Intense

By Uzumaki_aiha

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Naruto é famoso por estar sempre nas revistas ao lado de seu pai CEO e sua mãe chefe de cozinha, dona do próp... More

1.Hinata 🌪
2.Naruto 🌊
3.Hinata 🌪
4.Naruto 🌊
5.Hinata 🌪
6.Naruto 🌊
7.Hinata🌪
8.Naruto 🌊
9.Hinata 🌪
10.Naruto🌊
11. Hinata 🌪
12.Naruto 🌊
13. Hinata 🌪
14.Naruto🌊
15.Hinata 🌪
17.Naruto🌊
18. Hinata 🌪
19.Hinata🌪
20.Naruto 🌊
21.Hinata 🌪
22.Naruto 🌊
23.Hinata🌪
24.Naruto 🌊
Epílogo. Hinata 🌪
IMPORTANTE!!

16. Naruto 🌊

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By Uzumaki_aiha

Olha eu de novo <3

(Anotação) estarei citando o Itachi para não precisar mudar o início da história, mas não queiram uma grande participação ou tema especial envolvendo ele e esta questão. Eu sei que na vida real não funciona assim, mas aqui darei uma solução rápida e simples para o problema akkakakaka Não irei me aprofundar ou falar sobre o tema ( embora delicado e importante de ser falado) porque vai sair mt do meu roteiro da fic 🥺 então vai ficar do jeito que ta msm kkkkk enfim, não usem drogas!!

🌃🌃🌃🌃🌃🌃🌃🌃🌃🌃🌃🌃🌃🌃

Ainda estou um pouco sonolento quando me sento no sofá, tentando prestar atenção no que Sasuke diz. Faz tempo que não o vejo frenético dessa maneira, deve estar mesmo nervoso. Solto um bocejo e coço a nuca, bagunçando os cabelos em seguida. Hinata está encarando-me e nem sequer tive tempo para escovar os dentes. Enquanto ela está linda e arrumada, eu estou um caco.

- Naruto! Você está me escutando? - Sasuke pergunta, aproximando-se quase de forma furiosa.

- Caara! - prolongo a palavra, deixando a cabeça cair para trás, enquanto solto outro bocejo - Eu acabei de acordar. Não pode exigir muito de mim.

- Tsc! - Sasuke se senta na poltrona em frente ao sofá, deixando a cabeça cair sobre as mãos, sua respiração ainda pesada e agitada.

- A Sakura terminou com você? - chuto, mesmo que improvável, um motivo para tal reação vinda de Sasuke - Pode me falar o que aconteceu, estou ouvindo melhor agora!

- Naruto vou perder meu título de capitão e ainda posso ser expulso do time. - Sasuke fala tão rápido, que preciso dobrar a atenção para escutar melhor. E ainda, preciso de alguns segundos a mais para processar sua fala.

Abro a boca, um pouco incrédulo com a informação. Esse time é a casa de Sasuke, ele sempre deu tudo de si por eles. Não há motivos para decisões tão radicais.

- Por que?

Sasuke suspira, voltando a se levantar e andar pelo apartamento.

- Encontraram drogas no meu armário, Naruto!

Preciso de ainda mais tempo para processar o que ele disse e quando por fim, consigo ter uma reação, já me vejo em cima de Sasuke, segurando-o pela gola da camisa, forçando-o a falar.

- Relaxa, Naruto! - Sasuke pede, empurrando-me para longe. - Não é o que você está pensando!

- Espero mesmo que não seja! - minha voz sai rouca, ameaçadora e triste - Espero que tenham colocado lá para te incriminar.

Sasuke coça a nuca, uma mania que temos praticamente em comum.

- Quase isso, mas não é tão simples assim.

- Explique, Sasuke! Você sempre foi cabeça quente, mas brigas e drogas nunca estiveram no seu currículo.

- Quero que você me ajude, Naruto! - Sasuke eleva sua voz, o desespero deixando-a embargada - Não quero sair do time e não quero que essa notícia se espalhe! Já pensou como sua mãe ficaria?! Já pensou como minha mãe ficaria?!

Ele está pensando na minha mãe?!

- Não sei. Mas, você com uns dentes a menos, com certeza.

Sasuke volta a se sentar na poltrona, relaxando o corpo. Sua cabeça está apoiada no encosto e ele olha para o teto, ignorando-me por alguns minutos. Sinto uma mão agarrar a minha, então me lembro que Hinata esteve presenciando toda essa cena. Quero pedir desculpas por ela ter que presenciar isso quando era para ser nosso momento, mas de jeito nenhum deixarei Sasuke com problemas. Hinata me conduz novamente para o sofá e nos sentamos, com seu braço entrelaçado ao meu, acariciando-me com seu dedo em pequenos formatos circulares.

