Refém por acaso

De AutoraVanessaAlmeida

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Alguns filósofos dizem que o destino é uma mão de via dupla, uma hora ele te ajuda e na outra te joga em um r... Mai multe

Avisos
Elenco
Dedicatória
001| A teoria do efeito borboleta
003| A premeditação dos males
004| Il male che semini
005| A energia que emana das matas
006| L'atto di giocare con il fuoco
007|Sangue Carmesim
008| Vendetta
009| Made In Brasil
010| Coazione a ripetere
011| Pé na areia, caipirinha, água de coco
012| Conflitti interni
013| É mais uma do GG
014| Benvenuti nel cespuglio
015| O sol já nasceu na fazendinha
Então meus amores...
016| Lo splendore dei tuoi occhi
017| Olhos não mentem
018| Conseguenze
019| Io e il diavolo
020| O amor me enlouqueceu
...
021| Girassóis de Van Gogh
Aviso

002| Cacciatore Vs preda

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De AutoraVanessaAlmeida

Esse é o preço que você paga
Deixe para trás seu coração e o jogue fora
Apenas mais um produto do hoje
Melhor ser o caçador do que a presa
E você está parado no limite, de cabeça erguida

Porque você nasceu para isso
Um coração de pedra pulsante
Você precisa ser muito frio
Para sobreviver nesse mundo
Natural - Imagine Dragons

Algumas pessoas julgam as suas escolhas sem saber o que motivou você a toma-las, mas eles são apenas filhos da puta que não tiveram coragem para fazer a mesma coisa que você.

Minha mãe ensinou desde cedo que apesar de sermos herdeiros da máfia isso não significa que devemos fazer o mal sempre, por isso não tolero abuso sexual, pedofilia e qualquer coisa que atravesse a linha tênue da podridão humana.

As palavras do meu pai ecoavam em minha mente: "Você nunca será bom o suficiente com esse coração, aprenda a mascarar os seus sentimentos", e assim ele criou uma máquina de matança que não se importa mais em tirar uma vida e nem em quem ele vai deixar para trás.

- Temos um pequeno problema Dimitri - Sebastian pronunciou ao mostrar a foto de um menino na tela do seu computador.

- E o que isso significa?

- Ele viu você matando o Heitor ontem a noite.

Praguejei baixinho e olhei novamente para a foto do garoto, era uma pena alguém tão jovem ter que morrer, mas ele estava no lugar errado e na hora errada.

- Descubra tudo o que puder sobre ele ainda hoje - Ordenei - Quero resolver esse problema antes que ele piore ainda mais.

Sebastian era um dos meus braços direito, ele devia a sua vida a mim depois que salvei ele de ser preso pelo FBI após hackear o sistema deles e vazar informações de estupradores que nunca foram a julgamento.

Adentrei o meu quarto sentindo a presença de alguém ali, caminhei lentamente e sorri ao ver uma ruivinha adorável me encarando com um sorriso lindo no rosto de porcelana.

- Bungiorno mi principessa.

Giulia foi a minha salvação, nunca imaginei que o monstro rotulado de cruel e sádico teria a sorte de ganhar um anjo sem asas.

Ela estendeu os braços com um bico nos lábios, segurei ela em meu colo e embalei a minha pequena luz na escuridão.

- Senhor? - Uma das empregadas da mansão perguntou em um fio de voz.

- Sim?

- A senhorita Manoela pediu demissão hoje pela manhã - Falou sem fitar o meu rosto.

- Procure uma nova babá para a Giulia imediatamente.

A empregada concordou e saiu do quarto ainda sem olhar no meu rosto, a maioria das babás da Giulia desistiam ao saber quem havia as contratado, e outras mandavam que eu me fodesse após uma noite de transa onde elas se iludiam achando que seria algo sério.

Aninhei a Giulia em seu berço de unicórnios e puxei a sua manta para a cobrir, antes de sair deixei um beijo em sua testa e jurei que nada e nem ninguém nesse mundo iriam machucar o meu bem mais precioso.

Ao descer da ferrari em uma rua movimentada notei o garoto de mais cedo caminhando até o restaurante de comida brasileira.

Avisei a Sebastian a sua localização e em segundos descobri que ele era brasileiro, cursava psicologia com notas altíssimas e tinha um currículo de invejar muitas pessoas italianas.

Seria uma pena para o mundo perder alguém tão promissor.

Aguardei no ponto de ônibus que o garoto, de nome Arthur, sempre ficava para voltar a sua casa.

O garoto parecia absorto nos próprios pensamentos quando notou o carro preto em que estava, ele levantou calmamente e correu como se a sua vida dependesse disso.

E realmente dependia.

- Os seus pais iriam amar receber uma visita minha - Falei alto e sorri ao ver Arthur parar de correr.

Um dos meus capos vendou o garoto para que ele não soubesse a direção da mansão Esposito, acenei para o motorista que deu partida e dirigiu o mais rápido que conseguia.

