Volúpia

By LindaCordoba

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ele precisava de amor.... ela deu tudo que tinha... Quando Amber entrou na sala de Hector pela primeira achou... More

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By LindaCordoba


"Amber...não precisa ir se não quiser" disse a mãe beijando-a na bochecha.. Ela estava preocupada... Realmente Amber não queria ir... Onde já se viu? Os boatos eram terríveis, pelo que havia ouvido, já tinha mil nomes em mente para compará-lo, um homem viciado em trabalho e perfeição, e Amber sabia que não era tão perfeita, Que todas as garotas que trabalharam para ele tiveram que fazer anos intermináveis de terapia... E que algumas estão internadas em um hospício.. Com toda a certeza esse não era o futuro que queria para si... Mas não podia se dar ao luxo de faltar a uma entrevista de emprego.. Esperou um mês para que a chamassem. E no inicio da semana finalmente haviam feito, mas, ela não chegou a fazer a entrevista, Uma das garotas que estavam lá foi contratada e acabou voltando para casa, Tomou susto quando nessa manhã a ligaram perguntando se poderia ir a entrevista, Ao que parece a garota olhou para o chefe de uma maneira que ele não gostou só talvez rolasse um boato sobre agressão física, talvez fosse por isso que havia sido indicada para o emprego, alguém queria a ver sofrendo, e sabia muito bem quem, claro que Amber tinha outros receios para se preocupar, como o fato de nunca antes ter trabalhado em um escritório, e que nunca antes tivera um chefe, já teve treinadoras, professoras, mas nunca chefe, não sabia se seria pior ou melhor, porque Deus sabia que não era fácil ser uma dançarina profissional, e sabia o quanto Amber tinha ansiado por isso, durante toda a vida nunca tinha pensado em ter outra carreira se não bailarina, nunca antes tinha pensado que poderia trabalhar em um escritório, quando na verdade queria estar em uma competição dançando tango, dominava todas as danças de salão, e era uma bailarina esplendida desde os seis anos de idade, e nisso se fixou toda sua vida, ir para outra área aos 26 anos, a atormentava, respirou fundo e voltou a olhar para mãe.

"mas do que esta falando? É claro que vou.... Ele não deve ser ruim e eu me garanto mamãe, pior que a professora La clair? Aquela mulher quase arrancou meus pés, eu sou durona, esqueceu?" Amber afirmou com uma convicção que a levaria a ganhar algum premio, Na verdade estava tremendo, Morrendo por dentro. Preferia parar um ônibus com seu corpo do que ir a entrevista de emprego... Mas a mãe não tinha que saber disso... Nessas horas sentia falta de Theodore, quando amber parava para pensar, sentia que isso havia sido o começo, de algo que ela não conseguia sair, o começo da sua tristeza e desespero, sem seu irmão mais velho, sentia que não era nada, que não conseguia, não podia dar conta de tudo como Theodore, sentia falta ate mesmo do tempo em que ele nunca ficava em casa, de quando estava em missões para as forças armadas, de quando chegava uma carta com seu nome nela, ou quando o telefone fixo tocava inesperadamente era o único motivo pelo qual possuíam telefone fixo, e amber ainda não havia conseguido se desfazer dele, já havia passado anos, lembrava de como ele era autoritário, possessivo, e bravo, que faria qualquer coisa pelo que amava, e esse era seu problema, se não fosse um idiota, estaria vivo, se não fosse a droga de um herói, se não tivesse aquele senso de justiça, tudo em que pensava era que queria que seu irmão tivesse seguido uma profissão diferente, amber quis chorar apenas de pensar, de lembrar daqueles homens do governo batendo em sua porta em pleno domingo, do pai que caiu chorando de joelhos, ao saber que seu único filho, o amor da sua vida, estava morto, amber levou meses dizendo que se não tinha corpo, não se podia provar nada, mas a verdade é já fazia tempo demais, ainda tinha vivido em sua mente, o dia que o irmão decidiu ir para o colégio militar, tinha apenas 12 anos e já sabia o que queria, era o orgulho da casa, de toda vizinhança, e quando o conhecia, era impossível não se apaixonar por ele, sentia-se culpada por ter passado tanto tempo viajando com a companhia, se tivesse ficado em casa, teria visto mais o irmão, e não sentiria tanta saudade, ele gostava de fazer reparados na casa, de ajudar sua mãe e seu pai, e era o melhor irmão que alguém poderia ter, amber se sentia aliviada de não ter que contar para ele sobre o acidente, mas tudo que seu coração ansiava era pelo abraço do irmão, não queria nada além disso, e não podia demonstrar isso na Frente da pessoa que mais estava sofrendo, sua mãe, não podia, tinha que ser forte, Theodore era uma mistura de calmaria e tornado, não existia outra explicação, por isso se dava tão bem no exercito, amber queria ter conhecido a namorada, queria ter conhecido a mulher que o irmão amava e lhe dado um abraço, mas, ninguém sabia onde ela estava, ou o que acontecia entre eles, amber apenas sabia que os últimos dias do irmão, haviam sido os mais tristes de sua vida, e pelo relatos, ele se entregou a morte, ela tentou desviar os pensamentos, pensar em qualquer coisa que não a fizesse querer desistir.


Já faziam 5 meses que o pai morrera ... E a mãe não estava em condição para trabalhar, depressiva,. E para piorar estava grávida, Deus sabia que Amber não estava em seu estado normal há meses, estava a beira de um colapso quando a última pessoa da face da terra a qual ela achou que pudesse recorrer a ajudou, a princípio Amber negou, mas não podia se dar a certos luxos, então aceitou, mas era de conhecimento geral que ela e Mel ( a pessoa a qual havia lhe ajudado) não eram amigas, nem nada perto disso, mas também era de conhecimento de todos que Mel sempre fora aluna de música de Derek, pai de Amber, o que era no mínimo para Amber um infortúnio saber que seu pai havia passado tanto tempo com a Srta Mel que de Mel não tinha nada, quanto com ela que era sua filha. Mesmo sentindo falta do pai e de todos os momentos que ainda poderiam ter.. não tinha tempo para o luto.. Precisavam comer... Poderia mentir e dizer que não chorava todas as noites ate dormir com saudades do seu querido pai, mas, seria mentira... JÁ fazia um tempo que o corretivo era seu melhor amigo.. Quando não estava maquiada era impossível não perceber o luto, a confusão que havia se tornado, e para piorar, era obrigada pelo bem de todos a receber ajuda daquela cobra, podia lembrar do como tudo havia acontecido, quando aquela mulher entrou pela porta de sua casa sem ao menos bater, como se fosse intima, como se a casa fosse dela, e ainda podia sentir o mesmo ódio que sentiu quando viu a mãe levantar do sofá em um pulo, sem nem se preocupar com a barriga enorme que ostentava, e correr para abraçar o inimigo que entrava, ainda lembrava-se dos sapatos caros e envernizados que ela calçava um bico tão fino que poderia ser usado como uma arma, e um solado vermelho irritante, que dizia a Amber exatamente que tipo de sapato ela usava, viu quando ela se sentou no sofá, e deixou uma carta na mesa, nem se quer olhando para Amber, como se ela não existisse, não estivesse na sala, ela disse.

"Estou indicando Amber para um emprego na multinacional de um conhecido, ele é muito exigente, mas, o emprego é um dos melhores que poderia existir para alguém como ela aprender como o mundo real funciona, espero que de tudo certo"

E foi assim, com toda a soberba das palavras, que a garota se levantou, ficando sem duvidas uns bons centímetros maiores do que amber e sua mãe, viu quando elas se despediram, e principalmente, quando aquela mosca morta entrou em uma limusine de 200 mil dólares, teve que respirar fundo por semanas, ouvindo a mãe dizer o quanto Melanie Campbell era boa por ajudar, mas, amber só conseguia lembrar da soberba que ela tinha ao dizer " alguém como ela aprender como o mundo real funciona" francamente! Quem essa garota achava que era? Muitas vezes não tinha nem o que comer, vivia de caridade, podia se ouvir o estomago dela roncando pela escola inteira, ela devia ao menos se humilde.

