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#pandagravidinho 🐼
🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑
"Jimin"
ㅡ Você tem certeza disso, Jimin? ㅡ Ouvi Jungkook perguntar quando coloquei meus bebês no quarto e pedi para Hawoo ficar lá com eles. ㅡ Nós não sabemos quem é esse homem!
ㅡ Papai, o que tá acontecendo? ㅡ Hawoo perguntou, me olhando com seus olhos redondos.
Suspirei, olhando brevemente para Jungkook antes de me abaixar a frente do meu filho, tocando o seu rosto.
ㅡ Não é nada que precise ficar com medo, meu amor. Só quero que fique aqui com os seus irmãos, pode ser? Eles já vão dormir, eu volto rapidinho.
ㅡ Tá certo, eu vou proteger eles. ㅡ Hawoo falou, me fazendo rir antes de lhe puxar e lhe abraçar, deixando um beijo sobre sua bochecha.
ㅡ Você é incrível, filho.
ㅡ O papai Jungkook vai proteger você? ㅡ ele olhou para Jungkook.
Meu Jeon assentiu, também abaixando a frente dele.
ㅡ Eu vou, garotão. Não fique com medo, tá?
Hawoo assentiu e sentou na cadeira antiga de amamentação. Suspirei, olhando para Jungkook e antes de sair chequei meus bebês, vendo como estavam sonolentos e deitadinhos, logo dormiriam de fato.
ㅡ Qualquer coisa, pode me chamar. ㅡ Jungkook falou para ele antes de sairmos juntos.
Quando a campainha tocou, meu corpo inteiro gelou. Antes de abri-la, mandei mensagem para Taehyung lhe avisando que tudo e que eu precisava dele ali também, mas apenas com Jungkook ao meu lado, abri a porta principal, vendo quatro seguranças ao lado daquele único homem.
Meu corpo inteiro gelou, mas ele parecia sentir aquilo também. Seus olhos se arregalaram aos poucos, ele parecia surpreso naquele momento, mas não como um fã louco que estava ali mentindo apenas para chegar perto de mim.
Ele era um homem aparentemente jovem, mas tinha cabelos grisalhos. Devagar, ele deu dois passos e parou a menos de um metro de distância de onde eu estava, fazendo Jungkook se aproximar do meu corpo como proteção.
Os olhos daquele homem percorreram por meu corpo, mas seu sorriso nasceu quando ele pareceu enfim cair em si. Suas mãos cobriram sua boca, mas ele soprou uma risada, completamente desacreditado.
ㅡ Então você é Park Jimin? Você... ㅡ ele riu baixo, ainda surpreso ㅡ você é lindo!
Me encolhi, ainda sem saber como agir.
ㅡ Quem é você? ㅡ perguntei, ainda sendo protegido por Jungkook.
ㅡ Eu sou Yun Seunggi ㅡ ele ergue a mão, se aproximando mais. Eu me encolho, olhando para os seguranças. Um deles diz que está tudo bem, que o homem já havia até sido revistado, então me aproximo devagar e aperto sua mão, mas sou surpreendido quando ele me puxa e me abraça com força, suspirando quando afaga minhas costas. ㅡ eu não acredito que tenho mesmo um filho.
ㅡ Eu não tô entendendo ㅡ o afastei devagar ㅡ quem é o senhor? Eu não tenho um pai.
ㅡ Você tem. Estou bem aqui. Eu também não sabia que tinha um filho, mas a sua mãe, ela nunca...
ㅡ Minha mãe? ㅡ O interrompi ㅡ a minha mãe disse que o meu pai nos abandonou.
Ele negou devagar, se aproximando quando tocou meu rosto e deslizou os polegares por minha bochecha.
ㅡ Eu nunca teria te abandonado se soubesse que você existia.
ㅡ Eu... ㅡ Jungkook coçou a garganta ㅡ eu acho melhor entrarmos, aqui fora não é lugar para se falar sobre isso.
Assenti devagar para meu noivo, olhando para o homem quando suas mãos me deixaram.
ㅡ Vamos entrar. ㅡ eu falei ㅡ obrigado pelo trabalho de vocês. ㅡ agradeci aos seguranças.
