ELO FUNESTO

By Autoramaduz

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Jimin é um jovem de 25 anos com poucos amigos, muito menos uma vida social ativa. Devido à doença de seu pai... More

〖Capítulo-I〗Jimin sente algo que nunca sentiu
〖Capítulo-II〗Será que eu deveria ter bebido aquele drink?
〖Capítulo-III〗O que eu fiz na noite passada?
〖Capítulo-IV〗A grande reunião
〖Capítulo-V〗por que ele não sai dos meus pensamentos?
〖Capítulo-VI〗Espera, ele é Hétero ou não?
〖Capítulo-VII〗O presságio.
〖Capítulo-VIII〗Por que ele não me ajudou?
〖Capítulo-IX〗Coragem e conflito.
〖Capítulo-X〗Angústia
〖Capítulo-XI〗A VIAGEM
〖Capítulo-XII〗Você é o meu ponto fraco.
〖Capítulo-XIII〗 MEU PECADO.
〖Capítulo-XIV〗Perdido entre mil pensamentos.
〖Capítulo-XV〗Grande surpresa, dor infinita
〖Capítulo-XVI〗Tudo seria diferente,se tivesse dito a verdade.
〖Capítulo-XVII〗Odeio amar você.
〖Capítulo-XVIII〗Quão profundo é sua dor?
〖Capítulo-XIX〗 O passado deseja vingança.
〖Capítulo-XX〗 Te amar ainda dói.
〖Capítulo-XXI〗 Entre a morte e a coragem.
〖Capítulo-XXII〗 VOCÊ É O MEU SOL.
〖Capítulo-XXIII〗 Seja feliz ao menos uma vez na vida.
〖Capítulo-XXIV〗 Até que a morte nos separe.

〖Capítulo-XXV〗 BÔNUS "O recomeço"

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By Autoramaduz

Antes de lerem, saiba que pode conter alguns gatilhos referente a luto, caso não consiga ler, me manda uma mensagem que irei resumir para você. —autora

"Mesmo coberto de alegria veio o martírio,
A felicidade foi tão passageira que não se mediu,
A constância da dor foi iminente.

Notícia que é dolorosa, destroça, te quebra em mil pedaços e faz pensar o que você poderia ter feito.
Quanto tempo já se passou? Por que ainda dói?
E todas as coisas que fazíamos juntos? Como será? E todas as fotos e memórias? O que devo fazer?
O que me resta é olhar para todas as fotos e lembrar de você, da pessoa brilhante, calorosa e amorosa que eras.
O que me resta é fazer de todas as lembranças uma forma de matar a saudade, saudade essa que fica para sempre em meu peito.
O que me resta é prosseguir. Você não gostaria de me ver assim… Eu sei que um dia o destino se encarregará de trazê-lo de volta, e assim você terá seu final feliz.
Lembranças serão sempre recentes em meus pensamentos, tudo tem um porquê, tudo tem um significado e motivo para acontecer."
— autoramaduz

Quando viu Jimin sair pela porta junto a Jungkook, não imaginou que nunca mais o veria. Aquele abraço foi tão singelo, tão confortável e sentimental, como assim era uma despedida? Não seria capaz de acreditar que foi uma despedida.

TUM-TUM-TUM

— Hobi? Tem alguém batendo na porta. — Taehyung fala.
— Vai lá atender Tae.— Hobi responde
— Affz, eu vou… Quem é que tá quebrando minha porta às 01:00 da manhã? — Yoongi fala vestindo seu roupão de cetim. Desce as escadas e vai até a porta, ao abrir vê dois policiais parados na porta.
— Olá? Como posso ajudar os senhores?
— Desculpa o incômodo, você é o senhor Min Yoongi?
— Sim, eu mesmo! O que aconteceu?
— Sou o detetive Chan! No início da madrugada houve um acidente no fim da estrada, um Casal foi assassinado! Um deles estava com um celular e o contato de emergência era o senhor. — O policial fala observando a expressão de Yoongi paralisar.  — O senhor Park Jimin e Jungkook, seu esposo, faleceram.
Por um momento Yoongi viu todo o seu mundo cair, estava paralisado em frente aos policiais, sentia seu coração parar. Esperava que fosse um pesadelo e que aquilo que ouviu fosse apenas parte do pesadelo. Não, não podia ser verdade.
— Senhor? Está tudo bem? — Um dos policiais pergunta colocando a própria mão sob o ombro de Yoongi.
— O que tá acontecendo aqui?— Hobi perguntou descendo as escadas .
— Olá, sou o detetive Chan! Viemos comunicar o falecimento de Park Jimin e Jeon Jungkook. Morreram em decorrência de um assassinato.
— Calma?! Jeon Jungkook? Foi isso que você disse? — Hobi perguntou sentindo um nó na garganta.
— Sim, sentimos muito pela perda dos senhores! Caso precisem de mais alguma informação, tanto referente aos corpos quanto a investigação, por favor entre em contato comigo — Falou entregando um pequeno cartão com o próprio contato. — Precisamos ir, nossos sentimentos.
— Ok. — Hobi fala fechando a porta e se virando para Yoongi que estava parado no mesmo lugar, não se movia, não expressava nenhuma reação. — Amor, e-eu sinto muito.
Hobi abraçou Yoongi que não fez nenhum esforço para abraça-lo. Seus braços se mantinham retos ao lado de seu próprio corpo. Seu cérebro tentava mandar reações ao corpo, mas era como se tudo tivesse desligado.
Não conseguia falar, sentia vontade de gritar, mas nada saia, sentia vontade de deixar suas lágrimas rolarem por todo canto de seu rosto, mas simplesmente não vinham. Estava triste e era evidente, ele estava ali, presente, vivo, respirando… Mas a verdade era que seus pensamentos e memórias estavam passando em seus olhos como se fosse um filme.

