Querido Naruto,
Sei que já falamos sobre isso pessoalmente, mas ainda sim, peço desculpas.
Quando estávamos no evento e você estava lá, na minha frente, tendo uma crise, quase entrei em pânico junto. Sentindo que foi por minha culpa toda aquela situação. Neste dia, eu não disse que te amo porque estava com pena ou porque queria que você parasse de chorar.
Eu realmente te amo. Muito.
Não quis te beijar este dia, nem fazer amor com você. Se o fizesse sentiria que estava me aproveitando de você. Você estava num momento de fraqueza, por minha causa, e não acho que seria legal tomar essas atitudes.
O que quero dizer é : desculpe fazer a situação chegar a tanto.
Assim como você disse aquela noite, sempre gostamos um do outro, mas éramos medrosos demais para admitir. Eu pelo ou menos era. Mas, preciso te contar uma coisa. Algumas semanas atrás, quando você se declarou para mim, dizendo que me amava, eu já havia pensado a respeito disso antes. Por inúmeras vezes, percebi o quanto gostava de você e seria difícil deixa-lo para trás — irônico, em dezembro esse era meu maior medo, me apaixonar — na noite em que estávamos fazendo um lanche, naquela casa de praia, lembro de pensar "eu realmente estou apaixonada, não posso mais negar. Eu o amo."
E quando você se confessou, um sentimento bom transbordou em mim, fazendo-me sentir flutuante. Imediatamente pensei em pular em seus braços e dizer "Eu também te amo, meu sol".
Essa é nova! Gostou? Vim pensando sobre isso há um tempo também. Você sempre me chama de lua e diz que tem haver com meus olhos, então parei para pensar. Se sou a lua, você é o sol. Somos completamente diferentes um do outro, mas ainda sim atraídos. Se lembro a lua pela tonalidade dos meus olhos, você me lembra o sol pelo seu calor e seu brilho. Você brilha, Naruto Uzumaki. Seus sorrisos são contagiantes, brilhantes demais. E você sempre faz com que eu me sinta acolhida, amada. Estar com você é saber que eu jamais sentiria frio, não importa o quão gélida esteja a noite.
Bem... Eu pensei em dizer que te amava. Mas já reparou que, as vezes, sentimentos como tristeza ou raiva se sobrepõe a alegria? Deixe-me explicar melhor. A felicidade e a tristeza parecem ser feitas da mesma medida. Tão fácil quanto é ficar feliz, é fácil ficar triste. A diferença é que a tristeza sempre parece mais avassaladora, tem um gostinho mais forte e amargo. Além de que a felicidade nos faz transbordar, já a tristeza fica armazenada dentro, roubando tudo o que há de bom em nós. Enquanto a tristeza deixa marcas mais profundas por ser mais forte, a alegria nos dá boas lembranças — o suficiente para nos manter fortes — mas, ela não se compara a tristeza — que parece sempre mais marcante e arrebatadora.
Você deve estar se perguntando porque estou falando coisas sem sentido. É que, por mais que soubesse que te amava, o medo me dominou logo a seguir. Medo, porque eu sabia que queria ir embora e não sabia o que fazer a seguir. Não poderia simplesmente ir, deixando-o com o meu coração. E quando você cresce em uma casa como a minha, você sabe que apenas amor não é só suficiente. Você sabe bastante sobre minha vida e sabe sobre como meus pais são. Há anos eles vivem brigando e já perdi a conta de quantas vezes eles substituíram o "te amo" por "te odeio". E eu não quero nunca ser assim, Naruto. Se ficarmos juntos, quero te amar até o fim. E quero ser amada até o fim. Então tente entender minha insegurança, vivi vendo o relacionamento conturbado dos meus pais, aonde minha mãe mais sofria do que era feliz. Por que a tristeza tem gosto mais forte, e amargo.
Então, desculpe por não responde-lo na hora. E nem depois.
Depois foi completamente culpa minha. Eu não sabia como falar com você e me acovardei, escondendo-me sempre que podia.
Desculpe.
Sabia que Sakura é boa com conselhos? Ela me fez questionar o que era melhor, uma vida ao seu lado ou uma vida longe de Naruto Uzumaki.
E adivinha, Naruto! Não sei como viver sem você. O amo, imensamente, intensamente. Com todas as suas qualidades e defeitos. Então, espero que você me ame de volta, pois estou disposta a enfrentar esse furacão para estar ao seu lado.
