#pandagravidinho 🐼
🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑
"Jimin"
ㅡ A... Advogado? ㅡ ouço Jungkook perguntar, mas é meu corpo que petrifica.
O homem assentiu, sorrindo para ele.
ㅡ O senhor Ha acabou de chegar. ㅡ Taehyung fala a Jungkook, vendo-o me olhar ainda com o cenho franzido, antes de voltar e encarar meu irmão. ㅡ por favor, sentem-se, vamos servir uma bebida.
ㅡ Fiquem a vontade, eu só vou ver as crianças. ㅡ digo antes de rapidamente me afastar, indo até meu irmão.
O advogado parece gentil, ele se senta primeiro, observando meu namorado. Jungkook ainda parece sem jeito, completamente perdido, mas se senta ao lado do homem e respira fundo.
Busco Ariel que está acordada e embrulhadinha nos braços de Taehyung, mas me aproximo de Seokjin que entrega NamHa a minha sogra e rapidamente busca uma bandeja para servir a bebida.
ㅡ O que está acontecendo? ㅡ pergunto em um sussurro.
ㅡ Não faço ideia. O advogado interfonou e Taehyung achou melhor recebê-lo aqui. ㅡ Seokjin responde também num sussurro.
Olho para meu irmão, vendo-o dar de ombros.
ㅡ Será que eu devo ir até lá? ㅡ pergunto, olhando para eles na sala.
ㅡ Claro que sim! ㅡ Taehyung é rápido em dizer ㅡ não vê que isso tem a ver com NamHa?
ㅡ Você acha? ㅡ olho-o apreensivo, sentindo meu coração pesar.
ㅡ Com certeza tem, filho ㅡ minha sogra diz. Me aproximo dela, sorrindo quando vejo o outro bebê tão empacotadinho quando Ariel. ㅡ e você deve estar lá, ouvindo cada coisa.
Suspiro, sentindo o bolo na minha garganta.
ㅡ Mas e se ele disser que a gente não... a senhora sabe. Que a gente não vai poder ficar com ele.
Minha sogra observa o bebê inocente que merece apenas o amor incondicional na terra.
Seu pequeno coraçãozinho já estava marcado com dor demais que, infelizmente, algum dia ressurgirá para fazê-lo lembrar.
ㅡ Seja o que for, fique ao lado do Jungkook. Vocês são uma família agora. Tudo precisa ser decidido com os dois.
ㅡ A senhora Jeon tem razão, Minie. ㅡ Taehyung diz, e busca Ariel contra minha vontade. ㅡ vai lá, eu fico com ela mais um pouquinho.
Seokjin ergue a bandeja com três copos. Respiro fundo, buscando-a antes de me virar e caminhar incerto até Jungkook e o advogado.
ㅡ Ah, obrigado! ㅡ o advogado Ha sorri quando ofereço o suco. Jungkook busca e bebe metade do copo num só gole, me fazendo franzir o cenho pela forma em como ele está tenso.
Sem jeito, sento-me ao lado do meu namorado e deixo a bandeja sobre o móvel de centro em frente ao sofá.
ㅡ Eu... posso participar da conversa? ㅡ pergunto.
ㅡ Se o senhor Jeon permitir, não vejo problema. ㅡ o advogado Ha responde.
ㅡ Por favor, fica. Eu agradeço. ㅡ Jungkook segura minha mão, me fazendo assentir ao entrelaçar meus dedos aos dele.
ㅡ Certo. ㅡ o advogado Ha coça a garganta e busca algumas folhas de papel que estavam na pasta que carregava ㅡ primeiro de tudo, eu gostaria de expressar minhas sinceras condolências a todos vocês. Eu... nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer, principalmente ao senhor Kim que era um homem tão gentil.
ㅡ Você... ㅡ Jungkook suspirou, buscou o copo e bebeu o restante do suco.
ㅡ O senhor queira nos desculpar, nós acabamos de voltar do cinerário. A despedida do senhor Kim Namjoon foi dolorosa. ㅡ falo, vendo o homem assentir.
ㅡ Eu presumo que sim. Minha visita a vocês hoje foi de certa forma programada, por tanto precisei vir. Mas se concordarem, posso voltar em uma ou duas semanas. ㅡ o homem diz.
