Refém por acaso

By AutoraVanessaAlmeida

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Alguns filósofos dizem que o destino é uma mão de via dupla, uma hora ele te ajuda e na outra te joga em um r... More

Avisos
Elenco
Dedicatória
001| A teoria do efeito borboleta
002| Cacciatore Vs preda
003| A premeditação dos males
004| Il male che semini
005| A energia que emana das matas
006| L'atto di giocare con il fuoco
007|Sangue Carmesim
008| Vendetta
009| Made In Brasil
010| Coazione a ripetere
011| Pé na areia, caipirinha, água de coco
012| Conflitti interni
014| Benvenuti nel cespuglio
015| O sol já nasceu na fazendinha
Então meus amores...
016| Lo splendore dei tuoi occhi
017| Olhos não mentem
018| Conseguenze
019| Io e il diavolo
020| O amor me enlouqueceu
...
021| Girassóis de Van Gogh
Aviso

013| É mais uma do GG

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By AutoraVanessaAlmeida

Porque o grave tá batendo
E a rabeta balançando
O couro tá comendo, mãe
E o pau tá quebrando, nego

Vai no chão, bê
Vai no chão, bê
Vai no chão, bê
Vai no chão, bebê
Vai no chão, bê
Vai no chão, bê
É mais uma do GG
Posturado e Calmo - Léo Santana

☢️Capítulo com menção a assédio e assassinato☢️

Um perfume amadeirado embriagava os meus sentidos e me faziam não querer sair daquela cama tão cedo, mas acordei depois de lembrar com que estava ontem.

Dimitri dormia suavemente mesmo com todo o meu peso em cima dele, tentei sair de fininho, porém as suas mãos se fecharam em torno da minha cintura e me mantiveram no mesmo lugar.

— Teria como me soltar?

— Depois de ter me usado como um urso de pelúcia? — Rebateu bem humorado — Vou pensar na sua situação Arthur.

— Está me chamando pelo nome? Eu fiz alguma coisa para você ou alguém bateu na sua cabeça?

— Prefere que eu te chame de pirralho insuportável e intragável?

— Arthur está ótimo.

Ele me soltou e por azar estava na beirada da cama e caí e bunda no tapete do meu quarto, Dimitri gargalhou alto e por algum motivo o som da sua risada me trazia a sensação de acalento.

Ou talvez eu esteja ficando louco.

Dimitri saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e expondo descaradamente cada um dos gominhos malhados do seu abdômen, e ainda teve a audácia de sorrir com malícia.

— Achou bonita a vista, meu bem? — Indagou malicioso e vingativo.

— Vai ver se estou na esquina Dimitri.

Adentrei o banheiro e admirei a coragem do Dimitri em tomar banho morno com um lugar miserável que estava fazendo, mudei a temperatura do chuveiro e deixei a água gelada, mais ou menos, lavar os resquícios de cansaço que ainda se faziam presente.

Aproveitei o tempo nublado para vestir um conjunto de algodão no tom off white, além de que o clima fechado era um belo motivo para não sair de casa e ficar o dia inteiro assistindo Doramas.

— Gatinho você, hein! — Cibele brincou ao jogar um pano de prato em minha direção.

— Puxei a genética da minha mamãe querida.

— Não tenho dinheiro, Arthur.

— E quem disse que eu quero dinheiro, minha senhora? — Indaguei ofendido.

— Mas alguma coisa você quer.

Ela realmente me conhecia muito bem.

— Apenas um mousse de maracujá com chocolate que só a minha amada e querida mamãe sabe fazer.

Minha mãe arqueou a sombrancelha e murmurou um "chantagista" antes de sair da cozinha, encarei Cibele de cima a baixo e mostrei o dedo do meio quando ela me deu língua.

— Cabeça de milho.

— Morena da 25 de março.

Os insultos continuaram até a Giulia chegar já cozinha vestindo o pijama de princesas que dei a ela, aninhei a italianinha no meu colo enquanto Cibele preparava uma salada de frutas bem diversificada e colorida.

Dimitri apareceu na cozinha com um roxo nada discreto no pescoço, fingi que nem vi aquilo e continuei dando a salada de frutas para a Giulia.

— Bom dia pão careca! Tem algo marcado para o fim de semana? — Kaio indagou ao beijar o topo da minha testa.

— Não que eu saiba. Por que?

— A minha avó cedeu a casa de Salvador para mim por um fim de semana e eu queria levar meu best friend forever para um dos melhores carnavais do mundo.

— Bahia? — Indaguei entusiasmado — Eu posso levar alguém?

— Peguete novo?

— Talvez.