ㅡ Nós estaremos por perto caso o senhor precise. ㅡ o chefe dentre eles, falou.
Assenti novamente, mas desviei os olhos para quando um carro freou às pressas na frente do meu jardim. Sabia que era Taehyung por aquele ser o carro de Seokjin, e quando meu irmão desceu dali, meu coração sentiu paz imediata, e melhorou quando ele se aproximou e olhou bem para o rosto do homem, me abraçando pelos ombros e me protegendo como Jungkook fazia.
ㅡ Quem é você? ㅡ Taehyung perguntou, ríspido. ㅡ O que quer do meu irmão? Não deveria acreditar em nada que esse homem diz, Minie!
ㅡ Eu não sou nenhum mentiroso. ㅡ o homem diz, abanando as mãos. ㅡ olhe, eu tenho provas. ㅡ ele busca seu celular e nos mostra a foto de um livro antigo escolar. Lá, há dois garotos e uma moça. E ela eu reconheço como minha mãe ㅡ esse sou com a sua mãe no dia que me formei. Nós nos conhecíamos, veja.
ㅡ E quem é esse ao lado? ㅡ Taehyung pergunta após buscar o celular e analisar a foto, dando zoom.
ㅡ Esse era o meu melhor amigo ㅡ o homem diz, sorrindo quando me olha nos olhos ㅡ mas hoje ele é o meu marido.
Taehyung o olha rapidamente, assim como eu ergo minhas sobrancelhas.
Jungkook chama novamente e pede para que todos nós entremos em casa, e quando eu o faço, peço para o homem sentar, e não consigo deixar de observar seu rosto quando também me sento, tentando me lembrar de si em alguma memória de minha vida, fosse sequer na infância, mas eu nunca, em memória alguma, tive a imagem de um pai presente.
ㅡ Não é porque você tem uma foto da nossa mãe que você pode sair dizendo por aí que é o pai do meu irmão. ㅡ Taehyung falou, ainda desconfiado.
ㅡ Eu sei, mas eu sou. Eu me lembro de você também, tinha seis anos, se eu não me engano. Adorava falar pelos cotovelos e mexia em tudo, fingindo que estava organizando.
ㅡ Seis anos? ㅡ eu ouso perguntar ㅡ nessa foto, quantos anos você tinha?
ㅡ Eu tinha acabado o colégio. Faria vinte em alguns meses.
ㅡ Vinte? Se isso for verdade, minha mãe tinha vinte e três quando teve Taehyung e quase trinta quanto eu nasci. Você quer dizer que se relacionou com ela quando ela tinha...
ㅡ Vinte e oito. ㅡ o homem contou. ㅡ eu não deveria me envolver com uma mulher mais velha quando ainda estava no colégio, e tampouco uma que já tivesse um filho. Mas eu me envolvi. Mesmo quase dez anos mais velha que eu, sua mãe era encantadoramente jovem em seu espírito. Eu me apaixonei por ela, estava confuso na época, mas...
ㅡ Confuso? ㅡ Taehyung soprou uma risada, sentando ao meu lado vago quando Jungkook estava sentado no outro ㅡ eu não consigo acreditar em nada disso, Minie.
ㅡ Eu sei ㅡ falei, meu irmão só queria me proteger, mas eu continuava confuso ㅡ mas eu quero ouvi-lo, Taehyung. ㅡ toquei em sua mão, olhando em seus olhos.
Ele assentiu devagar, também voltando a olhar para o homem à nossa frente.
ㅡ Eu fiquei confuso naquela época porque eu sempre soube que amava o meu melhor amigo, mas eu não podia aceitar aquilo, não podia deixar que descobrisse que eu era gay e por isso eu viajei para Jeju nas férias com sua mãe e a gente...
ㅡ Vocês me fizeram. ㅡ sussurrei, alheio, tentando assimilar.
ㅡ É, eu descobri que a gente fez você ㅡ ele sorriu. ㅡ Eu só não entendo o porquê de sua mãe nunca ter voltado.
ㅡ Voltado? ㅡ Taehyung indaga.