ㅡ Não, está tudo bem. ㅡ Jungkook o responde, deixando o copo vazio ao lado do meu que sequer foi tocado. ㅡ mas... por que o senhor diz que a visita foi programada?
ㅡ Ah, certo ㅡ o homem busca um dos papéis ㅡ eu trabalho para o senhor Kim há algum tempo, mas ele me procurou há um mês. Ele fez alterações sobre alguns documentos, incluindo o testamento, mas em um deles havia explícitas explicações que, após dois dias de seu falecimento, eu, caso ainda fosse seu advogado, deveria vir e entregar todos os documentos ao senhor.
ㅡ Mas... ele tinha Dahyun.
ㅡ A senhora Kim não tinha muitas expectativas de vida após o parto, presumo que saibam. Por tanto, ela também me deixou algumas explicações, mas essas, infelizmente, eu só poderei entregar no final após debatermos algumas coisas.
ㅡ Tudo bem ㅡ Jungkook diz, buscando o documento que o homem lhe entregou onde haviam as explicações e pedidos detalhados.
ㅡ Bom, eu não devo tomar muito do tempo dos senhores, por tanto eu irei direto ao assunto. Como expliquei, a senhora Kim era minha cliente também e ela já sabia das próprias condições de saúde. À vista disso, ela preparou junto a mim um planejamento que visava a transferência dos bens em seu nome principalmente a Kim Namjoon e ao filho que teriam, Kim NamHa, como sabem, ainda em vida. E esse é um documento legal assinado por Namjoon.
ㅡ Eu não estou entendendo ㅡ Jungkook fala ㅡ por que está falando sobre os bens de Dahyun?
ㅡ Bom, como Kim Namjoon faleceu, todo o patrimônio de ambos os pais agora ficou apenas para Kim NamHa.
ㅡ Mas ele é apenas um bebê. ㅡ falo.
ㅡ Sim, tem razão, por isso todo o patrimônio ficará assegurado numa conta judicial até que ele atinja a maioridade, onde o valor ficará disponível.
ㅡ Compreendi ㅡ Jungkook assentiu, voltando os olhos para mim ㅡ será importante para ele ter um dinheiro que possa guiá-lo para um futuro acadêmico, por exemplo.
ㅡ Independente dele ter dinheiro ou não, Jun, eu jamais vou deixar de economizar para os nossos filhos irem para a universidade.
Jungkook sorri, repousando a mão livre sobre as nossas, fazendo um carinho pequeno.
ㅡ Vocês... tem planos de ficar com o bebê? ㅡ o advogado Ha pergunta.
Jungkook enche o peito e assente, expirando devagar.
ㅡ Queremos lutar pela guarda dele.
O advogado sorri.
ㅡ Presumo que não precisarão lutar.
ㅡ Como assim, senhor Ha? ㅡ me atento quando ele busca mais documentos.
ㅡ Senhor Kim Namjoon foi bastante direto quando preparou seu inventário em vida.
ㅡ Ele... preparou isso?
ㅡ Sim... Conhecido formalmente como "planejamento sucessório", senhor Kim deixou explícito seus desejos. Olhem o parágrafo quatro da folha três, por favor.
Jungkook e eu encaramos as folhas. Ele folheia apressadamente e quando chega a folha três, eu me inclino um pouco para conseguir ler.
ㅡ Todo o meu patrimônio avaliado em...
Jungkook começa a ler, mas para no mesmo instante que minhas sobrancelhas se erguem.
ㅡ Como? ㅡ ele olha para o advogado.
ㅡ Como é possível? Bem... senhor Kim se mostrou um bom investidor internacional. Desse modo, três bilhões e duzentos milhões de won serão deixados para o senhor caso aceite apenas um pedido deixado por ele.
ㅡ Pedido? ㅡ Jungkook franze o cenho. Eu ainda tô absorto com a quantidade de dinheiro que Kim Namjoon tinha e sequer demonstrava. Mas olho para o advogado quando ele assente. ㅡ qual o pedido?
ㅡ Que seja o pai de NamHa.
Jungkook franze o cenho, me olhando novamente.
ㅡ Se aceitar ser o pai dele, a herança do senhor Kim ficará para o senhor. Como está descrito no parágrafo a seguir, ele descreveu que apenas o senhor Jeon seria o único a merecer o valor. Ele sempre falava bem de você em nossas reuniões, vocês eram bem próximos imagino, não é?
