► Capítulo treze

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— O que você quer? — Eu pergunto apoiando meu quadril na grande cômoda branca atrás de mim

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— O que você quer? — Eu pergunto apoiando meu quadril na grande cômoda branca atrás de mim.

— Vai mesmo fingir que os últimos minutos não aconteceram? — Ele muda a posição das pernas apoiando seus cotovelos nos joelhos e apoiando sua cabeça nas mãos.

— Você me assustou. É natural que uma coisa daquelas acontecesse, por mais improvável que seja.

Natural. Igual você veio ao mundo. — Faço uma careta para ele que continua a sustentar aquele sorriso de quem está se divertindo muito da desgraça alheia.

— Draco por favor não vamos falar disso. Já foi uma vergonha enorme. — Cruzo os braços mostrando meu descontentamento com o rumo que está conversa tomou.

Draco se levanta e vêm até mim, me encurralando entre ele e a cômoda atrás de mim. Seu rosto está perto do meu. Perto demais. A única vez que estive assim tão perto dele foi no dia do nosso casamento quando ele me beijou.

— Vergonha por que? Somos marido e mulher. — Ele brinca com um cacho meu que está úmido. Sua atenção está totalmente no cacho. Ele não olha para mim diretamente. — Um dia, vamos consumar esse casamento. — Meu cacho é deixado para trás e Draco olha para os meus olhos agora. Eles ainda me lembram daquele dia em que fiquei com medo dele. Isso me faz engolir em seco.

— O medo não é um bom aliado. — Ele solta ainda sem tirar os olhos dos meus. Estamos tão próximos que se um de nós se mexer, nós vamos nos beijar...

— Não estou com medo. — Retruco.

— Mas naquele dia estava... — Sua voz não passa de um sussurro agora. Mesmo ele mantendo o contato visual firme comigo, juro que vejo um lampejo de hesitação em seus olhos. Mas acho que é algo da minha cabeça, pois a pequena fagulha que achei ter visto, desapareceu como se nunca tivesse estado ali.

— Ainda não me disse o que quer. — Desvio o assunto e desvio dele também. Saí-o do lugar aonde eu estava e me sento na cama.

— Queria saber se gostou da casa. — Ele se vira para mim. — Se tiver algo que não te agrada, pode mudar.

— Gostei da casa. — Digo. — E até agora não vi nada que me desagradasse. Talvez alguma coisa ali e aqui, nada muito relevante. — Estou falando da decoração impessoal.

— Tudo bem. — Seus olhos negros olham para mim como se ele quisesse dizer mais alguma coisa. Mas não o faz. Quando Draco ameaça sair do quarto, eu decido perguntar o que já vinha em minha cabeça desde o momento que o vi.

— Onde esteve? — Sua mão trava na maçaneta da porta. Há segundos de hesitação, mas Draco se vira para mim.

— Tem coisas sobre mim que você não precisa saber. — Simples assim, ele saí do quarto me deixando com sua resposta falha e incompleta.

Esse cara tem algum problema mental?

• • •

— Vamos trocar as cortinas. Umas brancas, mas não podem ser transparentes. — Digo para Nathalie. Ela anota tudo em um tablet.

— Tudo bem. Quadros, novos jogos de cama, utensílios novos para a cozinha e cortinas novas para todas as janelas dessa casa. — Ela lê a lista e assente.

Sei que é muita coisa, mas ela dá conta.

— Sei que vai precisar de ajuda, pode levar quem quiser com você.

— Sim, senhora. — Nathalie assente.
Eu a dispenso para que vá em sua missão.

Draco disse que eu poderia mudar o que quisesse, então irei transformar esse covil do Batman em algo mais...não tão covil do Batman.

Combinei de me encontrar com Ágatha mais tarde, foram duas semanas sem vê-la, estou com saudades.

• • •

— Me conta tudo. — Sua animação me contagia.

— Fomos à Finlândia, o hotel era lindo, tinha neve por todo lugar. Comi vários tipos de comidas, cada uma mais deliciosa que a outra. Ahh — Fico mais animada ainda. — E tinham cavalos! — Me lembro de Cristal.

— E? — Ela pergunta fazendo uma careta sugestiva.

— E o que?

— Aconteceu ou não? — Ela abana as sobrancelhas e eu arregalo os olhos.

— Aggie! — Eu bato em sua mão e ela ri.

— Por mais seja um casamento sem amor, uma hora ou outra teria que acontecer.

— Sim, terá. — Eu digo.

— Terá!? — Seu olhos estão esbugalhados e eu quero rir.

— Ainda não aconteceu Aggie... — Minha atenção vai para o copo de boba tea na mesa. Mexo a palhinha e a coloco na boca.

— Uau. Estou surpresa. Draco não parece o tipo que espera.

— E eu não sou o tipo fácil.

— Fácil!? — Ágatha ri e eu também. — Vocês são casados, não tem essa de ser "fácil". — Eu rio. Claro que foi uma brincadeira. E quando o resto de nossas risadas se transformam em sorrisos brincalhões e cúmplices eu percebo que Aggie é uma das melhores coisas que já me aconteceu.

— Fiquei com saudades. — Ela aperta minha mão por cima da mesa e faz beicinho.

— Também fiquei. — Digo fazendo beicinho também.

— Arg. — Repentinamente Aggie larga minha mão, arruma a postura e sorri para mim sugestivamente. — Não aconteceu nem um beijinho?

— Não!! — Eu reviro os olhos rindo.

• • •

Estou tão desabituada em ser levada para os lugares com um motorista e que abram a porta da minha casa assim que eu chego.

— Boa noite senhora, está tudo pronto. — Nathalie diz assim que passo pelo hall da casa.

— Boa noite Nathalie. — Deixo minha bolsa no em um dos sofás e me viro para Nathalie. — Arrumo tudo amanhã.

— A senhora não quer que eu faça isso?

— Não, eu mesma quero fazer. — Nathalie assente. — Boa noite Nathalie, está dispensada. — Ela assente e desaparece pelos corredores imensos desta enorme casa.

O almoço com Aggie acabou se transformando em um almoço e jantar.

Subo para o meu quarto. Draco não está. Tenho que me habituar a isso. Afinal, tem coisas sobre ele que eu não preciso saber. Segundo ele mesmo.

Eu me troco e tomo um banho demorado. Coloco meu pijama e me aconchego nos lençóis pretos. Estranhamente eles me lembram de Draco. Afinal, tem seu aroma inebriante.

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O Vampiro que não me amaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora