Em seus braços - Samuel Reoli...

By semsentido0909

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O que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viv... More

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By semsentido0909

*Samuel

Sábado - 6 de junho de 1995

18h00 P.M

O trânsito estava gigante e nós estávamos espremidos no carro. Dinho estava dirigindo, Júlio estava no banco da frente e atrás estava eu, Diana ao meu lado, Bento no meio, Sérgio na outra ponta e Cláudia em seu colo.

- Eu nunca mais venho no meio. - Bento reclama e eu dou risada. - Os dois aqui já estão capotados, uns velhos mesmo. - ele fala se referindo a Sérgio e Cláudia.

- Tem alguém aqui que está indo pro mesmo caminho. - falo e Diana me encara sonolenta e nega.

- Eu? Não.

- Imagina se não fosse você. - sorrio e passo meu braço pelo ombro da mesma a abraçando, ela se aconchega e deita a cabeça em meu ombro. - Pode dormir, pitchula.

- Eu não vou dormir, Sam. - ela boceja. - Nem estou com sono.

- Eu estou vendo. - acabo bocejando também e vejo Dinho me encarando de forma séria pelo retrovisor, mas ele logo desvia o olhar.

Penso sobre o que aconteceu de madrugada e não consigo evitar um sorriso ao lembrar da risada de Diana. Ela era mais apegada aos meninos, tratava Sérgio, Bento e Júlio como se fossem irmãos mais velhos e comigo ela agia diferente, nós éramos amigos e infelizmente apenas amigos.

Eu tinha uma certa paixão por ela quando éramos mais novos, mas nunca disse nada a ninguém, Dinho nos fez prometer que nunca nos envolveríamos com sua irmã ou alguma de suas primas e eu não queria perder a amizade de um dos meus melhores amigos.

Desde então nossas conversas e brincadeiras sempre foram junto com a turma ou com eles por perto. Nunca tivemos um momento a sós, mas ontem a noite algo acendeu dentro do meu peito novamente. O som de sua risada ainda ecoava em minha mente e me trazia arrepios.

Não sei por quanto tempo fiquei perdido em pensamentos, mas sou disperso dos mesmos com Dinho e Júlio descendo da Brasília.

- Ô glória. - Bento resmunga e desce também.

Diana dormia encolhida em meu braços e sua respiração tranquila e serena me impedia de me mexer, não queria a acordar.

Bom, pelo menos EU não queria a acordar.

- VAMO PITCHULA. - Dinho grita fazendo Diana, Sérgio e Cláudia pularem de susto. Os três batem a cabeça no teto da Brasília e os três idiotas do lado de fora, vulgo Júlio, Dinho e Bento gargalham.

- Eu vou matar vocês. - Sérgio resmunga descendo do carro e estendendo a mão para Cláudia.

- Machucou? - pergunto para Diana sem conseguir evitar a risada.

- O chifre está muito grande, doeu. - ela resmunga e logo dá risada também, a mesma desce do carro e estende a mão igual ao Sérgio.

- Aí como você é cavalheiro. - falo segurando sua mão e descendo do carro. - Um sonho de homem. - pisco várias vezes e ela dá risada.

Olho ao redor e vejo que estamos em frente a uma boate.

- É enorme. - Cláudia fala.

- E vive lotado. - Júlio sorri animado. - O dono é amigo do meu pai, uma das atrações cancelou e ele precisava de alguém para abrir a pista e dar uma enrolada até a atração principal chegar.

- Porra, isso vai ser foda demais. - Dinho fala e abraça a irmã. - Que horas você combinou que iriamos nos apresentar?

- Sete e meia. - ele responde e Diana da um tapa na nuca do mesmo.

- Já são seis e vinte, temos uma hora e dez para fazer a passagem de som. - ela fala e ele arregala os olhos.

- Ô porra, corre cambada. - ele fala correndo em direção a porta da boate. Corremos atrás dele e ao entrarmos escuto um "Uau" de algum dos meninos, a boate era enorme e muito bonita. - Chegamos, André.