{— Hoje tem festa fantasia na escola Yoon, vamos de caçadores? — Jimin fala pulando na cama de Yoongi e o acordando.
— Não gosto de vestir fantasias, mas você quer ir mesmo? — Yoongi pergunta
— Quero muito, dizem que vai ser da hora… é a última festa do ensino médio.
— Já que isso é muito importante para você, eu vou me esforçar e iremos.
— Você é o melhor amigo do mundo, meu irmão!  Eu te amo Yoongi.
— Você também é o melhor, te amo.}

A voz de Taehyung no fundo de seus pensamentos o fez voltar à realidade, precisava reagir… Mas como reagir? Como?
— Por que vocês estão demorando para voltar para o quarto? — Tae pergunta
— Jimin e jungkook estão mortos! — Hobi fala chorando, seu coração estava destroçado. Jungkook era a única família que tinha além de Yoongi e Taehyung. Era seu irmão, o cara que te salva da morte sem pensar duas vezes, o cara que te abraçava mesmo sendo um cara durão por conta do trabalho… todas as lembranças de missões e vida que tiveram vieram à tona.

{— Eii, rapaz! Por que choras? — Jungkook perguntou.
— Minha mãe está muito doente e não sei de onde tirar dinheiro para pagar os outros exames. Estou perdido. — Hobi fala secando as lágrimas e olhando para o lado, se perguntava o porquê contou a um estranho que estava mal.
— Talvez eu conheça alguém que tenha a solução dos seus problemas… Ligue para esse número…— Jungkook fala. — Sua mãe ficará bem, melhoras a ela.
— Obrigada.
Meses depois
— Eu tenho que te agradecer por ter me ajudado aquele dia no hospital… — Hobi fala olhando para Jungkook.
— Não precisa agradecer, eu sei que as coisas aqui são difíceis, mas com o tempo você se acostuma. — Jungkook fala dando um sorriso. — O que precisar estarei aqui.
— Obrigada, e infelizmente minha mãe veio a óbito essa manhã…  Ela não resistiu.
— Eu sinto muito irmão. — Falou com o semblante triste, abraçava Hobi fortemente. — estarei aqui com você, não se sinta sozinho.
— Obrigada por isso. Você é incrível.
Dias se passaram e Jungkook foi o alicerce de Hobi, o ajudou em tudo o que precisava aprender dentro da organização, ensinou primeiros socorros, o abraçou quando foi necessário. O que seria de Hoseok sem alguém ao seu lado naquele momento? Acreditava que Jungkook era a melhor pessoa do mundo.}