ㅡ Para Busan. Eu soube que logo após assumir meu relacionamento com meu melhor amigo, ela se mudou para Seul e nunca mais a vi.
ㅡ Isso não é verdade. ㅡ falei ㅡ minha mãe nunca saiu de Busan, nem agora que eu poderia lhe comprar uma boa casa em Seul, ela preferiu ficar numa boa casa lá.
ㅡ Então está dizendo que ela sempre esteve lá? Em Busan? ㅡ ele me perguntou.
ㅡ Sim. Eu cresci naquela cidade. Eu e meu irmão.
ㅡ Então por que ela não me procurou? Ela já era mãe solo e deve ter sido difícil com mais um bebê, por que ela não me procurou?
ㅡ Eu não sei, mas realmente foi difícil. ㅡ Taehyung falou ㅡ eu me lembro daquela época. Desde o dia em que ela voltou da maternidade, ela disse que o Minie não tinha um pai e que eu deveria lhe ajudar a mantê-lo bem. Eu aprendi a trocar fralda ㅡ Taehyung me olhou, sorrindo ㅡ aprendi a esquentar a mamadeira dele e checar a temperatura certa para ele não se machucar. Os primeiros passos do Minie foram para mim, quando eu estava brincando com um carrinho novo que havia ganhado no natal. Eu me lembro de tudo porque além de mim e da nossa mãe, nunca existiu ninguém na vida do Jimin.
Apertei sua mão sobre a minha e sorri de volta para si. Meu coração chegava a aquecer com suas memórias que vagamente se entrelaçavam as minhas.
ㅡ Há um motivo para sua mãe não ter me procurado para contar sobre você? ㅡ ele me pergunta.
Eu nego, abaixando a cabeça, mas sinto a realidade me tocar quando meu corpo inteiro fica frio e meus olhos voltam aos dele.
ㅡ Você... você me disse que tem um marido?
ㅡ Sim. Yohan e eu começamos a namorar quando eu fiz vinte anos. Desde então, ele é o meu único amor. Estamos juntos há...
ㅡ Vinte e cinco anos, eu presumo. ㅡ falo baixo, ㅡ eu não acredito que ela fez isso ㅡ olhei para meu irmão ㅡ não acredito que ela mentiu para nós, Tae-ah, e por puro preconceito. Ela me fez acreditar que eu fui abandonado, que eu fui negado de amor paterno e que eu sempre fui um erro.
ㅡ Você não é um erro. ㅡ Meu irmão disse.
ㅡ Você não é mesmo. ㅡ Aquele homem também disse. ㅡ Eu soube quem era você através de uma revista que você foi capa com ele ㅡ ele apontou para Jungkook. ㅡ uma revista linda, onde você falava sobre ser um homem transgênero namorando outro com liberdade, aquilo me cativou. E depois eu descobri sobre além de você ser transgêner, você também ia ser pai, eu fiquei maravilhado. Então eu fui ouvir uma música sua ㅡ ele ri baixo ㅡ e você é tão talentoso e único... então eu pesquisei mais, eu entrei em uma daquelas páginas online feitas por fãs, e vi uma foto de uma casa muito grande e bonita que ficava em Busan. Eu não entendi o porquê dos fãs estarem falando sobre aquilo, mas logo em seguida eu vi uma foto de sua mãe nela, onde diziam que aquela era a nova casa que o idol Park Jimin havia presenteado a sua própria mãe. Foi um choque reconhecê-la.
ㅡ Então soube que Jimin era seu filho só por causa de uma notícia dessa? ㅡ Jungkook perguntou.
ㅡ Não. Eu não vim primeiro falar com Jimin. Eu fui até a mãe dele, eu estive frente a frente com ela, e ela fingiu não me conhecer. Eu insisti a lhe lembrar quem eu era e perguntei se ela estava casada, que eu conhecia seu filho mais novo e seu sucesso. Ela simplesmente surtou. Ela gritou comigo, disse que eu não deveria chegar perto de você nunca, que eu não te merecia pelas escolhas que eu fiz. Eu não entendi nada, admito, mas eu fiz as contas depois. Eu vi o mês que você nasceu e foi fácil entender o porquê ela ficou tão agitada. Eu só não entendo o porquê dela não me querer perto de você, quando é o meu sangue que corre pelas suas veias também.