Te amo
Te amo
Te amo
Imensamente, intensamente.
Hinata.
(...)
Termino de assinar meu nome e dobro o papel, pensando aonde devo guarda-lo. Não sei explicar exatamente meus motivos, mas escrevi uma carta para ele. Hoje, eu, Naru, Sasuke e Sakura combinamos de ir a praia. É o último passeio que teremos tempo de fazer juntos e não pretendo tocar em assuntos tristes. Quero apenas amar Naruto e passar um tempo de qualidade com meus amigos. Olho para minha cama, achando o lugar ideal para coloca-la. Fiz um quadro para Naruto, disse que daria para ele — não naquele sentido — mas, enfim. Espero que ele goste. Pintei Naruto, literalmente, da forma que o vejo, lindo, brilhante e alegre.
Prendo a carta com um durex na parte de trás do quadro para não correr risco de danificar a pintura. Confiro minha mochila mais uma vez, coloquei um biquíni extra dentro, toalha, roupas e o protetor solar. Sasuke ficou de passar aqui em casa e vir me buscar. Ele e o irmão finalmente entraram de férias, então decidimos que hoje, segunda-feira, iríamos a praia.
Durante a semana passada, quando conversei com Kushina a respeito do evento que ela organizava — estava nervosa demais para ir e ignorei minha timidez para perguntar sobre como deveria me comportar ou se deveria fazer algo diferente. Ela apenas me disse para ser eu mesma e tentar me divertir um pouco. — quando conversei com ela, também resolvi abrir o jogo. Eu agradeci imensamente pela oportunidade que ela havia me dado em seu restaurante, agradeci pelo carinho e a abracei, lhe revelando que em breve estaria me mudando. Para minha surpresa, seus olhos marejaram e lágrimas escorreram. Então, ela disse "Espero que vocês sejam felizes. Boa sorte, querida". Assenti, um pouco envergonhada com o que ela havia compreendido, mas não a expliquei que não era exatamente aquilo. Em vez disso, uma ideia surgiu em minha mente e eu lhe ofereci um quadro. Ele estava guardado comigo há um tempo e me passava imensa tranquilidade. Era um dos meus favoritos. Mas, quando a obra inspirada em Naruto ficou pronta eu passei a ter uma nova favorita. Vinha trabalhando nela há algumas semanas e só ficou pronta recentemente.
Deixo de admirar a obra que Naruto é quando escuto batidas em minha porta. Viro-me para trás e minha mãe está lá, com a metade do corpo dentro do meu quarto.
— Seus amigos chegaram, Hina. — ela diz e finalmente entra no quarto, olhando ao redor.
Faltam poucos dias para que eu me mude. Meus móveis e a decoração vão ficar, mas já ajeitei a maioria das minhas roupas em malas. Não vou levar muita coisa de Konoha, apenas boas lembranças.
— Achei que ainda estivesse arrumando suas malas.
Balanço a cabeça para os lados, negando.
Quando os resultados saíram e eu descobri que havia passado, fiquei tão emocionada que comecei a gritar pela casa toda. "Mãe, eu consegui! Nabi, eu consegui! ", gritei animada. Elas ficaram tão felizes quanto eu, mas no dia seguinte, quando cheguei do serviço, peguei minha mãe chorando no meu quarto. Ela rapidamente disfarçou as lágrimas e me disse que estava recolhendo minhas roupas sujas para lavar. A desculpa obviamente não pegou, mas eu fingi acreditar e a chamei para assistir um filme comigo e Hanabi. Ela aceitou e ficamos as três a noite toda assistindo Harry Potter.
— A maior parte já está arrumada, não quero deixar nada para última hora.
— Não acha que... — ela começa a dizer, interrompendo-se no meio da frase — Amanhã, quando você voltar, podemos ir juntas ao shopping, o que acha? Eu, você e Hanabi.
— Acho ótimo! — sorrio. — Cuide bem da Hanabi, viu?
Minha mãe assente, parecendo estar recebendo uma ordem, então diz:
— Vamos continuar assistindo aquele filme hoje. Mas, não vou deixa-la passar das dez. Esse é o limite, dez em ponto ela deve estar na cama.
— Não é só sobre isso que estou falando. — minha voz soa arrastada. Engulo em seco.
Tem alguns dias em que eu queria tocar nesse assunto com minha mãe. Mas, é meio estranho uma filha estar dando conselhos ou até mesmo bronca na mãe.
