Pétalas de Cerejeira

Galing kay NaniSenpaiNK

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Sakura tem uma importante decisão a tomar: continuar vivendo em sua vila, ao lado de seus amigos e família, s... Higit pa

Situações desesperadas, pedem medidas desesperadas
A primeira pétala de Cerejeira - Por olhos celestes
O desabrochar da Flor de Cerejeira
Nova realidade
Construindo uma Sakura Rank S
Tornando-se insubstituível
A segunda pétala de Cerejeira - Por olhos castanhos-mel
A terceira pétala de Cerejeira - Por olhos carmesim
A inconveniência da convivência
Realidade Distorcida
A quarta pétala de Cerejeira - Por olhos negros experientes
A quinta pétala de Cerejeira - Por olhos negros gentis
A quinta pétala de Cerejeira - Ainda por olhos negros gentis
Acerto de contas
Encontro Inesperado
A sexta pétala de Cerejeira - Por olhos negros sombrios
A sétima pétala de Cerejeira - Por olhos carmesim
Acertos finais
A oitava pétala de Cerejeira - Por olhos bicolores
Escolhas cruciais
BÔNUS - A nona pétala de Cerejeira - Por olhos azuis oceano
Despedida e reencontros - Parte I
Despedida e reencontros - Parte II

A décima pétala de Cerejeira - Por olhos âmbares

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Galing kay NaniSenpaiNK

NOTAS DO AUTOR:

Boa noite! Como vão? Bem? Espero que sim!

Sei que estou postando um uma semana de atraso, que ainda não respondi ninguém e que nem postei atualização de "A Protegida", mas é que minha última semana foi caótica. Acho que está saindo mais um dente no meu bebê e ele está todo chorão, dengoso e apresentando alguns sintomas que preciso ficar de olho, como diarréia e incômodo excessivo nas gengivas, então imaginam no que resultou, né? Ele não quer nada além do meu colo ou minha presença... nem comer ele está comendo direito. Enfim, me perdoem, mas saibam que eu tentei rsrs

De qualquer forma, estou postando este capítulo para vocês não esperarem mais, mas saibam que VOU RESPONDER todo mundo! Então não deixem de comentar, gente... eu preciso saber o que vocês estão achando! Combinado?

Sobre a pesquisa de satisfação, quem a respondeu já recebeu o presente por mensagem privada, o problema é que tiveram alguns Nickname que eu não encontrei, não sei se escreveram errado ou mudaram, mas SE VOCÊ RESPONDEU e não recebeu minha mensagem ainda, me procure, por favor. Não quero ficar em dívida com ninguém!

Aproveitando a deixa, quero agradecer quem respondeu. Eu amei as respostas, as ideias, as teorias... podem ter certeza de que levarei tudo em consideração! Fiquei surpresa que algumas pessoas acertaram o rumo da fanfic, assim como alguns acontecimentos... foi ótimo trocar essas informações com vocês!

Para quem não respondeu, ainda está em tempo! Vão lá e respondam! Quem sabe seus desejos se tornem realidade? Eu amooo agradar vocês =P

Quanto a esse capítulo, ele dá continuidade ao capítulo 20 que é da Sakura, pois voltamos aos trilhos. Aconselho a passar lá para dar uma olhadinha antes de ler esse, porque ele continua mesmo aquele rsrs

É isso, espero que gostem!

Boa leitura!*~

[...]

CAPÍTULO 21

A DÉCIMA PÉTALA DE CEREJEIRA – POR OLHOS ÂMBARES

"Sakura-..."

"Não, Tobi. Não se intrometa."

"Solte-o."

Aquele diálogo se repetiu como se estivesse ocorrendo em tempo real mais uma vez e isso a fez desviar o olhar cravado em Zetsu para a imponente e sombria parede de raízes de dois metros levantada como aviso para ninguém interferir.

Levantada com uma técnica manipulada aparentemente pelo pé.

O quão bom era o controle de Chakra de sua portadora para ser manipulado pelo pé? E, mais importante, desde quando existia esse controle?

Até onde tinha conhecimento, a garota não representava tanto perigo assim, ou melhor, assumidamente era inofensiva.

"Isso é entre mim e ele."

Foi o que Sakura disse antes do diálogo desandar com uma facilidade assustadora, dando-lhe uma visão clara de uma pequena ruptura no controle que Pain manteve até então sobre a organização e que naquele instante tinha suas dúvidas se pertencia realmente a ele.

Por que Zetsu agiu por conta própria contra Sakura?

Por que estava tão aborrecido pela possível rebeldia dela?

Por que Pain não conseguiu pará-los?

Para onde foi sua soberania?

E qual o tipo de relação que Sakura e Tobi mantinham para que apenas ele fosse capaz de pará-la? Pois foi nítido que só depois de sua segunda interferência que ela recuou.

Deixando um pouco de lado as perguntas, deu atenção a uma percepção um pouco perturbadora. Nem o Zetsu e nem a Sakura se intimidou pela interferência direta de Pain e isso só significava uma coisa: ele não era mais respeitado como um líder.