— Eu sinto muito, eu-e-eu. — Taehyung fala.
— Apenas ajude o Yoon, eu não tenho forças.
Taehyung foi até Yoongi, ficou parado em sua frente o analisando, não sabia ao certo como deveria agir ou fazer, tinha medo de falar algo e não ser certo. Olhou Hobi subir as escadas e entrar no quarto.
— Yoon, fala comigo… Conversa comigo.
— Eu não consigo me mexer, dói tanto, eu não consigo acreditar, não pode ser isso o fim. As coisas não podem acabar assim. — Yoongi fala sentindo suas pernas fraquejarem e cai ao chão. Seus joelhos batem com tanta força no chão, mas a dor de seu coração não se igualava.
— Eu sinto muito amor, eu consigo imaginar o tamanho de sua dor... Saiba que estou aqui com você! — Tae fala se sentando no chão e abraçando Yoongi por trás. Yoongi precisava muito daquele abraço, por mais que não quisesse admitir para si mesmo. — Não tenha receio de chorar, coloque para fora toda sua dor.
Essa foi a deixa para as lágrimas de Yoongi inundarem todo o seu rosto, sua respiração estava ofegante, não queria acreditar na realidade. Puts! Essa realidade era extremamente amarga e árdua. Só queria obter forçar para se levantar, mas não sabe de onde tirá-la.
Taehyung o abraçou ainda mais forte tentando transmitir todo conforto possível. Ficaram ali por horas, Yoongi chorava incessantemente, seus olhos mal se abriram de tão inchados, se sentia sem rumo.
— Vamos para o quarto? — Taehyung pergunta, porém recebe um grande silêncio como resposta… Já que Yoongi não facilitaria sair dali, apenas ficou ao lado dele, se mostrava presente, o mesmo chorou tanto que por um momento dormiu nos braços de Taehyung, esse que viu uma oportunidade de levá-lo para o quarto.
Se levantando devagar, pegou Yoongi no colo e o levou para o quarto. Ao chegar lá, Hobi estava na varanda folheando algo, sua expressão era de tristeza, a mesma que Yoongi possuía… Taehyung precisava ter forças, estava com duas pessoas que estão extremamente abaladas. Por mais que também esteja sofrendo, não se igualava a eles.
Colocou Yoongi na cama, ligou o ar condicionado e o cobriu, deu lhe um beijo na testa e foi até a varanda, precisava fazer Hobi descansar também. Passou para a varanda, fechou as cortinas, se sentou ao lado de Hobi, o observou por um tempo.
— Como você está?
— Arrasado, não sei explicar exatamente como estou… acho que arrasado é a palavra certa.
— …
— Não precisa se preocupar Tae… vou ficar bem! Só preciso assimilar tudo isso. — Hobi fala enxugando uma lágrima que saia de seus olhos. — Jungkook morreu tentando proteger Jimin, havia câmeras na pista… Eu consegui ver as gravações.
— Nossa… Jungkook o amava tanto, eles estavam tão felizes.
— Sim, eu preciso ficar bem… ver tudo o que eu vi, me deu um ódio tão grande… se aquele filho da puta do Jinwoo não estivesse morto eu mesmo o matava.
— Jinwoo é o irmão de Jimin?
— Sim, foi ele que matou Jungkook… Sabe Tae, eu e Jungkook nos tornamos grandes irmãos, passamos por muitas coisas juntos, lutamos em muitos lugares e matamos muitas pessoas.— Fala olhando para o céu. Seu coração apertava mais e mais. — Não me surpreende ele ter morrido tentando salvar quem ama, e de uma coisa eu sei... Ele amava Jimin como nunca amou ninguém.
— Amanhã eu irei na empresa resolver as coisas pelo Yoongi, eu fiz faculdade de administração, só não atuo na área por que sempre gostei de bar, mas amanhã farei isso por que sei que a agenda deles estava cheia.
— Você é perfeito Tae, obrigada por estar com a gente nesse momento tão difícil... Eu ficarei bem, já o Yoongi, ele precisará muito de nós.
— Sim, sempre estarei com vocês! Eu os amo com todas as minhas forças... agora, venha dormir um pouco. — Taehyung fala se levantando e estendendo a mão para Hobi.
Hobi segurou a mão de taehyung e seguiu para quarto com ele se deitaram na cama e dormiram profundamente. No dia seguinte Tae acordou cedo e foi até a padaria, comprou algumas coisas para fazer um belo café da manhã, comprou frutas na vendinha e fez uma bela bandeja e levou no quarto, para todos tomarem café juntos.
— Meus homens, acordem! Eu trouxe café na cama para nós. — Fala colocando a bandeja em cima de uma mesinha e logo em seguida se joga na cama. Encheu Yoongi e Hobi de beijinhos até ambos acordarem completamente.
— Eu te amo Tae, você é perfeito.
— Faço das palavras do Hobi as minhas.
Depois que todos tomaram o café da manhã, Taehyung levou tudo para cozinha e organizou. Hobi tomou um banho e vestiu uma roupa social, precisava falar com a mãe de Jungkook, seria a parte mais difícil do seu dia, teria que contar que seu grande amigo havia falecido e que não pode fazer nada para impedir.
— Gente, eu vou precisar sair.
— Vai aonde amor? — Perguntou Yoongi
— Preciso falar com a mãe de jungkoook, por mais que eu não tenha forças essa notícia precisa vir de mim.
— Ok, tome cuidado na rua... Por favor. — Yoongi fala dando um beijo em Hobi
— Eu tomarei meu amor. E você mô, precisa de carona para a empresa? — Perguntou se direcionando a Taehyung.
— Não, eu vou mais tarde. Preciso organizar umas coisas antes. — Tae fala indo até Hobi e dando um beijo singelo em seus lábios. — Cuide-se, volte para nós.
— Amo você beijo. — Fez um aceno com a mão e saiu do quarto.
Yoongi continou na cama, deitado, seus pensamentos vagavam por todas as memórias constantes que o faziam recordar Jimin. Sentiu suas lágrimas aparecerem novamente, não queria se sentir assim, mas era inevitável... A dor não sumia de uma hora para outra.
Taehyung por sua vez, estava parado observando todas as expressões de Yoongi, estava preocupado em como o namorado estava, não sabia ao certo o que falar ou se deveria falar algo, queria poder tirar toda dor dele e transferi-la para si próprio.
— Eii, sabe que pode falar comigo, né?
— Eu sei Tae, mas nem eu sei ao certo me expressar... só sinto vontade de chorar e chorar... — Fala olhando nos fundos dos olhos de Taehyung.
— Bom, quero que saiba que estou aqui independente do que acontecer… Hoje eu vou na sua empresa, vou colocar as coisas em dia e anunciar sobre o falecimento, farei os e-mails que a Neide vai precisar mandar ok?
— Obrigada por isso, por ser o nosso apoio! Você é incrível e eu te amo.
— Também te amo.
— Caso precise saber de algo que não consiga acessar use o código que vou te mandar por mensagem.
— Tá bom, agora venha tomar banho!
— Não precisa, estou bem!
Taehyung ignora o que Yoongi fala e o pega no colo, leva ele até o banheiro e fala.
— Eu sei que é um momento difícil, mas você tem que tentar pelo menos tomar um banho e comer as vezes. Você quase não comeu hoje de manhã.
— Eu não sinto fome
— Mas preciso que você tente, por mim, pelo Hobi… por nós!
Yoongi respira fundo e entra em baixo do chuveiro, sente a água cair sob sua pele. Taehyung tirou suas roupas antes de molhar por completo, realmente não tinha forças para nada e então Tae tomou a iniciativa, pegou a esponja encheu de sabão e passou pelo corpo de Yoongi, deu-lhe um banho rápido, mas confortável.
— Pronto, venha vamos para o quarto se secar e vestir uma roupa.
—Ok
Seguiram para o quarto, Taehyung escolheu uma roupa para Yoongi, o secou todo e ajudou o mesmo vestir a roupa, no final de tudo deu lhe um abraço bem demorado, sabia o quanto estava sendo difícil e reconhecia os esforços do namorado.
— Obrigada, eu vou tomar meu banho agora. — Fala Taehyung tirando a blusa— Qualquer coisa me chama.
Yoongi apenas assente com a cabeça e se deita na cama, pensava o quão importante foi Taehyung entrar na própria vida e na vida de Hobi, talvez esse momento seria muito mais difícil que está sendo sem ele, Tae está sendo o alicerce de Yoongi e Hobi.

Teria muito trabalho pela frente, sabia muito bem que precisaria organizar o velório junto a Hobi e a mãe de Jungkook, talvez essa seria a coisa mais difícil que ia precisar fazer, mas faria.
Ao sair do banheiro, Taehyung se arrumou, colocou uma roupa social, desceu até a cozinha, colocou um pedaço de bolo de chocolate com cobertura em um prato e fez um suco natural de laranja para Yoongi e levou até o quarto.

— Coma isso, tentarei voltar antes do almoço… Me ligue se necessário. — Taehyung fala dando um beijo em Yoongi.
— Obrigada, vai em segurança… — Yoongi respondeu retribuindo o beijo.
— Fique bem.
Assim que Taehyung saiu de casa, Yoongi comeu o bolo e tomou o suco, não queria decepcioná-lo, depois pegou o próprio notebook e abriu o site de notícias da Coreia e a primeira manchete que viu foi:

" O CEO mais jovem da Coreia do Sul, Park Jimin morre assassinado junto ao esposo na madrugada do dia 13/10/23."
— Não estou pronto para viver sem você, não estou pronto para aceitar que já te perdi.
Yoongi fala olhando para o computador, pensava em Hobi e em como ele estava se sentindo, passar pelo luto não é fácil. Compreender que não vai mais ver aquela pessoa ao seu lado, não vão mais sair juntos e fazer coisas que amavam fazer. Doía muito, mas não podia deixar-se afundar no martírio que era a dor, precisava ficar bem em algum momento, por mais que demorasse.

