Serendipity of a dream

By Estrela_rana

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[ LIVRO FÍSICO EM BREVE PELA EDITORA SINGULARITY 📖 ] [Em andamento] Jeon Jungkook, um adolescente que tem s... More

AVISOS!
Lembranças
O loirinho bonito.
Tudo que sinto é... medo.
Sorvete de menta
Quase um encontro
Molho de pimenta
Rosa azul
Sombras do passado
Foi só um beijo bobo, né?
Cheirinho de morango
Viva sem medo
Verdade oculta
O meu único refúgio
Pelo teu sorriso
sinceridade
Foi tudo um sonho
Me apaixonando mais a cada dia
Um passo de cada vez
Perdido por você
Meu coração palpita por você
Eu sou você...
Você sou eu
Amizade em primeiro lugar
Mudanças
onde a verdade se revela (1)
uma palavra dá autora :)
Onde a verdade se revela (2)
Arrependimento
Ainda há esperança?
Memorias perdidas
Coração quebrado
NOVA TEMPORADA
Novo cronograma
Pesadelo
Sem forças
Desavenças
Um momento de paz
Confusão
Grupo novo no Instagram
Calmaria
Sofrimento
Mostrando as garras
A dor que sempre volta
"Nervos a flor da pele"
Melhor amigo
A última briga
Apenas Continue
Dores do passado
O seu lado da dor
Uma nova chance
Incerteza
Estou com você
Um momento só nosso
Me deixe ser feliz
A noite em que fizemos amor
O monstro se revelou

Uma volta no tempo

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By Estrela_rana

Antes de iniciarem a leitura do capítulo eu gostaria de destacar um ponto importante aqui. Como todos sabem essa é uma obra fictícia, as ações ocorridas na história não condizem com a realidade, neste capítulo é citado momentos em que, na REALIDADE, seriam muito mais complicados de serem realizados, por tanto, levem em consideração de que tudo aqui é criado para que o enredo da história se desenhevolva da melhor forma possível. É isso, boa leitura.

Ji-chul

Há 27 anos atrás…

— Meu filho, não esquece de ligar quando chegar. — Minha mãe fala me entregando uma sacola com uma marmita pronta dentro. — Leva pra você comer no caminho. 

Recebo a comida em minhas mãos, porque sei que se eu negar será um motivo de briga entre nós. — Tá bom, mãe, eu aviso quando chegar. Onde o pai tá? Ele não vai se despedir de mim? 

Minha mãe desvia o seu olhar para poder falar. — Seu pai saiu pra beber de novo com os amigos. 

— Mas ele não sabia que eu ia embora hoje pra Incheon? — Ela faz que sim com a cabeça. — Já entendi. Não importa, vou indo então. 

Não é como se ele alguma vez na vida tivesse demonstrado ter algum tipo de afeto paterno por mim, então não me importo.

Ela me puxa para um abraço antes que eu saia e me oferece 50 mil wons para que eu use quando precisar. 

Saio de casa e vou andando a pé até a rodoviária, assim que chego vou direto para o ônibus que irá me levar para Incheon. 

Nem acredito que finalmente vou sair da minha cidade, é a primeira vez que eu viajo para longe, passei a maior parte da minha infância em Busan, ajudando meus pais com a agricultura. Mas eu sempre odiei esse trabalho, sempre detestei ter que sujar minhas mãos com terra, ser um caipira como os meus pais. 

Mesmo que minha mãe sempre tenha dito que o que ganhávamos com o trabalho era o suficiente para vivermos, eu nunca me conformei, porque sei que ela só estava tentando pra me confortar, nunca tive o que meus colegas de escolha tinham, no natal enquanto meus amigos ganhavam roupas caras, eu só ganhava as mesmas roupas compradas em lojas baratas de sempre. Meu pai dizia que se eu quisesse ganhar coisa boa tinha que trabalhar dobrado, ele falava como se fosse fácil conciliar meus estudos com a droga daquela horta maldita deles. 

Mas em uma coisa ele tinha razão, eu precisava me esforçar mais que todo mundo se quisesse ter um futuro melhor, por isso desde que tomei ciência disso, me esforcei ao máximo para ir bem na escola, mesmo no fundamental eu já era o melhor da minha turma, fui tão bem que consegui uma bolsa de estudos do ensino médio em uma escola prestigiada só para meninos que fica em Incheon, é por esse motivo que estou indo para lá agora. No início minha mãe ficou preocupada em como eu me viraria sozinho em uma cidade diferente, mas eu consegui convencê-la, porque no fundo ela sabe que,  mesmo com minha pouca idade, sou muito mais maduro do que os outros adolescentes que ela conhece, não queria confessar, mas isso tudo é graças aos meus pais que me ensinaram a trabalhar desde cedo. 

[•••]

Faz meia hora que cheguei em Incheon, tive que pedir informações na rua para conseguir encontrar o bairro que eu estava procurando, vou dormir em um quarto que uma amiga da minha mãe ofereceu, tenho que pagar o aluguel para ela todo mês, então vou precisar arranjar um emprego logo, mas já é melhor do que dormir na rua. 