E isso a levava para a última pergunta que martelava incessantemente: quando foi que Pain perdeu a liderança da Akatsuki?

Já estava desconfiada das ações questionáveis de Uchiha Madara, também conhecido como Tobi, mas não da insubordinação de Zetsu e muito menos da Sakura.

O que seus olhos não estavam enxergando?

— Deixe a Sakura em paz. — o rugido grave de Tobi quebrou o silêncio e por isso o encarou, pegando-o com o rosto mascarado virado na direção de Zetsu.

A dominância carregada na voz e a ordem imperativa que transparecia liderança – e que não partiu do líder da organização – a fez observar Pain com sua resoluta indiferença abalada por uma expressão meramente perturbada através de um vinco entre as sobrancelhas.

Suas dúvidas e percepções estavam conectadas as dele?

Era possível que o vínculo que os uniram no passado e os mantiveram unidos por todos aqueles anos tenha voltado e os sincronizado?

— Essa garota não passa de um possível problema irritante. — Zetsu rebateu, encarando a porta maciça de madeira por onde a dita cuja passou há pouco — Temos que eliminá-la antes que nos dê uma grande dor de cabeça.

Era raro o lado sombrio de Zetsu permanecer presente por tanto tempo, mas o que não esperava mesmo foi Tobi se materializar a frente do bicolor com uma aura sombria e postura dominante.

— Encoste nela e não respondo por mim. — ameaçou entredentes — Pela última vez: deixe-a em paz.

Então um sorriso despontou no lado negro do rosto de Zetsu e ambos pareceram entrar em uma disputa por poder e soberania apenas por aquela perigosa troca de olhar.

O ar se tornou rarefeito com o peso do Chakra que ambos deixavam exalar e poderia se sentir ansiosa pela batalha que parecia estar a caminho se não fosse por se sobressair a preocupação de Pain não protagonizar aquela disputa junto deles.

Isso a fez olhá-lo novamente e, mesmo depois de tantos desacordos, desejar que ele retomasse o poder que tanto se orgulhava de ter e colocar aqueles dois em seus devidos lugares.

Os olhos que antigamente lhe encontravam doces, a miraram frios pelos tons lilases do Rinnegan daquele que o manipulava e isso a fez cair em mais uma dualidade de sentimentos contraditórios sobre Nagato forçá-la a conviver com o corpo de Yahiko.

Saudade.

Dor.

Desespero.

Dor.

Repulsa.

Dor.

Engoliu a seco desviando o olhar; de repente o chão pareceu mais interessante.

— Sakura se tornou primordial para a Akatsuki e agora que está exposta deve ser protegida. — Pain finalmente se pronunciou, adquirindo o olhar dos dois Ninjas e dela — Qualquer ação que vá contra essa ordem, será tomada como insubordinação... — ele deu dois passos, se aproximando dos outros — e as consequências serão irreversíveis para quem ousar desacatá-la. Ficou claro?

O silêncio passou a pesar toneladas e os olhares a faiscarem perigo e aquele pequeno show a fez empurrar velhos e novos sentimentos contraditórios para o fundo de seu coração.

Eram três em disputa pela liderança da organização, assim como pelo rumo que ela tomará, isso era suficiente para tomar sua atenção como se nunca a tivesse perdido.

E, naquele momento, se perguntou se as coisas voltariam ao normal; onde Pain voltaria a soberania da organização que carregou os sonhos deles três antes de tê-los distorcidos pelos acontecimentos posteriores.

O tempo pareceu parar diante da tensão, mas logo se dispersou por um sorriso mal contido no lado negro do rosto de Zetsu, que assentiu subserviente como se nunca tivesse contrariado Pain. Em seguida Tobi fez o mesmo, portando-se neutro como sempre ao relaxar os ombros e desviar o rosto mascarado para Pain ao assentir.

— Se essa reunião acabou, voltarei a minha humilde busca. — Zetsu branco avisou em leve tom irônico que não passou despercebido, fundindo-se ao chão ao deixar o local.

— Precisamos ficar de olho nele. — ela se pronunciou pela primeira vez, se aproximando de Pain, que assentiu — Zetsu demonstrou contrariedade diante de sua ordem.

— Ele não seria tolo de me desobedecer.

Quis sorrir com escárnio.

Desobedecer?

Zetsu nunca se mostrou obediente para começo de conversa. Em sua opinião, era apenas alguém não confiável para Nagato e ela por sempre estar, convenientemente, no lugar e na hora certa com argumentos certeiros que utilizava apenas para manipulá-los junto do Tobi.

Pena que era a única a perceber isso.

— O que fará sobre a Sakura? — Tobi questionou com o timbre original, obtendo sua atenção.

— Como eu disse: ela se tornou primordial para a Akatsuki. Agora que está exposta deve ser protegida. — Pain ficou em silêncio por alguns segundos, ponderando — A busca pelo Rokubi – Seis Caudas – não pode parar, então volte para as investigações e fique de olho no Zetsu. Voltarei para Amegakure – Vila Oculta da Chuva – e Konan esperará alguns dias até as coisas se acalmarem e voltará com Sakura para Kōtetsugakure – Vila Oculta do Aço – até que a situação fique estável em sua retomada de poder, escoltando-a até seu retrato falado cair em esquecimento.