[•••]

A todo momento que estava no carro pensou em como contaria para a mãe de Jungkook o que aconteceu, não era bom em dar notícias ruins ou falar algo para acalmar alguém. Sentia que tudo poderia desabar em algum momento, por mais que Ji-hye o tratasse como filho.
Como contaria? Seu coração estava acelerado, estacionou o carro na frente da casa de Ji-hye e ficou ali, parado por um momento, estava estressado odiava se sentir inútil e que não conseguia fazer nada. Em uma tentativa de se trazer para a realidade novamente, deu um soco forte no volante do carro. Mas tudo o que fez foi sentir uma dor imensa em sua própria mão. —Vamos levante-se daí e vai em frente, acabe com isso logo. — Falou para si mesmo.
Saiu do carro e o alarmou, caminhou na trilha de pedras que havia no pequeno jardim, parou em frente a porta e por um momento se esqueceu em como era o comando de “bater na porta”. Se forçou mais uma vez, e tocou a campainha. Torceu para que não fosse atendido, mas para a sua não surpresa, Ji-hye abriu a porta com um grande sorriso no rosto.
Naquele momento percebeu que ela ainda não havia lido as manchetes do jornal e que nenhum policial havia ido até lá.
— Olá, meu querido! Como é bom vê-lo.
— Olá, omma! É muito bom vê-la também.
— Venha entre.
Hobi a acompanhou até a sala de estar. Ji-hye o convidou a se sentar, foi até a cozinha pegou duas xícaras de chá e ficou em pé em frente a Hobi o observando, esse que estava pálido e mal se movia, apenas sorria transparecendo seu total nervosismo.
— Está tudo bem, Hoseok?
— Sim e a senhora?
— Estou bem, você parece mal? Quer comer algo?
— Estou bem não se preocupe. Eu preciso contar algo... Mas antes preciso que a senhora se sente. — Hobi fala segurando a mão de Ji-hye.
— O que está acontecendo?
— Eu não sou a melhor pessoa para vir aqui e te contar isso, na verdade eu nem sei como falar.
— Pelo amor de deus Hoseok, fale o que aconteceu.
— Na madrugada passada...— Hobi começa a falar, mas para por um momento, respira fundo e continua. — Jungkook e Jimin foram assassinados a caminho da casa deles, e-eu sinto muito.

— Não, não...
Isso é mentira! Meu filho não está morto, meu Jungkook não está morto. — Ji-hye fala se levantando. — Preciso achar meu celular, vou ligar para Jungkook. Ji-hye pega seu celular que estava em cima da estante e disca o número de Jungkook.
“ Nesse momento eu não posso atender, deixe o seu recado para Jeon Jungkook” a chamada foi direto para caixa postal.

— Atende, atende ... Isso não pode ser verdade
— Atende, atende ... Isso não pode estar acontecendo.— Ji-hye caiu ajoelhada no chão, desabou em prantos.
— Eu sinto muito — Hobi fala se ajoelhando e a abraçando fortemente, entendia a dor, sabia exatamente como era, desejava poder mudar o que aconteceu, mas não se pode mudar o destino.
Continuou abraçado a Ji-hye durante um tempo, a mesma chorava sem parar em seus braços, a dor ia e vinha, preferia ter morrido no lugar de Jungkook.
— Eu não consigo acreditar, não entendo por que tem que ser assim… Eles estavam tão felizes. — Fala olhando para Hobi e se sentindo um pouco tonta. — Acho que minha pressão caiu.
— Eu também não quero acreditar, mas infelizmente é verdade…— Hobi fala segurando Ji-hye, quando percebe que ela está tonta. – Por favor, venha para minha casa? Fique conosco.
— E-eu vou ficar bem, Hoseok meu querido… Você é tudo o que eu tenho agora, cuide-se, precisamos resolver a questão do velório, certo?
— Sim, precisamos… por mais que esse momento seja doloroso.
— Ok, Como Yoongi está?
— Nada bem, Taehyung está cuidando dele e correndo atrás das coisas da empresa, Jimin deixou tudo para Yoongi.
— Fique ao lado dele e o apoie, ajude a passar por esse momento, ele precisará de você. — Ji-hye enxuga as lágrimas que saiam de seus olhos sem ao menos um aviso. — Eu te amo Hoseok, você era o grande amigo de Jungkook e sempre vou guardar vocês em meu coração, agora vá para casa, cuide do seu esposo, mais tarde mandarei por e-mail tudo o que precisaremos preencher referente ao velório.
— Você tem certeza? Eu te amo muito e saiba que tudo o que você precisar, pode falar comigo.
Ji-hye levou Hobi até a saída e o viu partir. Seu coração estava devastado, mas ficaria bem, jamais iria aceitar que o filho havia morrido, a dor de estar faltando uma parte de si ainda existiria até o fim de sua vida. Assim que Hobi saiu, correu atrás de todas as coisas do velório, caixões, a igreja que iria fazer a cerimônia de despedida e tudo que fosse necessário.