- O que aconteceu, Sasuke? - Hinata pergunta, trazendo consigo a calmaria e tranquilidade que nenhum de nós conseguimos ter.

Sasuke olha para ela, depois para mim. Então, começa a falar.

- São drogas e foi eu quem as colocou lá. Mas, não são minhas, relaxa! Eu só fui completamente estúpido por ter as guardado lá. Estávamos prestes a ter um jogo e se o treinador as visse com Idate, ele ficaria no banco ou pior, seria expulso. Eu sou o capitão, só estava tentando ajuda-lo. Mas, no fim era uma armadilha para mim. Tem algumas pessoas por lá que ham.... - ele faz uma pausa, limpando a garganta - Não gostam muito de mim. Por sinal, são as pessoas que você me ajudou a dar uma surra ontem, obrigado irmãozinho. Só que agora preciso fazer com que não sobre para mim. Ou posso ser expulso.

- Sasuke! - passo a mão pelo cabelo outra vez, deixando-o ainda mais arrepiado - Isso é idiotice e é loucura! - suspiro - O que podemos fazer para resolver isso?

- Eles vão me acusar por fazer uso das drogas. E mesmo que eu saia limpo nos exames, posso ser suspenso por um tempo ou expulso por tráfico, o que é crime. Sem falar que isso chegaria facilmente a mídia e tudo que menos quero é sujar o nome dos Uchiha ou dos Uzumaki.

- O que precisamos fazer? - pergunto, já tentando pensar numa solução para o problema.

Itachi seria uma ajuda melhor, com certeza. Ele já esteve envolvido com bebidas e até drogas, mas além de ele nunca criar alarde com essas coisas - quase como se conseguisse ser invisível ou enganar as pessoas - basta alguém ser bruto com ele, que ele toma jeito. Sasuke e eu vivemos brigando com ele, então de tempos em tempos, ele se ajeita, prometendo que irá parar. Às vezes, ele para, às vezes, não.

- Precisamos fazer ele ficar calado! - Sasuke responde, pensativo - Não sei aonde estão as drogas e não sei quando eles planejam agir. Essa história não pode se espalhar, não pode chegar nos ouvidos do treinador. Nem dos nossos pais! - Sasuke eleva a voz, com dificuldade para se acalmar, seus olhos caem para baixo, com tristeza nítida neles - a Sakura também não pode saber!

Hinata se remexe ao meu lado, parecendo um tanto incomodada.

- Não pode esconder as coisas dela.

- Ela ficaria decepcionada!

- Ela ficaria decepcionada se você não contasse a ela! E se ela souber por outra pessoa?! - Hinata suspira, parecendo tão tensa com o assunto quanto eu - Mas, vamos resolver isso primeiro. Tem alguma forma de se livrar das provas que eles têm contra você? - ela pergunta, quase como se tivesse encontrado a solução - depois você conversa com a Sakura. Se existirem provas, precisa se livrar delas. Se forem apenas palavras, eles não terão como te acusar!

- Não devem ter muita coisa contra mim, sou uma pessoa exemplar! - Sasuke dá de ombros como se tivesse conseguido relaxar um pouco.

- Preciso de café! - exclamo, dando um tapa brincalhão na coxa de Hinata. Me levanto e a ofereço minha mão - Vem comigo?

Ela assente, aceitando minha mão e se levanta. Me viro para Sasuke que ainda está derrotado na poltrona.

- Você vem, Sasuke? - ele levanta a cabeça, olhando para mim - O mundo ainda não acabou, vamos resolver isso. Eles vão aprender o que acontece quando se mexe com um Uzumaki!

- Não sou um Uzumaki! - Sasuke reclama, erguendo-se do seu poço de derrota.

(...)

Ser discretos não era nosso forte. Estávamos Sasuke, Itachi e eu, encostados contra a porta do meu carro - nem um tanto chamativo - observando a casa de Idate. As pessoas olhavam para nós, sem disfarçar que estavam nos encarando, assim como nós não disfarçavamos o ódio pela situação. Devíamos estar lá há uns 10 minutos, até que Idate finalmente apareceu. Ele abriu e fechou a porta de casa, conferindo os lados da rua antes de atravessar - como se um carro naquela rua pacífica pudesse ser mais assustador que Itachi no momento. Seu olho roxo ainda estava inchado, resultado dos socos que lhe dei no dia anterior, por ter batido em Sasuke.