"Mas amber.. Você mesma disse que duas das garotas que entraram para a entrevista foram embora chorando inconsoladas " diz a mãe enchendo uma xícara de café, tirando amber do devaneio de raiva em que se encontrava

"Mãe eu consigo... Eu juro" disse ao se levantar... " Preciso me arrumar. Preciso ter coragem .não ? afinal não seria bom fazer isso com a Melanie, tenho certeza que ela fez para tentar ajudar a senhora já que meu histórico com ela não é dos melhores " disse em tom irônico

"em outras palavras vocês duas sentiram ódio à primeira vista desde pequenas" a mãe sorriu enquanto virava uma panqueca, pois não era segredo a ninguém no mundo, o que acontecia entre elas

"pelo menos a que podia ver sim" disse Amber com um meio sorriso maldoso, mas o fechou ao ver o olhar da mãe.

" você ainda vai se arrepender de certas coisas Amber, é muito jovem e coisas que não tem graça fazem com que se divirta, por hora" a mãe a reprendeu e Amber preferiu não ficar para ouvir

Melanie Campbell era pupila de seu pai, e isso sempre fez com que Amber a odiasse, ela era muito estranha, e quando criança era cega, na verdade toda a família da garota era estranha perante Amber e outras famílias do bairro, já que a mãe da garota, uma senhora pouco amistosa, também era cega, e o pai da garota sofria de alguma deformidade que o fazia andar completamente torto, tinha olhos de tamanhos diferentes que ficam em posições diferentes, e seus dentes saiam para fora dos lábios, era como olhar para uma aberração e isso quando criança, fazia Amber tremer dos pés a cabeça, tinha calafrios, e já tinha ate chorando apenas para não olhar para ele, quando a família se mudou para o bairro, Amber era criança e tomou um susto, pareciam recém chegados de um circo para ser honesta com suas lembranças, ela não gostou da família de primeira é claro, havia uma garota um pouco mais velha que Amber que não aparentava ter problema algum, porem Amber não queria ser amiga daquela gente, e realmente não foi, mesmo quando os outros tentaram ser caridosos conversar, Amber nem ao menos tentou, a garota além de cega era muito soberba, e todos diziam que ela era sem duvidas a criança mais bonita que já tinha visto, Amber não via nada demais nela, era uma criança comum, e mesmo que fosse bonita, não tinha graça alguma ser bonita e não poder enxergar, para piorar, a garota era a dona da verdade, tinha uma língua afiada mesmo sendo mais nova e já era quase maior do Amber, e não demorou muito para que ela se tornasse muito maior, mesmo sendo uma aberração, seu pai era um pintor famoso, que era de onde saia a renda da família, amber tinha medo das obras dele, eram coloridas mas muito tristes, não gostava daquilo e muito menos entendia, Amber podia dizer com toda certeza, que ela e Melanie se repudiavam, uma vez que Melanie mesmo sendo uma ladra, uma pessoa sem escrúpulos, mal educada, orgulhosa e soberba, todos pareciam passar a mão na cabeça dela, "pobre Melanie, tem muitos problemas" quando na verdade Amber via em sua face dissimulada a falta de caráter, era como conviver com uma cobra, uma vez que seu pai encantado, fez de Melanie como sua filha, uma vez que Melanie era alta, magra, uma musicista perfeita, uma pintora excelente, e super. dotada nos estudos, mesmo mais nova, acabou os estudos no mesmo ano que Amber, e quando seu irmão estava em casa, dava toda a atenção para ela, sempre davam, Amber não queria ser inveja, mas seus problemas com ela muitas vezes iam além, já que a mesma não deixava passar uma única chance, de jogar na cara de Amber, o quanto era melhor do que ela em qualquer coisa que se propusesse a fazer, e isso sim, era guerra"

."senhorita Clarkson... O senhor Santibãnes lhe espera" disse a loira impecavelmente linda e bem vestida ... Não que Amber não estivesse a altura... Mas vê-la tão bonita e com as unhas tao bem feitas... A deixavam para baixo. Se pelo menos tivesse tido tempo de pintar as unhas... Tinha vontade de fingir um desmaio e sair dessa. Sorria para ela, E então tomou coragem de perguntar.