A mulher me recebeu bem em sua casa, me deu comida e contou sobre o seu filho ser o antigo morador do quarto em que vou ficar, hoje em dia ele está na faculdade, por isso o cômodo está vazio. Depois de fingir dá atenção para a conversa dela, fui para o quarto arrumar minhas roupas e materiais que trouxe de Busan, agora estou deitado na cama que será minha durante alguns anos, tenho ciência de que minha vida aqui não será fácil, mas farei o possível e o impossível para conseguir ter sucesso, não volto para Busan enquanto eu não ficar rico! 

Antes de dormir ligo para avisar a minha mãe que cheguei em segurança, pergunto novamente por papai, dessa vez ela diz que ele está dormindo em seu quarto, após isso desligo a chamada e acabo adormecendo, esperando ansiosamente pelo dia de amanhã, o meu primeiro dia de aula no ensino médio. Espero que seja tão bom quanto eu imagino que seja. 

[•••]

Há alguns alunos passando nos corredores indo em direção às suas salas, mas eu continuo parado em frente a porta, respirando fundo sem coragem para dar mais um passo adiante. 

Saio do meu transe quando sinto meu braço ser empurrado por alguém. — Sai da frente da porta seu quatro olhos estúpido. — É o que um garoto alto de mochila vermelha diz ao passar por mim. 

Olho para trás percebendo só agora que estou atrapalhando a passagem dos demais que estão querendo passar. Com isso em mente, paro de enrolar e finalmente entro para me sentar. 

Como de costume depois que o professor entrou na sala, tive que me apresentar, porque diferente dos demais alunos que já estudaram a vida inteira nessa escola, eu era o novato. Tive que ir lá na frente dizer meu nome e falar sobre os meus hobbies. 

— Olá, me chamo Jeon Ji-chul, tenho 15 anos, meus hobbies são…— O que eu deveria dizer, digo que não tinha tempo para ter hobbies porque estava ocupado demais ajudando meus pais? Não, eu não posso dizer isso. — Eu… eu gosto de ler livros. 

— Dá pra perceber, tem mó cara de nerd. 

— É o mesmo garoto de antes que diz. 

— Pelo menos tenho mais educação que você. — Ele parece não gostar da minha resposta, mas é impedido de continuar falando quando o professor pede silêncio. Logo depois o professor pede que eu retorne ao meu lugar. 

O resto da aula vai bem, mesmo que o conteúdo aqui seja mais avançado do que na minha antiga escola, eu consigo acompanhar a aula sem problemas. 

É hora do almoço e todos saíram da sala para irem para a cantina, com exceção de mim e de mais uma garoto que ficou me encarando durante a aula. 

Ele levanta de seu lugar e caminha na minha direção — Oi, meu nome é Park Seo-joon. 

— Diz parado em frente a minha mesa. 

Termino de guardar meus materiais e levanto da cadeira. — Olá. — Digo sem esboçar muito ânimo. 

— A gente tem a mesma idade, então pode agir informalmente comigo. — Ele sorri ao falar. 

— Acho melhor não. Com licença. — Falo antes de sair o deixando sozinho. 

Me direciono para o refeitório, mas sou barrado no caminho pelo mesmo cara chato de antes e mais dois amigos seu. 

— Onde pensa que vai? — O babaca pergunta. 

— Vou almoçar, poderia me dar licença? 

— Vou almoçar, poderia me dar licença? — Um garoto narigudo que está com ele repete o mesmo que disse com uma voz irritante, fazendo os outros dois caírem na gargalhada. 

— Vocês ficaram sabendo? Ele é bolsista aqui na escola. — O outro amigo do babaca comenta. 

— Sério? Eu sabia, sinto de longe o cheiro da pobreza vindo dele. — É a vez do babaca abrir sua boca suja para falar merda. 

Fecho meu punho com força me segurando para não esmurrar a cara desses idiotas, não  posso perder o controle, eu estaria colocando em risco a minha bolsa de estudos aqui.

— E olha só, Doyoon, ele parece que tá bravinho. — Então esse é o nome do babaca da bolsa vermelha. — O que você acha da gente fazer ele se acalmar, hein? — Eu juro que mato esse narigudo um dia. 

— Eu acho uma ótima ideia, vamos ali com a gente novato. — O tal do Doyoon se aproxima colocando o braço em volta do meu pescoço, fingindo um gesto amigável, eu tento me soltar a todo custo, mas ele e seus capangas conseguem me conter. 

Sou arrastado para um beco em uma parte escondida da escola, o local fede a fumo, o que significa que provavelmente é onde os alunos se escondem para fumar. Doyoon me joga no chão me fazendo cair sentado, minha mão acaba machucando em uma pedra escondida debaixo da areia. 

— O que você quer comigo, cara? 

— Pergunto. 

Ele e seus amigos se entreolham. — Vocês viram só o jeito que esse merdinha falou comigo? — Doyoon então se aproxima dando um chute na minha costela, o que me fez gemer de dor. — Eu não sou seu amigo, seu filho da puta, aprende a falar comigo direito. 

— O que eu fiz pra você fazer isso comigo? — Questiono baixo devido a dor que sinto em meu corpo. 

Doyoon se abaixa ao meu lado para falar;

— Eu odeio gente como você, não suporto que alguém da sua laia possa pisar no mesmo colégio que eu estudo sendo que nem tem dinheiro pra pagar um almoço na cantina.

