*Narrador
Dinho estaciona em frente a casa dos Reoli e assim que desce do carro da de cara com Cláudia no portão. Ela estava com um semblante irritado, tinha as mãos na cintura e batia o pé impacientemente no chão.
- Fodeu. - Diana fala ao ver a amiga e entrelaça o braço no braço do irmão.
- Porra, o que eu faço com vocês? - ela pergunta irritada. - Vocês estão duas horas atrasados, duas horas!
- Foi mal, Claudinha. - Dinho fala coçando a nuca, claramente nervoso.
- Não foi mal nada, vocês precisam ter mais responsabilidades. - ela continua o sermão e Dinho aperta o braço da irmã, ambos agarrados como se estivessem prestes a levar uma surra. - Agora é sério de verdade, precisamos levar isso a sério mesmo.
- E nós levamos a sério, sempre levamos a sério. - Dinho fala de forma confiante e solta o braço da irmã, ele segue até Cláudia e abre o portão antes de continuar. - Mas só depois do meio dia.
O rapaz correu em disparada para dentro da casa assim que terminou de falar e Diana cai na risada, mas logo leva as mãos até o rosto ao ter o olhar furioso de sua amiga sobre a mesma.
- Foi mal, Clau. - ela força um sorriso, ainda reprimindo a risada.
- Eu desisto, eu desisto mesmo. - Cláudia resmunga e segue para dentro da casa.
Diana fecha o portão e segue a mesma, ao entrar na sala da família Reoli ela vê Sérgio e Samuel conversando sobre alguma coisa, Dinho estava mexendo nos cabelos de Júlio e Bento estava com um prato de macarrão nas mãos e se deliciando com o mesmo. Ela segue até o amigo e toma o garfo de sua mão, a mesma enrola um pouco do macarrão no garfo enquanto Bento esperava a mesma terminar de comer calmamente.
- Aí que nojo. - Aninha fala entrando na sala e dando risada.
- O quê? - Bento pergunta confuso.
- Vocês aí dividindo baba. - ela faz careta.
- Divido baba com eles desde criança, já não faz mais diferença. - Diana responde e devolve o garfo para Bento que volta a comer. - Você também divide baba com o Bento e considerando que ele divide baba com a gente... Você divide baba com todos nós.
- Credo, nunca tinha parado pra pensar nisso. - ela fala e Diana da risada.
- Fomos criados assim, Aninha. - Júlio da de ombros. - Sempre dividimos tudo, não existe nojo entre nós.
- Existe sim, quando o Dinho insiste em peidar em um quarto fechado com sete pessoas dentro. - Bento resmunga ainda comendo o macarrão e Dinho mostra o dedo do meio pra ele.
- Segurar peido faz mal, pode até te matar sabia? - ele fala e Sérgio da risada.
- Aquele lá do jeito que estava tinha te matado mesmo se você tivesse segurado. - ele fala e os outros dão risada, menos Dinho que joga a almofada na direção do amigo.
- Vamos trabalhar? - Dinho pergunta irritado.
Diana passa pelos meninos dando um beijo no rosto de cada um e ganhando um na testa de todos, ela segue até o namorado e dá um selinho no mesmo.
- Pensei que não iria falar comigo. - ele resmunga puxando ela para um abraço.
- Você é o último, mas o mais importante meu amor. - ela fala e ele sorri para a mesma.
- Chega de viadagem vocês dois. - Dinho puxa a irmã e a coloca sentada no sofá, quando Samuel vai se aproximar ele segura o mesmo. - Distância, cara.
- Porra, você e a Cláudia dormiram juntos? Os dois em um mau humor do caralho. - Samuel resmunga e Diana da risada.
- Cala a boca. - Cláudia da um tapa na cabeça do cunhado. - Eu vou deitar enquanto vocês ensaiam, quando começar Vira-vira me chamem.
- Nada disso. - Sérgio segura a namorada pela cintura e a puxa para perto de si. - João disse que quer vocês no palco, esqueceu? - ele pergunta e ela suspira frustrada. - Pessoal, eu já volto.
Ele segura a mão de Cláudia e os dois saem da sala.