Jungkook ainda encara o papel no parágrafo seguinte com a frase colocada por Namjoon onde diz que Jungkook é o "único" a merecer tudo.
ㅡ Nós... costumávamos ser como irmãos. ㅡ ele responde baixo.
ㅡ Isso é excelente. ㅡ o advogado sorri ㅡ mas então, o que o senhor acha? Se precisar, pode ficar com os documentos e nos encontraremos na próxima semana para debatermos.
ㅡ Senhor Ha ㅡ ele chamou pelo homem, ignorando o que ele dizia ㅡ eu tenho uma pergunta.
ㅡ E qual seria?
ㅡ As irmãs de Dahyun, elas podem tirar NamHa de nós?
ㅡ Bom... legalmente, elas podem entrar com uma ação de pedido de guarda ou até mesmo de adoção.
ㅡ Mas... elas poderiam conseguir assim? ㅡ sou eu quem pergunto, sentindo minhas mãos suarem.
O advogado Ha demora um pouco, mas assente.
ㅡ Sim. Ainda que as tias não possam ou não queiram a criança, ela tem a avó materna. Mas eu soube que a mulher já é uma senhora que precisa de cuidados, não seria o melhor para cuidar e educar um bebê.
ㅡ Tá, mas... ㅡ Jungkook respira fundo, ele está mais nervoso do que qualquer vez esteve. ㅡ o que eu faço?
Antes que o senhor Ha responda, o interfone toca. Seokjin é quem atende. Me atento aos seus olhos vindo diretamente para nós.
ㅡ O porteiro disse que há duas jovens que dizem precisar falar com Jungkook. ㅡ ele explica.
ㅡ Jovens? ㅡ franzo o cenho ㅡ quais os nomes?
Seokjin transmite a pergunta ao homem e segundos depois responde:
ㅡ Kim Nayeon e Hirai.
Meus olhos saltam. Meu corpo inteiro gela. Olho para Jungkook que tem os olhos tão saltados quanto os meus.
ㅡ Essas não são as...
ㅡ Irmãs de Dahyun? Sim, são... ㅡ ele fala, voltando o olhar para o advogado Ha.
ㅡ Nós deveríamos recebê-las? ㅡ pergunto a Jungkook.
ㅡ Não podemos ignorá-las se quisermos fazer isso de forma civilizada, Jimin.
ㅡ Nós devemos recebê-las senhor Ha? ㅡ pergunto ao advogado, jogando pras cucuias que ele não seja oficialmente meu advogado também.
ㅡ Bem... seria de bom-tom atendê-las, sim. E... se quiserem, podemos debater juntos. Eu tenho algumas observações para elas também. Mas não precisamos fazê-las junto ao que conversamos, é claro.
ㅡ E então? ㅡ pergunto a Jungkook.
Ele assente devagar, olhando para a minha sogra que segura NamHa no colo.
ㅡ Mande-as subir. ㅡ ele diz, com a voz claramente trêmula.
Meu Jeon está suando frio, sinto isso ao apertar sua palma.
Seokjin transmite a mensagem novamente e vai até a porta, onde mostra o painel do elevador quando é acionado o nosso andar. Ele destrava a porta quando o elevador chega ali e cumprimenta as garotas, pedindo-as para entrar.
Eu fico de pé rapidamente, fazendo Jungkook que está ao meu lado ficar de pé no segundo que o advogado Ha também fica.
Elas parecem civilizadas, diferente do pouco que pude ver de Dahyun.
Elas caminham ao lado de Seokjin e nos cumprimentam quando param a nossa frente.
ㅡ Nayeon, Hirai. ㅡ Jungkook as cumprimenta formalmente, fazendo reverências ㅡ ao que devo a honra da visita?
A garota mais sorridente, cujo também me apresentei e a ouvi se apresentar como Nayeon, olha para a outra que tem o semblante sério.
ㅡ Nós viemos buscar nosso sobrinho ㅡ a Hirai fala, me dando um tiro no peito.
ㅡ Bom... ㅡ Jungkook coça a garganta, mas apresenta o advogado Ha ㅡ esse é o advogado de Namjoon. Ele veio hoje absolutamente para tratar da guarda de NamHa que Namjoon deixou direcionada a mim.