"Sabe me dizer por que a antiga secretaria foi demitida?" Ela sorri. Parece entender sua aflição

"o Senhor Santibãnes não gostou do modo como ela tirava as xerox. Ele disse que saiam tortas nos cantos.... E a letra dela não o agradou" a moça lhe respondeu com uma simpatia forçada, que parecia usar com todo mundo, ate com os pais, Amber se perguntou se teria que ser assim, sorrir para todos ate as bochechas gangrenarem e caírem.

"A letra?" perguntou Amber alarmada.

"Sim... Ele exige uma caligrafia impecável de seus funcionários" disse a loira à ela e automaticamente Amber sentiu que iria vomitar... O café que tomou de manhã estava voltando, E podia sentir... Ela sempre teve a pior letra da turma... Muitas vezes nem ela mesma sabia o que havia escrito. Os professores do colegial a chamavam de " Amber a islâmica " pois diziam que ela escrevia em aramaico... Perdendo as força das pernas, sentia uma imensa vontade de fazer xixi... Começou a suar... Meu Deus... Meu Deus...

"Posso ir ao banheiro antes?" pergunto a recepcionista que levantou as sobrancelhas espantadas, tinha um olhar um pouco incrédulo, e uma expressão que dizia exatamente a Amber, que ela não iria passar.

"O senhor Santibãnes odeia atrasos" disse ela alarmada

"Aposto que ele também vai odiar meu xixi no seu tapete caro" disse Amber a ela que apontava para o banheiro

"Seja breve" disse ela em tom de imploração... Todos no lugar, que era uma enorme sala chique com tons neutros de preto, azul escuro, cinza e prateado a olhavam. Tinha a impressão de todos estarem pisando em ovos... Seria assim trabalhar aqui? Pensou ela, encaminhou-se para o banheiro enquanto rezava o pai nosso...Sussurrando baixinho... Quase de olhos fechados ela prosseguiu, não era muito devota, mas ia a igreja as vezes, e desde criança só sabia rezar o pai nosso e o ave Maria, talvez soubesse rezar um terço, mas não tinha nenhum no momento, por isso fechou os olhos, e implorou que tudo desse certo

"Pai... Paizinho... Oh pai... Meu Deus..
Pai nosso que estais no céu...
Santificado seja o teu nome"
Venha vós,...AIIIIIIIIIIHMMMMMMMMM. AHH" gritou ao chocar contra alguém... Droga! Isso que dá andar de olhos fechados!. pensou e logo em seguida lembrou". "Mas não sei rezar de olhos abertos."

"Você não olha por onde anda?" pergunta a pessoa na qual ela esbarrou e por um tempo ela demora em enxergá-lo com clareza, é um homem... Um homem alto e muito atraente, e seus lindos olhos verdes.. Seu cabelo loiro esta impecavelmente penteado, Mas isso não a abalou.. Achava ela que seus problemas eram maiores... Tentou o ajudar a se levantar do chão, mas ele não aceitou. Então levantou sozinho e se pós a encarar.

"Desculpe-me... Eu não quis esbarrar em você... Geralmente eu olho sim por onde ando. É que eu estava rezando.... não sei rezar de olhos abertos". Ela respondeu com dificuldade, um pouco zonza na verdade, já não bastava a dor constante no corpo, esbarrar contra ele, era como esbarrar em uma parede de concreto, quase saiu uma lagrima de seu olho
Diz desenfreada. Sem respirar. Estava muito mais nervosa agora que ele se posicionava de pé e era uns 30 centímetros maior que seu 1,60... Seu paletó estava amassado e ela passou a mão tentando desamassa-lo. Mas não conseguiu e então acabou parando e morta de vergonha olhou pro chão, pois a cara que ele fez quando ela o tocou para desamassar o terno, essa cara podia ter a matado na hora, não de vergonha, mas de medo.