Nunca foi tão difícil contar para alguém algo. Hobi se sentia acabado, triste e vulnerável, porém Ji-hye estava certa, nesse momento precisava cuidar de Yoongi e estar ao lado dele e de Taehyung. Ligou a rádio de seu carro e tocava Impossible- James arthur, essa música era tão intensa e entrava em seus pulmões. Começou a cantar e sentir toda energia que a música o transmitia, suas lágrimas corriam soltas a cada nota da música, gritou em algumas partes e assim aliviou um pouco de seu estresse e dor.

[•••]

— Cheguei. — Taehyung fala subindo as escadas e abre a porta do quarto.
— Finalmente. Aliás, obrigado pelo almoço que mandou, eu não consegui comer tudo. — Yoongi fala.
— Tudo bem, que bom que gostou… Hobi já está chegando, ok? Como você está?
— Estou bem, estava olhando algumas fotos minhas e de Jimin, tenho fotos incríveis com ele, sabe… — Yoongi fala dando uma pausa— Pensei em jogá-las fora, mas não acho que devo, e então coloquei todas em um álbum, chorei muito relembrando alguns momentos.
— Hobi me informou que o velório será amanhã, às 09:00 da manhã. — Taehyung fala passando a mão no cabelo. — Ele achou que você não queria respondê-lo, te mandou mensagens.
— Nossa, e-eu meu deus… nem sei onde está meu celular.
— De qualquer forma, ele pediu para avisá-lo. E quanto a empresa, fiz tudo… eu e a Neide. Ela mandou um abraço, conseguimos cancelar as entrevistas e reuniões que havia no e-mail que mandei. — Fala— Eu coloquei que voltaríamos a funcionar dentro de 2 meses.
— Ótimo, você é incrível, obrigada.
— Vou tomar um banho.
Poucas horas depois Hobi chegou e subiu para o quarto, chegou já tirando o próprio sapato, olhou para a cama e viu Taehyung deitado, Yoongi estava na varanda fumando e Hobi estava o olhando, caminhou até a varanda e se sentou ao lado dele.
— Oi meu amor, como você está?
— Estou tentando reagir, o velório será amanhã, certo? E você como está?
— Será amanhã sim, e estou tentando reagir também… às vezes dói muito.
— Sim, eu tô aqui, ok? Prometi estar com você na alegria e na tristeza, eu sei que estou distante as vezes, mas releve.
— Faço as suas palavras as minhas.

Yoongi terminou de tragar o cigarro e o jogou no cinzeiro. Amava Hobi com todas suas forças e nunca imaginou que passariam por isso. Taehyung está sendo um grande namorado para ambos, não existe alguém que se sairia melhor que ele nisso, o homem era perfeito.
— Temos que agradecer a deus por termos o Tae.
— Sim, temos… ele está sendo um apoio e tanto para nós, um carinho sem igual.
— E a mãe de Jungkook, como está?
— Ela tá arrasada, tentei trazê-la para cá… mas ela disse que precisava ficar sozinha, porém ela organizou quase tudo do velório sozinha, não deixou eu ajudar.
— Talvez essa foi a forma da realidade cair para ela... Bom, eu estive pensando em algo.
— o que?
— Eu vou dá a entrevista para a BBC, era o sonho de Jimin, farei isso por ele. E depois pensei em adiantar a viagem para Nova York.
— Isso pode ser uma boa ideia! Mas e a empresa?
— Bom, agora ela está nas minhas mãos, e tudo que vou fazer vai ser abrir uma filial lá, com outro nome e vou administrar ela de lá, aqui eu vou nomear um representante. — Yoongi fala pegando outro cigarro.
— Te apoio no que quiser fazer.
— Obrigada digo o mesmo.