ㅡ Ainda não temos a certeza disso. ㅡ Taehyung falou.
ㅡ Não, eu tenho a certeza bem aqui ㅡ ele me olhou, ainda sorrindo, ainda encantado ㅡ mas eu farei tudo o que você quiser fazer para ter certeza, meu filho. E não pense que eu quero algo em troca vindo disso. Eu só quero que saiba que eu jamais lhe abandonei. Que eu te descobri há dois dias e que... ㅡ ele suspirou, com seus olhos se enchendo ㅡ que mesmo sendo pouco tempo, eu já te amo tanto e tenho tanto orgulho do homem forte que você é, que é como eu já tivesse te amado por todos esses anos.
Eu sentia meu coração disparado como um cavalo selvagem correndo. Eu me ergui devagar, o homem também. Eu me aproximei e ele também, e olhando seu rosto de perto, eu vejo que temos algumas características parecidas. Seus olhos, por exemplo, são pequenos e rasgados como os meus. Sua boca é como a minha. Eu o vejo sorrir quando sua mão volta a tocar meu rosto e imediatamente os seus olhos somem, formando duas pequenas linhas.
Eu me aproximo, é estranho, eu sei, mas eu me aproximo e deito em seu ombro, o sentindo me abraçar, dando o mesmo conforto que eu apenas encontrei no abraço de minha sogra. Ele parece querer me embalar como um bebê, pois, chia baixinho quando eu suspiro longamente e sinto meu corpo tremer, como se pedisse para eu ficar bem, que ele estava ali para mim agora.
Eu me afastei devagar e sorri. Olhei adiante quando percebi Jungkook se afastar e ir até nosso filho que estava no cantinho da saída do corredor, nos olhando com curiosidade.
ㅡ Independente de tudo, eu quero ter a certeza ㅡ eu disse a Yun Seunggi ㅡ que o senhor não se ofenda, mas é importante para mim.
ㅡ Eu jamais me ofenderia com isso, filho. Jamais. ㅡ ele assegurou.
Jungkook voltou a se aproximar e trouxe Hawoo consigo, que ainda se mantinha assustado.
ㅡ Papai ㅡ ele me chamou, correndo e praticamente abraçando minhas pernas ㅡ esse moço veio me buscar? Eu vou ter que voltar pro orfanato?
ㅡ Não, meu amor. ㅡ eu me abaixei, o abraçando outra vez ㅡ esse moço não veio buscar você.
ㅡ Jura? ㅡ ele ergueu o dedinho. Assenti e enrosquei ele no meu.
ㅡ Esse moço... ㅡ ergui os olhos para Yun Seunggi ㅡ ele só veio aqui me conhecer.
ㅡ Eu sou um grande fã do seu pai ㅡ Seunggi falou para Hawoo.
ㅡ O papai é uma super celebridade, sabia? Ele tem um montão de fãs.
ㅡ É, ele tem. ㅡ Seunggi sorriu para mim, tocando sobre os meus cabelos. ㅡ ele é o maior de todos. Tenho orgulho.
Voltei a olhar para Hawoo e sorri, então era aquele o sentimento? O sentimento de ter um pai e também ser um?
Meus olhos foram para Jungkook, que se manteve quieto por esse tempo todo e pude vê-lo sorrindo também.
Quando me ergui, não sabia de fato o que estava acontecendo comigo, mas eu me sentia feliz. Quando me despedi de Seunggi, ele me abraçou novamente antes de ir. Ele não pediu uma foto, não pediu um autógrafo, mas pediu um abraço e disse que estava gravando cada segundo daquele toque.
Nós manteríamos contato depois daquilo, teríamos que resolver tantas coisas... eu queria poder falar com minha mãe naquele exato momento, mas sabia que não dava. Por tanto, fiquei com o contato de Seunggi e prometi lhe ligar assim que estivesse em Busan. Nós conversaríamos frente a frente com a minha mãe para resolver ainda mais toda aquela confusão.
