Senti que de ontem pra hoje eu ganhei muitos filhos só que dessa vez eles são cachorros. Eu e o Carl estamos, dando comida, água, demos leite na mamadeira pra alguns, lemos histórias e brincando com esses cachorros assim como a gente faz com o Ethan.
Eu 'tô achando que o Ethan é mais parecido com o Carl do que eu imaginava, porque assim como o Carl tinha o péssimo hábito de torturar animais o Ethan tentou morder os cachorros, babar neles, subi em cima deles, bater neles. Mas tentando ser uma boa mãe eu tô 'tentando corrigir o comportamento dele.
— Os seus genes estão fazendo efeito no nosso bebê– Falei.
— Os meus genes?– O Carl me perguntou.
— Isso ai, eu não me lembro de ficar na rua procurando animais pra torturar no meu quarto, mas eu lembro de você fazendo isso e me arrastando junto– Respondo.
— Mas essa fase vai passar, bom, passou comigo– O Carl disse.
— Me tranquilizou muito, eu so tenho que esperar uns 10 anos– Falei.
Então eu me sentei no sofá e o Carl sentou do meu lado, em seguida ele passou o braço ao meu redor.
— Vamo fazer outro bebê?– O Carl me perguntou.
— Esse ano? Nem fudendo– Respondo.
— Então não é um não– Carl diz.
— Não lembra como foi cuidar do Ethan?– Perguntei.
— Mas a gebte se saiu bem, olha pra ele, a assistência social não tentou pegar ele, a gente não deixou ele usar droga, nem demos álcool pra ele parar de chorar, nem batemos ou sei lá– O Carl respondeu.
— Pros homens é fácil falar que quer outro filho, vocês não tem que passar pela gravidez ou tem que sentir a dor horrível do parto, e tem que sentir a dor de ter o bico do seu peito mordido ou sentir a sua buceta ferrada– Falei.
— Você tem razão. Se você quiser outro filho eu também vou querer. Mas a sua buceta não ficou ferrada, pra mim 'tá boa do mesmo jeito– O Carl disse.
— Boa? É um dos piores elogios que eu poderia ouvir– Eu falo.
— É a melhor que eu já vi– O Carl diz.
— Já viu quantas?– Perguntei.
— Muitas em porno. Na maior parte você 'tava vendo comigo então não é traição– O Carl respondeu.
— Tudo bem, eu já vi porno sem você também– Falei.
— Aí... me senti traido– O Carl disse fingindo.
— Você fica lindo quando se sente traído– Eu falo.
A gente se aproximou e se beijou.
— A gente pode conversar sobre uma coisa?– O Carl me perguntou.
— Claro– Respondo.
— A Cheryl me mandou mensagem de novo– O Carl diz.
— A gente pode falar sobre qualquer coisa menos sobre isso– Falei.
— Por que você 'tá tentando evitar esse assunto? A gente 'tá falando de uma coisa que é boa pro seu futuro. Porque você só quer me incentivar e deixar a sua vida de lado?– O Carl me perguntou.
— Eu sou uma boa mãe... sei fazer isso. Sei quando o Ethan 'tá com fome, sei quando ele 'tá fazendo as necessidades dele, sei como por ele pra dormir, sei tudo sobre ele... não preciso fazer mais– Falei.
— Você pode continuar sendo uma mãe perfeita e mesmo assim ter uma coisa que você gosta. Imagina como seria foda ter uma marca sua, vender as roupas que você gosta. Você 'tá com a oportunidade na sua frente, por que não pegar ela?– O Carl me perguntou.
— Eu não quero falhar... Imagina, eu boto fé nisso, me esforço, dar o meu melhor e sei lá... falho nisso...– Respondo— Isso não é garantido que vai da certo, ninguém pode me da 100% de certeza. Então eu não quero tentar porque eu 'tô com medo de falhar, porque não é fácil falhar como todo mundo diz.
— Lembra de como você 'tava com medo de não ser boa mãe? Você 'tava com medo de não se apaixonar pela Ethan, de não conseguir cuidar dele, de não ser a mãe que ele precisava. Você 'tava com medo de falhar como mãe. Mas olha por Ethan, ele 'tá saudável, 'tá feliz, é muito inteligente o que com certeza ele não puxou de mim. Você não precisa ter medo, você é incrível– O Carl disse.
— É mais fácil falar do que fazer...– Falei— A gente pode mudar de assunto ou fazer outra coisa?
— 'Tá– O Carl diz.
*Quebra de Tempo*
Eu, o Carl, o Ethan que eu 'tava carregando no canguru e um dos cachorros que o Carl 'tava segurando entramos no Álibi.
— Oi, v, uma dose de licor– O Carl disse.