- Não precisava trazer sua gangue, Sasuke. - ele disse, aproximando-se de nós e soltou um assovio, colocando as mãos no bolso - belo carro.

- Você sabe porque estamos aqui. - Sasuke começou a dizer, segurando-se para não ataca-lo.

Costumávamos chamar atenção por onde passávamos, era normal as pessoas nos reconhecerem e tudo o que menos queríamos agora é chamar a atenção de alguém, ou quem sabe, aparecer na capa de uma revista no dia seguinte por estar causando confusão.

Toquei o ombro de Sasuke, puxando-o um pouco para trás.

- Nós queremos acabar com isso. - eu disse, tentando analisar suas expressões - Seu plano é tirar a liderança de Sasuke, não acho que esse seja o melhor caminho e...

- Não! - ele me interrompeu, sorrindo maldoso - Na verdade é perfeito. É só a forma mais simples de tira-lo da liderança.

- Não importa o que você pensa. Você não vai fazer isso, não tem provas contra o Sasuke, ninguém acreditaria em você.

- Errado. Se eu conseguir provar que aquilo era do Sasuke, mesmo que ele não use, vou conseguir o que quero. Tenho quem me ajude.

Pelo canto do olho, vejo uma veia saltar do pescoço de Sasuke, em três segundos, ele está agarrando Idate pelo colarinho, deixando-o na ponta dos pés.

- Escuta aqui.... - Sasuke murmura.

- Não é um pedido. - Itachi o interrompe outra vez - É o que estamos falando para você fazer e você não vai questionar. Para puta que pariu essas suas más intenções, mas não ouse mexer com meu irmão.

A risada que sai de Idate é irônica, ele se solta das mãos de Sasuke e dá alguns passos para trás, ajeitando a gola da blusa.

- E o que vocês fariam? Qualquer coisa que queiram fazer, as pessoas vão saber. Essa é minha carta extra, ousem mexer comigo e vocês viram notícia.

- Por que ta fazendo isso, cara?! - pergunto alterado - Qual o seu problema com o Sasuke?!

- Tirando o fato que ele é um bacaca? Nenhum. - ele dá de ombros - só não gosto da liderança dele. - Idate se vira para Sasuke - talvez você ainda continue no time, não vai ser tão ruim assim.

- Vai a merda! Eu sou a porra do capitão, esse time é meu e você não vai estragar isso!

- Vocês se acham demais, só porque tem dinheiro acham que podem tudo. Acho incrível como ainda não tentaram me subornar.

Não digo, mas eu havia pensado nisso.

- Não levem a mal, como disse, talvez Sasuke nem saia do time.

Itachi respira fundo e puxa Sasuke para entrar no carro, dando as costas para aquele imbecil.

- Isso não vai ficar assim! - Itachi diz, abrindo a porta do carro.

- E vai fazer o que, Uchiha?!

Como resposta, Itachi se vira fechando o punho, acertando-o em cheio no rosto de Idate. O garoto cambaleia e cai no chão.

- Isso é por ter batido no meu irmão. E se quiser mesmo tentar ferra-lo, tem muito mais desse de onde saiu.

Itachi entra no carro, fechando a porta com mais força que o necessário. Ligo o carro e saio dali, nervoso por nossa tentativa de resolver tudo pacificamente não ter dado certo. Pelo retrovisor, vejo Itachi apontar o dedo do meio.

- E agora?! - Sasuke pergunta, olhando vagamente pela janela.

- Temos que provar sua inocência.

- Não. - Itachi me corta - Vamos ensinar a ele o que acontece quando se mexe com um Uchiha. E já sei quem vai nos ajudar.

Engulo em seco e assinto, já sabendo a quem Itachi se refere.

- Você não vai perder isso, Sasuke. - ele afirma.

Eu não duvido dessas palavras.

(...)

Consigo ouvir o baque das panelas sendo mexidas na cozinha. Hinata ainda está aqui, mais especificamente, esquentando o que sobrou do macarrão de ontem. Não consigo focar em muita coisa no momento, ainda preocupado com o problema que estamos tentando resolver. Puxo minha blusa para cima, arrancando-a do corpo e vou para a varanda, amassando entre os dedos um maço de cigarro.

Faz tempo que não uso.

