A Ascensão das Chamas Escarla...

De Rineirows

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Em meio a um golpe militar, a família do mercenário Alex Thorns é aniquilada por um assassino misterioso. Min... Mais

*•.¸✧ ANTES DE LER ✧¸.•*
*•. EXTRAS .•*
*• GLOSSÁRIO •*
• DEDICATÓRIA •
Prólogo
✧ Brasa ✧
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 6

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De Rineirows

Os pingos de chuva grudam na janela, o cheiro de terra molhada paira pelo ar, e o vento balança as árvores em um movimento suave. Estou há um tempo no banho quente. A sensação febril me induz a ficar aqui por um bom tempo.

O uniforme está no box. Apesar de tentar burlar as regras sobre calças apertadas, usarei o fardamento padrão hoje. Alan disse que não somos obrigados a utilizar roupas de compressão.

Apesar de tudo, as reações da overdose ainda me assombram. Quero me sentir o mais quente possível, visto tantas camadas que pareço um boneco de neve. Caramba, para que fui inventar?

Serve como lição, não usem drogas.

Faça o que eu digo, mas não o que faço.

Fecho o zíper da jaqueta corta-vento. Seus compartimento e tecido pesado são característicos para um cenário de batalha, no entanto, também funcionam como um aquecedor portátil.

Meu cabelo é um inferno para arrumar. Tem horas que tenho vontade de alisar, mas sempre percebo ser uma ideia idiota. Meus cachos fazem parte de 90% da minha autoestima.

Me olho no espelho sujo do banheiro. Tenho heterocromia, um dos meus olhos tem um tom vermelho-âmbar, já o outro é um azul esverdeado, mas só é possível diferenciá-los na luz. Até agora, eu só tenho uma certeza: eu estou um gostoso.

— Abre essa porta! — Yuli grita do outro lado, não sei por que ela está tão estressada. — Faz quinze minutos que você está no banheiro!

— Pouco tempo, ué. — Realmente, isso não é nada comparado à duração do meu banho de beleza.

— Sinto em lhe dizer, mas a reunião é em CINCO MINUTOS!

Abro a porta na maior velocidade que consigo, quase atropelando Yuli, que entra no banheiro imediatamente. Ao meu lado, Noah assopra sua franja, tentando enfaixar seus braços com um lenço branco. Ele encaixa tanto no "padrão de beleza" que dói.

Toli está do meu lado, vestindo a sua roupa de sempre. Apesar de amar experimentar estilos novos e desvendar a teoria de roupas excêntricas, ele usa o mesmo conjunto na maior parte do tempo.

Seu moletom amarelo rasgado na prótese é sua marca registrada. Uma luva sem dedos, correntes e anéis também fazem parte de seu visual. Todo o seu conjunto combina com seu cabelo loiro.

Yuli amarra seu cabelo recém-pranchado com um elástico. O cheiro quente se espalha junto à fumaça da chapinha. Ao invés de usar a jaqueta, um blazer com detalhes prateados é complementado por um cinto de couro, anéis e coturnos. Por fim, amarra um lenço verde no pescoço.

Nosso comprometimento com nossas aparências não é à toa. Todos temos medo dos oficiais. Admiramos a capacidade de Alan em conversar com nossos superiores.

— Vamos? — Yuli sai do banheiro totalmente diferente da aberração que vejo diariamente. — Já estamos atrasados.

Obedecemos calados, enfrentá-la é como tentar suicídio.

O caminho até a sala de reuniões é tenso. Yuli rói as unhas enquanto quase se perde nos corredores. Minha respiração pesa ao reparar que todos estão ansiosos. É como efeito dominó, entende? Passamos longos segundos olhando a porta, entrelaçamos olhares, mas por fim abrimos.

A sala é pequena, apenas com uma grande mesa com várias cadeiras. Um cheiro de café recém-feito paira pelo ar. Consigo ver a grande estrela de Fules desenhada na parede. Alan está em pé, conversando com Órion. É o oficial da púrpura!

Os oficiais são os líderes da máfia, e Órion é com certeza o mais respeitado de Cortom. Ele administra os ganhos e gastos no subúrbio, inclusive articulando os agentes contra o governo.

A ultima vez que conversou diretamente conosco foi no recrutamento pós-golpe. Cabelo negro ondulado toca levemente seus ombros. Sua mão está sobre logo da máfia no seu peito.

— Que bom que chegaram.

Ele se vira para nós, seu cabelo voa sobre seu rosto, mas logo volta a seu lugar de origem. Sua voz é grave, com uma presença inigualável.

— Vocês foram o primeiro grupo a passar no teste da semana passada, certo?

Assinto, sem questionar. Minha boca seca pelo nervosismo. Teus olhos violetas como a galáxia nos observam de cima a baixo. Reza a lenda que, se encará-los por muito tempo, você se perderá em uma dimensão paralela.

— Esses são meus garotos. — Alan diz, apoiando os braços no ombro de Órion. — Somente eu conseguiria treinar eles para serem bons assim.