A mansão Esposito estava terrivelmente silenciosa, a única coisa que se ouvia era o canto dos pássaros e o farfalhar das árvores devido ao vento forte que havia iniciado.

- Então garoto, creio que você sabe o motivo que te trouxe até mim - Falei ao retirar a venda de seus olhos e fitar aqueles fios dourados.

- Você pode até me matar, mas garanto que sua vida irá virar um verdadeiro inferno.

- E como um garoto que nem saiu das fraldas faria isso? - Indaguei irônico.

Heitor sacudiu a mão levemente em um sinal de que precisava conversar comigo, sorri em deboche para o loiro e caminhei até o outro lado da sala.

- Temos um problema.

- Mais um? - Repliquei mal humorado - Qual o B.O dessa vez?

- O garoto é filho de uma tenente da polícia federal brasileira, o pai é coronel das forças armadas e ele ainda é afilhado do chefe da SWAT daqui.

Aquele pirralho era praticamente intocável, matar ele traria muitas consequências e uma delas poderia ser a minha total ruína.

Marchei até estar de frente para ele e o seu sorriso debochado, não contive a raiva ao direcionar minhas mãos para o seu pescoço e apertar com uma força moderada.

- Posso não te matar agora, mas juro que irei tornar a sua vida um verdadeiro inferno.

- Experimente ser diferente em um país preconceituoso que você saberá o que é viver no inferno - Rebateu sem tirar o sorriso debochado dos lábios.

Ponderei o que iria fazer com aquele garoto atrevido já que infelizmente matar ele estava fora de cogitação por um tempo, mas iria garantir que ele sofresse em minhas mãos.

Giulia adentrou o escritório com seu pijama de flores e um urso branco nas mãos, ela sorriu na minha direção, mas estendeu os braços para que o pirralho a segurasse no colo.

- Own, você é fofa demais.

Observei Arthur erguer ela do chão e ela brincar com um colar estranho que estava em seu pescoço.

- Ótimo, arrumei uma babá para a Giulia - Falei e encarei o garoto como se quisesse o matar, e eu realmente ansiava por isso.

- Tenho cara de babá por acaso?

- Não estou lhe dando nenhuma escolha - Rebati ao pegar a minha filha no colo - Ou você aceita a minha proposta, ou irá conhecer o criador mais cedo que o esperado.

Arthur ponderou por alguns minutos antes de aceitar a minha proposta, mas ele também não tinha escolhas.

Mandei dois seguranças levarem o Arthur até a casa dele e vigiarem cada passo que ele desse, arriscar que ele fale mais do que devia não era uma opção.

- Acha mesmo que fazer o Arthur de babá irá impedir com que ele abra a boca? - Heitor perguntou ao mostrar as finanças de uma das minhas boates.

- Talvez. Pelo menos isso vai garantir que ele fique sobre o meu controle até que encontre uma solução.

- Você tem que comparecer a Deluxe para uma reunião com os sócios da máfia russa.

O don da máfia russa era um ser humano insuportável com suas baboseiras infinitas, mas era necessário aturar ele para manter os negócios com a Rússia estáveis.

- Não faça essa expressão perto dele, por favor.

- Que expressão? - Indaguei.

- A de quem está totalmente entediado e pronto para matar alguém.

- Pelo menos a filha dele estará presente - Ponderei malicioso.

Annika era uma verdadeira deusa russa com suas curvas e cabelos negros como a noite, além de ser uma puta que amava desobedecer o pai apenas para irrita-ló.

Adentrei o meu quarto para um banho gelado para diluir um terço do ódio que estava sentindo daquele pirralho, a água gélida escorria pelo meu corpo enquanto uma onda de cansaço se esvaia momentaneamente.

O terno que iria usar já estava passado e engomado em cima da cama quando finalmente resolvi sair do banheiro.

A camisa branca social estava perfeitamente alva e alinhada com o blazer e a calça preta, além de alguns adornos de prata para quebrar um pouco da seriedade daquela roupa.

- Uau, que guapo - Diego assobiou e jogou a sua camisa na minha direção - Eu dava facilmente para você hein.

- Calado Diego.

Diego era o caçula da família, a diferença de idade entre nós dois era grande, mas isso não impediu que eu amasse e protegesse aquele garoto chato com a minha vida caso fosse necessário algum dia.

- Isso tudo é para a vaca russa?

- Desde quando devo satisfação da minha vida para um pirralho? - Questionei sorridente.

- Sou seu único irmão - Ponderou - E eu não quero um sobrinho ou sobrinha daquela russa insuportável.

Ignorei os mil e um lamentos do Diego sobre como a Annika era uma vaca nojenta, além dele tagarelar sem parar sobre as aulas de anatomia e tudo o que havia aprendido.