Me debruço sobre a grade de proteção, respirando fundo, mantendo o foco no horizonte. Da altura que estamos, não consigo ouvir o barulho dos carros ou das pessoas conversando nas ruas. A única coisa que me impede de enlouquecer é o barulho que Hinata está fazendo. Às vezes, parece que ela derrubou uma tampa - ou talvez esteja só tampando a panela - mas, me concentro nesse som, tentando focar. De repente, me sinto distante, um pouco fora de mim.

- Você está bem?

Respiro fundo outra vez, virando-me para trás.

- Você está bem? - Hinata volta a repetir, buscando minha mão. Então, ela para o movimento, notando o que estou segurando.

Automaticamente, aperto o maço mais forte, como se pudesse os esconder dela.

- De quem é isso? - ela pergunta, os tirando da minha mão.

- É meu. - busco seu olhar, encontrando curiosidade e reprovação neles.

- Não sabia que fumava.

Balanço a cabeça para os lados, tentando negar veemente, negando para mim mesmo e para ela.

- Sou um hipócrita. Estava puto com Sasuke pelo problema com drogas que ele se meteu e cá estou eu, com um tipo de veneno diferente entre os dedos. - solto um suspiro, bagunçando o cabelo. Volto a me escorar contra a grade e olho lá para baixo, tentando pensar em que tipo de problemas aquelas minúsculas pessoas estão lidando.

É como um costume. Ajuda esquecer dos meus problemas, saber que não sou o único com.

- Não fumo com frequência. - digo para ela, sentindo-a se aproximar e beijar meu ombro nú - Só quando estou nervoso.

- Você está bem? - ela pergunta de novo.

Inclino-me um pouco para baixo, observando seu rosto delicado meio embaçado. Acho que meus olhos estão cheios d'água.

- Estou. - minha voz sai firme - É Sasuke quem não deve estar. Esse time é importante para ele, eu não quero que ele perca isso. Tipo... - puxo o fôlego, disparando-me a falar - Qual o problema? Nós não merecemos isso? Ele não merece? Nossa fama vive sendo jogada na nossa cara como se fôssemos apenas imagens e não pessoas de verdade. Nós nunca pedimos por isso, tudo o que Sasuke queria era estar nesse time. Agora ele tem a Sakura, mas o futebol foi o primeiro refúgio dele. Quando os problemas vinham, era lá que ele se protegia. É a mesma coisa que cozinhar é para mim!

- Ei, Naruto! - Hinata força meu olhar a encontrar o seu, trazendo meu rosto para mais perto - respira comigo.

Ela puxa o ar com força e eu a imito, soltando-o em seguida. Nos sentamos sobre as almofadas e ela me faz deitar em seu colo, acariciando meu cabelo, tão lento que me deixa meio sonolento.

- Quando eu era criança e as coisas ficavam ruins, eu ia para cozinha. Aprendi a cozinhar com minha mãe e vivia falando que seria cozinheiro para agrada-la. Depois que o Menma morreu, eu e minha mãe ficamos mais unidos que nunca. Éramos como o suporte um do outro, e quando ela estava em crise e eu não conseguia ajudar, íamos para cozinha. Era lá que ela se distraia, ficava horas e horas cozinhando. Às vezes, sobrava tanta comida que distribuíamos em igrejas e abrigos. - abraço as pernas dela - Por que eu estou falando sobre mim?

- Não sei, mas gosto de ouvir sobre você. São coisas que não colocam em revistas, são suas partes mais reais. Fala mais.

- Os pais do Sasuke começaram a ter problemas e eles se separaram. Enquanto Itachi saia para festas, Sasuke ia para quadra e começava a jogar. Primeiro foi basquete, mas acho que ele não gostou muito, então ele conheceu o futebol e se entregou de corpo e alma para ele. O pai do Sasuke se tornou um cara complicado, foi difícil pros meninos. Por isso, eu não queria que Sasuke perdesse o futebol, foi algo que salvou ele de afundar.

- Ele não vai perder isso. Vocês vão conseguir resolver a situação. Ele não vai perder a liderança, muito menos o time.

- Você ainda estaria comigo se eu fosse diferente? - pergunto.

Hinata arqueia uma sobrancelha. Desvio meu olhar dela.

- Como assim?

- Se o acidente tivesse me desconfigurado.... - coço a garganta, arrependido por ter entrado no assunto - Deixa para lá.

Hinata não quer estar de fato comigo, talvez, muito menos se meu rosto tivesse seqüelas do acidente. No dia, um pedaço de vidro causou um corte em meu rosto, foram necessários vários tratamentos, para deixa-lo bem cicatrizado como está hoje.

