Park Mina
Eu não sei oque minha vó está aprontando, mas eu sinto que irei saber logo.
Quando convidei o J-hope pro almoço, eu já esperava que tudo iria acontecer e que teria que repreender minha avó algumas vezes.
Eu fiquei mais nervosa que o J-hope. Eu sabia que ele estava nervoso e eu estava tranquila no carro, mas quando entramos na casa da minha avó, eu comecei a ficar nervosa e com medo de como ela reagiria ao ver o J-hope.
Minha vó não tinha papas na língua e era desconfiada com tudo.
Eu puxei isso dela.
Então todo cuidado era pouco.
O decorrer do almoço foi tranquilo, minha vó abaixou a guarda com o J-hope e começou a tratar ele como se fosse seu neto, ela não parava de fazê-lo comer tangerina e isso só me fazia lembrar o quanto o Suga ia gostar dela.
Os dois são viciados em tangerina.
Ela já começou novamente o papo de bisnetos e casamento, mas eu a cortei na hora.
Estava muito cedo pra falar disso e mesmo se não tivesse, a decisão é apenas minha e do J-hope.
Eu não vou casar e nem ter filhos, porque a dona minha vó, quer bisnetos.
- Levantem e cumprimentam a xamã. – Minha vó pede e rapidamente nos colocamos de pé, nos curvando para a xamã.
- É uma honra conhece-los. – A xamã diz curvando a cabeça e quando meus olhos encontram o dela, foi como se eu tivesse levado um choque.
Os seus olhos...
Eu já tinha visto esses olhos em algum lugar.
- Mina, você está bem? – J-hope pergunta ao meu lado, repousando sua mão em minha costa e me olhando preocupado.
- Nada... Eu só...
- Deve ter se levantado rápido demais. – A xamã diz sorrindo e eu dou um pequeno sorriso, concordando.
- É... Deve ter sido isso. – Murmuro desviando meu olhar do dela.
- Então sente. – J-hope diz preocupado e me ajuda a sentar na cadeira.
- A xamã, veio aqui pra mais uma consulta. – Minha vó começa a falar. – Como vocês estão aqui. Oque acham de consultarem algo com ela?!
Consultar oque?!
- Halmeoni, acho que não precisa.
Eu não acredito muito nessas coisas.
Eu não tenho nada contra quem acredita, mas sei lá, eu não acho que tudo seja verdade.
Sobre esses negócios de vidente, xamã e não sei mais oque.
- Tem certeza?! – A xamã pergunta sorrindo. Velha doida! Estou ficando com medo.
Olho para o J-hope e vejo que ele está um pouco interessado.
Mas, oque essa xamã falaria para gente?
- Quer ir J-hope? – Pergunto para ele.
- Eu... – Ele leva a mão ate a nuca e nem precisou dizer para eu saber que ele quer.
- É demorado? – Pergunto para a xamã.
- Não se preocupe, ela irá atender apenas os dois hoje. – Minha vó sorri minimamente e eu a olho desconfiada.
Hmm...
- Ok. – Concordo.
...
Estamos no quintal da casa da minha vó e tem um monte coisa em volta que eu não sei dizer oque é.
Só sei que foi tudo que a xamã trouxe para a consulta.
- Sentem-se, por favor. – A xamã pede e eu e o J-hope sentamos na almofada que estava no chão. – Segurem as mãos e depois a minha.
Sem entender nada, eu faço oque ela pede.
Pego a mão no J-hope e entrelaço com a minha, depois a minha mão livre repousa na mão da xamã, que assim que nossas mãos juntam-se as mãos dela, ela fecha os olhos e respira fundo.
Permaneço olhando para xamã e mesmo com seus olhos fechados, eu conseguia ver seu globo ocular mexer pro lado e pro outro, como se ela tivesse tendo alguma visão.
Sinto ela apertar minha mão e me assusto quando ela abre os olhos e olha em minha direção.
- Princesa Mina. – Um calafrio sinistro passa pelo meu corpo e sinto meu coração querer explodir no meu peito.
