ㅡ Tá bom ㅡ Hawoo se aproximou e o abraçou ㅡ fica bem, papai. Por favor.
ㅡ Obrigado, filho. Eu vou ficar, prometo ㅡ Jimin o abraçou com força também, suspirando.
Quando ele se ergueu, olhou para o centro da sala. Ariel e NamHa brincavam completamente dispersos, mas Jimin ainda assim se aproximou e sentou entre eles, sorrindo quando, de imediato, ele foi atacado pelos bebês e recebeu a dádiva de um abraço duplo.
ㅡ Que delícia de abraço. ㅡ ele falou, olhando entre Ariel e NamHa, rindo quando NamHa tentou lhe beijar na bochecha, mas na verdade o encheu de saliva.
Mas aquilo sequer preocupou meu noivo.
Jimin deitou ambos com cuidado, lado a lado, sobre o tapete e beijou suas barriguinhas, antes de beijar as bochechas de ambos, ouvindo-os gargalhar.
ㅡ O papai volta já, já, tá bom? ㅡ ele falou para ambos, mas como antes, os bebês não demonstraram nenhuma atenção. ㅡ Tudo bem, eu sei que vocês entendem do seus jeitinhos.
Sorri quando Jimin me olhou e se ergueu, desviando os olhos quando NamHa ficou de pé e se afastou com seus passinhos tortos, sendo seguido por Ariel.
Quando ele enfim se aproximou dos outros que estavam ali por ele, pude vê-lo se despedindo primeiramente de Jeongyeon e Seokjin, sendo abraçado em seguida por minha mãe.
ㅡ Eu vou rezar muito para que os anjos protejam você, meu filho. ㅡ ela disse, tocando a bochecha de Jimin ㅡ se cuide, tá bem? Eu amo você.
ㅡ Também amo você sogra ㅡ ele a abraçou, deixando um beijo na testa dela ㅡ eu vou ligar depois, tá bem?
ㅡ Vou ficar aguardando. ㅡ ela diz, enfim suspirando quando Jimin a liberou.
Por fim, eu olho para ele quando Taehyung busca a pequena mala que Jimin preparou e sorrio. Ele enfim se despede de todos e caminha para fora.
Eu o ajudo quando abro a porta do carro e o ouço me agradecer. Taehyung deixa a mala no banco de trás e senta lá. Eu, por outro lado, me apresso para ir até o banco do motorista e vejo Hawoo e minha mãe na entrada de casa. Jimin acena quando olha para ambos e eu vejo os olhinhos assustados de Hawoo quando acena de volta.
Ele continua assustado.
Quando enfim dirijo em direção à clínica que já aguarda pela chegada de Jimin, vejo-o balançar as pernas em puro nervosismo. Busco sua mão, tentando lhe passar alguma tranquilidade, mas ele apenas a aperta em retorno, mantendo o pé batendo até que, enfim, nós chegamos a clínica, e somos conduzidos por um estacionamento mais privado.
Taehyung saiu primeiro, levando a mala consigo. Jimin, por outro lado, colocou uma máscara cirúrgica preta e um boné. Sorri quando ele me olhou com seus olhinhos arregalados e lhe entreguei os óculos escuros que ele fez questão de também trazer.
Quando enfim estava pronto, busquei apenas uma máscara cirúrgica e segui ao seu lado.
A recepcionista nos recebeu com um sorriso no rosto e nos guiou até o quarto reservado para meu noivo. Quando o adentramos, Jimin sorriu ao observar um buquê de flores perto da janela e um cartão posicionado ao lado.
ㅡ Em nome da nossa equipe ㅡ a atendente disse ㅡ estamos felizes em receber o senhor aqui, senhor Park.
ㅡ Obrigado ㅡ Jimin respondeu, se aproximando das tulipas brancas. Ele aspirou o perfume, sorrindo no fim ㅡ são lindas. Eu adorei.
ㅡ Ficamos felizes. ㅡ ela disse ㅡ o senhor pode ficar a vontade, logo o doutor Kun virá para te preparar, tudo bem?
ㅡ Tá Ok. Obrigado ㅡ ele pediu novamente.
ㅡ Aqui está a bata hospitalar. Pode vesti-la e o aguardar.
Jimin assentiu, a buscando. A mulher se despediu, nos deixando no quarto.