- O que aconteceu? - Diana pergunta se virando para o namorado.
- Alguma coisa na casa dela, precisamos resolver isso da casa urgentemente. - ele fala apoiando o rosto no ombro de Diana. - Nossos pais concordaram e ficaram felizes e o de vocês?
- Minha mãe ficou meio triste, mas aceitou e já ligou pro meu irmão dizendo que tinha um quarto vago lá em casa. - Bento fala dando de ombros.
- Meus pais gostaram da ideia, quem não gostou muito foi a minha irmã. - Júlio fala e Diana suspira. - Mas ela vai viver lá em casa, tenho certeza.
- Eu não vou poder ir morar com vocês, mas também vou viver lá. - Aninha fala. - E vocês dois? - ela pergunta olhando para Dinho e depois para Diana.
- A gente? O que tem a gente? - Diana pergunta tentando disfarçar e Aninha bate na testa.
- Não falaram com os pais de vocês, não é? - Júlio pergunta e Diana força um sorriso.
- Vamos falar hoje a noite, eu prometo. - Dinho fala e Diana assente.
Sérgio e Cláudia voltam para a sala, Cláudia tinha os olhos e o rosto vermelho denunciando que a mesma tinha chorado. Diana sente uma dor no coração ao ver a amiga daquele jeito, mas com uma troca de olhares com Sérgio percebeu que era melhor não tocar no assunto.
- Vamos ensaiar? - Sérgio pergunta e eles assentem. - O Bento e o Samuel terminaram a música.
- Quero ouvir. - Diana fala animada.
- Você não manda, você pede minha patroa. - Samuel beija o rosto dela e se senta no sofá, ele pega o violão que estava sobre a mesinha e começa a tocar. - Vai Bento, canta aí.
- Por que eu? - o japonês pergunta na defensiva.
- Porque eu estou tocando, cabeçudo.
- Tá, tá, tá... Começa novamente. - ele pede e se arruma no sofá. - Vou cantar pra minha mina, mas essa é para vocês três. - ele fala olhando para Diana e Cláudia que assentem.
Te encontrei
Toda remelenta e estronchada num bar
Entregue às bebida
Te cortei
Os cabelos do suvaco e as unha do pé
Te chamei de querida
Te ensinei
Todos os autorreverse da vida
E o movimento de translação que faz a Terra girar
Te falei
Que era importante competir
Mas te mato de pancada se você não ganhar
Você foi
Agora a coisa mais importante
Que já me aconteceu neste momento
Em toda a minha vida
Um paradoxo
Do pretérito imperfeito complexo
Com a Teoria da Relatividade
Num momento crucial
Um sábio soube saber que o sabiá sabia assobiar
E quem amafagafar os mafagafinhos
Bom amafagafigador será
Te falei
Que o pediatra é o doutor responsável pela saúde dos pé
O zoísta cuida dos zóio e os oculista, Deus me livre
Nunca vão mexer no meu
Pois pra mim
Você é uma besta mitológica com cabelo pixaim
Parecida com a Medusa
Eu disse isso
Pra rimar com a soma dos quadrado dos cateto
Que é igual à porra da hipotenusa
Bento para de cantar e Samuel para de tocar, ambos olham para os amigos na sala, receosos com suas reações.
- Daí repete a parte do você foi novamente. - Samuel fala meio sem graça.
- Eu amei. - Diana fala sorrindo para os dois.
- Sério? Eu pensei que vocês iriam ficar putas da vida com a letra. - Bento coça a cabeça, nervoso.
- Considerando que vocês nos humilharam e depois disseram que somos as coisas mais importantes da vida de vocês, achei justo. - Aninha fala puxando o namorado para um beijo.
- Eu também gostei, obrigada meninos. - Cláudia força um sorriso, ela estava se esforçando para estar bem, mas ainda assim estava meio triste e não conseguia disfarçar.
- Então vamos ensaiar essa. - Sérgio fala dando um beijo no rosto da namorada. - 'Bora, cambada.
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Capítulo escrito: 10.01.2024
Capítulo postado: 23.01.2024