15 anos depois…

As coisas em Nova York estavam indo muito bem, a saudade era constante no coração de ambos. Yoongi viajava para a Coreia pelo menos uma vez no mês, para assim conseguir ver como a empresa estava indo. Taehyung virou vice-diretor de uma empresa e Hobi trabalhava no distrito 56 da polícia de Nova York.
Quem diria que o homem que antes traficava viraria policial? Graças a Yoongi que apagou todo seu histórico, pôde conseguir começar do 0. Diariamente fazia ligações com Ji-hye, que se tornou sua grande mãe, a mesma estava bem e ainda vivia na Coreia, por mais que Hobi tivesse a chamado para vir embora com ele, ela mesma decidiu que essa seria a melhor forma de seguir, ficando no seu conforto.
Yoongi passou por dias tempestuosos, mas Hobi e Taehyung nunca saíram de seu lado, ambos se apoiam. Mudar para Nova York foi essencial para sua nova jornada, precisava prosseguir por mais que fosse difícil. Jimin jamais ia querer vê-lo triste ou sofrendo. Em sua nova fase sabia que Jimin ficaria feliz por tudo o que conquistou, sua família e tudo o que estava construindo.

" O sonho de Jimin era ser pai, nosso sonho na rea... E hoje eu sou pai, queria muito que você estivesse aqui irmão." Pensa Yoongi parado na porta do quarto da filha.

— Filha, se apresse precisamos ir para a escola. — Yoongi falou batendo na porta de Yana.
— Já tô indo, pai.
— Você vai levar a Yana para escola hoje? — Perguntou Hobi dando um beijo na bochecha de Yoongi.
— Sim, vou deixar o Harry na creche também! Pode ir para o trabalho tranquilo, te amo.
— Eu também te amo. — Hobi fala dando um beijo em Yoongi e batendo na porta, logo fala — Boa aula filha, te amo.
— Obrigada pai, te amo. — Yana fala abrindo a porta e dando um abraço em Hobi.
— Vamos?
— Vamos
Yoongi seguiu até a cozinha onde Taehyung estava dando café para Harry, e preparando o lanche de Yana. Yoongi abriu a geladeira e pegou uma fruta, a mordeu e observou Taehyung o seguir com os olhos.
— O que foi, Tae?
— É esse exemplo que você dá aos seus filhos?
— Que?
— Você tá comendo apenas uma maçã antes de ir trabalhar, depois fica reclamando que a Yana nunca toma café antes de ir para escola.
— Eu tô aqui, pai Tae.
— Ok, desculpa amor… Quer que eu te deixe no seu trabalho? — Yoongi perguntou dando um sorriso de desculpas.
— Pode ser, o Harry já terminou de comer e os lanches deles já estão prontos.
– Então vamos. — Yoongi fez sinal para que todos pudessem o seguir até o carro.
— Vem cá Harry, tem que sentar na cadeirinha.
— Papai, eu não gosto da cadeirinha.
— Mas você precisa sentar nela, ela é mais segura.
Yoongi colocou Harry na cadeirinha e colocou o cinto de segurança. Yana se sentou ao lado do irmão, a mesma não desgrudava do celular, esse que era uma das constantes reclamações de Yoongi com a mesma. Taehyung se sentou no banco da frente, e mandou uma mensagem a sua secretária pedindo para adiar a reunião que teria.
Yoongi entrou no carro e seguiu para a escola de Yana, observava ela pelo retrovisor, e todas as vezes que tentou conversar percebeu que a mesma não respondia pois estava de fone de ouvido no último volume, e então mais uma vez acabou começando a discutir.
— Já falei mil vezes para parar de usar esses fones altos Min Yana.
— Aí pai, nem tá alto.
— E por que não respondeu?
— Por que eu não ouvi, agora me deixa em paz.
— Eitaa, para que falar assim Yana? Guarde o celular agora e tire esses fones— Taehyung em um tom sério.
— Desculpa pai, eu não quis falar assim.
— Tudo bem, já estamos na frente de sua escola.
— Vou indo então. — Yana fala se levantando e dando um beijo na bochecha de Yoongi e na de Taehyung
— Boa aula, qualquer coisa nos ligue.
Yana apenas assente com a cabeça. Yoongi a observa falar com um grupo meio descolados, estranhou a forma como um dos meninos a abraçou, mas resolveu ignorar.
Já foi jovem e sabe como funciona as coisas, logo mais deixou Harry na creche, deu-lhe um beijo na testa e seguiu de volta ao carro. Taehyung o encarava apaixonado. A cada ano que se passou o amor foi crescendo mais e mais, o amava como nunca amou ninguém. Ele e Hobi eram tudo em sua vida.
— Você é um ótimo pai.
— Você também é, e vou te deixar na entrada do seu trabalho, ok?
— Tá bom, amor.
— Hoje vou fazer uma avaliação na casa dos Weilians, referente ao aparelho de segurança da casa deles, o dono da residência solicitou minha presença.
— Nossa, sério… bom, espero que dê tudo certo lá. — Taehyung fala pegando a pasta que estava na parte de trás do carro.
— Chegamos Tae, bom trabalho… eu te amo ok? Te pego às 19h, depois que eu pegar as crianças.
— Te amo, bom trabalho.
Yoongi deu um beijo em Taehyung e seguiu para a casa dos Weilians, sua nova empresa se chamava "Min The security of your home", era centrada em câmeras de segurança e todo tipo de equipamento que tratava da segurança de empresas, casas e muito mais. Fez isso pensando em seus filhos, prometeu a si mesmo que os protegeria e os amaria até o fim da própria vida.