— Eu quero uma cerveja– Falei— É tão bom não amamentar mais e poder beber quando eu quiser.
— Oi, Ayla. Oi, Carl. Sem chance– A V diz.
— Eu posso morrer pelo meu pais mas não posso tomar uma birita antes do 21?– O Carl perguntou.
— É um incentivo. Se não morrer, daí pode beber– A V respondeu— E você Ayla, 'tá com um bebê no colo e quer cerveja?
— Uma cerveja não vai me deixar incapaz de cuidar do meu filho– Falei.
— E esse cachorro?– A V perguntou.
— É um York, ele tem câncer. Já 'tá com os dias de vida contados– O Carl respondeu.
A V pegou uma tigela e começou a colocar licor.
— Pro cachorro, não pra você– A V disse pro Carl.
— Obrigado– O Carl fala e coloca a tigela na frente do cachorro que começa a tomar.
— O que 'tão fazendo com esse cachorro com câncer?– A V perguntou.
— Serviço comunitário. Preciso disso pra entrar na West Point– O Carl respondeu.
— Vai pra West point?– A V perguntou.
— Eu quero, mas talvez nunca consiga. Fui visitar o gabinete do Ubberman pra tentar conseguir a recomendação dele, mas não consegui nem marcar um horario– O Carl respondeu.
— O Ubberman. Ele é deputado?– A V perguntou.
— Conhece ele?– Perguntei.
— Branco, cara vermelha, suado?– A V perguntou.
— Sim– O Carl escondeu.
— Não acredito– A V disse rindo.
O kev então se aproximou.
— Querido, você acredita que o Wubby é deputado?– A V perguntou.
— Sério?– O Kev perguntou.
— Quando eu era dominatrix ele era um dos regulares. Ele curtia levar chicotada e ser chamado de Wubby– A V respondeu.
— E agora ele é político– O kev diz.
— Você ainda bate nele?– Perguntei.
— Eu me aposentei a anos. Calcinhas de coro não fazem bem pro meu corpo– A V respondeu.
— Você já pensou em sair da aposentadoria?– O Carl perguntou.
— Jamais– A V respondeu.
— Mesmo que isso pudesse ajudar um pobre garoto da zona sul a alcançar seus sonhos?– O Carl perguntou.
— Isso não é igual a andar de bicicleta. Não é só botar um par de saltos e enfiar uma bola na boca de alguém e depois começar a bater nele– A V respondeu.
— E não andamos de bicicleta assim– O kev diz.
— 'Tá bom. Tudo bem. Quem deixaria um pobre garoto da zona sul se tornar um oficial? Vou me alistar, me conformar. Me aposentar como um velho doente. Talvez me deixem da aula de cadeira de rodas. Isso se eu tiver sorte. Ainda vou ter que explicar pro meu filho que eu fiquei tanto tempo longe dele pra nada, aposto que ele vai te vergonha do pai– O Carl falou— Vamos, o Bootsie precisa comer.
O Carl olhou pra V e a V olhou pro Kev. No final, ela aceitou ir lá pra convencer o cara a da a carta de recomendação pro Carl.
E depois que a V foi lá, pouco tempo depois o Carl conseguiu a carta de recomendação do Ubberman.
*Quebra de Tempo*
Era outro dia e eu 'tava com o Carl sentada no sofá.
— Acha que eu ficaria bem de calcinha de couro?– Perguntei.
— Eu acho que eu preciso ver pra ter certeza– O Carl respondeu— Quer experimentar algumas na minha frente? Talvez você devesse fazer uma dança em cima de mim pra eu ver bem.
— Uma dança?– Perguntei sorrindo.
— É, uma bem sexy, só pra mim ver como ela vai ficar quando você se mexer– O Carl respondeu.
— Você iria adorar isso– Falei.
— Você não tem ideia de como– O Carl disse.
A gente riu e ele me beijou. A gente continuou se beijando até que eu me deitei no sofá e ele ficou por cima de mim.
— Você deveria deixar eu te bater durante o sexo– Falei pro Carl— Igual a Eddie fazia com o Lip.
— Você já me bate fora do sexo, por que eu vou deixar você me bater durante o sexo também?– O Carl me perguntou.
— Pra ficar mais sexy. É igual quando a gente briga e depois tem aqueles sexo violento onde a gente bate nas coisas, eu puxo o seu cabelo, e você me aperta forte– Respondo.
— E que tal eu te bater? Não violento, não 'tô tentando ser preso, mas forte o suficiente pra ser sexy– O Carl perguntou.
— A gente deveria deixar o Ethan com o meu pai ou com um dos seus irmãos. Não quero que o nosso filho me escute gritando– Respondo.
— Acho uma boa ideia– O Carl disse.
Então a gente voltou a se beijar.