- Tem problemas de auto estima, Naruto? - ela pergunta, sua voz soa temerosa, como se estivesse prestes a embarcar num assunto perigoso.

- Não. - minto.

Fui obrigado a aprender a lidar com minha cicatriz porque ela era irreversível. Mas, quando entrei na adolescência e comecei a reparar em como saia nas fotos dos sites e revistas, me via com uma imagem meio retorcida, então comecei a me preocupar com meu corpo, focando em ganhar músculos ao invés da gordura que adquiria na cozinha. Só depois disso, garotas começaram a se interessar por mim. Nenhuma delas nunca me amou. Talvez amem meu corpo, minha fama ou meu dinheiro, mas não a mim. Hoje em dia, amor é uma coisa rara.

- Me desculpe por isso. - peço me levantando do seu colo.

Primeiro estou chateado com o problema de Sasuke, de repente, estou derramando sobre ela boa parte da minha infância. No que eu estava pensando?

- Me desculpe se te enchi com minhas baboseiras. Eu só... - esfrego o cabelo, gesticulando com as mãos - Não sei o que deu em mim.

- Sabe, Naruto... Acho que você só queria desabafar. Talvez, estivesse procurando alguém que o escutasse, alguém que queira ver em você o seu interior, não o que você tem por fora. Acho que o lance do Sasuke foi como um gatilho para você!

- É! - respondo, lambendo os lábios. Sinto um gosto amargo ao dizer - Estou sendo apenas egoísta. Ele tem um problema de verdade e eu aqui, me lamentando por coisas que já passaram.

- Ei! Não é assim! - ela volta a puxar meu rosto em sua direção, passando os dedos pelo o que parecem ser lágrimas - Nenhum problema é maior que o outro, são percepções diferentes e tratamentos diferentes. Não é porque Sasuke está passando por algo ruim, que seus problemas vão desaparecer para você se doer por ele. Eu sei que é difícil, mas estou aqui com você. - ela toca meu peito, bem aonde meu coração pulsa acelerado - Se está doendo, ponha para fora. Nunca irá me incomodar ouvi-lo. Não vá tentar resolver problemas demais lá fora, se aqui - ela toca meu peito com o indicador, dando leves batidas - está uma tremenda confusão.

- Não quero que você passe por isso junto comigo.

Ela comprime os lábios.

- Sabe, talvez, um dia você também me veja assim tão vulnerável. Provavelmente, vou tentar te afastar, mas por favor, apenas me abrace e diga que vai estar lá até ficar tudo bem.

Minhas lágrimas escorrerem com ainda mais intensidade.

Sinto que Hinata está cada vez mais próxima de mim, não há como ser coisa da minha cabeça. Antes, fazíamos sexo. Agora estamos sempre conversando e preparando jantares juntos. Fazemos piadas sem graça e assistimos programas na tv. Conhecemos a familia um do outro e gostamos de fazer as coisas juntos, assim como ver o pôr do sol e o anoitecer. Ambos já são bonitos por natureza, mas com Hinata escorada em meu peito, abraçando-me com força, acho que eles são magnificamente mais bonitos.

Só que ao mesmo tempo que sinto essa nossa conexão, sinto uma enorme barreira entre nós, que fica cada vez mais alta e densa toda vez que Hinata nos lembra que nosso tempo vai acabar, algum dia.

Sei disso. Sei que um dia ela irá para longe e eu ficarei aqui, mas gosto de aproveitar nosso tempo, como se nosso relacionamento não tivesse uma data de validade.

Não gosto de pensar sobre como será quando isso acabar, mas ao mesmo tempo agradeço Hinata por estar sempre me lembrando que existe uma validade. Assim poderei aproveitar minha dose de felicidade genuína ao lado dela, sempre me lembrando que não posso me apegar demais, pois um dia terei de deixa-la ir. Eu não seria egoísta a ponto de querer mantê-la comigo. Não é como se eu fosse uma pedra em seu sapato, mas Hinata tem planos. Grandes planos. E eu não estou incluído neles.

- Obrigado. - murmuro, permitindo que ela seque minhas lágrimas, ainda um pouco envergonhado pelo momento de fraqueza. - Obrigado por estar ao meu lado.

Com um sorriso e uma mão gentil, Hinata me acolhe em um abraço caloroso, beijando meus cabelos, enquanto promete que vai estar comigo até tudo estar bem. Queria que fosse um pouco mais.

(...)

Fugaku continua com a mesma expressão cansada que me lembro. Seus filhos se parecem com ele, puxaram seus olhos pretos e o cabelo escuro - não que Mikoto tenha características diferentes - mas, todos os detalhes vieram do pai. Exceto o sorriso. O sorriso com certeza é de Mikoto.