"rezando? ' é o que ele pergunta, não aceitou as desculpas... E olhar para ele lhe dava medo a ponto de gelar a espinha... Ele era assustador... sua vontade era sair correndo. Sua voz era tão fria e sarcástica e ele olhava por entre as sobrancelhas...

"Sim... Pra Jesus... Desculpa-me mesmo! Serio. De Coração. Eu realmente não queria esbarrar em você. Agora me da licença que estou atrasada pra minha entrevista... e quase fiz xixi nas calças agora" disse correndo o deixando plantando no meio da sala... Poderia jurar que ele ficou vermelho e de sua pele começou a evaporar fumaça. Estava muito irritado. Mas ela não ficou pra escutar o que ele iria dizer... E não tinha esse tempo. Entrou no banheiro desesperada... E olhou-se no espelho... Suas bochechas estavam anormalmente vermelhas... ... O seu tom de pele estava mais pra amarelo. Amarelo mesmo e não bronzeado.. E os seus olhos também eram amarelos quase mostarda... E o seu cabelo adivinha? Era amarelo também... Da cor do trigo! Ela era uma pessoa literalmente amarela... Gritava todos os palavrões que conhecia enquanto fazia xixi... E então se arrumou, apertando com cuidado a cinta e a tala que tinha que usar após a cirurgia, e saiu para a sua entrevista. As mãos tremiam. Tremiam mesmo. Assim como os lábios... Encontrou todos a olhando quando saiu do banheiro... Literalmente todos. Agora havia mais gente do que quando entrou no banheiro e eles não estavam trabalhando. Estavam olhando para ela... Repassou mentalmente a imagem que viu no banheiro.. Sabia que seu batom vermelho não estava manchado. E seu cabelo solto ainda estava bonito... Que a sua saia lápis preta não estava marcando a calcinha por que não estava usando uma e que a sua camisa de seda azul Royal com botões neutros estava bem alinhada, não tinha um único pelo se quer na sua meia calça preta... Então não entendeu por que todos pareciam tão alarmados... Uma garota no fundo da sala começa a chorar e então outra a abraça ela... Todos nessa empresa pareciam depressivos... Encontrou a recepcionista loira de pele morena... Ela andou ate ela. Não falou, mas, fez um gesto para que a seguisse... Pararam em frente a uma enorme parede espelhada... E Amber aproveitou para olhar o seu reflexo e parecia bom, achou que merecia o emprego só por ser tão bonita mesmo nervosa... A recepcionista loira não olhou nem uma vez para o espelho. O que fez Amber sorrir, durante toda a vida nunca havia conseguido olhar para um espelho sem jogar o cabelo, ou mandar beijos para seu próprio reflexo, talvez não fosse bom fazer isso no trabalho, ela pensou, tentou se recompor, mesmo assim foi impossível não notar o quanto parecia feio seu jeito de andar, sempre havia tido uma graciosidade no andar, uma leveza que a dança havia lhe dado, mas toda vez que dava um passo, sua coluna ardia, e sentia o fêmur lhe atravessar a bacia, era lembrava constantemente, 24 horas por dia, que sua felicidade, havia acabado, isso lhe deu uma onde repentina de coragem, e um olhar de tristeza que superava o medo que sentia da entrevista, porque, se perguntava, o que tinha a perder? Ela mesma, acreditava que não tinha nada, estava lá pela mãe, pela família que ainda tinha.

Ela para diante a uma porta também espelhada só que com enormes letras Pretas "Hector Santibãnes..". Embaixo estava escrito 'CEO" .. Sentiu a temperatura do corpo abaixo de zero.... Ela bate na porta e então a abre..

"A senhorita Clarkson esta aqui para a entrevista". Diz ela...

" diga a ela que entre e feche a porta"

E então a loira lança um dos olhares mais tristes que amber já havia recebido na vida e de cabeça baixa... Sem olhar para ele. . ela entrou e trancou a porta selando assim a sentença de morte.... Era ele... O homem no qual ela havia esbarrado... Estava sentado atrás de uma enorme mesa e seu escritório era simples e bonito... Muito preto e escuro... Ele manteve os olhos nela e ela não olhava para ele. Então olhou para a porta e viu que a parede de espelho era falsa... Ele pode ver tudo que acontece do outro lado. ele viu quando ela passo mancando, com saltos enormes, viu quando ela se olhou e se achou bonita, mas, logo em seguida constatou que não era real. Ficou ainda mais nervosa... Tinha a impressão de que iria vomitar no tapete que com certeza custava mais que o valor da casa em que morava... Parou diante da mesa dele e levantou seu rosto... Ele ainda a olhava com a mesma expressão de quando ela havia esbarrado nele há 10 minutos...

"Sente-se senhorita Clarkson". ele disse, ela o olhou desconfiada, uma pessoa com um rosto tao impassível, nunca saberia o que ele estava pensando, para não ter muitas emoções mas de certa forma ela podia ver que ele se controlava para não arremessar qualquer coisa que estivesse na sua frente nela, se sentou totalmente desconfortável na cadeira preta e dura , a voz que ele tinha, e a maneira como estava sentado, o olhar afiado, esperando um erro, algo para mandá-la para a guilhotina, ate uma simples palavra, fazia com que se sentisse em um interrogatório policial, e pelo visto, era culpada! E isso tudo, sem ele se quer começar a entrevista.

Levantou o rosto decidido a encara-lo. Mas, então mudou de ideia, não conseguia, sentia vergonha demais, e vontade de matar a pessoa que havia lhe indicado para tal humilhação, olhando de novo para baixo... Estava confusa... E principalmente tentava não vomitar. controlava a imensa dor de barriga que sentia... Quando pensando em correr e nunca mais o ver, mas, não podia correr, não podia fazer nada, e isso a fez ficar.

" diga-me senhorita Clarkson.... Porque deseja trabalhar para mim?...

Ela cogitou o que aconteceria, caso vomita-se como a garota do exorcista em seu escritório, pegaria mal?... Pensava no que ele que respondesse "sim sempre segui seus passos. Sempre sonhei com este emprego" .. Mas seria mentira... Se teve algo que nunca quis na vida foi este emprego... Amber Respirou fundo...

"Preciso do dinheiro... Não achei nenhum que pagasse mais que este". Responde e ele muda de posição, Parece digerir a resposta...

"vejo que tem um curriculum muito bom senhorita Clarkson... Só esqueceu um ponto, isso não é o ballet Bolshoi e Deveria ter adicionado.. "Não sei rezar de olhos abertos". E sua voz foi tão severa. Tao sarcástica, maldosa. Que parecia estar a humilhando. Agora entendia o por que aquelas garotas sairão chorando... ele não precisava dizer palavrões ou coisas maldosas para magoar alguém, ele podia apenas desejar um bom dia, que seu olhar severo, já dizia tudo por si mesmo, provavelmente sairia chorando também.... .. Ela não o responde. Apenas olha para ele com uma cara de que não havia gostado do que ele disse. Odiava que rissem dela.. E não. Conseguia fingir... Ficou o encarando.. Esperando ele a mandar logo embora e acabar com seu sofrimento... mas respondeu

" claro que não senhor, é muito diferente do Bolshoi, eu sei bem, já que tive o prazer de fazer parte dele"

Ele a olhou de cima a baixo, um pouco atordoado, talvez estivesse olhando o peso que amber tinha ganhado nos meses em que não conseguia levantar da cama, ou talvez seu olho clinico ainda pudesse ver algo, algo que Amber não havia coberto, alguma marca ou cicatriz, isso a deixou irritada

" leu os termos para o trabalho senhorita Clarkson?"