ㅡ A guarda? ㅡ ela riu baixo, negando ㅡ você vai me desculpar, ex-cunhado, mas esse não era o desejo da minha irmã.
ㅡ Eu posso dizer o contrário ㅡ ergo a mão, fazendo-a me olhar, mas, como Dahyun um dia fez comigo, a Hirai me olha de cima a baixo ㅡ eu fui testemunha de que Dahyun queria que Jungkook fosse a imagem paterna para NamHa. Ela queria isso antes mesmo de fazerem o exame de DNA e descobrir quem era o pai dele.
ㅡ Eu sou a prova disso também. ㅡ minha sogra fala. A garota a olha, mas a outra se aproxima, sorrindo quando vê NamHa em seu colo. ㅡ Ela veio até mim, disse que Jimin tinha alterado o exame porque não queria que Jungkook fosse o pai do bebê. Ela queria que ele fosse, mesmo sabendo que não era.
A Hirai parece ainda mais irritada, mas meus olhos se focam na outra, parando ao lado da minha sogra
ㅡ Eu posso segurá-lo, senhora Jeon? ㅡ ela pede, um pouco tímida, mas mais educada do que a outra que sequer se aproximou do bebê também.
Minha sogra nos olha, Jungkook assente, me dando outro tiro no coração quando a garota toma todo cuidado para buscar NamHa e repousá-lo em seu colo.
Taehyung se aproxima um pouco, mantendo-se atento enquanto nina Ariel.
ㅡ Dahyun queria isso porque ela queria ter Jungkook de volta. ㅡ a Hirai falou ㅡ mas ela foi roubada, você sabe bem.
ㅡ Roubada?! ㅡ perguntei, perplexo com a cara de pau daquela garota.
Jungkook tocou minha mão, rapidamente olhei para o advogado Ha que parecia mais confuso do que qualquer outro ali.
ㅡ Desculpe por isso, senhor Ha. ㅡ peço. ㅡ o senhor não deve saber, mas... Jungkook foi casado com a senhora Kim.
O homem apenas abana as mãos, como se dissesse que não precisava de explicações, mas seus olhos atentos a todos dizem o oposto.
ㅡ Irmã, não fale bobagens. ㅡ Nayeon pede. ㅡ deixe esses assuntos para lá, é passado. E você está na casa deles, deve respeito.
ㅡ Respeito... eles não tiveram isso por ela!
ㅡ Ela também não teve por ele. ㅡ Nayeon falou, respirando fundo em seguida. ㅡ Só... vamos falar sobre o bebê, por favor.
ㅡ Tudo bem. ㅡ ela volta a olhar para Jungkook, mas desvia os olhos para o advogado ㅡ senhor Ha, é isso?
ㅡ Sim, sou o advogado Ha Yejun. ㅡ ele busca um cartão no bolso do terno que usa, entregando-a.
ㅡ Certo ㅡ ela diz, olhando o cartão ㅡ está aqui para falar sobre NamHa, não é?
Senhor Ha desvia os olhos, buscando uma resposta ética, formal e educada, mas é Jungkook quem responde:
ㅡ Sim, ele está. Eu já te disse.
ㅡ Ótimo. Então o senhor deve saber que nós temos direitos sobre o bebê, não é? Somos da família dele.
ㅡ Hm, sim... de certo modo, mas estamos debatendo sobre o documento que Kim Nam...
ㅡ E também temos direito sobre toda a herança dele. ㅡ Hirai o interrompe, me fazendo ofegar ao ouvi-la falar de seu real interesse sem sequer se importar.
ㅡ Então é isso? ㅡ minha sogra se intromete no assunto ㅡ você veio do japão apenas porque é gananciosa o suficiente para querer a herança do NamHa?!
ㅡ Não é ganância quando se tem direitos, senhora Jeon. E nós temos sim, direito.
ㅡ Bom... ㅡ o advogado Ha se manifesta, levando nossa atenção para si ㅡ na verdade, quanto ao dinheiro deixado, vocês não têm.
ㅡ Como é que é? ㅡ a garota o olha de modo perplexo.
ㅡ Sim, é verdade. ㅡ ele diz ㅡ sua irmã, Kim Dahyun, doou os bens materiais a Kim Namjoon e a Kim NamHa ainda em vida.