Taehyung olhou tudo ao redor, abrindo cada uma das portas.
ㅡ Quanto tempo você ficará em observação após a cirurgia? ㅡ ele perguntou a Jimin.
ㅡ De um a três dias. ㅡ respondeu caminhando até o banheiro. ㅡ O doutor Kun explicou que pode variar dependendo de como estarei.
ㅡ E depois disso, você recebe alta e tudo vai estar ok?
ㅡ Jimin usará um dreno por alguns dias ㅡ eu o respondi. Me sentia feliz por tê-lo acompanhado nas consultas online que Jimin teve com o médico e até na única presencial também. Jimin se sentia seguro por o homem ser uma referência naquele tipo de cirurgia no país, e eu... bem, eu só tinha que confiar no que ele decidisse.
Mas isso também não tira de mim um certo receio.
Afinal, qualquer método cirúrgico tem um risco de vida. E Jimin é a minha vida, eu jamais ficaria bem se o perdesse.
ㅡ Precisa de ajuda, amor? ㅡ pergunto, ainda preocupado, mas ele apenas me responde negativamente.
Quando o vejo retornar, agora vestindo apenas a bata, sorrio. Ele senta na beirada da cama quando eu sento no sofá ao lado. O olho nos olhos, em silêncio, e sorrio quando percebo seu próprio sorriso que é simplesmente incontrolável. Ergo minha mão, apertando a dele outra vez e me atrevo a deixar um beijo ali.
Mesmo com medo, ainda é reconfortante ver o quanto ele também está feliz ao realizar esse sonho.
Taehyung não conseguiu ficar em paz e se sentar como nós dois. O observei abrir a mala de Jimin e organizar tudo o que ele havia trazido no armário no fundo do quarto enquanto cantarolava.
O médico chegou um pouco depois, fazendo Jimin se erguer com pressa.
ㅡ Olá, bom dia. ㅡ Doutor Kun nos cumprimentou, olhando para meu noivo ㅡ como se sente hoje, Jimin?
ㅡ Ansioso ㅡ ele sorriu, apertando as mãos.
ㅡ Eu imagino. Eu vim para fazermos as marcações e tirar todas as suas dúvidas durante o processo. Tudo bem? Podemos fazer aqui ou numa sala privada caso prefira.
ㅡ Não tem problema, faremos aqui mesmo. ㅡ ele disse e me olhou.
ㅡ Ótimo. ㅡ Doutor Kun observou a enfermeira que estava consigo organizar o que ele precisava. ㅡ Sente-se, por favor ㅡ ele pediu a Jimin.
Eu não sabia se deveria me erguer ou não, afinal, mesmo convivendo com Jimin há algum tempo, não era sempre que ele se sentia à vontade para que eu o visse com liberdade. Mas ainda assim, me ergui. Não fiquei de frente com ele quando o médico pediu licença e abriu a bata hospitalar.
Taehyung, ao contrário de mim, parou na frente do irmão, visivelmente aflito, com os braços cruzados, observando o cirurgião meticulosamente realizar as marcações sobre a pele de Jimin.
Ele explicou cada traço que fazia, e no fim, conscientizou Jimin sobre cada cirurgia ser particular, tendo resultados e recuperações diferentes.
ㅡ É importante mencionar também que a recuperação e o ganho de massa muscular nesta região podem influenciar o resultado final das aréolas mesmo após o reposicionamento. Elas podem, eventualmente, ficar desalinhadas devido a esses fatores. ㅡ ele olhou nos olhos de Jimin ㅡ Contudo, estaremos sempre atentos a essas variações, e caso seja necessário, poderemos discutir a possibilidade de uma cirurgia reparadora no futuro para ajustar qualquer irregularidade que possa surgir e que possa também te trazer desconforto aparente, tudo bem? Essa é uma etapa do processo que requer acompanhamento contínuo e abertura para ajustes conforme necessário.
ㅡ Tudo bem, doutor Kun. Eu estou confiante que tudo dará certo.
ㅡ Que ótimo. Mas restou alguma dúvida até aqui?
ㅡ Nenhuma. ㅡ ele responde, respirando fundo em seguida.
ㅡ Ótimo. Então eu peço que continue assim, tranquilo, que logo virão para te levar ao centro cirúrgico, está bem?
ㅡ Ok!
ㅡ Nos vemos lá. Até breve.
ㅡ Até, doutor Kun. ㅡ Jimin se despediu, ainda sorrindo.
Quando o médico se foi, eu o vi voltar a suspirar.
Me aproximei dele, o observando fechar a bata hospitalar e o ajudei quando fiz um pequeno laço, deixando um beijo em sua testa quando o senti me abraçar pela cintura.
Ficamos naquela posição por um longo período de tempo. Eu o fiz carinho nos cabelos escuros e tentei lhe deixar o mais calmo possível.
Mas quando os enfermeiros retornaram para lhe levar, eu vi meu Park voltar a transparecer sua ansiedade.
E antes de ir com eles, vi Jimin se lembrar de algo super importante e, enfim, buscar o aparelho celular, sentando na beirada da câmera quando fez uma chamada de vídeo.
ㅡ Ainda bem, papai, eu já tava preocupado. ㅡ Hawoo diz assim que atende, colocando a mão sobre o peito ㅡ já acabou?
ㅡ Ainda não. ㅡ ele respondeu. Eu observo minha mãe aparecer ali, segurando Ariel completamente curiosa, e até riu baixo quando, no fundo, vejo Jeongyeon se esgueirar. ㅡ mas eu tô indo pro centro cirúrgico agora mesmo.
ㅡ Eu fiz uma oração, filho ㅡ ouço minha mãe falar para ele ㅡ vai dar tudo certo, tá?
ㅡ Obrigado, sogra.
ㅡ Papai, eu também pedi pro meu anjinho da guarda, ir guardar você. ㅡ Hawoo fala ㅡ eu não consigo ver ele, então não sei se ele foi mesmo...
ㅡ Não precisa ver, filho, apenas sentir. Você sente que ele veio?
ㅡ Eu sinto sim. ㅡ ele falou, sorrindo.
ㅡ Então ele está aqui, comigo. E vai ficar até eu voltar pra casa, tá bem?
ㅡ Tá bem. Um beijo, papai Jimin. O papai Jungkook prometeu que vai cuidar de você com o tio Taehyung.
ㅡ Eles com certeza irão. ㅡ Jimin fala, nos olhando. ㅡ agora preciso ir, tá bem? À noite, quando tudo tiver terminado, ou amanhã pela manhã, eu ligo para vocês novamente, tá? Obedeça bem à vovó e durma no horário, ela está aí para cuidar de você e dos seus irmãos, então se comporte.
ㅡ Pode deixar, papai, eu sou o menino mais comportado do mundo todo, a tia Jeongyeon sempre diz.
ㅡ Você com certeza é, amor. Beijos.
ㅡ Beijão, papai.
Minha mãe acena, nos dando a visão mais um pouquinho de Ariel e Jeongyeon enfim se aproxima com NamHa, acenando também.
Jimin enfim finaliza a chamada, suspirando quando me entrega o celular. Taehyung se despede dele primeiro, dizendo o quanto ele é forte quando o abraça.
Eu não preciso repetir as mesmas palavras, mas o abraço com força, suspirando quando sinto seu perfume.
ㅡ Vou estar aqui te esperando. ㅡ sussurro. Jimin sorri com os olhos, os erguendo para mim. Ele assente, me deixando beijar sua testa antes de beijar seus lábios com carinho ㅡ amo você.
ㅡ Amo você.
Os enfermeiros enfim abrem a porta, prontos para o levarem, mas meus olhos se arregalaram quando eu vejo a movimentação na porta de entrada e sorrio, vendo Yun Seunggi lá.
ㅡ Eu cheguei há tempo, não é? ㅡ ele pergunta, ofegante. Jimin sorriu, assentindo, e recebeu o abraço que ele lhe deu imediatamente. ㅡ que bom, meu filho. ㅡ ele diz, antes de tocar sobre o rosto de Jimin e afagar devagar, olhando em seus olhos ㅡ vai dar tudo certo, tá? Eu e meu marido colocamos o seu nome nas nossas orações e até pedimos ao universo para que toda energia positiva esteja com você até o fim desse procedimento.
ㅡ Eu agradeço muito, Seunggi. ㅡ ele diz, sorrindo. O homem sequer se importa em Jimin ainda não conseguir lhe chamar de pai, mas ele o abraça novamente, demonstrando um afeto único de um pai.