"Amber.. Pode me chamar de Amber. E sim eu li e concordo"

"Eu prefiro Senhorita Clarkson.... Nomes são muito pessoais.. E não existe espaço para intimidade nesta empresa, esta entendido?" . Ele a responde de forma cortada e direta, sem ao menos se mover, e por alguns segundos, ela se perguntou se ele respirava, não conseguia discernir se o peito dele tinha algum movimento naquele terno, talvez por isso fosse tão assustador, talvez fosse alguma espécie de ser sem sentimentos ou coração, porque seu tom era tão duro que quase a fez chorar em sua frente, depois disso, ela não entendeu quase nada do que ele disse, apenas confirmava tudo com a cabeça, dizia sim e não para algumas coisas ,entendeu algumas perguntas sobre o currículo, e fora isso apenas ouvia o que ele lhe dizia, pensou em pedir desculpas de novo, e inventar que estava fora de si, que o nervosismo havia tomado conta de seu corpo, mas, não era verdade, Amber era sempre desastrada, sentia uma vergonha enorme ao pensar que havia tentando desamassar o terno com as mãos, e que havia o tocado, entendia bem porque todos do escritório olhavam para ela no momento em que saiu do banheiro, primeiro, achou que seria uma homem mais velho e não alguém que estava na faixa dos 30 anos, segundo, não pensou que um CEO herdeiro fosse bonito, achou que talvez fossem como os príncipes da idade media, que independente do titulo e da nobreza, nada podia os deixar bonitos, a aparência do homem a sua frente era calma quanto assustadora, os olhos verdes, tinham um tom tão especial, que podiam substituir o branco e se tornar a nova cor da paz mundial, isso, se ele não fosse o diabo encarnado, talvez fosse o anticristo, mas ela não queria pensar tais bobagens, pois, o medo que sentia já era suficiente, ao contrario do que devia acontecer, olhar para alguém como ele não trazia paz alguma ao corpo, apenas uma angustia e aperto no coração, tinha medo de sair daquela sala em uma ambulância, sofrendo uma parada cardíaca, o ar parecia estar sendo roubado de seus pulmões e a dor na barriga se intensificava, ela voltou a pensar em não vomitar, não era bom vomitar, não devia fazer isso.

"Então senhorita Clarkson... Se concorda com tudo... Vá e diga a Jessica que esta contratada" diz ele virando de costas em sua cadeira, era um gesto que lhe dizia bem, que estava dispensada, que podia sair. De todas as coisas estava pronta para ouvir, contratada não era uma delas, levantou, e não se sentia pronta, abriu o sorriso mais surpreso da sua vida, estava empregada. As pernas estavam bambas e quase não conseguia dar passadas, andando desnorteada, ela sai da sala escura e se depara com o corredor iluminado e brilhoso, arrastando-se ate a mesa da recepcionista, puxou a lata de lixo que ficava ao lado, caindo de joelhos, vomitou sem parar na lixeira, na frente do escritório inteiro, limpando a boca apos longos minutos, desejou que ele ainda estivesse de costas, que ele não tivesse visto a cena que ela protagonizava do lado de fora, ajoelhada no carpete, abraçada na lata de lixo.

"Ele foi muito duro?". Pergunta a recepcionista.. Todos olham para elas

" foi" disse terminando de limpar o rosto. ". eu imagino que ele sempre seja duro. E não sei se estou feliz ou triste por estar contratada..."

"Eu sinto muito..." diz ela...

"Estou contratada" repetiu a ela enquanto se encostava na parede

"O que?"

"Estou contratada"

"Eu sinto muito". Diz ela de novo. E Amber sabia que sentia que esse não era bem o tipo de emprego que se devia parabenizar por conseguir, o dinheiro era bom, e talvez fosse como vender a alma, com ajuda de Jessica, a recepcionista, Amber conseguiu pegar um táxi para casa, onde passou mal o resto do dia. 

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peggau e sn sao irmaos e se amam e ta meio obvio isso lkllkk mas tem coisas a mais...(vai ter mafia envolvido na historia) Contem palavroes