ㅡ Mas você acabou de dizer, ela doou a NamHa. Sendo tutora do bebê, eu quem tomarei conta de tudo. Até porque, quem arcará com as despesas de tudo, uh? Bebês são caros.
ㅡ Como tutora da criança, você quem tem o direito de arcar com tudo a partir do momento em que a aceita como responsabilidade. ㅡ falo, fazendo-a me olhar com certo desdém.
ㅡ Senhor Park tem razão ㅡ o advogado Ha diz ㅡ além do mais, há outra coisa. ㅡ ele busca nos papéis ainda consigo, outro documento. ㅡ Eu havia dito aos senhores Park e Jeon que deixaria este documento para o final, mas creio que o senhor Kim, a quem tinha posse de todos os bens, incluindo seus próprios e os de Dahyun, pois era o guardião legal de NamHa, o deixou pronto principalmente caso essa discussão ocorresse.
ㅡ Que documento é esse? ㅡ A Hirai o busca, fazendo Nayeon, que ainda nina o bebê com certo cuidado, se aproximar para observá-lo.
ㅡ O documento que me autoriza a doar para instituições que cuidam de mães solos em situação de emergência, toda a fortuna deixada por Kim Namjoon, incluindo os bens materiais e as propriedades que no momento é o apartamento que o senhor Kim morava, avaliado em cento e cinquenta milhões de won, cujo ele tinha a posse no momento de sua morte.
ㅡ O quê?! ㅡ ela grita a pergunta. Ariel se assusta, mas Taehyung a balança e a acalma. Mas NamHa chora alto, fazendo Nayeon abrir os olhos em espanto.
ㅡ Está tudo bem ㅡ digo-a, buscando o bebê. ㅡ tudo bem, tudo bem... já passou, meu amor.
NamHa ainda choraminga, fazendo um biquinho nos lábios pelo susto que levou. Mas não demora até que ele pare e fique apenas resmungando baixinho.
ㅡ Por favor, não grite. Os bebês são frágeis, eles se assustam. ㅡ digo olhando para a Hirai. Ela respira fundo, se aproximando de Jungkook.
ㅡ Que truque é esse, hein?
ㅡ Truque? Não é truque nenhum. Namjoon simplesmente sabia que vocês viriam atrás apenas disso. ㅡ Jungkook responde.
ㅡ Vocês estão armando contra a gente! Eu vou chamar a polícia!
ㅡ Hirai, pare com isso! ㅡ Nayeon a puxa devagar, a afastando. ㅡ olha o vexame que está causando. Você disse que nunca queria ter filhos, então por que está fazendo isso? Está mesmo parecendo alguém interessada apenas na herança do bebê.
ㅡ Como pode falar isso? ㅡ ela ergue a mão, mas não bate na outra. Se controlando, ela respira fundo ㅡ você é burra? Eles armaram isso porque sabem que a gente tem direito de ficar com o bebê.
ㅡ Se o bebê é o que importa, por que está tão tensa com o dinheiro?
ㅡ Porque Dahyun foi burra! Porque aquela idiota foi doar tudo o que tinha para aquele suicida de merda?!
Jungkook rapidamente se aproxima da mulher, parando de frente com ela quando travou a mandíbula.
Calmamente, Jungkook ergueu o dedo indicador na altura do rosto dela, a olhando nos olhos seriamente quando disse:
ㅡ Se você falar assim novamente dele e debaixo do meu teto, você será expulsa como um lixo é descartado. Tenha respeito!
ㅡ Me desculpem. ㅡ Nayeon pede, fazendo reverências.
ㅡ Você é tão idiota quanto ela... mas não se preocupem, eu vou entrar com uma ação, vou revogar isso.
ㅡ Esse é um documento irrevogável, senhorita. ㅡ senhor Ha explica ㅡ é a vontade do falecido com os seus bens, deve-se ser respeitada em qualquer ocasião, gostem ou não.
ㅡ Se quiser lutar pela guarda do bebê, nos podemos fazer isso diante um juiz. Nós somos estruturados, temos condições psicológicas e financeiras para oferecer um bom desenvolvimento a ele. NamHa terá uma irmã se ficar conosco. E acredite, se Namjoon tivesse deixado neste documento que se eu ficasse com o bebê, todo o dinheiro seria doado para quem precisa, eu estaria sorrindo. NamHa é tudo o que importa, ele não vale dinheiro algum porque é mais valioso que essa mera porcaria!
