*Diana
Estávamos na casa de Samuel e Sérgio, os meninos estavam na garagem ensaiando e eu e Cláudia estávamos na sala. Eu estava com a cabeça deitada no colo da mesma e ela acariciava o meu cabelo.
- Sinto muito por hoje, Di. - ela suspira.
- Está tudo bem, já passou. - me encolho no sofá e encaro a televisão.
- Eu precisei contar ao Sérgio o que aconteceu e o porque o Samuel agiu daquele jeito. - ela fala receosa e eu forço um sorriso.
- Esta tudo bem, imaginei que ele perguntaria. - ela suspira. - O que vamos fazer agora que estamos desempregadas?
- Eu vou vir morar com o Sérgio. - ela responde e eu me levanto e a encaro surpresa. - Ele me chamou pra morar aqui hoje de manhã, disse que já tinha conversado com os pais anteriormente e que só estava esperando uma oportunidade... Não vai ser muito diferente já que eu durmo aqui quase todos os dias.
- Meu Deus, Clau. - abraço a mesma. - Parabéns, estou tão feliz por você.
- Eu sei, agora vou te perturbar o tempo inteiro. - ela fala retribuindo o abraço e eu dou risada.
Cláudia não tinha uma boa convivência com os pais e por isso dormia na maioria das vezes na casa dos Reoli.
- O amor é uma coisa linda de se ver. - Júlio fala entrando na sala com os meninos.
- Você sempre está agarrarada a minha mulher. - Sérgio resmunga e eu dou risada, me levanto e pulo nos braços dele que me abraça e se vira para Cláudia. - Contou a novidade pra ela, não é?
- Contou sim. - encho o rosto dele de beijos e ele sorri. - Obrigada.
- Pelo que? - ele pergunta confuso.
- Por trazer a minha melhor amiga pra perto de mim definitivamente. - respondo e Dinho da risada.
- Olha, ela está sendo gentil... Alguém pega uma camera e grava esse momento, rápido. - Bento fala rindo, solto Sérgio e pego uma almofada jogando na direção do mesmo.
- Eu estou com fome. - Júlio resmunga se jogando no sofá. - Que horas são?
- Três e quarenta da tarde. - Dinho responde, encarando o relógio na parede. - Que horas marcaram lá, pitchula?
- A partir das onze da noite. - respondo. - Eu acho que vou pra casa tirar um cochilo, não estou muito bem.
- Vai pra casa nada não, dorme lá no quarto. - Sérgio fala e Samuel assente. - O que você está sentindo?
- Dor de cabeça e muito enjôo. - respondo e Cláudia da risada.
- 'Tá grávida. - ela fala e os cinco garotos a encaram de forma séria. - Ih, eu só estou brincando.
- É melhor eu ir pra casa e... - Samuel me interrompe.
- Você dormiu aqui ontem, esqueceu? - ele pergunta. - Suas coisas ainda estão aqui, vai lá e deita um pouco... Você comeu?
- Não, ninguém comeu. - Bento responde por mim. - Ficamos tão ansiosos com a ligação que esquecemos de comer.
- Claro, vocês estão ensaiando desde as nove horas da manhã. - Cláudia fala e boceja logo em seguida. - Nós duas saímos atrasadas e não tomamos café. - Sérgio encara a namorada, preocupado. - Mas eu comi uma maçã quando cheguei, já a cabeçuda ali não comeu nada.
Abro a boca para responder, mas sinto uma tontura enorme. Duas mãos me seguram pela cintura e eu vejo Bento me encarando preocupado.
- Obrigada, japonês. - forço um sorriso. - Acho que minha pressão caiu.
- Melhor irmos ao hospital. - meu irmão fala de forma preocupada e eu nego rapidamente.
- Eu só preciso deitar e vocês precisam ensaiar. - olho para Bento e sorrio. - Pode me soltar, xuxu.
- Eu não, vai que você cai dura aí no chão. - ele fala me abraçando e eu dou risada.
- Vem, deita lá na cama. - Samuel segura a minha mão e Bento me solta. Ele me guia até seu quarto e quando entramos no mesmo, vejo sua cama arrumada e meu pijama dobrado sobre a mesma. Deito na cama e ele coloca a mão na minha testa. - Você está quente.