— Eu não tô aqui por pena, tive que estudar muito pra conseguir essa bolsa, eu posso não ter o dinheiro que você tem, mas eu me esforcei cem vezes mais que você pra estar aqui hoje. — Sem que ele perceba eu consigo agir rápido e acertar um soco em seu rosto, no entanto, essa foi a minha pior escolha. 

Em seguida fui segurado por seus amigos enquanto Doyoon se divertia dando socos em minha barriga e face. Ele só parou quando o meu sangue em sua mão já estava o incomodando. 

Me deixaram largado no chão, entre a vida e a morte, eu nem ao menos conseguia chamar por ajuda, mas antes de apagar por completo vi os pés de alguém se aproximando, pensei até que estava tendo alucinações porque o rosto da pessoa contra a luz do sol brilhava como dizem que os anjos brilham. 

[•••]

Acordo sentindo meu rosto enorme e dor espalhado por todo o meu corpo, olho em volta e não reconheço onde estou, é um quarto tão bonito que chego a duvidar se realmente acordei ou se estou sonhando. 

Ouço a porta ser aberta e por ela um garoto entrar, seu rosto é familiar. Mas não lembro de onde o conheço. — Que bom que você acordou, ainda lembra de mim? Sou seu colega de sala, Park Seo-joon.

— Onde eu tô, que lugar é esse? 

— É a minha casa, eu encontrei você muito machucado e trouxe você até aqui, eu queria ter levado você para o hospital, mas meu pai não gosta que eu chegue atrasado em casa. — Ele fica em silêncio por um tempo antes de continuar. — Na verdade ele não gosta nem que eu traga visitas aqui, então eu não contei pra ele que você está aqui. 

— O que? Como assim? Você me escondeu aqui sem que seus pais soubessem? 

— Não. — Ele rapidamente balança a cabeça em negação. — Minha mãe sabe que você tá aqui, ela que limpou seus ferimentos. — Observo meu corpo e percebo que estou com roupas que não são minhas e quando toco em meus rosto sinto curativos na minha pele. — Só o meu pai que não sabe, ele é um pouco sério demais, sabe? Ele não é do tipo que entenderia. 

O que eu deveria fazer nesta situação? Eu ainda me sinto muito fraco para levar e sair daqui, mas não conheço esse garoto, nem faço a mínima ideia se ele é confiável, então porque eu aceitaria ficar? 

Tento me levantar da cama, mas ele se aproxima segurando em meu braço para que eu não caia. — O que você tá fazendo? 

— Eu preciso ir pra casa. Que horas são? 

— São 19h e alguma coisa, não sei ao certo. Mas você não precisa ir agora, pode ficar aqui se quiser. 

— Eu não quero. — Tiro as mãos dele de mim e com dificuldade dou dois passos a frente. — Me mostra a saída, preciso ir embora. 

— Tudo bem, eu mostro, mas você pode esperar só um pouco antes de ir? É que meu pai está lendo jornal lá na sala e se ele ver você, a situação não vai ficar nada boa pro meu lado.

Solto um suspiro pesado antes de perguntar;

— Quanto tempo eu vou ter que esperar? 

— Ele geralmente sobe pro quarto as 20h pra fazer suas orações. 

— Orações? 

— É, é que meu pai é pastor de uma igreja, ele tá sempre orando para o Deus dele. 

Devagar eu volto a me sentar na cama. 

— Porque você disse "Deus dele?" Você não acredita no Deus que seu pai é devoto? 

Ele vira o seu rosto olhando para trás onde tem uma mesa de madeira brilhante ao lado de um abajur enorme, em cima há um livro, acho que se trata de uma bíblia. 

— Eu não acredito em Deus… mas meu pai não pode saber disso, então por favor nunca diga isso a ninguém. — Seo-joon senta na cama também, mas me surpreendo quando ele tira sua camisa deixando suas costas expostas na minha direção. — Tá vendo essas marcas? Ele fez isso comigo na vez em que eu me recusei a ir para igreja quando eu tinha 13 anos. 

Sua pele tem marcas cravadas como se já estivessem ali desde o seu nascimento. 

— Posso tocar? — Pergunto por curiosidade. 

— É a primeira vez que me fazem essa pergunta. — Ele sorri. — Deve ser porque você é a primeira pessoa pra quem eu mostro isso… Mas pode tocar, elas não doem mais. 

Eu aproximo meus dedos das suas cicatrizes e as toco. — Isso deve ter doído pra caramba. — Digo ao afastar minha mão.

— Meu pai disse que fez isso em nome de Deus, porque Deus pediu que ele levasse minha alma. 

— Seu pai é louco, com todo respeito é claro. 

Seo-joon sorri novamente. — Eu não discordo.

O quarto fica em silêncio por um tempo antes que eu quebre a atmosfera constrangedora.

— Como é poder viver em um lugar como esse? — Pergunto admirando o cômodo arrumado. 

— É normal, não tem nada demais. — É claro que não tem nada demais, ele provavelmente nunca precisou mover um dedo para trabalhar, esses filhinhos de papai são tudo igual mesmo. — Você é a primeira pessoa que vem até minha casa. 