ㅡ Nós não vamos entrar com ação alguma. ㅡ Nayeon diz, fazendo-nos olhá-la, e me fazendo sentir um breve alívio.
ㅡ Como é que é? ㅡ a Hirai novamente a encarou.
ㅡ Você é cega? Pelo amor de Deus! A nossa irmã morreu, mas mesmo assim ela nem nos deixou nada porque sabia que era com apenas isso que nos importaria. Namjoon era o pai de NamHa, ele escolheu quem ele acreditava que cuidaria melhor do bebê, e vejo só, Hirai, estão cuidando bem dele. ㅡ ela apontou para o meu colo, onde o bebê já dormia. ㅡ eu só tenho vinte e um anos, nem terminei a universidade. Você está trabalhando em outro país, mas viajada a cada quinze dias, o que pretende? Levá-lo junto? Mas e o fuso horário? E quando começar a estudar? A gente nem sabe trocar uma fralda, irmã, por favor... Nós viemos aqui com raiva. Raiva da nossa irmã, do ex-marido dela e até de um bebezinho... mas ele é perfeito, ele foi feito com amor, a gente sabe. A gente sempre soube... ㅡ olho pra Jungkook, vendo-o negar ao abaixar a cabeça por breves momentos. ㅡ é hora de pararmos. De deixar pra lá. Vamos deixá-lo aqui, deixá-lo ser criado por pessoas capazes.
ㅡ Então daremos as costas e fim?
ㅡ Nós ainda somos tias. Se... ㅡ Nayeon me olha ㅡ se conversarmos civilizadamente, podemos entrar em um acordo. Eu quero continuar sendo a tia dele, mas eu sei que eu não sou a pessoa capacitada para criá-lo. Só falta você perceber o mesmo, irmã.
Hirai fica em silêncio, mas seu rosto vermelho diz o quão furiosa ela está por não conseguir o que queria.
ㅡ vamos seguir nossas vidas. ㅡ Nayeon diz, se aproximando dela. ㅡ só temos uma a outra agora. E precisamos cuidar da mamãe acima de tudo. Vamos deixar as coisas assim, tudo bem?
O silêncio que se sucede continua me matando lentamente, mas eu vejo os ombros da Hirai abaixarem devagar, e aquilo me traz um pouco de esperança.
ㅡ Você quer segurá-lo? ㅡ Nayeon pergunta, se aproximando para buscá-lo novamente.
Eu poderia não entregá-la o bebê. Admito que agora estou com medo até mesmo dela simplesmente sair correndo, mesmo que a nossa porta tenha senha para abrir.
Mas a entrego, vendo-a se aproximar da outra.
ㅡ Não, eu não... ㅡ a Hirai guia os olhos para NamHa quando ele reclama e aperta uma das mãos fechadas sobre a bochecha, fazendo bico ㅡ não quero... ㅡ lentamente, ela toca sobre a mãozinha dele. Jungkook se mantém tão atento quanto Taehyung estava. Mas por incrível que pareça, a Hirai sorri quando NamHa aperta seu dedo com força. ㅡ ele é lindo.
ㅡ Se parece com eles. ㅡ Nayeon sussurrou.
ㅡ Tudo bem. ㅡ a Hirai falou baixo, me enchendo mais e mais de esperança ㅡ eu posso abrir mão. Ele é...
ㅡ Perfeito demais para nós duas criarmos. ㅡ Nayeon ri baixo, fazendo-a rir também.
ㅡ Então você cede? ㅡ pergunto, fazendo-a me olhar.
ㅡ Está abrindo mão dessa briga? ㅡ Jungkook também pergunta, buscando minha mão para segurar.
Ele está trêmulo.
A Hirai demora, mas assente devagar.
ㅡ Podemos formalizar isso, mas... eu quero continuar sendo a tia dele. ㅡ ela diz, nos olhando. ㅡ vocês não vão nos tirar isso.
ㅡ Nós não iremos. ㅡ Jungkook assegura. ㅡ podemos entrar em acordos amigáveis que mantenham-no bem sempre.
ㅡ Eu acho essa ideia maravilhosa ㅡ Nayeon fala, o balançando devagar.
ㅡ O senhor Ha pode nos ajudar nisso ㅡ falo olhando o advogado ㅡ não é? Vamos ao seu escritório e o senhor pode nos instruir melhor.