— Não estou entendo. — Hana tomba a cabeça, com uma expressão confusa.
Tiro o quadro de cima da cama, cobrindo o com um tecido branco. Em seguida, chamo minha mãe para se sentar comigo.
— Você se lembra quando Hanabi nasceu e me deixou segurar ela pela primeira vez? — pergunto.
Ela assente sorrindo.
— Não esqueceria jamais.
— Então, se lembra do que me disse, certo? — ela assente, mas ainda sim repito suas palavras, que mesmo depois de oito anos jamais esqueci. — "Agora você é uma irmã mais velha, Hinata. Você precisa proteger Hanabi, assim como Neji protege você. Quero que cuidem uma da outra".
— E você sempre cuidou dela. — Hana diz, segurando minha mão — Não estou entendo aonde quer chegar, Hinata.
— Quero dizer que sempre tentei fazer de tudo pela Nabi e não é porque estou me mudando que parei de me importar com ela. Ou com você. — minha voz soa firme — Sei que as últimas semanas foram difíceis, você estava enfrentando muitos problemas e eu também. Mas, por mais difícil que isso seja, não pode se descuidar de Hanabi.
Hana torce uma careta, como se o que eu disse fosse loucura.
— Eu não... — ela começa a dizer. Interrompo-a.
— Hanabi não é culpada de nenhum desses problemas. Não quero que desconte sua raiva nela e não quero que beba na frente dela. Também não quero que a deixe sozinha. Hanabi é criança e não entende tudo o que acontece nessa casa, mas agora serão só vocês duas, então precisam se entender melhor! Arrume um passatempo que as duas gostem, faça algo divertido com ela!
— Hanabi disse que quer fazer aula de dança. — minha mãe revela. — disse a ela que era uma boa ideia.
— Isso é ótimo. — sorrio. — A acompanhe as aulas de vez em quando, a elogie sempre que der e se ela quiser desistir a incentive a continuar. Se ela não gostar das aulas, incentive-a a fazer outra coisa que goste.
Vejo os olhos da minha mãe se encherem de lágrimas. Eles chegam a brilhar e elas não demoram a cair.
— Eu sou uma mãe ruim?
Balanço a cabeça para os lados, negando e a puxo para um abraço apertado.
— Não é não. — afirmo em palavras — Mas, as vezes você se esquece que também pode contar conosco. Somos seus filhos e queremos que você seja feliz, mamãe.
Me afasto dela e a interrompo novamente quando ela tenta dizer algo.
— Também quero que você cuide de sí mesma. Saía com seus colegas de trabalho as sexta-feiras — digo, me referindo ao emprego que ela arrumou — mas, deixe Hanabi com alguém responsável. Aos domingos vocês podem almoçar fora e vá ao salão de beleza pelo ou menos uma vez no mês.
— Hinata, pare de me dar ordens! — ela xinga com a voz chorosa e me abraça de novo.
— Não estou te dando ordens. Só estou dizendo que você pode ser feliz, não precisa levar a vida com tanta seriedade e dureza.
— E se eu não conseguir, Hinata? Eu sei que eu e seu pai brigavamos muito, mas não sei se sou capaz de criar a Hanabi sozinha, sem ele.
— Ei! — belisco de leve sua cintura, ela dá um salto em meio ao abraço — Vocês se separaram sim, mas ele ainda é o pai de Hanabi. Meu também. Ele está há algumas quadras de distância e seu telefone dentro do seu bolso, então te garanto, você não está sozinha.
— Desde quando você amadureceu tanto assim? — ela pergunta, afastando-se do meu abraço.
— Eu apanhei muito para descobrir certas coisas, mãe. Sei que nem tudo no amor dá certo, mas isso não quer dizer que tudo dará errado. E você não precisa passar por essas coisas sozinhas, converse comigo sempre que quiser.
— Mas, minha menininha não estará mais em casa. — embora seja uma fala triste, sua voz soa orgulho. Orgulho de mim.
— Não estarei em casa, mas seu telefone estará ao seu lado. Então tecnicamente, estarei sempre há apenas alguns centímetros de você. Sempre que quiser conversar, ouvir conselhos ou fofocar. Ou se quiser apenas ouvir minha voz dando bom dia ou boa noite. Ou dizendo eu te amo.
— Te amo muito, Hinata. — minha mãe diz, levantando-se — Muito mesmo.
— Eu sei. Também te amo.