— E porque seus amigos nem vem também? 

— Meu pai não gosta que eu me distraia com conversas banais então não gosta que eu converse com gente da minha idade, diz que eu só preciso conversar com Deus e mais ninguém.

— Ele parece ser um babaca. — Seo-joon fica sério de repente. — Desculpa, eu não quis dizer isso. — Mentira, eu quis sim. 

— Preciso descer agora porque tenho que jantar com os meus pais, quando eu voltar ajudo você a sair sem ser visto. 

— Humm… Ok. — Ele então me deixa a sós no quarto. 

Naquela noite voltei pra casa como havia dito, foi difícil andar machucado até o metrô, e quando cheguei em casa tive que me explicar para dona da casa, ela me deu uma baita bronca por chegar tarde e disse que se eu fizesse isso outra vez iria contar para minha mãe. 

No dia seguinte, assim que cheguei na escola, tive que aturar provocações novamente daqueles valentões, Seo-joon tentou me defender, mas acabou apanhando junto. Por conta disso acabamos nos aproximando bastante, ele começou a ser zoado por, às vezes, agir de um jeito mais delicado, Doyoon dizia que ele parecia uma mulherzinha, eu nunca concordei com isso, já eu era zoado por ser pobre. Isso me fez odiar cada um daquela escola, até mesmo Seo-joon, porque mesmo que fossemos amigos eu sabia que ele sempre estaria acima de mim por conta do dinheiro de sua família, mas o lado bom de ser o melhor amigo de um garoto rico e mimado é que você pode usar do dinheiro dele pra ter coisas boas para si, pelo menos comigo foi assim, ele se ofereceu para pagar meu aluguel três mês depois que nós conhecemos, sempre me levava presentes no meu aniversário e foi assim até o começo da faculdade. 

[•••] (passagem de tempo)...

Quando ele começou a namorar, perdi bastante essa sua atenção, seu pai descobriu que ele me ajudava com as despesas e me acusou de estar me aproveitando do seu filho, o velho nojento proibiu a gente de se ver. Acabei voltando a ser o pobretão de sempre, mas dessa vez eu não tinha para onde correr. Tive que trabalhar durante o meu curso na faculdade, passei fome, fui humilhado e tudo isso porque? Só porque eu não tinha dinheiro.

Eu aprendi que esse mundo é poluído por pessoas hipócritas que só pensam em si próprios, e que usam dos mais fracos para subir ao topo. 

Meu sonho sempre foi chegar ao topo, e se for preciso ser hipócrita para isso, serei o maior hipócrita desse mundo. 

Anos depois, Seo-joon estava casado e fazia pouco tempo que havia aberto sua empresa, fazia pouco tempo que eu estava namorando e trabalhando em uma empresa na minha área, porém, o salário não era o que eu merecia e isso me deixava frustrado demais. Mas em um dia qualquer recebi uma ligação de Seo-joon, não sei como conseguiu meu número, mas sua proposta foi de que eu entrasse na empresa como um dos sócios e funcionário, ou seja, queria que eu trabalhasse para ele e com ele. Eu aceitei, porque vi essa como uma oportunidade para mudar de vida. 

No começo a nossa empresa não era muito reconhecida, mas eu fiz daquela a minha meta de vida e dei tudo de mim para fazer o nosso nome ser visto nos jornais. E deu certo, anos depois estávamos fechando parceria com várias marcas grandes. Tudo isso graças a mim. 

2012… dias atuais. (Passado da história) 

Aproveito que Seo-joon ainda não chegou na empresa para entrar em sua sala, começo a vasculhar em suas gavetas, desde aquele dia no karaokê estamos muito distantes um do outro, ainda tenho dificuldades pra acreditar que ele seja esse tipinho de pessoa, é uma pena que naquele dia ele estava bêbado e não deve lembrar muito bem da surra que levou, sinto que esse idiota está escondendo algo de mim, por isso decidi verificar por conta própria. 

— O que você pensa que está fazendo? 

Sou pego de surpresa quando a porta é aberta, e Seo-joon passa por ela, imediatamente guardo uns papéis de registro de gastos que tenho em mãos e finjo naturalidade. — Porque chegou tão tarde na empresa hoje? 

Ele se aproxima. — Responde minha pergunta, Ji-chul, o que você está procurando aqui? 

Não tenho mais a intenção de mentir, por isso não me preocupo no que vou dizer. — O que você está escondo de mim, hein? Eu sei muito bem que você vem tramando algo pelas minhas costas.

— Você quer mesmo falar sobre armação? — Engulo em seco ao ouvir sua pergunta, será que ele sabe sobre o que venho fazendo? Não, não tem como ele saber disso. 

Toc, toc, toc. 

Alguém bate na porta. 

— Pode entrar. — Ele diz se afastado de mim e dessa vez indo em direção a sua mesa. 

— Senhor Park, como o senhor pediu que eu o lembrasse, amanhã é a viagem para encontrar com os representantes dos Estados Unidos. 

— Certo. Pode sair agora, ah, e traga um café para mim. 

— Claro, senhor. — E então ela sai. 