ㅡ Na verdade ㅡ novamente ele busca os papéis, os folheando para buscar outro documento ㅡ Namjoon deixou o documento pronto. Ele estava certo com seus desejos. Neste, há tudo o que expliquei e as condições.
ㅡ Então se Jungkook assinar, ele ficará com tudo? ㅡ a Hirai perguntou.
ㅡ NamHa ficará. ㅡ Jungkook diz ㅡ para o futuro dele. Seja para a universidade ou outro plano que tenha.
ㅡ É muito bom que ele tenha essa segurança. ㅡ completo, vendo Nayeon assentir.
ㅡ Tudo bem. ㅡ a Hirai fala. ㅡ então vamos assinar, eu tenho um voo em duas horas, não posso demorar muito.
Assinto. Olho para o senhor Ha que busca uma caneta e sorrio. Amigavelmente, todos sentam no sofá, inclusive eu, e Seokjin novamente serve uma bebida.
Demora um pouco até que Jungkook e a Hirai leiam todo o documento, mas após a mulher assinar, Nayeon apenas confiou na irmã e assinou também, fazendo Jungkook assinar por último, entregando os três os documentos prontos para o advogado Ha.
ㅡ O que acontece agora? ㅡ Jungkook pergunta.
ㅡ Vamos formalizar todos os documentos e possivelmente o juiz antes de formalizar a transferência de tutela, que no caso é do senhor Kim para o senhor Jeon onde as senhoritas não se opõem, fará uma reunião breve com todos nós. Apenas para ter certeza que esse é um documento legal e assinado por livre e espontânea vontade.
ㅡ Tudo bem para vocês? ㅡ Jungkook pergunta.
Nayeon assente. Hirai parece um pouco mais orgulhosa, mas assente no fim.
ㅡ Ótimo. ㅡ sou eu quem falo, fazendo meu Jeon me olhar com um sorriso. ㅡ eu diria para comemorarmos a decisão que foi em certa parte amigável com uma bebida, mas eu não posso beber, tampouco com meus filhos aqui e porque ainda estou em recuperação. Mas eu quero expressar minha gratidão por entenderem o que NamHa já significa para nós. E que eu entendo a preocupação que demonstraram. Vocês não deixarão de ser tias, Dahyun nunca deixará de ser mãe e Namjoon de ser pai dele. Jungkook e eu não queremos anular nenhum de vocês. Pelo contrário, NamHa saberá e conhecerá os pais biológicos no momento certo. Nós seremos apenas os segundos pais que darão o sangue e o suor para que ele seja feliz, para que se mantenha saudável, física e mentalmente, e que se mantenha seguro também. Dou a minha palavra a vocês que NamHa será feliz e que viverá uma vida longa e que nos dará bastante orgulho.
ㅡ obrigada. ㅡ Nayeon toca sobre minha mão. Jungkook me abraça.
Após a breve conversa que ainda tiveram junto ao advogado, a casa ficou mais tranquila quando ambas se foram e o senhor Ha também.
Assim que a porta se fechou, eu me sentei, repousei a mão sobre meu peito e senti meu próprio coração acelerado, comprovando que, mesmo recebendo tantos tiros, era forte e que eu ainda estava vivo.
ㅡ Jun? ㅡ chamei, me lembrando de como ele estava tenso e trêmulo.
Mas Jungkook não me respondeu. Tudo o que ele fez foi buscar NamHa com minha sogra e sentar sobre o sofá, bem ao lado de Taehyung.
Ele buscou Ariel também, abraçando os dois bebês de uma vez só, chorando baixinho no segundo seguinte.
ㅡ Ei... ㅡ me abaixei a sua frente, limpando seu rosto ㅡ não chora, seu bobo...
ㅡ Essa é a nossa família, Jimin-ssi... nossos filhos.
ㅡ E são lindos. ㅡ olhei de um ao outro, sorrindo no fim para ele novamente. ㅡ vamos ser felizes, vida.
ㅡ Nós seremos. ㅡ ele concordou, suspirando quando, com jeitinho, lhe abracei, sentando ao lado, ninando os bebês que, de alguma forma, pareciam já ser o nosso mundo.
Pois, naquele momento, tudo ao redor não importava mais. Eram apenas o nosso amor e os nossos filhos agora.
[Continua]