- É impressão sua. - forço um sorriso.
- Qualquer coisa grita. - ele avisa e eu assinto, observo ele apagar a luz, sair do quarto e fechar a porta.
Abraço o travesseiro e não consigo evitar um sorriso ao sentir seu cheiro.
...
Acordo sentindo acariciarem meu rosto, abro os olhos e vejo Júlio me encarando com expressão preocupada.
- Que horas são? - pergunto e puxo o cobertor, eu estava morrendo de frio.
- Vai dar sete horas da noite, nós pedimos uma pizza. - ele coloca a mão no meu pescoço e na minha testa.
- Eu não estou com fome. - falo e ele suspira. - Consegue pegar mais um cobertor? - pergunto e ele nega.
- Você está queimando em febre, Di. - ele se levanta e sai do quarto, antes que consiga raciocinar o mesmo volta com Bento ao seu lado.
- Vamos te levar ao hospital. - Bento fala e eu nego.
- Não, vocês vão comer e descansar que daqui algumas horas vamos pro estúdio. - falo e Bento nega, puxando o cobertor, mas puxo de volta. - Não Bento... Me deixa aqui só mais um pouquinho, daqui a pouco eu melhoro.
- Remarcamos o estúdio para amanhã, mas nesse exato momento vamos te levar ao hospital. - Júlio fala e eu nego, ambos trocam olhares e Bento sai do quarto.
- Vocês precisam gravar ainda hoje, não podemos perder tempo. - falo e vejo Bento entrar no quarto com Dinho e Sérgio. - Porra, não acredito que você foi chamar os dois.
- Você só obedece eles. - Bento fala dando de ombros e eu nego, Dinho se aproxima e assim como Júlio coloca a mão na minha testa e em meu pescoço.
- Vamos pro hospital. - meu irmão fala e eu nego.
Ele puxa o cobertor e joga na cama de Sérgio, sem paciência.
- Dinho, me devolve. - me encolho na cama. - Esta muito frio.
- Diana, nós vamos para o hospital agora. - ele fala de maneira séria e eu olho para Sérgio, tentando pedir ajuda, mas o mesmo apenas me encara de braços cruzados.
- Eu odeio vocês. - resmungo e me levanto. - Eu vou para o hospital mas não ouse ligar para os nossos pais, deixe eles se divertirem. - falo e Dinho assente, saindo do quarto rapidamente.
Suspiro frustrada e saio do quarto, os três me seguem e quando chegamos na sala sinto meu estômago revirar, minhas pernas fraquejam e eu caio de joelhos e vômito.
- Diana! - Cláudia que estava sentada no sofá se levanta e corre em minha direção, minha amiga segura meu cabelo e suspira. - Me ajudem aqui. - ela pede e Sérgio me pega no colo e me coloca no sofá, Júlio se aproxima com um pedaço de papel e me entrega.
- Me desculpa. - peço envergonhada, pego o papel e limpo a boca. - Meu Deus, me desculpem.
- Relaxa, está tudo bem. - Sérgio fala se sentando ao meu lado.
- Eu preciso limpar. - tento me levantar, mas ele me segura pelos ombros e me faz sentar novamente.
- Eu cuido disso. - Bento fala e sai da sala.
- Onde está o Dinho? - pergunto ao não ver o meu irmão.
- Ele foi na sua casa buscar seus documentos, assim que ele voltar nós vamos te levar ao hospital. - Júlio responde e eu assinto. - Essa fraqueza toda deve ser a pressão baixa, não seria melhor ela comer alguma coisa?
- Se ela comer vai vomitar. - Samuel fala e Júlio suspira.
Ouvimos uma buzina e Sérgio me ajuda a levantar, o vômito já não estava mais ali, Bento havia limpado.
- Eu vou com o Dinho e com ela no carro dele, Clau vem? - Sérgio pergunta e ela assente. - Vocês vão com o Samuel no meu carro. - ele fala pra Bento e Júlio.
- Não, eu vou com ela e o Dinho. - Samuel fala passando uma mão pela minha cintura o meu braço por seu ombro. - Você vai com os meninos e a Cláudia vem com a gente.
Ele não deixa o irmão responder e nos guia para fora de casa.
-----------------------------------
Escrito: 29.11.2023
Postado: 28.12.2023