A manhã chegou e infelizmente não posso dizer que acordei com raios de sol batendo em meu rosto. Está totalmente escuro lá fora, mesmo sendo 8:34 AM.
Estou me preparando para ir tomar café da manhã, tomei um banho bem quente e demorado. Fiz meu skin care e minha higiene bucal bem devagar. Na verdade estava na esperança de que Draco voltasse antes de eu sair da casa.
Sei que ele está bem, afinal é um vampiro. Mas sei lá ainda me preocupo com o que pode andar por aí por quê ainda estamos no meio de uma floresta totalmente coberta por neve.
Acabo todo meu ritual matinal e ainda mando uma foto de bom dia à Ágatha. Mais será de boa madrugada por quê temos diferença de -5 horas.
Eu estou bem agasalhada e vou até ao restaurante/recepção do hotel. Empurro a porta que toca o sino logo acima dela. Eu sorrio. Gosto desse som. Parecem sinos de alegria.
Eu me sento em uma mesa que me dá à vista para os pinheiros altíssimos, com suas copas cobertas por neve. Lá fora está tudo branco que até dói o olho.
Uma garçonete vêm até mim, me mostra o cardápio e explica tudinho. Por fim eu agradeço e faço o meu pedido.
Ela se retira e eu volto a prestar atenção à vista. Mas tenho vontade de ir ao banheiro e me levanto. O banheiro fica um pouco distante da mesa que escolhi então tenho tempo de apreciar o caminho até lá. As decorações são lindas aqui, tudo sempre em um clima acolhedor.
Chego ao banheiro, faço o que tenho que fazer, lavo minhas mãos e saí-o dali.
Estou a alguns metros da minha mesa quando sinto meu celular vibrar no bolso do casaco de frio que eu uso. E meu erro foi esse, querer pegar meu celular sem olhar para frente e sem parar de andar. Esbarrei em um homem e o copo que continha um líquido vermelho foi ao chão e em sua camisa também.
— Oh meu Deus! — Eu olho para ele que não parece nada abalado. — O senhor está bem? — Olho a mancha enorme e em cor viva em sua camisa social e faço uma careta.
— Não se preocupe, só minha camisa que ficou manchada. — Pele pálida, olhos em uma cor quase mística. É eu esbarrei em um vampiro.
— Se me deixar posso arranjar uma substituta. — Eu afirmo mesmo não sabendo de onde irei tirar uma camisa nova e limpa para dar a este senhor.
— Ah não, tudo bem, já ficarei satisfeito se tomar o café da manhã comigo. O que acha? — Seria má educação recusar, não seria? Eu esbarrei nele e até que essa "dívida" esteja quitada, tenho que fazer quase tudo que ele quiser.
— Tudo bem. — Eu digo. — Minha mesa é logo ali. — Aponto para a mesa em um canto.
— Julius Burnham, muito prazer. — Ele estende a mão.
— Naomi Morton, prazer. — Eu aperto sua mão gélida. Mas nenhuma se compara a de Draco. — Podemos ir. — Ele assente e me segue.
Antes que eu me sente ele faz a gentileza de puxar a cadeira para mim e a empurrar de encontro à mesa quando me sento.
— O que vai querer comer? Tudo por minha conta, por favor. — Julius assente. Eu chamo a garçonete e lhe indico Julius que rapidamente faz o seu pedido. Eu também peço que o meu – que já estava pronto – seja liberado juntamente com o dele. Tenho vergonha de comer em frente à outras pessoas.
Eu ainda estou um pouco sem graça para puxar assunto, mas Julius não parece nem um pouco abalado então começa um papo leve e descontraído.
— Venho aqui algumas vezes. Gosto da calma. — Eu assinto. Não estou falando tanto de mim. Ele é apenas um estranho, não irei despejar toda minha vida em um homem que conheci a uns 5 ou 8 minutos.
— É mesmo. Amo a calma daqui e também amo as inúmeras coisas que tem para fazer.
— Quais são as atividades que você fez aqui? — Ele pergunta, parece realmente interessado.
— Andei à cavalo, andei de trenó e daquela mota de neve, não sei o nome. — Julius ri e eu também. — Ainda tenho alguns dias aqui, então vou fazer mais atividades. Mas acho que o que mais está me impedindo são os cavalos. — Eu sorrio, Julius sorri e assente.
— Mas você está aqui sozinha? — Eu abro a boca para responder mas uma voz me chama atenção.
— Amor? — Draco está caminhando até minha mesa com um sorriso de lado. Eu afino os olhos. Ele nunca me chamou de amor. — Como está? Desculpa demorei demais na caçada. — Draco se inclina para mim e beija meus lábios, um beijo bem diferente do do nosso casamento e também diferente de os de ontem. — Está linda hoje, na verdade hoje e sempre. — Ele manda uma mecha do meu cabelo para trás da orelha e sorri. Possessão é tudo que vejo em seus olhos.
Olhos estes que gritam "você é minha". Igual o beijo que acabou de me dar.
— Ah, me desculpe. — Ele parece se aperceber que não estamos sozinhos e se vira para Julius. — Draco Morton, esposo desta linda mulher. — Julius parece um pouco surpreso mas aperta a mão de Draco mesmo assim.
— Julius Burnham. — Draco parece estar apertando demais a mão de Julius. Principalmente pela careta que Julius está fazendo.
Eu limpo minha garganta tentando fazer com que Draco pare de apertar excessivamente a mão de Julius. Os dois homens me olham ao mesmo tempo.
Não sei o que dizer.
Se falar para Draco parar com isso talvez sofra as consequências mais tarde.
Por sorte não preciso pensar no que dizer por quê a garçonete chega com nossos pratos interrompe aquela situação.
Draco pede mais uma cadeira e se senta à mesa. Ele faz até um pedido que é entregue minutos depois, bem mais rápido que o meu.
— Amor, me conta como conheceu o Julius. — Draco pede olhando para mim.
— Acabei esbarrando nele e manchei sua camisa, em compensação ele me pediu para tomar o café da manhã com ele. — Draco olha para Julius com uma expressão implacável. Aquele sorriso não está mais em seus lábios. Ele parece querer matar alguém. E esse alguém é Julius. E acho que ele percebe isso.
Pelo resto da refeição ficamos em um clima esquisito. Sempre que Julius tentava iniciar um assunto, Draco se intrometia o interrompendo. E quando me levantei para me despedir de Julius, ele fez questão de enlaçar minha cintura e me puxar o máximo que conseguia para si. Quase não viramos uma única pessoa por quê isso é humanamente impossível.
Eu observo Julius sair do restaurante e aí sim levanto meu rosto para Draco.
— O que foi isso? — Eu pergunto tentando me desvencilhar de seu enlace. Draco me prende mais a ele e me olha nos olhos. Olhos estes que estão vermelhos. Seu pescoço está cheio de veias e seus caninos estão aparecendo.
— Não quero te ver falando com outro homem que não seja eu, seu sogro e seu pai, me entendeu? — Ele diz entredentes(ou seria entrecaninos?). Eu engulo em seco.
— Draco está me assustando... — Em parte ele realmente estava me assustando, parecia outra pessoa. Capaz de me estraçalhar ali mesmo. Mas por outra eu estava o achando muito...sensual! É eu sei, não é o momento para isso. Mas não deixo de pensar que ele está sensual.
— Fique avisada. — Ele finalmente me solta e eu quase cai-o no chão. Minhas pernas estão bambas. E minha respiração acelerada.
A parte com medo venceu.
Votem para o próximo capítulo.
Amo vocês🌷