— Senhor Min, entre.
— Olá, bom dia… como está senhor Mark?
— Estou bem, e o motivo de eu ter lhe chamado é para fazer parceria. Preciso de novos equipamentos de segurança para os escritórios dos Weilians e os futuros escritórios que a gente ainda vai abrir.
— Ah, mas isso a gente poderia resolver na empresa.
— Bom, meu filho não está muito bem! Eu precisava ficar em casa, me desculpe se o incomodei.
— Não, que isso está tudo bem, tenho crianças em casa, eu entendo.
— Preciso resolver uma situação rápida nessa ligação, já volto— Mark fala apontando para o celular, Yoongi apenas assentiu com a cabeça.

Enquanto estava distraído mexendo no próprio celular sentiu algo puxar a barra da sua calça, uma criança linda, um menino loirinho dos olhos puxados o encarava.
— Oi tio.
— Oi pequeno, quem é você? — Ao ver aquela pequena criança seu coração disparou, ele era tão famíliar, seus olhos encheram de lágrimas ao ver quão idêntico a Jimin ele era.
— Sou o Jerimy.
— Que nome lindo, eu sou o Tio Min.
— Deixa eu jogar no seu celular tio min.
— Claro, pegue o.
— Jerimy, o que está fazendo aqui? Volte para o quarto, não perturbe as visitas.
— Está tudo bem Mark, ele tá brincando no meu celular.
— O que você achou da minha proposta Yoongi?
— Eu achei ótima, amanhã mesmo pedirei para o técnico entrar em contato com vocês, e aí só passar o que deseja para ele ok?
— Tio, quem é esse moço no seu celular? — Jerimy fala apontando o celular para Yoongi que ao ver a foto se assusta e por um momento se esqueceu de como falar.
— Esse é o Jimin, um cara que era um grande amigo meu.
— Eu tenho um grande amigo também, mas por que você falou, era? Você brigou com o seu amigo?
— Não, esse amigo do tio, mora no céu agora.
— Jerimy, vá para o quarto você está incomodando o senhor Min.
— Não precisa Mark, não se preocupe ele é criança, vai perguntar mesmo e o nosso dever é ensinar.
— Esse menino tem uma língua afiada, fala muito. Mas sinto muito pelo seu amigo.
— Obrigada, agora eu preciso ir. Tenho que resolver algumas questões.
— Ok, tchau até logo senhor Min.
— Tchau tio min — Jeremy foi correndo até Yoongi e deu um abraço forte no mesmo, abraço esse que o fez sentir Jimin novamente, era estranho, mas apenas o abraçou de volta. Sentiu uma conexão tão grande com aquela criança. Saiu da casa entrou em seu carro e recordou todos os momentos felizes que passou ao lado de Jimin, sentiu algumas lágrimas encharcar o rosto, e por um momento apenas se deixou sentir a saudade.

"Te encontro em Elo Inefável, isso não é um adeus e sim um até logo."

"O destino sempre encontra um jeito de unir almas, independente da distância, da intensidade, ou de qualquer coisa que tente impedir, o destino apenas faz o que é o certo."

"Elo Funesto chegou ao fim, mas não se desespere, o amor de Jungkook e Jimin se reencontram."


"Preparem os corações para um amor intenso e romântico, respirem fundo e mergulhem em Elo Inefável com sua alma."

Com carinho, lágrimas, felicidade e muita dedicação, finalizo Elo Funesto.

Obrigada a todos que estiveram comigo desde o início, serei grata a todos sempre …
Bjo da Duda
💜

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