— Você nem foi professor deles ainda, seu acéfalo. — Órion recruta, tirando os braços de meu irmão do seu paletó.

— Nossa, que grosso, credo. — Alan fecha os braços, emburrado.

— Vocês serão a primeira equipe de recrutas a fazer uma missão de expansão territorial. Desde os últimos 6 meses, nós apenas conseguimos recuperar território, mesmo assim, a Levihart continua em vantagem. Ainda temos milhares de pessoas sendo mortas em Cortom semanalmente. Isso será interrompido por uma estratégia de avanço para o MAO.

A Fulehart é uma organização estabelecida há muito tempo. Nos seus territórios existem suas regras, obrigações, regulamento de preços... tudo no estilo da máfia. Todos são tratados da mesma maneira, sem preconceitos, mas de forma rígida.

O poder que a Fulehart impõe tem modo e causa diferentes da Levihart, mas a mesma finalidade.

Derrubaremos uma ditadura para implantar outra.

Irônico, não é?

Órion abre um mapa de Cortom sobre a mesa.

— Agora precisamos tomar a região central, onde fica a maioria da população. Infelizmente, temos como obstáculo a nossa pouca quantidade de soldados. O objetivo de vocês é simples, mas exige grande responsabilidade. Libertar as dezenas de milhares de prisioneiros escravizados no campo de extermínio Ark e promover a Host. Entendido?

Sinto um arrepio na espinha. Meus olhos se arregalam, ainda sem contato visual com o oficial. Nós somos recrutas, nunca fomos para nenhuma missão externa na vida. Nosso primeiro trabalho será logo o mais difícil? Beleza, tudo ótimo.

Já entendi que vou sair dessa missão caolho.

— Entendido, senhor! — Yuli toma a iniciativa da palavra, enquanto eu, Toli e Noah ficamos calados com choque. — Somente tenho algumas dúvidas. Como entraríamos no campo de extermínio? Como vamos nos manter lá? E se nos seguirem? Se roubarem a Host? Nós não temos treinamento o suficiente para invadir uma das maiores instalações do governo. E mesmo se tivéssemos, nunca fomos em uma missão de verdade, e...

— O problema é todo de vocês.

Sua voz ecoa pelo salão, silenciando quaisquer outros sons. Seu olhar é quase tão frio quanto o de Noah em batalha. Engulo seco, enquanto espero Yuli tomar bronca.

— Ei! Não assuste as crianças! — Parece que Alan esquece que todos temos no mínimo dezesseis anos na cara.

Órion ri discretamente, cruza os braços e abre um sorriso sarcástico.

— Estou brincando. Alan é um agente com todas as habilidades necessárias para guiar a missão.

— Ownt, você é tão fofinho! — Alan abre um sorriso enquanto cutuca Órion. — Ainda quero saber quando você irá me pedir em casamento.

— Para de ser assim, idiota! — O rosto de Órion toma uma coloração levemente rubra quando estapeia o pescoço de meu irmão. — Atacar externamente é impossível, então deverão "implodir" o campo para libertar os prisioneiros. E acho que vocês entenderam que eles serão nossos futuros recrutas.

Alan apoia o braço em Órion, deixando-o com um sorriso nervoso. Todavia, desta vez ele não reclama.

— E quem garante que essa missão será um sucesso? — Toli abre a boca para falar porcaria novamente. — Ao entrarmos, é intuitivo nos matarem por se tratar de um campo de extermínio. A fuga é arriscada. E mesmo se conseguíssemos, seríamos caçados pela inteligência do governo. O que te garante que a segurança da base não será corrompida?

— Confie no pai.

Bela resposta.

— Vocês são impuros, vão morrer cedo de qualquer jeito. Seja pelas mãos do governo, ou por nossas missões. — Misericórdia. — Se seguirem vocês, nosso sistema de segurança retalhará os intrusos. Se morrerem, só serão mais um nos dados de assassinatos da Levihart. Não nos importaria se só vocês quatro morressem em troca de milhares de prisioneiros.

Teus olhos escurecem quando abre a boca novamente.

— Falando nisso, lembrem-se de algo: caso voltem sem nenhum prisioneiro, serão retalhados. Não me importo se apenas um de vocês voltar, uma vez que necessito de lucro nesta ocasião. Se chegarem sozinhos, são automaticamente suspeitos de dupla espionagem. Ou seja...

Órion põe sua mão de maneira horizontal na frente de seu rosto. Uma aura roxa surge a partir de suas veias. Meus olhos caídos tentam focar na densidade do seu poder. É infinito. Alan dá um passo para trás, pondo a mão obre o rosto.

Em um movimento de corte seco, o ar é torcido por uma massa de energia escura. Ela vem em nossa direção. Nos jogamos no chão, esquivando do disparo iminente. A aura entra em contato com a parede da sala, gerando uma cratera no concreto.

— Espero que tenham entendido. — Órion agita sua mão, dissipando a aura. — Essa parede irá me custar caro.

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