— Pode se retirar também, senhor Jeon Ji-chul. — Seu tom de voz me irrita. — Receio que deve estar cheio de afazeres, mas não se esqueça que amanhã iremos verificar o local da obra, o senhor sabe muito bem que é um cliente VIP e que tudo precisa sair perfeito, afinal a imagem da empresa está em jogo aqui. Ah, e não esqueça que também irá na viagem. 

— Quer que eu traga um cafezinho para o senhor também, chefe?  

— Sem açúcar, por favor. 

— Babaca. — Falo baixo antes de deixar a sala. 

[•••]

Dia seguinte… 

— Amor, tem certeza que não tá esquecendo nada? — É Ji-woo que pergunta enquanto desço pelas escadas com minha mala. 

— Tenho. 

— Ah, sua mãe ligou pra dizer que o Jungkook está com saudades de nós.  

— Eu também sinto falta dele, mas é melhor que ele continue morando com minha mãe do que volte e lembre daquele merdinha do Jimin. 

— Ji-chul, não precisa falar assim, ele é só uma criança. 

— Uma criança que tentou matar o nosso filho, Ji-woo! Ou já esqueceu que nosso filho quase morreu por culpa daquele garoto esquisito?

— Não, eu não esqueci é só que eu ach- 

— Não tenho tempo pra conversar agora, preciso ir porque ainda vou me encontrar com o Seo-joon e o Kwan pra gente discutir uns assuntos da empresa. 

— Tudo bem, vá logo então e faça uma boa viagem. 

Dou um beijo rápido nela antes de sair. 

— Até mais. 

[•••] 

Quando estava chegando na empresa recebi uma mensagem de Seo-joon me avisando para não ir até lá, e sim direto para o local da obra, porque ele já estaria me aguardando. Mas não fiz o que me foi dito, aproveitei a oportunidade para novamente tentar encontrar algo na sala dele…. E eu encontrei. Encontrei papéis que aquele desgraçado estava escondendo de mim, aquele filho de uma puta estava planejando tomar minhas ações da empresa. 

Assim que peguei todos os papéis comigo, sai furioso em direção ao nosso local de encontro. O prédio é um lugar velho e sujo, por isso será demolido para que nossa empresa construa outro de acordo com o projeto que iremos fazer. Por ser um local antigo, há vários ferros jogados pelo terreno e várias embalagem de comidas espalhadas pelas escadas. Quando chego no terceiro andar, vejo Seo-joon de costas para mim, provavelmente estava olhando para o nada entediado com a minha demora. Quando me vê, o desgraçado checa as horas no relógio em seu pulso. 

— Finalmente chegou, porque tanta demora? 

— Então era isso que você tanto escondia de mim, Seo-joon? Você estava planejando roubar minhas ações da empresa e me deixar sem nada? — Me aproximo em passos pesados deixando a vista os papéis em minhas mãos. 

Agora tendo ciência de que eu descobri sobre o seu plano, sua postura muda completamente. — Porque a surpresa? Não era você que estava tentando me boicotar pelas costas? — Estamos há menos de um metro de distância, o que nos possibilita olhar fundo nos olhos um do outro. — Pensou mesmo que eu não fosse descobrir que você estava roubando debaixo do meu nariz? Eu te dei um emprego e é assim que me retribuí? 

Como ele ficou sabendo disso? Tenho certeza que tomei todos os cuidados para que ele não notasse os cheques dos clientes vips que substitui por cheques sem fundo, meu amigo me garantiu que ele não conseguiria notar a diferença, disse com todas as letras que estava cuidado pessoalmente de toda a papelada da empresa, Já que o idiota do Seo-joon confiava fielmente nele. 

— Você me deu um emprego?

Solto uma risada cheia de deboche — Sejamos sinceros, essa empresa só é o que é hoje, por minha causa! E você nunca reconheceu o meu esforço, fez do Kwan o vice presidente, em vez de me deixar assumir esse lugar, e ainda assim, eu que dei meu sangue pra fazer ela crescer, se dependesse de você até hoje ela só ofereceria trabalho dentro do nosso país, mas graças a mim hoje temos clientes internacionais. 

— Por sua causa, Ji-chul? Eu sempre soube que você era narcisista, mas não imaginava que fosse tanto. Essa empresa é e sempre vai ser minha, o seu tempo aqui já deu, você sabe muito bem que ainda só está trabalhando aqui por conta do contrato que assinamos com a empresa, mas se não fosse isso eu já tinha colocado você pra fora há tempos. — Ele tenta pegar os papéis da minha mão, mas eu consigo desviar. — Me entregue isso agora, não cansa de ficar me roubando o tempo todo? Fique sabendo que assim que terminarmos o contrato vou colocar você na cadeia e fazer pagar por tudo que me tirou! 

— Seu merda, asqueroso. — Avanço na sua direção acertando socos em seu rosto, Seo-joon não se deixa intimidar, em vez de se defender dos meus golpes ele decide revidar. Seguro firme na gola de sua camisa. — EU NÃO TRABALHEI ANOS PRA VOCÊ ATOA, EU TENHO DIREITO DE TER METADE DE TUDO QUE TEM NESSA EMPRESA! — Reúno toda a minha força e dou outro murro em Seo-joon, fazendo com que ele caia no chão, aproveito sua desvantagem para subir em cima de seu corpo e continuar esmurrando o seu rosto o máximo que eu posso.  