- Finalmente, já estava pensando em quem eu ia colocar pra substituir vocês que vão substituir. - um homem baixo, careca e de óculos fala se aproximando. Ele estende a mão e cumprimenta todo mundo. - O público de hoje é garotada, curtem um rock e uma putaria.

- Qual idade mais ou menos? - Sérgio pergunta.

- Na faixa da idade de vocês, entre uns dezessete a vinte e oito anos. - ele caminha pela boate e nós seguimos eles. - Temos todos os instrumentos necessários aqui, mas se quiserem usar os seus não tem problema.

- André, valeu mesmo. - Júlio agradece e o homem sorri.

- O cachê vou entregar para vocês no final do show, pode ser? - ele pergunta e nós assentimos. - Caprichem, o garoto é filho de um homem influente.

- Pode deixar, eles vão arrasar. - Diana fala e eu sorrio.

- O que vamos tocar? - pergunto assim que André se afasta. - Só temos quatro músicas versão Mamonas.

- Tocamos algumas da Utopia também e improvisamos no meio, o que acham? - Sérgio sugere. - Pedimos para o público escolher as músicas.

- Fechou.

*Diana

*Algumas horas depois

Já era a terceira vez que os meninos estavam cantando Robocop Gay e o público estava indo a loucura.


- MAIS UMA, MAIS UMA, MAIS UMA. - a platéia gritava animada e eu sorrio.


Os meninos estavam radiantes, nem no Cecap (nossa casa) nós tínhamos aquela recepção. No final das contas eles cantaram Outro lugar e Inconsciência da Utopia e repetiram mais de uma vez as três músicas que tinham na versão Mamonas.

Robocop Gay, Cabeça de bagre II e Mundo animal.

- Galera, falta uma música para apresentar para vocês. - Dinho fala e a plateia grita. - Tem algum português aqui na casa? - mais gritos. - Se tiver, não nos leve a mal e nem a uma suruba.

A música começa e eu olho incrédula para Cláudia e nós caímos na risada, eu não estava acreditando que eles iriam realmente cantar "Vira-vira".

Antes que Dinho começasse a cantar, ele corre em nossa direção e nos puxa para o palco. Cláudia fica a seu lado direito, entre ele e Bento e eu fiquei do lado esquerdo entre ele e Samuel.

- Dinho, o que é isso? - pergunto confusa e ele dá de ombros.

- Essas duas belezuras aqui são as nossas dançarinas de hoje a noite. - ele fala com aquela voz engraçada e eu arregalo os olhos. - Mas vocês podem ir tirando o cavalinho da chuva porque uma é casada e a outra é minha irmã.

Samuel fecha a cara e aponta com o baixo pra um rapaz na platéia, Bento faz o mesmo com a guitarra, mas ambos acabam dando risada.

- O narigudo ali e o japonês são ciumentos rapaz, para de olhar pras 'muié. - Dinho fala e e eu dou risada. - Dancem aí e me deixem cantar.

A música que já tinha começado a uns dois minutos e estava só no instrumental finalmente ganhou a letra. Olho para Cláudia que me encarava desesperada e sem saber o que fazer, começamos a dançar de forma desengonçada e entre risadas e empurrões o refrão chega.

Acompanho a letra e dou dois pulinhos e giro no "roda, roda vira, solta a roda e vem", os meninos e Cláudia me acompanham e ali estava a nossa coreografia formada.

"Já me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém". A plateia gritava junto com a música, aperto a bunda de Dinho ao ouvir o resto do refrão e escuto a gargalhada de Samuel ecoando pelo microfone.

A música acaba e os gritos e aplausos aumentam. Dinho segura a minha mão e a de Cláudia e da alguns passos para ficar rente a frente do palco, nos abaixamos e agradecemos como os artistas fazem em espetáculos.

- É ISSO GALERA, NÓS SOMOS OS MAMONAS ASSASSINAS. - Dinho grita e as luzes se apagam.