Diego era um dos meus maiores orgulhos, mesmo a nossa família tendo condições mais que suficientes, ele optou por tentar ingressar em uma das melhores universidades da Itália pelos seus próprios méritos.

- Volto mais tarde pirralho, se cuide, coma alimentos de verdade e não durma muito tarde estudando.

- Sim senhor - Respondeu prestando uma falsa continência.

A Ferrari prata recém comprada cintilava com o brilho da lua refletindo em sua lataria, os bancos exalavam o aroma indescritível de couro novo.

Apertei com força o volante e acelerei para fora da garagem sentindo a tensão se esvair do meu corpo a cada curva, era como se a adrenalina fluísse ainda mais toda vez que corria veloz pelas ruas pouco movimentadas da Itália.

A Deluxe cintilava em tons de vermelho, azul e lilás quando entrei, as meninas sorriram em minha direção enquanto ensaiavam as coreografias no pole dance.

Cumprimentei os funcionários e segui até a sala reservada a passos largos para a reunião.

Annika e o seu pai já estavam presentes juntamente com seus seguranças, abracei Ikaro e selei o dorso da mão delicada de Annika com um beijo singelo.

- É bom ver o senhor novamente - Falei sincero - Isso significa que gostou do nosso produto.

- As suas armas são uma das melhores que já comprei, e é sempre muito bom manter velhas alianças.

- Agradeço pela confiança.

Ikaro tagarelava sobre plantas depois da segunda taça de gin, sorri de modo falso ao fingir interesse em saber das propriedades da lavanda e de qualquer uma das milhões de plantas que ele parecia conhecer.

Annika fingia estar alheia a conversa quando deslizou a mão pela minha coxa direita.

Engoli em seco ao sentir sua mão abrindo o zíper da calça, continuei sorrindo para o Ikaro como se a sua filha não estivesse prestes a testar as minhas habilidades como ator.

- Você está bem Dimitri? - O russo indagou sorridente.

- Estou sim senhor.

Mordi o interior da minha bochecha ao ponto de sentir o gosto metálico do sangue quando Annika adentrou a minha cueca e apertou o meu membro.

As mãos delicadas subiam e desciam em movimentos constantes, respirei fundo e retirei a sua mão da minha calça antes que gozasse e tivesse que explicar o motivo do meu orgasmo.

- Se o senhor e a senhorita me derem licença - Pedi tentando evitar que Ikaro notasse a minha ereção - Preciso resolver algo, mas volto rapidamente.

Andei, ou basicamente corri, até o banheiro mais próximo para me livrar do problema que Annika causou.

A porta da cabine abriu rapidamente e um sorriso espontâneo surgiu ao ver a russa na minha frente com os lábios tingidos de um vermelho carmesim.

- Acho que devo continuar o que comecei, certo? - Indagou se ajoelhando na minha frente.

- Figlio di puttana - Murmurei ao sentir seus lábios envolverem toda a extensão do meu pau.

Segurei o seu cabelo com força e sorri ao ver ela tentar engolir mais do que conseguia.

- Nenhuma mulher nunca conseguiu meu bem, e você não será a sortuda da vez.

Ela aumentou a força da sucção e por reflexo joguei a cabeça para trás enquanto sentia o meu pulsar em sua e a minha porra preencher a boca da russa.

Annika levantou do chão e tentou me beijar, mas desviei dela e sorri ao ver a sua expressão beirando a incógnita.

- Odeio beijos Annika, e não ache que isso afetará a nossa relação que é estritamente profissional.

- O meu pai irá saber disso - Ameaçou, mas aquilo apenas me fez rir ainda mais dela.

- Não seja infantil Annika - Falei ao segurar o seu queixo - Sabe muito bem que o seu amado pai nunca iria quebrar um contrato comigo apenas por capricho da filha mimada.

Annika xingou alguns palavrões em russo e saiu do banheiro com o som do salto ecoando pelo ambiente.

Caminhei tranquilamente até a sala de reuniões e observei a russa e o seu olhar de puro ódio, mas ela sabia que contar o que aconteceu para o seu pai só iria garantir uma passagem só de ida para algum internato religioso.

- Tem alguma arma nova que queira mostrar?

- Sempre tenho novidades - Pontuei animado.

Apresentei as novas armas, incluindo uma submetralhadora capaz de perfurar até mesmo a cartilagem de um tanque, e uma bomba portátil que poderia facilmente explodir um prédio.

Ikaro separou as armas que iria adquirir para os seus homens, além de utensílios novos para as guerras entre a máfia russa e a chinesa.

- Vejo você em breve meu amigo.

- É um prazer rever um velho amigo novamente Ikaro.

Annika não fez questão em se despedir, apenas mostrou o dedo do meio quando o seu pai já não estava olhando.

Aproveitei o resto da noite bebendo com alguns amigos e observando alguma turista que quisesse uma diversão prazerosa e passageira.

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