O infeliz tem muito mais força do que eu imaginava, porque consegue me empurrar para o lado e levantar rapidamente. 

Paramos um tempo nos encarando, nossas respirações são tão pesadas quanto a grandeza do ódio em nossos olhares, Seo-joon tem sangue pela roupa e, apesar de não sentir dor no momento, tenho certeza que seus golpes feriram a minha pele também. O vento forte que sopra na minha direção faz com que rapidamente eu vire meu olhar para trás e percebo que estou a poucos metros de distância da borda do prédio, quando volto minha atenção para frente, Seo-joon está se aproximando tão rápido que não consigo desviar. 

— Eu odeio você, Ji-chul, eu odeio aaaaaa.

Ele me acerta várias vezes, dessa vez sou eu que estou em desvantagem, sinto minha visão ficar turva conforme sou acertado com força no rosto. Cambaleio para trás, ficando a alguns poucos metros de distância dele.

Dou um sorriso fraco. — Não foi isso que você disse quando tentou me beijar naquele karaokê. — É que digo antes que o chão sob os meus pés desabe como um coelho desaparecendo em um show de mágica. Por puro reflexo eu ainda consigo impedir minha queda imediata segurando em uma parte da estrutura que ainda está de pé, Seo-joon também age rápido e segura firme em minha mão tentando me puxar para cima. 

— Aaaaaaa segura a minha mão, Ji-chul. 

— SOCORRO, SEO-JOON, ME AJUDA. — Me sinto completamente desesperado, mesmo que de onde eu estou não seja absurdamente alto, mas dependendo de como será minha queda passo morrer imediatamente. Isso não pode acontecer, eu ainda tenho muito para viver nesse mundo. — ME AJUDA, SEO-JOON! — Eu imploro mais uma vez por ajuda, mesmo que Seo-joon demonstre está lutando para me ajudar, algo em mim acredita que estou errado, e isso é comprovado quando sinto os seus dedos soltarem os meus fazendo com que eu perca o pouco de equilíbrio que tenho e deixe com que meu corpo despenque com destino ao chão. E então de repente tudo escurece. 

[•••]

Abro minhas pálpebras com dificuldade, elas parecem mais pesadas que o normal, estou rodeado de pessoas falando coisas que não entendo de imediato, até o momento tudo que consigo identificar é que estou passando por um corredor iluminado e branco, mas como estou me movimentando? Levo meu olhar para o lado e encontro o rosto familiar do amigo que iria na viagem comigo. 

— Ji-chul, vai ficar tudo bem. — Ele repete isso várias e várias vezes. Só então quando minha visão ganhar sua cor natural consigo notar que estou deitado em uma maca sendo levado por enfermeiros para alguma sala que desconheço. 

— O senhor precisa voltar daqui. — A mulher avisa olhando para ele. 

— Não se preocupa, Ji-chul, eu vou avisar a Ji-woo. 

Tento tocar em sua mão que está próxima a minha ao lado do meu corpo. — Não, não conta nada pra ela, ela não pode ficar sabendo disso. — Não tenho tempo para falar mais nada, porque logo sou levado para uma sala cheia de equipamentos médicos. 

Não demora muito para que eu apague novamente com os medicamentos entrando no meu sangue. 

[•••]

Horas depois…

Acordo em uma cama de hospital, sinto um leve incômodo na região do meu abdômen, talvez a dor seria maior se eu ainda não estivesse sob o efeito do anestésico que me aplicaram naquela sala de cirurgia. 

Respiro fundo deixando com que meus pensamentos fluam com o tempo, e assim horas se passam. Eu acabo adormecendo outra vez, mas quando acordo, julgo ser por volta das 8 da manhã, sou atendido por um enfermeiro, quando sou deixado a sós novamente, continuo divagando nos meus pensamentos e tentando achar uma solução para me livrar do problema que eu criei.

Minha atenção é capturada para a porta quando ouço ela ser aberta. — Ji-chul, que bom que você está bem, achei que fosse morrer.

É meu amigo quem entra dizendo, ele sabe de tudo que venho fazendo na empresa há alguns anos e me ajuda em todos os detalhes, então sei que posso confiar nele para pedir sua ajuda. Mas antes que eu conte o que pensei, ele responde as minhas dúvidas sobre como vim parar aqui e porque tive que fazer uma cirurgia de emergência. 

Ele me explica que chegou no local da obra atrasado, porque pegou trânsito, me encontrou caído no chão e imediatamente correu na minha direção, disse que não tinha mais ninguém no local, por isso ligou para a ambulância, viemos para o hospital em que seu irmão trabalha, inclusive ele foi quem fez minha cirurgia, cirurgia essa que foi realizada para tirar um objeto perfurante que furou o meu corpo, mas que por sorte não acertou nenhum órgão.

Contei para ele como exatamente tudo aconteceu, disse que Seo-joon estava lá comigo na hora do acidente, mas ele afirmou com toda certeza que não tinha mais ninguém no local. Isso só me fez ter certeza de que Seo-joon realmente queria que eu morresse.

— Ele não veio ver como eu estava? — Pergunto por curiosidade. 

— Não, o senhor Park foi para a viagem de negócios. 