Ela dá dois tapinhas na minha coxa e se afasta, limpando as lágrimas.
— Seus amigos estão te esperando. — ela diz — Vai lá e curte bastante!
Assinto e beijo sua bochecha, pegando minhas coisas e desço as escadas correndo, quase esbarrando a tela na parede.
— Cuidado, Hinata! — minha grita, vindo atrás de mim — Vê se não corre!
Saio para fora de casa e mando um beijo para ela antes de entrar no carro. Sasuke veio com um modelo vermelho conversível e assim que me viu, começou a buzinar tentando me apressar.
— Estamos atrasados, Hinata. — ele diz, batendo a mão contra a buzina.
Entro no carro e ajeito minhas coisas no banco. Me viro para minha mãe uma última vez.
— Ei! — grito, chamando sua atenção — Eu estou namorando com Naruto Uzumaki!
Nesse mesmo momento, Sasuke arranca o carro, fazendo-me cair contra o banco, procurando um lugar para me segurar com força. A última coisa que vejo é minha mãe na porta de casa com uma expressão surpresa, é hilário. Seu olhos estão arregalados e a boca escancarada. Dou uma profunda e sincera risada, ainda segurando-me para não morrer com a velocidade absurda que Sasuke dirige.
Será que ele acha que estamos nos velozes e furiosos?
— Eai, gatinha?! — Sakura se vira para mim, mandando um beijo brincalhão — Está pronta para ver seu grande amor?
— Sakura! — repreendo-a e ela ri.
(...)
Assim que Sasuke estaciona o carro, saio para fora, feliz pela sensação da areia estar invadindo meus dedos dos pés. Ela é quente e faz cócegas. Não espero muito para que o casal atrás de mim me acompanhe, deixo-os numa bolha romântica enquanto caminho pela areia, procurando aonde Naruto deve estar. O encontro na varanda de sua casa — aquela mesma que ficamos algumas semanas atrás — ele está concentrado na churrasqueira, virando alguns hambúrgueres. Vou caminhando na ponta dos pés, tentando ser rápida para que ele não me note, então com cuidado para não faze-lo se queimar, pulo em suas costas, abraçando-o apertado.
Ele se vira minimamente para trás, surpreso e um pouco assustado, mas assim que nossos olhos se encontram, ele sorri.
— Oi... — ele começa a dizer, mas interrompo-o beijando seus lábios, num singelo e longo selinho. Nos afastamos, sorrindo igual a dois idiotas.
Esse é um beijo de "oi, como vai?", "senti saudades" e também de "te amo". O beijo deixa nós dois um pouco desestabilizados, surpresos. Mas, com certeza felizes, pois mesmo depois da nossa pequena desavença, absolutamente nada mudou. A não ser para melhor.
— Oi! — finamente o respondo, soltando-o do meu agarre, apenas para que ele se vire de frente para mim e volte a me beijar.
Dessa vez é um beijo de língua. Nossa. Gostoso assim como todas as vezes.
— Naruto, não deixe nosso almoço queimar! — ouço a voz ácida de Sasuke — Vai se comer com a Luazinha em outro lugar, eu cuido da churrasqueira.
Naruto se afasta dos meus lábios, ainda segurando minha cintura e olha para o moreno.
— Valeu, irmão. — ele agradece sincero e me segura pela mão, puxando-me dali.
Naruto e eu nos afastamos, procurando um lugar atrás da casa com vista para o mar para nos sentarmos. Durante o percurso, ele não tira os olhos de mim, mais especificamente dos meus cabelos.
— Combinou com você. — ele diz, passando os dedos entre meus fios, agora curtos.
— Obrigada. — agradeço.
Cortei meu cabelo na altura dos ombros. Quando era garotinha, lembro que sempre os usava nesse comprimento, depois deixei crescer e me acostumei com o tamanho longamente exagerado. Fiquei insegura quando resolvi cortar, mas não demorou para que eu gostasse do novo visual. Estava diferente, mas estava bonito.
Naruto se senta no degrau de uma das escadas e eu fico de frente para ele, entre suas pernas. Ele carrega um olhar de garoto, maroto e feliz, com um brilho pervertido que só reforça o quanto ele quer me beijar agora. Eu também quero. Mas, quando seus lábios vem em minha direção, esquivo meu rosto, fazendo-o beijar minha bochecha. Ele solta um muchocho e eu rio.
É claro que quero beija-lo. Só que antes, temos um assunto sério para tratar.