Saímos do palco rapidamente, pois já tínhamos passado do horário do cantor principal se apresentar.

- MAIS UMA, MAIS UMA, MAIS UMA. - a plateia continuava gritando e os meninos comemoram.

- Porra, isso foi demais. - falo animada. - Vocês viram o pessoal pulando?

- Você foi demais, de onde tirou essa coreografia? - Samuel pergunta tirando a camiseta e limpando o rosto suado com a mesma.

- Eu não sei, não esperava que vocês fossem cantar vira e vira e nos colocar para dançar. - dou risada. - Só sai pulando no ritmo da música e girando.

- O Faustão chora por saber que não tem essas duas como dançarinas. - Júlio fala beijando a minha bochecha e a de Cláudia.

- Isso foi demais. - escutamos André se aproximar, no fundo já era possível ouvir o outro cantor se apresentar. - Vocês foram demais e vocês duas também. - ele tira um envelope do bolso e entrega para Júlio. - Confere aí.

- Confiamos no senhor. - Júlio fala e André nega.

- Confere aí, cara. - ele insiste e Júlio começa a contar, mas logo arregala os olhos.

- Tem quinhentos reais aqui. - ele fala e todos nós encaramos André incrédulos. - Nós tínhamos combinado duzentos e cinquenta.

- Eu dobrei o cachê porque o que vocês fizeram essa noite foi inacreditável, eu nunca vi uma plateia tão animada e com músicas que não sabem nem cantar. - ele fala sorrindo. - Eu preciso ir porque o pai do aniversariante quer falar comigo, mas esperem o meu contato ainda essa semana, pois quero conversar sobre mais um show aqui.

- Você que manda, patrão. - Sérgio sorri animado.

- Até garotos e boa sorte meninas. - ele fala dando risada e Cláudia me encara confusa.

- Porra, eu não acredito nisso. - Bento fala animado e escutamos um barulho alto. - Estou feliz pra caralho e também estou com fome, vamos embora logo?

Dou risada e seguimos até a pista, as pessoas estavam animadas e cantando, mas não tanto quanto estavam com os meninos no palco. Meu irmão me abraça e seguimos para a saída da boate.

- MEU DEUS, EU PRECISO DE UM AUTÓGRAFO. - uma menina que estava do outro lado da rua grita ao nos ver, ela e as três amigas correm em nossa direção e agarram os meninos. - ASSINA AQUI, POR FAVOR.

- E onde tem caneta? - Dinho pergunta sem graça, uma delas mexe na bolsa e tira um lápis de olho e entrega pra ele.

- E assinamos onde? - dessa vez é Júlio que pergunta, uma das meninas que estava com um top branco vira para ele e aponta para o top. - Certeza?

- Absoluta. - ela responde animada.

Sorrio ao ver os meninos assinando as roupas delas e me escoro na Brasília, Cláudia fica ao meu lado e cruza os braços irritada ao ver uma das meninas dando em cima do Sérgio.

- Eu tenho namorada. - ele fala sem graça e aponta pra Cláudia que força um sorriso e acena para a menina, dou risada e Cláudia me encara irritada.

- Está achando engraçado, é? - ela pergunta baixinho, só para eu escutar. - Olha ali. - ela aponta para em direção ao Sam.

- Assina aqui. - a garota de top branco fala para Samuel, ela puxa o top deixando o decote maior. - Pode assinar na pele, não tem mais lugar no top. - ela fala com malícia.

- Eu tenho um papel. - me aproximo da mesma e entrego o guardanapo com o nome da boate que eu tinha pegado. - É um simples guardanapo, mas você quer tanto o autógrafo dele que não vai se importar, não é? - pergunto de forma cínica e ela me olha irritada, mas força um sorriso.

- Obrigada. - ela pega o guardanapo e entrega para Samuel, ele assina o mesmo e me encara de uma forma que eu não consigo decifrar.

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Escrito: 24.11.2023

Postado: 18.12.2023


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