Finalmente 18! Eu estaria feliz, muito feliz se isso não significasse me casar. E vocês devem estar se perguntando: por que essa garota parece tão infeliz com um casamento que provavelmente ela disse sim?
Pois bem, eu não disse sim. Meus pais disseram por mim. Fui prometida em casamento bem antes de nascer, as vezes penso que só me conceberam para isso. Para me casar e ter filhos.
Meu querido noivo não é alguém normal, aliás, nem minha família é! Ele é um vampiro de 120 anos e minha família também, mamãe tem 460 anos e papai 480 anos. Eu só não nasci vampira pois mamãe era uma humana, e filhos de humanos com vampiros, precisam ser mordidos para virarem vampiros. Não por seus pais, isso provavelmente não continuaria a linhagem, nós precisamos nos casar e ser mordidos.
Nunca vi Draco Morton, e hoje é o dia que finalmente o verei, hoje tem um jantar aqui em casa para que nossas famílias socializem e para que eu finalmente veja Draco antes do nosso casamento, que não deve demorar.
— Está perfeita. — Mamãe diz me olhando pelo reflexo do espelho – mesmo que não apareça no mesmo. O vestido vermelho sangue se encaixa perfeitamente no meu corpo.
Eu olho o reflexo mais um pouco e dou uma volta, meu vestido vai até aos calcanhares, tem um corset na parte de cima que abraça meu seios médios e desenha minha cintura, a aparte de baixo é composto por tecidos colocados ali para parecerem bagunçados e por fim tem alças finas. Nos pés estou usando um salto preto médio.
— Lembre-se de tudo que te ensinei. — Ela diz. Agora sua voz toma um tom severo e rígido, quase me encolho, mas continuo firme. Respiro fundo e me viro para ela.
— Estou pronta. — Declaro, mesmo não estando.
Mamãe assente e desce comigo para o andar de baixo, a família Morton ainda não chegou, então só ajudo mamãe a dar os últimos retoques.
— Quero tudo perfeito. — Mamãe diz para os empregados que a olham com medo. É, Anastasia Dalla Costa não é nada fácil, nem comigo, nem com ninguém. A única pessoa que consegue os regalos da minha querida mamãe é meu pai.
Quando tudo está pronto, minha mãe chama meu pai para recebermos a família Morton.
Depois de alguns minutos a campainha toca e um dos empregados atende, eu e meus pais estamos no meio da sala de estar sorrindo como bonecos.
— Vana! — Mamãe diz indo ao encontro da matriarca da família Morton. Elas trocam beijinhos franceses e mamãe a dirige em minha direção.
— Oh meu Deus, Naomi como você está grande! E linda! Meus netinhos serão a coisa mais linda do mundo. — A sra.Morton diz e eu só sorrio timidamente.
— Concordo. — Sr.Alexander diz colocando suas mãos nos ombros da esposa.
— Muito obrigada, senhor e senhora Morton.
— Só Vana e Alexander por favor, vamos ser família brevemente. — Eu assinto com um sorriso de cortesia nos lábios.
— Nervosa? — Alexander pergunta. — Também estaria se estivesse em uma sala só com vampiros. — e todos riem.
— Oi! — Sabrina Morton me cumprimenta com um leve aceno.
— Oi, bem vinda. — Dou o meu melhor sorriso.
Eu olho para eles e em seguida por cima do ombro de Vana em busca de Draco, mas ele não está ali.
— Draco irá chegar um pouco atrasado querida. — Como se lesse meus pensamentos Vana diz. Eu apenas assinto sem dizer nada.
— Como sempre. — Sabrina parece tossir quando solta as palavras que são ignoradas pelos convidados e por meus pais.
— Vamos à mesa então? — Meu pai diz e todos nós nos dirigimos à mesa.
O jantar decore bem, meus pais e os senhores Morton conversam sobre muitas coisas e lembram de coisas que hoje em dia já nem existem. Isso que dá ser a humana na família de vampiros.