- Princesa? – Questiono começando a rir de nervoso.
- Sua primeira vida humana, você foi à princesa da Dinastia de Joseon. – A xama diz sem tirar os olhos de mim.
Eu sinto minha cabeça girar.
- Primeira vida humana?
- Antes você era uma flor. – Ela diz e desce seus olhos exatamente pra onde minha tatuagem está. – Hibisco.
- Puta que pariu! – Não foi eu quem disse e sim o J-hope. – Me desculpa.
O choque é tanto que eu não consigo dizer nada.
- Não me surpreende estarem juntos. – Ela diz olhando para nós dois. – O fio vermelho de vocês é inquebrável.
- Oque quer dizer com isso? – Eu finalmente pergunto algo.
- São alma gêmeas de vidas passadas. Estão ligados por um fio vermelho e em todas as vidas humanas, vocês se encontraram, mas nenhuma delas terminaram juntos.
Meus olhos vão para o J-hope, que já olhava para mim. Ele tinha a mesma expressão que a minha. Ambos em choque, mas diferente de mim, ele sorria.
- Vocês estão tendo sonhos estranhos, não é? – A xama atrai nossa atenção.
- Como sabe?! – Pergunto.
Minha cabeça não para de girar e meu coração não para de bater rápido.
- Seu primeiro sonho foi correndo num jardim e sempre olhava para trás, tentando olhar para o rosto do homem que corria em sua direção, mas ele não tinha rosto...
- Ninguém tinha rosto. – Murmuro.
- Ele gritou seu nome e pedia para ter cuidado...
- Mas quando olhei pra frente uma espada atravessou meu corpo. – Falo o mesmo final de todos os outros sonhos. – O que isso tem haver?
- Foi como morreu na sua vida quando princesa. – Ela diz calmamente e eu sinto que cada vez mais estou perto de surtar. – Foi assassinada pelo seu soldado porque você o recusou.
Sinto uma forte pontada na cabeça, me fazendo soltar um gemido de dor.
- Mina?! – J-hope pega minha cabeça para olha-lo. – Está bem?!
- Estou... – Sussurro.
- O rapaz também estava lá. – Ela diz olhando pro J-hope. – Você casou-se com ela e você era o herdeiro do trono da Dinastia. Nunca se casou depois da morte dela.
- Meu Deus... – Ele sussurra.
- Você já sonhou com ela morrendo, mas todas as outras vezes sonhava sendo morto por tiros.
- Como você sabe?! – J-hope pergunta surpreso.
- Foi assim que morreu na guerra entre as Coreias. Foi assassinado por um norte coreano e antes de morrer deixou a ultima carta para sua amada. – Ela leva seus olhos para mim. – Para sua amada, Park Mina.
Os olhos do J-hope tremeram e sua respiração começou a ficar acelerada.
- Vocês não viam o rosto dos dois no sonho porque ainda não tiveram uma ligação amorosa forte e depois que tiveram, passaram a ver os rostos um do outro.
- Há umas semanas atrás, eu sonhei com ele sendo atingindo por três disparos. – Falo sentindo meus olhos arderem, ao me lembrar do sonho. – Foi horrível.
Sinto os braços do J-hope em volta do meu corpo e sua mão alisar meu braço esquerdo.
- Eu sonhei que enfiavam uma espada nela. – J-hope diz com a voz visivelmente dolorosa.
São sonhos dolorosos que até então não eram reais e que eu quero esquecer.
- A vida passada de vocês não foi fácil. Essa também não vai ser, mas essa vida é a certa. – A xamã diz sorrindo e aponta a aliança que eu estava no dedo. Minha mão com a aliança estava na mesa. – Essa aliança não foi comprada por coincidência. O símbolo pequeno do infinito da aliança é o destino de vocês. O amor de vocês e o fio de vocês é infinito, nunca se quebrará.
Infinito.
Almas gêmeas.
Sonhos ligados.
Vidas passadas.
Hibisco.
Realmente somos destinados um ao outro.
...
Assumo que esse é o capítulo mais esperado por mim hihi
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