Kaio sorria ao tagarelar sobre todos os shows e trios elétricos que ele iria, a animação do meu amigo era palpável no ar e eu nunca iria dizer não a ele e a uma festinha.

Meu pai adentrou a cozinha sorrindo junto ao Rael, o moreno sorriu singelo e deixou um beijo fofo em minha bochecha que me fez corar igual camarão frito na manteiga.

— Tio, posso roubar o seu filho por um fim de semana?

— Depende do motivo Kaio — Meu pai cruzou os braços e fingiu uma pose séria, mas no fundo sabíamos que ele me deixaria ir até a lua desde que estivesse com o Thalles ou alguém da sua confiança.

— Carnaval de Salvador.

— Tem vaga para mais um? — Indagou baixinho.

— Você pode sim meu filho — Minha mãe interveio com uma expressão séria — E você nem ouse Ricardo! Já prometemos à minha mãe que iríamos visitar ela na fazenda.

O meu pai odiava visitar a minha avó na fazenda por conta dos mil e um mosquitos, mas ele sempre fazia tudo o que a minha mãe queria.

Convidei Rael para ir junto, mas infelizmente ele não pode devido ao fato dele ter muitas reuniões de trabalho para ir.

— Chamei o Dimitri e o pessoal dele para ir. Tem algum problema?

— Você não é de convidar ninguém para ir na casa de sua avó — Ponderei curioso — Qual o motivo de chamar ele?

— Talvez eu tenha achado o irmão dele bem interessante.

— Sabia! — Gritei e ele tampou a minha boca com as mãos.

Kaio era um típico golden retriever de personalidade fofa e adorável, mas o seu grande coração era o motivo pelo qual ele sempre se lasca nos relacionamentos.

Arrumei algumas roupas para o fim de semana, além de tênis, sandálias, itens de higiene pessoal e roupas leves da Giulia.

Dimitri apareceu na porta de casa com a Fabiana grudada em seu braço igual piranha quando vê carne, ignorei eles dois e peguei a Giulia para colocar no bebê conforto do carro.

— Já sabe a coreografia das músicas?

— Eu só não fui instrutor do fit dance por que não me candidatei — Sorri e Thalles revirou os olhos.

O motorista nos deixou na porta do aeroporto depois de quase duas horas em um trânsito infernal, mas por sorte chegamos a tempo de pegar o nosso voo.

Giulia não quis ir com o pai e passou o pouco tempo da viagem dormindo no meu colo, aproveitei que ela estava adormecida para ler um livro encalhado na minha estante desde que foi comprado na Amazon.

— Não acredito que a Feyre ainda ficou em dúvida entre o Rhys e esse loiro pé de chinelo do Tamlin — Pronunciei baixo a minha indignação para não acordar a neném.

O avião pousou no aeroporto Luís Eduardo Magalhães e logo o Uber já estava esperando para nos levar até um condomínio em Alphaville.

A casa de dona Helena era a verdadeira definição de suntuosidade, a frente da casa era toda em madeira e com as portas em vidro temperado, além da grama esverdeada e árvores robustas.

— Realmente a dona Lena tem um bom gosto fascinante — Elogiei ao adentrar a casa e notar o quão bela era a decoração rústica com toques modernos.

— A minha avó foi designer de casas quando era jovem.

O acaso, ou destino, ria da minha cara ao me jogar novamente em um quarto junto ao Dimitri, talvez o universo estivesse punindo o meu eu do passado por alguma coisa que eu fiz na vida anterior, ou era só azar mesmo.

O quarto era espaçoso e extremamente luxuoso, tudo naquele quarto gritava o quão rica a avó do Kaio era.

A cama era king size e enrustida com madeira de carvalho, o guarda-roupa, cômoda, escrivaninha e os outros móveis eram no mesmo estilo rústico, além dos lençóis serem de fios de seda.

— Está chateado pelo seu affer não ter vindo conosco?

— Terá outras oportunidades de sair com o Rael — Pronunciei sem olhar para o seu rosto.

— Compreendo.

Dimitri parecia querer falar alguma coisa, mas ele desistiu e apenas foi para o banheiro do quarto e em segundos o som da água caindo no chuveiro ecoou por todo o ambiente.

Ignorei aquela sensação estranha em meu peito e foquei apenas em aproveitar a minha folga antes de voltar a ser um prisioneiro.

— Ainda te julgo por ter escolhido psicologia em vez de moda — Kaio falou ao me olhar de cima a baixo.

— Moda é hobby e psicologia sempre foi um sonho.

O look consistia em apenas uma jardineira de jeans lavado e um cropped branco e colado ao corpo, além dos tênis brancos que voltariam totalmente encardidos no outro dia.