E por hora, eu ficava com a minha confusão particular entre acreditar em um homem que nunca vi em minha vida, mas que exala verdade, e minha própria mãe, um ser que nunca exalou confiança, mas que ainda é minha mãe.
🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑
Alguns dias haviam se passado e eu tentava lidar com o fato de uma fofoca fora de hora.
ㅡ Park Jimin é visto em Parque durante a tarde com seus dois filhos e mais uma criança. Testemunhas dizem que o garoto mais velho e desconhecido o chamou de pai. ㅡ leio aquilo e reviro os olhos, encarando Jungkook ㅡ Isso é uma merda! Eu vou a um parque fora do condomínio acompanhado dos meus filhos e isso acontece? Eu terei que viver preso com eles aqui? E eu só queria proteger Hawoo e agora o rosto dele está em todos os lugares.
ㅡ É um saco mesmo, amor, mas logo vão deixar isso pra lá. Você sabe que é sempre assim.
ㅡ Eu sei. Mas e se isso implicar de alguma forma no nosso pedido sobre a adoção de Hawoo?
ㅡ Não irá, meu bem, eu acredito que dará certo.
ㅡ É tudo o que eu espero. ㅡ falei, mas me assustei com o toque do celular de Jungkook e o vi atender sorridente.
ㅡ Senhor Capaldi? ㅡ meus olhos cresceram, me aproximei dele ㅡ as notícias são boas?
ㅡ O que ele está falando, Jun? ㅡ sussurrei. Ele me olhou e riu, colocando o celular no auto falante.
ㅡ Sim, senhor Jeon, as notícias são as melhores, eu presumo. Acabei de receber a notificação de que o resultado do seu pedido já saiu. O juiz deu sua sentença.
ㅡ E qual foi?
ㅡ O senhor quer que eu fale por ligação? Eu posso ir te encontrar agora mesmo.
ㅡ Seria maravilhoso, senhor, mas eu não vou aguentar a ansiedade. ㅡ Jungkook disse, sorrindo enquanto me olhava ㅡ por favor, pode falar, nós queremos ouvir.
ㅡ Muito bem ㅡ o senhor Capaldi diz, adotando um tom mais solene para anunciar o resultado: ㅡ Após minuciosa avaliação e análise, o juiz conclui que Park Jimin e Jeon Jungkook, vivendo em união estável e devidamente comprovada, demonstraram de forma inequívoca sua responsabilidade e aptidão para criar e proporcionar o melhor ambiente para Hana. Consequentemente, a decisão do juiz é favorável ao pedido de adoção. Fica autorizado o ingresso do pedido de registro sobre a criança, conferindo-lhes a condição de pais legais. ㅡ senhor Capaldi finalizou aquele dito, enquanto os meus olhos se mantinham sobre os do meu Jeon ㅡ Parabéns a vocês. Agora são por lei, pais desse garoto.
Jungkook suspirou e eu não esperei um só segundo. O abracei com força, sentindo-me completo e feliz.
ㅡ Nós conseguimos, vida. Nós conseguimos! ㅡ eu comemorei.
Jungkook sorria, mas seus olhos brilhavam com fulgor. Ele estava emocionado.
ㅡ Irei entregar-lhe pessoalmente a decisão e lhes encaminharei para tudo o que precisa ser feito agora para o registro devido da criança.
ㅡ Nós poderemos fazer a solicitação da troca do nome dele? ㅡ ouso perguntar ao advogado.
ㅡ Sim, geralmente, quando ocorre a adoção, os pais adotivos têm a oportunidade de solicitar a mudança do nome da criança no processo de registro. Isso é feito também para refletir o nome pelo qual a criança é conhecida e reconhecida na família adotiva.
ㅡ Então, poderemos registrá-lo como Hawoo? Nosso Jeon Hawoo? ㅡ Jungkook perguntou eufórico, seu rosto iluminado pela esperança, fazendo-me sorrir e compartilhar daquela euforia com ele.