— Precisamos conversar, Naru.
Suas mãos circundam minha cintura, mas ele se afasta um pouco para encarar meu rosto.
— É algo ruim? — ele pergunta, torcendo uma careta.
Balanço a cabeça para os lados, negando.
— Amo você. — lembro-o, beijando sua bochecha.
— diz de novo. — ele pede sorrindo.
— Eu, Hinata Hyuuga, amo você, Naruto Uzumaki.
— Também amo você, Hinata Hyuuga.
Amo o sensação que sua confissão traz em mim. Desta vez, só coisas boas. Sei que ainda não resolvemos sobre o que vem a seguir, mas sei que agora lidaremos com isso juntos.
— Sobre o que quer conversar? — ele pergunta arqueando a sobrancelha.
Detesto ter que lembra-lo.
— Vou embora semana que vem, Naruto. Deixe-me falar primeiro, sim? — ele assente — Amo você. Amo mesmo. E eu o esperaria o tempo que for se isso significar ficarmos juntos. Você me esperaria?
— Por que temos que esperar? — ele pergunta confuso. — Hinata.... Eu estive pensando... E se não se importar, quero ir com você.
— Não é que eu não queira, Naruto. — Sou sincera. Não quero que haja maus entendidos entre nós — Mas, você não pode largar toda a sua vida assim do nada. Você ainda não se formou e acredite, eu quero mais que tudo vê-lo formado. Tenho certeza que vai ficar uma delícia de beca. — tento descontrair.
Naruto ri.
— Obrigado, eu acho. Mas... Já estou quase me formando, mais algumas semanas e acabou. — ele solta meu quadril, usando uma das mãos para bagunçar o cabelo — Quando eu disse que estive pensando, acredite, eu pensei em coisas demais.
Ele faz uma pausa e toco seu rosto, incentivando-o a continuar.
— Quando eu me formar, não planejo dar continuidade no meu curso, não quero estagiar nem nada. Quer dizer.... Vou ajudar meu pai com o que for necessário, mas acho que quero seguir outro caminho. Acho que ficar trancado em um escritório não é para mim. Meu pai gosta dessa vida, gerenciar a empresa e tudo mais, mas eu não. E acho que quero outra coisa.
— Naru, isso é...
— Eu me formaria. — ele me interrompe, dando continuidade ao seu raciocínio — E depois iria recomeçar. Com algo que eu realmente ame.
— Isso é ótimo, Naru! Fico feliz pela sua decisão.
— Então... — ele continua falando — se você quiser, quero ir com você. Se não me achar inoportuno ou grudento demais... Mas, preciso me formar primeiro, o que vai acontecer daqui algumas semanas. E depois preciso conversar com meus pais, contar a eles sobre o que decidi e não sei como vou resolver isso, mas direi que não irei assumir o futuro da empresa, embora eles possam contar comigo para qualquer coisa. Ajudarei encontrar alguém a altura desse cargo.
Seus olhos brilham quando ele termina de falar.
— Vai demorar um pouquinho, mas então quero estar com você. A mulher que amo.
Sinto em sua voz o quanto é uma decisão difícil. Ele me ama sim, mas também ama os pais e a vida que tem aqui.
— Eu realmente valho a pena, Naruto?
— Não é só por você que estou fazendo isso, lua. Também é por mim. E de toda forma, você valhe a pena sim. Por você eu seria capaz de tudo.
— Obrigada. — agradeço. Seu sorriso torna-se uma expressão confusa.
— Pelo o que?
— Por me amar e por não desistir de mim.
— Jamais desistiria de você, lua. É isso que amar significa.
Lágrimas brotam nos cantos dos meus olhos e eu suspiro me afastando.
— Olha, não é extraordinário, mas comprei uma coisa para gente.
Naruto me olha com atenção. Enfio as mãos no bolso e tiro de lá dois colares, ambos com um pingente e uma argola prateada. Naruto observa os desenhos.
— Sol e lua. — ele diz, pegando um deles e prende minimamente a respiração — e esses anéis, Hina?
— Namora comigo?
Naruto permanece sem reação por alguns segundos, em seguida, caímos os dois na risada.
— Estou falando sério, Naruto! — digo, parando de rir — Eu até pensei na possibilidade de você ir comigo antes, mas não queria propôr isso, porque não queria afastar você da sua vida. Então eu iria sugerir um namoro a distância até darmos um jeito.