Sabrina não fala muito, apenas se delícia do bife extremamente mal passado em seu prato.
...
Nós já estamos na sobremesa e nada de Draco Morton aparecer.
— Querido, ligue para Draco por favor. — Vana diz.
Alexander se levanta e vai até a pequena sacada da sala.
Meus pais continuam a conversar com Vana enquanto eu devaneio em meus pensamentos. Meus olhos são atraídos para a sacada e vejo Alexander um pouco alterado enquanto fala no celular, acho que a conversa com Draco não tá sendo fácil.
Minutos depois ele volta e diz algo para Vana no ouvido.
— Infelizmente Draco não conseguirá vir hoje. — Vana parece realmente amuada.
— Sem problemas. — Eu digo-lhe.
— Ah querida, você é tão compreensiva. — Vana pega minhas mãos as cobrindo com as suas. — Prometo que no dia do casamento terão um momento só vosso para conversar. — Eu assinto e Vana volta a sua posição inicial.
...
— O jantar estava uma delícia. — Alexander diz colocando seu casaco com a ajuda de um dos empregados.
— Achei que vampiros não comessem. — Eu solto. Fiquei em dúvida mesmo, geralmente meus pais só bebiam sangue e as vezes algumas coisas preparadas com base no sangue.
— Somos de uma linhagem diferente, querida. Temos mais tolerância à comidas dos humanos. — Eu assinto, a linhagem dourada, a linhagem mais antiga e poderosa de todos os vampiros.
Eles acabam de colocar seus casacos e começam as despedidas, me surpreendendo, Sabrina me abraça e sussurra em meu ouvido:
— Feliz aniversário, Naomi. — Eu fico surpresa demais para reagir no primeiro momento, mas depois fico como uma boba olhando a porta que eles atravessaram minutos atrás.
Eu suspiro voltando a sala de estar.
— O casamento é daqui à uma semana. — Minha mãe anuncia.
— É capaz do noivo não aparecer no casamento. — Eu digo divertida.
— Naomi. — Mamãe repreende e eu fecho a cara.
— Bom, eu vou subir, tenho coisas da escola para fazer. — Não espero uma resposta deles, apenas subo.
Eu coloquei um vestido super lindo e me maquiei inteira só para ele não aparecer? E mamãe ainda me repreende só por eu fazer uma piada.
Eu tomo um banho e me troco, coloco um conjunto de moletom confortável e me sento na minha escrivaninha.
Tinha alguns trabalhos da escola para resolver, faltava só um mês para acabar a escola e estou atolada de trabalhos para fazer.
...
— Feliz 18 minha linda. — Chris me abraça e deixa um beijo em minha testa.
— Obrigada!
— Não liguei ontem por quê sei que era um jantar importante.
— É, era, mas nem comemoramos o meu aniversário... — Chris faz uma careta e eu me apresso a explicar: — Tipo, todos sabiam que era meu aniversário, mas parece que o que realmente importava era que era meu aniversário de 18 e eu poderia finalmente me casar.
— Seus pais são estranhos...mas eu sei que eles só fazem isso para te fazer ser a melhor para a linhagem dourada. — Eu olho para Chris e suspiro.
— Só queria ser uma humana normal, com pais humanos normais.
— Se fosse por mim, você não passaria por nada disso. — Eu sorrio sem mostrar os dentes. Sei que Christian tem sentimentos por mim, mas nós dois sabemos que não podemos ter nada. E bem, eu não sinto nada por ele, apenas amizade, talvez chegasse a desenvolver, se fôssemos pessoas normais.
Começamos a caminhar para a sala quando ouvimos o toque do colégio, Christian me abraça de lado enquanto ainda me conforta pelo meu destino inevitável.
Oi meu querido leitor, esse é o primeiro capítulo de "O vampiro que não me ama" espero que goste e continue por aqui.
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