Em seguida, quando ele se afasta, vejo seu marido sorrir para Jimin e se apresentar brevemente como Cho In-Ho, desejando-lhe positividade.
ㅡ Obrigado de coração. Obrigado a todos vocês. ㅡ Jimin pede novamente.
Eu sorrio, incapaz de resistir em lhe dar um novo abraço e sussurrar que tudo vai ficar bem e que rapidinho ele estaria de volta. Era clichê, mas eu sabia que, no fundo, era o que ele precisava ouvir.
Quando os enfermeiros enfim o levam para o centro cirúrgico, deixando a mim e Taehyung com Seunggi e In-Ho, junto a nossos corações na mão, eu soube que não haveria mais voltas.
Olhei para meu cunhado e senti sua mão buscar a minha com pressa. Aquilo me fez ter um choque de realidade sem tamanho.
Taehyung me abraçou, e foi estranho e reconfortante o fato de Seunggi e seu marido se aproximarem e nos abraçarem sem dizer sequer uma palavra.
Quando suspirei, me afastando e os fazendo se afastar também, sorri, sentando no sofá novamente enquanto ouvia meu cunhado informar que iria buscar café para nós, já que a espera seria longa.
In-Ho se aproximou e sentou ao meu lado. Ele se apresentou formalmente para mim e de forma espontânea e despretensiosa, puxou assunto, perguntando sobre os meus filhos. Aquilo me fez perder um pouco do sentido em Jimin, me reconfortando.
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"Jimin"
Meu coração estava disparado.
Observar o teto dos corredores do hospital enquanto os enfermeiros me guiavam intensificava o frio na minha barriga. No entanto, uma onda de felicidade atravessava cada célula do meu corpo. Era surreal perceber que o dia de realizar o meu maior sonho havia finalmente chegado.
Cada degrau que subi para chegar até aqui era uma lembrança nítida. Conseguia me recordar do dia em que me entendi como um corpo trans e me aceitei, compreendo que eu que não era um erro. De cada medo, cada sensação ruim ao encarar meu reflexo no espelho, tudo fazia parte do caminho até este momento.
Foram incontáveis às vezes que a faixa me proporcionou uma dualidade de emoções, misturando bem e mal em proporções complexas. Os machucados que tive que enfrentar e nas marcas que, mesmo ao tentar escondê-las e fazendo-as sumir, permaneciam como vestígios do meu passado marcados na minha pele.
Naquele trajeto me recordava até mesmo do conforto que Jungkook me deu ao me presentear com todos os binders que ele encontrou na loja.
Ele me trouxe menos dor, mas não a dissipou, afinal, a dor real ainda permanecia presa em mim. Literalmente presa no meu corpo.
E apenas agora ela iria sumir.
Quando adentrei enfim o centro cirúrgico, sorri para todos que estavam ali. Doutor Kun se aproximou de mim, me olhando quando mudei de maca, me sentindo completamente nervoso.
ㅡ Está pronto? ㅡ ele me perguntou.
Mordi meu lábio, respirando fundo novamente e assenti.
ㅡ Eu já nasci pronto, doutor Kun. Esperei por este momento a minha vida toda.
ㅡ Com certeza. ㅡ ele pareceu tranquilo ㅡ então vamos começar logo, uh? Você vai tomar anestesia e quando acordar, tudo já vai ter acabado.
ㅡ Ok. ㅡ suspirei e me despedi dele quando informou que iria se preparar.
Eu ainda ouvi algumas instruções e as segui com cautela, observando tudo ao redor. Quando me deitei e encarei o teto da sala, senti o frio na barriga novamente, mas sorri quando o anestesista se apresentou. Ele me pediu para contar até dez.
Assenti com a cabeça, sentindo uma sensação de formigamento nos dedos quando a máscara foi colocada sobre meu rosto. Comecei a contar, atento, mas rapidamente tudo começou a ficar mais lento.
ㅡ Um. Dois. Três. Quatro... Cinco... seis...
Meu corpo pesou. Eu tentei contar até o último número, mas aquela foi a minha última lembrança até apagar completamente.
[Continua]
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CHEGOU O MOMENTO MAIS ESPERADOOOO
Vejo vocês no próximo capítulo