Ele pega o colar com o pingente de sol e põe no pescoço, brincando com o anel.
— Não importa quanto tempo passe, o anel é para simbolizar o compromisso que temos um com o outro — digo — e o pingente é para você não se esquecer que é meu sol!
— Seu sol? — ele pergunta com um sorriso. Brilhante!
— Hm.rum. — concordo com um aceno e me afasto uns dois passos para trás, passando a blusa pela cabeça.
Naruto me olha meio surpreso, estou com um biquíni lilás e ao lado das alças no ombro, encontra-se minha mais nova tatuagem.
— Fiz em homenagem a nós.
O sol. A lua. E o mar.
— É linda, Hina. — ele diz, puxando-me para perto, tocando minha pele delicadamente.
— Eu quero você, Naruto. Me desculpe tê-lo feito esperar.
Seus olhos azulados brilham e uma lágrima desliza.
— Sorte a sua que não vamos mais precisar esperar por muito tempo. Daqui alguns meses estarei lá para te encher o saco.
Faço um biquinho indignado.
— Também vou te encher de muitos beijos, abraços, carinho e amor!
— Nos imagino deixando todos os nossos amigos com diabetes.
— Com certeza! — ele me dá um beijo na testa.
Dou alguns cutucões em sua cintura, fazendo-o se remexer para os lados, rindo.
— Você não respondeu minha pergunta! — volto a repetir — Namora comigo?
— Não precisa nem repetir. — ele diz e então me beija.
(...)
Passamos o dia jogando vôlei de praia e brincando com as ondas do mar. Almoçamos deliciosos sanduíches que graças ao desempenho de Sakura, não queimaram totalmente na churrasqueira. Acho que se dependessimos de Sasuke, seria melhor comer o carvão. Não me importei em jogar isso em sua cara algumas vezes durante o dia. Quando o dia começou a tornar-se noite, fomos até o restaurante — que dá última vez que viemos, Naruto e eu não fomos, trocando nosso jantar por uma noite de prazer. — pedimos algo para comer e a noite foi regada de boas conversas e risadas.
Quando voltamos para praia, haviam várias pessoas envolta de uma enorme fogueira, tocavam alguma música calma e uma barraca com bebidas foi montada. Cada um de nós comprou um copo de uma bebida alcoólica — não sei bem o que era, mas no fundo sentia o gosto de morango misturado com vodka — e nos sentamos ali, até o inicinho da madrugada.
Quando fomos embora, nos despedindo das pessoas que conhecemos ali, um vento frio soprava. Naruto me abraçou de lado e caminhamos para casa. Sasuke e Sakura estavam como Naruto e eu, se abraçavam e riam, andando meio cabeantes pela areia.
— Devíamos fazer isso mais vezes. — Sakura diz, soltando-se do agarre do namorado. Ela vem me abraçar — vou sentir sua falta.
— E eu vou sentir a sua. — digo, abraçando-a de volta.
— Vocês são tão melosas. — Sasuke comenta, fazendo uma careta.
Passo meus olhos pela sua roupa, uma escolha interessante.
— Por que está usando uma roupa com a Sakura em 2d? — pergunto.
Sakura e Naruto riem, Sasuke bufa murmurando algo sobre ter sido obrigado.
— Vocês são irritantes. — ele resmunga.
— E você vai sentir nossa falta. — digo, fazendo-o arquear a sobrancelha.
Por um instante, todos nós paramos e olhamos uns para os outros. Não estamos bêbados, só alegrinhos. Naruto segura minha mão e Sakura se afasta um pouco de nós, encarando nossos rostos, quando contamos a novidade.
— Nós estamos namorando. — revelo.
Assim como esperado, ela dá vários pulinhos, feliz pela gente. Gosto que Sakura seja uma pessoa intensa. Estamos na vida uma da outra desde que me entendo por gente e o motivo de felicidade de uma é a felicidade da outra. Eu simplesmente amo ela.
— Parabéns, amiga! — ela me abraça apertado, quase que fico sem ar. Em seguida ela abraça Naruto — Parabéns, Naru! É melhor você cuidar da minha amiga! — ela diz em um tom falso de ameaça. Depois se vira para mim — E é melhor você também cuidar dele, Hina!
— Nós vamos. — respondemos juntos, com um sorriso.
Nos surpreendendo, Sasuke junta nós quatro num abraço, de uma vez só.
— Estou feliz por vocês. — ele diz, beijando minha testa e bagunçando o cabelo do irmão — Vocês merecem isso.