Ele aceitou vir se encontrar conosco, depois que Itachi o ligou. Foram umas 4 horas dirigindo e agora estávamos num barzinho, aproveitando uma bandeja com petiscos. Fugaku ainda está tentando entender o que Sasuke está dizendo, ele bebe um longo gole de cerveja e inclina a cabeça para o lado, analisando o rosto do filho.

- Então, quer dizer que esse moleque fez isso com seu olho? - Fugaku termina de virar o copo, debruçando-se sobre a mesa para segurar o rosto de Sasuke, virando-o de um lado para o outro.

- Ele ficou pior, garanto. Naruto deu uma baita surra nele.

Encolho-me no lugar, sendo alvo de seus olhos negros. Sinto ele duvidar que realmente era eu brigando por seu filho, na verdade, às vezes, até eu duvido do que fiz, mas acho que na hora da raiva não pensamos direito. Então, por mais que eu odeie brigar, não me importei em ir defender meu irmão.

- E por que esse moleque acha que tem direito de fazer alguma coisa com você? -ele volta a se sentar em seu lugar, refletindo sobre o assunto.

Itachi arrasta o copo na mesa, terminando mais uma dose de bebida.

- Ele não tem o direit...

- Estou falando com o Sasuke! - Fugaku o corta de forma fria, deixando-o irritado - Precisa aprender a ser mais como o Itachi, precisa aprender a se defender, Sasuke. Não é sempre que estaremos lá por você.

Sasuke fecha o punho sobre a mesa, trancando o maxilar. A ideia foi de Itachi, mas aposto que Sasuke a odiou. Fugaku não é muito presente na vida deles.

- Se puder ajudar... - Sasuke respira fundo - Vou ficar feliz. Não quero chamar a atenção para esse problema. Quero resolver de forma simples e acho que um susto pode resolver.

Os lábios de Fugaku curvam-se para cima, num sorriso ladino. Ele faz mais um pedido de cerveja.

- Vou ajudar meu filho, nunca lhe negaria ajuda.

Quando a cerveja chega, ele leva o copo a boca, hesitando em beber.

- Fiquei sabendo que tem uma namorada. Por que não a apresentou para mim?

- Achei que não se importasse. - Sasuke responde, sua voz saindo como um raio de gelo.

- Se ela é importante para você, é o suficiente para me fazer importar. - ele dá de ombros, finalmente bebendo mais um gole. - Me importo com vocês dois... Três! - ele corrigi, pousando seus olhos em mim - E como está Kushina?

- Bem. - respondo.

- E a Mikoto?

- Bem. - eles respondem juntos, tão simples e diretos quanto eu.

- Isso é bom. - ele vira o copo na boca e pega um punhado de dinheiro, deixando-o sobre a mesa. Então, se levanta pegando sua jaqueta preta.

Nós o seguimos com o olhar até estar na porta, ele se vira para nós, arqueando uma sobrancelha.

- Andem logo! Não sei aonde esse filho da puta mora!

Engulo em seco e saio da mesa, seguindo-o. Sasuke e Itachi vem logo atrás, correndo para caminhar junto com o pai.

(...)

Haviam se passado alguns dias desde que nos encontramos com Fugaku. Durante a semana, precisei ficar um tempo a mais na universidade, ajudando a limpar o campus com Sasuke - um castigo pela briga que nos envolvemos - mas, pelo ou menos, Fugaku prometera que daria um jeito, sem que precisemos nos preocupar. O que era bom, já que outro jogo estava próximo e Sasuke vivia nervoso, com medo que algo desse errado ou até mesmo que Sakura se irritasse com ele - o que seria improvável, já que ela se mostrou bem compreensiva depois do que Sasuke a contou.

O jogo aconteceria naquele dia mesmo e os meninos estavam treinando no campo aberto. Eu estava sentado na arquibancada, fingindo ler um livro sobre matemática financeira, o que era um saco, mas eu precisava estudar para as provas que se aproximavam - outra vez.

- Isso me dá até ânsia. - ouço uma voz soar atrás de mim, me viro e encontro Shion indicando meu livro com a cabeça - matéria chata.

- Isso é porque você não se dá bem com números.

- Vou fingir que você não está tentando me chamar de burra de forma educada. - ela revira os olhos, sentando-se perto de mim, focando o olhar nos garotos abaixo.

- E não estou. - digo, fazendo-a sorrir.