ㅡ Sim, vocês podem. Considerando a decisão favorável ao pedido de adoção e a responsabilidade comprovada de vocês, é possível efetuar o registro de Hawoo com o nome desejado. No entanto, em relação à troca de gênero no registro, devido à idade de Hawoo, ainda não é possível realizar essa alteração legalmente. Recomendo que procurem orientação profissional para lidar com a identidade de gênero dele, garantindo o melhor apoio possível, e também, quem sabe, um documento que valide a necessidade dessa troca para garantir a saúde física e mental do garoto.
ㅡ Nós iremos fazer isso o mais rápido possível ㅡ Falei, tocando o rosto do meu noivo, tentando me controlar ao ainda observar seus olhos inundados.
ㅡ Muito obrigado, senhor Capaldi. Muito obrigado por todo o seu trabalho.
ㅡ Não me agradeça, filho, eu sempre fico feliz em poder te acompanhar e auxiliar assim. Nos vemos em breve, tudo bem?
ㅡ Claro. Vamos marcar o mais rápido que der. Até mais.
Jungkook findou a ligação e sorriu como um bobo, largando o celular quando me abraçou pela cintura e me ergueu, girando meu corpo pela sala.
ㅡ Ele é nosso filho, amor. Hawoo é nosso filho!
ㅡ Que se foda todas as matérias de fofoca que perguntam se ele é nosso. Eu quero gritar, amor. Agora eu quero gritar que conseguimos e que somos os pais de Hawoo!
Jungkook sorriu e me beijou, ainda me girando no ar. Em seguida, ele me abaixou devagar, mas seus lábios não deixaram os meus.
ㅡ Eu preciso dizer ㅡ sussurrei ㅡ a vida é mais perfeita com você e a família que construímos.
Jungkook sorriu sobre meus lábios e me beijou antes de se afastar.
ㅡ Vamos contar a ele?
ㅡ Vamos, com certeza!
Eu me virei depressa, correndo pelos corredores enquanto ouvia o riso bobo do meu noivo que me seguia.
Encontrei meu filho mais velho no seu quarto, lendo um livro sobre animais. Ele nos olhou, mas antes de fechá-lo, marcou cuidadosamente a página no qual estava parando e somente sorriu, perguntando o que havia acontecido.
ㅡ Nós temos uma notícia para te dar. ㅡ falei, me aproximando.
ㅡ Uma notícia boa? ㅡ ele perguntou.
ㅡ Uma maravilhosa ㅡ Jungkook o respondeu.
Sentamos a sua frente, Hawoo intercalava o olhar de Jungkook a mim, parecendo ansioso.
ㅡ Lembra que falamos sobre pedirmos a um juiz para sermos oficialmente os seus papais? ㅡ começo, vendo-o assentir ㅡ o juiz finalmente nos deu uma resposta.
Hawoo não pareceu animado como pensei que ficaria. Ao contrário disso, ele abaixou a cabeça e pareceu ficar triste.
ㅡ O que houve, filho? ㅡ Jungkook perguntou.
ㅡ Eu vou ter que ir embora... ㅡ Hawoo diz, baixinho. ㅡ eu não vou mais poder ser filho de vocês e irmãos do NamHa e da Ariel.
ㅡ Ei ㅡ me aproximei, tocando seu rosto ㅡ não pense assim. A notícia é maravilhosa, lembra?
Hawoo ergueu os olhos assustados e assentiu.
ㅡ Você será para sempre o nosso filho e irmão dos seus irmãos, meu bem ㅡ falo.
ㅡ Você agora é oficialmente o nosso filho, Hawoo. Meu e de Jimin. Terá o nosso nome para sempre.
ㅡ Você será um Jeon também, filho.
Hawoo deu um pequeno sorriso que pouco a pouco foi ganhando vida. Jungkook se aproximou e foi o estopim para que ele nos abraçasse juntos, completamente apertado e feliz.
ㅡ Eu não vou precisar voltar? ㅡ ele perguntou.
ㅡ Nunca mais, filho. ㅡ falei ㅡ aqui é o seu lugar.
Hawoo intensificou o aperto. Meus olhos foram para os de Jungkook, ele também nos abraçava juntos.
Sequer parecia que aquela manhã havia começado em meio a notícias escandalosas para expor nossa família, eu mal me importava agora.
Queria apenas aproveitar o momento. O momento de ter enfim a minha família completa.
[Continua]