Aquele cara é mesmo um baita desgraçado. Não que eu me importe, isso só alimenta ainda mais o meu ódio por ele. 

— Preciso perguntar uma coisa, como o Seo-joon ficou sabendo do nosso esquema? Você me garantiu que ele dificilmente encontraria aqueles furos. 

Observo o gogó em seu pescoço descer e subir. — Eu não tenho ideia de como isso aconteceu, mas o senhor Park não sabe que eu estou envolvido nesses assuntos, disso eu tenho certeza. 

Apesar de sua fala ser um tanto estranha, eu decido ignorar porque no momento, saber que Seo-joon ainda confia nele faz com que a gente tenha vantagem nisso. 

— Isso é bom, então continua do lado dele bajulando e fazendo ele confiar mais e mais em você. — Ele assentiu em concordância. 

— Mas o que vamos fazer agora que ele descobriu sobre o senhor? Isso é muito perigoso e se o senhor for preso? 

— Isso nunca vai acontecer. — Digo firme. — Eu nunca vou ser preso, porque eu não vou estar vivo para isso. 

— Como? — Seu olhar para mim é cheio de confusão. — O que o senhor está querendo dizer?

— Quis dizer que Jeon Ji-chul morreu em um acidente causado pelo grande empresário e CEO, Park Seo-joon. 

— Mas o senhor está bem aqui vivo, isso não faz sentido. 

— É por isso que vou precisar da sua ajuda. Você disse que seu irmão é médico, certo? — Ele concorda. — Vamos precisar dele para que esse plano dê certo, mas precisamos agir o mais rápido possível.

— Mas senhor, não seria muito mais fácil se o senhor só acusasse ele de uma tentativa de homicídio? 

— Você acha mesmo que Seo-joon é burro o bastante pra deixar a imagem dele ser suja por isso? Ele provavelmente já deu um jeito de sumir com toda e qualquer evidência que prove que ele estava comigo. 

[•••] 

O irmão do meu amigo veio até o meu quarto e como eu suspeitava ele era sim uma pessoa gananciosa do tipo que faria qualquer coisa por dinheiro, então fizemos um acordo, disse a ele que pagaria 1 milhão de dólares da minha conta secreta do exterior, se me ajudasse com meu plano, mas ele se recusou a aceitar por esse preço já que o que eu estava propondo colocaria em risco a sua carreira de médico, por isso ofereci um lance maior. 

— 7 milhões, se você me ajudar eu dou 7 milhões de dólares pra você, mas no momento só posso entregar 3 milhões o restante do dinheiro eu entrego quando o plano estiver finalizado. 

Os irmãos sentados na minha frente se entreolham. 

— Ajuda a gente irmão, por favor, eu prometo que você vai receber todo o dinheiro, você sabe que pode confiar em mim, não é? 

Ele demora um pouco antes de responder; — Tudo bem, eu aceito. Vou aceitar porque confio no meu irmão. 

— O que você tem em mente, Ji-chul? 

— Existe um medicamento capaz de parar o coração de uma pessoa e depois ser possível trazer ela de volta à vida? 

— Existe uma droga na verdade, que foi fabricada na China, mas não é fácil de se conseguir, ela inclusive é proibida em várias unidades médicas, e dependendo do tempo em que a droga passa no corpo da pessoa ela pode gerar efeitos colaterais, como perda de memória, falha na coordenação motora ou fala, dentre outras coisas. Se ingerido, o máximo de tempo que a pessoa pode ficar sem tomar o medicamento que cancela o efeito, são de 30 minutos. 

— Só isso? — Pergunto, preocupado. 

— Sim, mas do que isso pode causar os problemas que já expliquei ou levar o paciente à óbito. 

— Você tem certeza que ainda quer fazer isso, Ji-chul? Isso é loucura, como você tem coragem de fazer algo assim, e sua mulher e seu filho, como vão ficar no meio de tudo?

Minha mulher e meu filho… não quero que eles me vejam como um criminoso, prefiro que sofram com a minha morte do que me odeiem por ter cometido um crime, no final de tudo eu estou fazendo isso para o bem da nossa família. 

— Isso não vem ao caso agora. 

Expliquei para os dois tudo que tinha que ser feito. Primeiro a droga precisava ser conseguida, o que demorou cerca de 8 horas para chegar nas mãos do doutor, essa rapidez foi tudo graças aos seus contatos secretos. O passo dois foi arranjar um corpo que se parecesse com o meu para que fosse trocado no meu lugar, e em um hospital tão grande como esse, somente um único corpo apareceu, fiquei sabendo mais tarde que era o corpo de um mendigo que foi atropelado e deixando jogado a beira da estrada, como era um sem teto a polícia nem deu muita atenção ao caso, ele já seria enterrado como indigente mesmo, então o irmão do meu amigo disse que daria um jeito de fazer a troca. 

Já era o dia seguinte e não podíamos esperar mais tempo. Ainda de madrugada, a droga foi injetada em mim por um garoto que estava fazendo residência no hospital, a mando do médico que fez minha cirurgia, o garoto parecia inocente demais para desconfiar que em vez de me ajudar estava a ponto de causar uma morte em mim. 