— Só falta o glitter.

— Acho que isso é demais — Pontuei, mas o Kaio era uma mula empacada quando colocava alguma coisa na cabeça.

Dimitri apareceu na sala com um conjunto havaiano e um tênis alpagarta preto, além de óculos escuros da marca Ray Ban.

— Você realmente entrou no clima da brincadeira.

— E você está bonito — Elogiou com um sorriso largo.

Uma interrogação pairava de forma significativa em minha cabeça, era loucura da minha mente ou Dimitri Esposito havia acabado de me elogiar?

A noite estava com um clima gostoso da folia do carnaval, a rua estava cheia com pessoas fantasiadas e cheias de glitter, além de toda alegria que a festa carnavalesca proporcionava para os foliões.

Comprei um drink de frutas vermelhas em uma barraca e pulei ao som de Cláudia leite na primeira atração da noite.

— Pega leve Arthur.

— Relaxa Kaio — O acalmei — Você sabe que não sou de beber muito.

Luiza Sonza entrou no segundo trio e era impossível não dançar ao som das músicas dela.

O clima era bom até alguém apalpar a minha bunda na maior cara de pau, olhei indignado para as pessoas ao meu redor até encontrar um barbudo nojento me encarando com um olhar malicioso.

— Está tudo bem? — Dimitri perguntou ao segurar a minha cintura de leve.

— Foi apenas um assediador nojento, me apalpando.

— Quem foi? — Indagou com raiva.

— Esquece isso Dimitri — Pedi — Não quero estragar a sua noite e nem a minha.

— Agora Arthur.

Não quis mostrar quem era o cara, mas Dimitri insistiu tanto e percebeu quem era quando o seboso passou do meu lado e me encarou de cima abaixo de forma descarada.

— Já volto meu pirralho.

Meu pirralho? Foi isso mesmo que eu ouvi Brasil?

Kaio tentou dissipar o ar pesado e fazer com que a noite não estivesse totalmente perdida, além de que ele estava doido para descobrir se o Diego era hétero.

A mata atlântica passou do nosso lado igual um furacão, encarei a movimentação que se formava no fim da rua e me questionei se o Dimitri tinha algo haver com isso.

— O que você fez? — Sussurrei no ouvido do Dimitri quando ele voltou a aparecer do meu lado.

— Nada demais.

— Oh moça, o que está acontecendo? — Kaio perguntou para uma vendedora ambulante.

— Encontraram um cara caindo no beco, parece que quem matou ele arrancou o pingulim dele e ainda teve coragem de escrever assediador na testa dele.

Encarei Dimitri profundamente, mas ele estava mais focado em beber o refrigerante do que pensar nas consequências da merda que ele havia feito.

— Vem aqui Dimitri.

— O que foi?

— Por acaso você enlouqueceu de vez cacete?! Você matou alguém.

— Não é como se eu já não tivesse feito isso antes — Ponderou como se aquilo não fosse nada absurdamente preocupante.

— Aqui é Brasil Dimitri e não a Itália.

— Como se a lei do Brasil fosse melhor do que a italiana.

Isso eu não podia negar, infelizmente, havia muitos bons policiais no mundo, mas também tinha as maçãs podres que mancharam todo o nome e honra que a farda deveria representar.

— Você não pode sair matando quando lhe der na telha Dimitri.

— Eu não matei por diversão — Rebateu — Já te falei que odeio que mexam com as pessoas que estão na minha vida e querendo ou não você faz parte dela.

— Vindo de você isso me soou como um quase pedido de casamento.

— Vamos voltar para a festa.

Dimitri pegou na minha mão e nos guiou por entre a multidão eufórica dançando ao som de Léo Santana, Kaio fixou o olhar nas nossas mãos unidas, mas por graça divina ele ficou calado sobre esse fato.

Esposito mantinha a mão na minha cintura e ameaçava qualquer um que mantivesse um olhar maldoso.

— Dimitri tá parecendo um pinscher protegendo a cria — Kaio brincou, mas ergueu as mãos em rendição depois de um olhar rígido do Diego.

— Ele sempre protege o que é dele — Diego alfinetou com extrema malícia.

— E desde quando eu sou dele? — Indaguei.

— Não sou?

Dimitri sussurrou em meu ouvido e era como se mil agulhas fossem cravadas na minha pele, mas como bom ator fingi que aquela voz grossa não provocou várias coisas em mim.

— Não é e nunca será.

A festa só iria acabar de manhã e óbvio que eu iria aproveitar o máximo mesmo com um murro me seguindo a cada passo.

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