Passamos alguns minutos em silêncio. Shion - que conheço desde o ensino médio - está focada vendo o treino, como se não pudesse perder uma jogada sequer. Em algum momento, deixo o livro de lado, porque com tanto barulho e minha animação do jeito que está é praticamente impossível estudar. Ergo meus olhos, soltando um bocejo, ao mesmo tempo que Idate e o treinador entram no campo, ambos com expressões negativas no rosto. Imediatamente, me levanto e desço as escadas, chegando perto o suficiente para saber o que esse infeliz veio fazer depois de tanto tempo quieto. Quase como se as provocações nunca houvessem existido.

- O que será que aconteceu? - Shion pergunta curiosa.

- Não sei. - respondo, também curioso para saber o que vai acontecer.

O treinador solta uma longa lufada de ar e assopra o apito, chamando todos os jogadores para perto. Sigo Sasuke com os olhos, vendo-o coçar a nuca, como se soubesse que o assunto será ele. Sasuke me lança um olhar e o incentivo a reunir-se o grupo.

- Estamos reunidos aqui, porque temos um sério assunto para tratar. Eu odeio ter que fazer isso logo na véspera de um jogo, mas seria anti ético não fazer. Para começar, quero que todos estejam cientes de nossas regras, saibam que a quebra de uma delas trás consequências, consequências muito graves.

O treinador olha para cada um de seus jogadores, parando o olhar em Sasuke que engole em seco.

- Capitão. - ele o chama - aproxime-se.

Sasuke dá passos para frente, parando perto de Idate.

- Como dito, violentar uma regra trás punições, algumas mais graves que outras. Idate, faça o que combinamos.

Com uma expressão de derrota nítida mo rosto, Idate se vira para Sasuke, evitando seu próprio olhar, envergonhado pela cena na frente do resto do time.

- Me desculpe, Sasuke. Tive uma atitude repugnante e me arrependo. Não deveria ter feito o que fiz e aceito todas as minhas punições.

Idate se curva para Sasuke, fazendo todos ficarem surpresos, alguns se perguntam o que aconteceu, mas eu apenas pergunto como aconteceu. Por que essa mudança tão repentina de comportamento? Desculpas? O que Fugaku fez?

Um dos jogadores cria coragem e pergunta o que aconteceu.

- Não é da conta de vocês, isso diz respeito apenas a mim, Sasuke e Idate. Não irei expor o colega de vocês, mas saibam que coisa boa não é. - o treinador bagunça o cabelo, antes perfeitamente penteado, alterando sua voz para falar - O próximo de vocês que vier me arrumar problemas na véspera de um jogo, que não ouse aparecer na minha frente, ouviram?!

- Sim, senhor! - eles respondem em couro.

- Qual será minha punição, Sasuke? - Idate pergunta, ódio ressoando junto a sua voz.

Sasuke está prestes a responder, quando o treinador assopra o apito outra vez.

- Você está expulso, Idate. O que fez não tem perdão, conversaremos melhor mais tarde e agradeça por não ter nenhuma consequência mais grave, você é um garoto de sorte. - ele toca o ombro de Idate e em seguida dispensa-o se virando pro resto time - Voltem a treinar, maricas! Se não ganharem o jogo de hoje, vou fazer um inferno na vida de vocês! Deidara você entra no lugar de Idate.

Simples assim, Idate dá as costas, saindo do campo furioso, enquanto manda Sasuke a merda. Ninguém liga. Sasuke se vira para mim, com uma interrogação no olhar. Também não sei o que aconteceu, mas parece que está tudo certo. Por enquanto.

- Você não ouviu, Sasuke?! Quer que eu faça sua vida um inferno? - o treinador grita com ele - Vá treinar com seu time, também estou cansado de Uchihas me dando problemas!

- Sim, senhor! - Sasuke responde, correndo para ir treinar.

Um sorriso surge em meu rosto, feliz por tudo ter acabado bem.

- Eu não entendi nada. - Shion comenta ao meu lado - Só sei que seu irmão é um gato!

- Se liga, loira! - dou um tapa brincalhão na cabeça dela - Aquele lá já foi amarrado e está feliz com isso, você não tem chance.

- Taaa! - ela arrasta a palavra, puxando-me pelo braço de volta para arquibancada - Agora me conta o que aconteceu entre seu irmão e aquele garoto.

Nego com a cabeça, rindo da situação, mas tudo o que eu queria agora é contar a Hinata o que aconteceu.

(...)