Como planejado, a droga funcionou perfeitamente. Tive convulsão até apagar por completo, naquele momento eu realmente achei que iria morrer, por um instante cheguei a me arrepender de ter tomado tal decisão. 

Todo o resto a partir daqui fiquei sabendo porque meu amigo me contou os detalhes. Ele disse que antes de eu ser declarado morto, ele havia ligado para avisar a Ji-woo que eu estava em estado grave no hospital. Quando ela chegou me encontrou "Sem vida". Ele contou que Ji-woo gritou com o médico dizendo que ia processar o hospital por não terem a chamado imediatamente quando o meu "acidente fatal" aconteceu, ela também questionou ao meu amigo porque ele não lhe avisou antes, mas ele deu a desculpa de que também havia descoberto há pouco tempo e que, assim que ficou sabendo, ligou imediatamente para ela. 

A droga precisava ser parada no meu corpo o mais rápido possível, então tiraram Ji-woo do quarto, mesmo contra sua vontade. E não deixaram de maneira alguma ver o meu corpo outra vez. Algo já estava certo, eu seria cremado, esse sempre foi o funeral comum entre nossas famílias, com isso, assim que o corpo do mendigo virasse cinzas, eu não iria mais precisar me preocupar. 

Fui levado para a casa do meu amigo que fica no interior, seria arriscado demais continuar no hospital esperando eu me recuperar totalmente da minha cirurgia. Passei alguns meses trancado naquele lugar, felizmente a droga não causou nenhum efeito colateral no meu corpo, 4 meses depois quando eu já me sentia 100% saudável, voltei para Incheon, eu precisava ver pessoalmente como iam as coisas, sabia de alguns acontecimentos pelo meu amigo que continuou infiltrado na empresa, mas isso nem sempre era o bastante. 

Tive que usar roupas que não mostrasse muito do meu corpo, máscara, boné e óculos para tentar esconder o meu rosto o máximo possível. De longe eu observei por um tempo como minha esposa e filho estavam levando sua vida, eles pareciam muito bem, Jungkook voltou para morar com sua mãe depois da minha "morte", tinha preocupação de que ele voltasse a se aproximar da família Park, mas os anos foram passando e isso não aconteceu. Chegou um momento em que parei de observar os dois, eu precisava começar a focar toda a minha energia no meu plano, afinal, eu dei a minha vida por ele, não podia desperdiçar o meu tempo deixando ser controlado por emoções. 

Graças a ajuda do meu amigo eu descobri que Seo-joon estava tendo alucinações envolvendo o acidente, saber disso me deixou extremamente feliz, queria mesmo que aquele desgraçado sofresse o máximo possível. Mas em vez de só me divertir com sua situação patética, ordenei que meu amigo pedisse a ajuda do seu irmão novamente para que dessa vez ele conseguisse algum medicamento que agravasse os sintomas de alucinações de Seo-joon. O seu irmão indicou um medicamento manipulado que simulava remédio para dormir, disse que o efeito era muito sutil, mas que a longo prazo faria um estrago em qualquer um que tomasse. Foi com isso que mesmo de longe, consegui afetar a vida de Seo-joon, vida essa que eu acompanhava ao máximo pelas notícias que saiam nos jornais e redes sociais.

Dias atuais… (presente da história)

Foi acompanhado as notícias há semanas atrás que fiquei sabendo que o louco foi preso e que não muito tempo depois teve que ser transferido para um manicômio. Que patético.

Com isso chegou minha hora de agir, já estou na cidade faz algumas semanas, estava dormindo na casa do meu amigo, em um desses dias fui visitar meu velho amigo do coração Seo-joon, tive que dar um suborno para que a mulher da recepção liberasse a minha entrada, e quando finalmente fiquei cara a cara com ele, tive que me segurar ao máximo para não cair na gargalhada. 

O homem estava em um estado totalmente caótico e deplorável, ele se referia a mim como se fosse um fantasma ou assombração, havia ido até lá porque precisava saber onde ele escondeu os documentos que provam que eu roubei da empresa. Eu só preciso encontrar esses documentos e sumir com eles, tenho que livrar toda e qualquer acusação contra a minha pessoa. Porém, aquele inútil estava tão louco que não conseguiu me dar uma informação útil sequer. Nem mesmo o meu amigo conseguiu descobrir onde esses documentos estão escondidos. 

Mas existe um ditado que diz; se quer que algo seja bem feito, faça você mesmo. É o que decidi fazer.

Depois de tanto tempo me escondendo, hoje finalmente é o meu grande dia de renascer. Vou voltar para minha família, e pegar de volta o que é meu por direito. 

[•••]

Caminho até a entrada da casa e aperto o botão da campainha, mas ela parece não funcionar, então acabo batendo na porta. Quando ela é aberta o primeiro rosto que vejo me enche de alegria, é o meu garoto Jungkook que está parado bem na minha frente. Ele não consegue disfarçar a surpresa, eu não o culpo, afinal não é todo dia que você vê o pai que achava ter morrido há anos atrás. 

— Oi, filho, senti sua falta.

— P-p-pai? 


—————~~~~~––———



O que acharam do capítulo?
Volto sábado com mais atualização, bjs 💙

Sigam o ttk da fic, tô sempre postando por lá.

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