Nos separamos.
— Planejo ir para sunagakure. — Naruto conta — Só preciso resolver uns lances primeiro. Mas, é isso, estamos de mudança. Um recomeço.
— Você... — Sasuke começa a dizer, interrompendo-se. Tem lágrimas nos olhos dele. — Você vai ser feliz lá, com a baixinha ai. — ele aponta para mim e funga, me fazendo rir.
— Não sabia que você era sentimental, Sasuke. — digo em tom de deboche.
Ele dá um sorriso ladino e puxa a cintura de Sakura, beijando-a na bochecha.
— Só estou feliz, agora o apartamento vai ser só nosso, amor.
Naruto revira os olhos, sabe que o irmão está fingindo ser durão. Os dois cresceram juntos e sempre estiveram lá um para o outro, assim como eu e minha amiga. Então, é natural que algumas mudanças sejam difíceis. Naruto puxa Sasuke para um abraço e o aperta mesmo, eles ficam nessa por longos segundos.
— Ainda vou te amolar por uns meses. — Naruto diz.
Sasuke dá um soco brincalhão em seu braço e voltamos a caminhar.
De volta para casa.
(...)
Assim que entramos pela porta do quarto, Naruto faz questão de me carregar no colo, não de uma maneira pervertida, mas de uma forma fofa e protetora. Ele me dá um lindo sorriso e desabamos na cama, rindo.
Então, ele me beija.
Seus lábios tocam os meus, eufóricos. E por alguns minutos, nos permitimos esquecer de tudo apenas nos entregando as carícias e a esse sentimento que paira sobre nós.
— Amor... — gemo para ele, sentindo-o beijar meu pescoço.
Ele levanta o rosto sorrindo e me dá um beijo.
— Amor... é?
— Sim! — concordo e o derrubo na cama, fazendo com que ele se deite ao meu lado. Ficamos encarando um ao outro, as vezes Naruto mexe no meu cabelo, tirando um fio que caiu sobre meus olhos. Alguns minutos se passam.
— Você está bem? — ele pergunta.
— Estou. — assinto e beijo ele outra vez. Só um selinho. — E você?
— Estou muito feliz. — ele confessa.
Uno nossos lábios outra vez, sentindo sua língua invadir minha boca. Ele me puxa pela cintura e metade do meu corpo está sobre ele. O sinto excitado abaixo de mim e sorrio, continuando a beija-lo. Mas, logo me afasto e me deito novamente ao seu lado, fazendo seu peito de travesseiro. Ele me abraça.
— Vamos só dormir hoje? — pergunto.
Ele assente coçando a garganta e olha para baixo.
— Pode ser, mas preciso me acalmar primeiro ou dormir junto com você não vai dar certo.
Rio e o beijo de novo.
— Para com isso, lua. Você quer só dormir, mas fica me atiçando.
— Também estou com vontade. — digo, deixando-o confuso — Mas, nós ainda vamos ter muito tempo para isso. Quero curtir esse momento abraçadinha com você, escutando a sua voz enquanto você faz cafuné em mim.
— Você é uma pilantra. — ele estreita os olhos e afasta o quadril de mim para que eu não possa senti-lo.
Queria aliviar para ele, mas sei que se começarmos o serviço, vamos faze-lo completo.
— Quero que você me fale sobre aquela tela sua. — ele diz.
Com isso, acabo me lembrando de uma coisa. Não acredito que tinha esquecido.
— Eu tenho um presente para você! — digo. — Está no carro do Sas, eu vou lá buscar.
— E eu vou tomar um banho enquanto isso. — ele se levanta, dando-me mais um beijo.
Me afasto sorrindo.
— Te amo.
— Também te amo, lua.
Ele se afasta pegando uma toalha e eu saio do quarto, indo pegar o quadro que pintei.
O sorriso não sai do meu rosto. Um sentimento leve percorre meu corpo, sentindo a magia de amar e ser amada.
Naruto Uzumaki é meu sol. O amor da minha vida.
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Últimos capítulos 🥺💗
Não é 100% confirmado ainda, mas quando essa fic for finalizada e os capítulos da 2ª temporada não forem lançados, pode ser que eu lance uma nova fanfic.
Se eu realmente lançar, será uma fic curta! E com um tema bemmm diferente kkkkk não esperem nada fofo, a fic seria focada em uma "tragédia" e o tema será sobrevivência. Diferente, né?