Uma chuva de confete voa pelos ares, sobre todos os jogadores do time e parte da arquibancada. Até mesmo eu estou feliz, ainda mais impressionado com o desempenho de Sasuke do que nunca. De fato, ele mostrou do que é capaz, dessa vez, o outro time não teve nem chance, nós os massacramos.

Hinata pula em cima de mim, abraçando-me pelo pescoço, beijando minha boca com força, como se uma imensa onda de adrenalina percorresse seu corpo, deixando-a eufórica. Tiro pedacinhos de confete do seu cabelo e a beijo de volta. Descemos as escadas e a ajudo a pular a mureta, invadindo o campo - inutilmente, alguns tentam nos impedir - mas, já é tarde, estamos abraçando Sasuke, interrompendo seu beijo cinematográfico com Sakura. Acho que se antes não sabiam, agora o campus inteiro já sabe que Sasuke está de coleira.

Shion aparece e nos unimos com Sasuke para que ela tire uma foto - a loira faz parte do clube de jornalismo da escola, já que essa é sua área - em seguida, Sasuke se reúne ao time e todos tiram uma foto juntos, jogando o treinador para cima.

Depois de meia hora em comemoração, começamos a nos despedir do time. Tem uma festa rolando e estão todos convidados, mas decidimos não ir. Sasuke quer ficar com Sakura e eu estou exausto demais para ir a um lugar agitado, sem falar que Hinata não é fã de festas, e quem sou eu para dispensar a companhia dela? Nos reunimos para comemorar num barzinho, Itachi veio conosco, orgulhoso do irmão e feliz pela vitória do nosso time. Estamos prestes a entrar na segunda rodada de drinques, quando o garçom para ao lado da nossa mesa, pigarreando.

- Desculpe atrapalhar, mas aquele senhor pediu para entregar isso a vocês. - ele aponta sutilmente com a cabeça em direção a porta do lugar e deixa um envelope pardo sobre nossa mesa. Seguimos com o olhar até lá, encontrando Fugaku com uma garrafa de cerveja, ele a ergue como se estivesse fazendo um brinde e sai.

Sasuke abre o envelope, rasgando-o de tanta ansiedade para saber o que tem dentro. Então, ele esparrama pela mesa inúmeras fotos de Idate. As primeiras são fotos simples, ele saindo de casa, entrando no campus, com alguns amigos. As últimas, são um tanto incriminadoras, Idate está em lugares suspeitos, conversando com pessoas suspeitas e em algumas das fotos, ele claramente está trocando mercadorias ilegais em nosso país - drogas.

Com as mãos inquietas, Sasuke pega uma das fotos e a vira, encontrando um recado.

"O que ele fez é crime, esse moleque tem sorte se não acabar preso. Não deixe que mexam com você de novo, Sasuke. Mas, quero que todos vocês saibam que estarei aqui sempre que precisarem. Ninguém mexe com um Uchiha.

Ass.: Papai"

- Ele conseguiu. - Itachi murmura. - Está longe das mídias e foi resolvido.

- O coroa conseguiu de novo. - Sasuke lança um olhar através da porta, provavelmente, se perguntando se seu pai ainda está lá.

- Sabia que ia dar tudo certo. - Sakura beija a bochecha de Sasuke - Você não fez nada errado. E não havia motivos para você querer esconder isso de mim, eu não ficaria chateada ou irritada. Se isso fosse um problema para você, eu simplesmente faria todo o possível para ajudar a resolver. Sabe que eu te amo, né?

Sasuke se vira para Sakura, sorrindo de orelha a orelha, beijando-a de forma apaixonada, sem se importar com o público. As pessoas a nossa volta olham e começam a bater palmas, vibrando por algo que eles nem sabem bem o que é. Sasuke se separa de Sakura e se levanta da cadeira, puxando-a para se levantar junto.

- Vem, quero te apresentar uma pessoa importante para mim. Precisamos correr se quisermos alcança-lo.

Sakura sorri e se despede de Hinata com um abraço rápido, ela pega sua jaqueta e sai com Sasuke, ambos apressando o passo.

- É, acho que fiquei sobrando aqui. - Itachi resmunga, virando o copo de uma só vez - Sasuke não pode ficar com toda a atenção, vou atrás deles.

Itachi se levanta e sai, deixando a parte de sua conta na mesa. Hinata se vira para, entrelaçando nossos dedos.

- Você está feliz? - ela pergunta, fazendo seu hálito bater contra meu queixo quando se aproxima, beijando minha pele.

- Estou. - aperto seus dedos - e fico feliz que você esteja aqui.

Nos bons e nos maus momentos.

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