Assentiu, embora discordasse sobre escoltá-la. Sakura provou seu poder com o confronto de mais cedo, não hesitando em enfrentar Tobi e Pain apenas para conseguir o que queria e, como ela mesma tinha dito e tinha certeza de que não se tratava de um blefe, visto que estava bem ali após ser perseguida por três nações, ela podia fazer o que quisesse e nada, nem ninguém, a impediria.

— Está bem. Vou falar com ela sobre sua decisão.

Pain assentiu e aguardou Tobi se retirar para encará-la.

No olhar frio, deparou-se com uma nuance rara que só aparecia quando estavam sozinhos e que a lembrava do antigo companheiro com quem passou por muitas coisas: a espera por sua aprovação.

— Fez a escolha certa. — garantiu, desviando o olhar por segundos ao umedecer o lábio inferior — Sakura tem sido de grande valia com seu poder de cura e-...

— Garanta que ela fique segura e continue sob nosso comando. — ele a cortou, duro no tom como nunca antes, como se não tivesse a olhado desarmado segundos antes — Não podemos perdê-la até termos o poder dos quatro Bijū restantes.

Franziu o cenho. O tom imperativo ignorou, mas não ignorou a intenção por trás daquela ordem.

Kōtetsugakure-...

— É apenas uma garantia de meios para chegarmos ao fim. — ele rebateu com firmeza, deixando-a chocada pela frieza.

Frieza que vinha presenciando há algum tempo; tempo em que Tobi passou distorcendo ideais e sonhos com propósitos questionáveis.

Soprou um riso amargurado, desviando o olhar para não revirar os olhos por um segundo antes de encará-lo novamente.

Kōtetsugakure é apenas uma terra esquecida e amaldiçoada como Amegakure já foi e que precisa de proteção e paz. É por isso que estamos tomando seu poder. Esse é o nosso propósito desde Yahiko.

Pain se aproximou lentamente e com uma calma surreal. Inabalável, parou há um passo de distância encarando-a com afinco.

— Yahiko está morto, Konan. — a verdade a fez estremecer, mesmo que por todos aqueles anos a tenha repetido diariamente para si mesma — E aquele propósito se tornou obsoleto diante de tanta dor.

— Não. — rosnou, fechando as mãos com força — Aquele propósito se tornou ainda mais essencial diante de tanta dor. Eles precisam de nós. E nós precisamos manter Yahiko vivo realizando seu desejo de manter a paz e proteger aqueles que necessitam de proteção como um dia necessitamos e não tivemos.

Sentiu-se ser avaliada e isso a irritou. Aquele era um tratamento que um estranho recebia, não uma companheira de anos.

— Garanta que Sakura fique segura e continue sob nosso comando. Essa é sua missão a partir de agora. — ele finalizou, se retirando sem dar margem para um contra-argumento.

Mirou o chão com decepção e fechou os olhos se perguntando quando foi que Nagato se perdeu.

Eles não eram como antes.

Eles não tinham mais o mesmo sonho, menos ainda o mesmo propósito.

E ela precisou respirar fundo uma dúzia de vezes para não ir atrás dele e enfrentá-lo com mais firmeza, pois Yahiko jamais a perdoaria por desfazer o pacto de amizade que criaram quando ainda estava entre eles.

Engoliu o amargor da contrariedade e seguiu para o quarto da Sakura para cumprir sua "missão".

Enquanto caminhava pelos corredores, não pôde deixar de se questionar se ainda era certo seguir Pain. A cada dia que passava a balança pendia para a negativa daquela pergunta e não sabia dizer se conseguiria continuar fazendo vista grossa por muito tempo.

Ao virar o corredor na direção do quarto novo de Sakura, ouviu a voz sóbria do Tobi um pouco alterada.

Isso a fez cessar os passos e ocultar o Chakra, invocando um pequeno Tsuru – Dobradura de pássaro – para espionar a conversa.

Sakura e Tobi mantinham uma relação que ao seu ver era no mínimo interessante, pois passou por muitas fases em pouco tempo.

Inicialmente ela se portava desconfiada. Depois se tornou desdenhosa diante de qualquer interação dele com ela e depois hostil, percebeu.

O que aconteceu nesse período para causar tantas mudanças não descobriu, mas recentemente Sakura agia, de certa forma, até amigável com ele.

E não só ela passou por mudanças, Tobi também passou.

A desconfiança inicial era recíproca, isso ficava muito mais do que evidente a cada vez que ele manipulava Pain para espioná-la o tempo inteiro, assumindo pessoalmente a missão muitas das vezes. Mesmo recebendo o desdém dela, tinha algo nela que alimentava o interesse dele ao ponto de até deixar de cumprir as próprias missões para estar com ela. E quando passou a receber hostilidade, ele a viu como algum tipo de desafio, tanto é que se tornou ainda mais presente no dia-a-dia dela.

De repente, ele começou a demonstrar de modo sutil preocupação e zelo.

Tobi, ou Madara como se apresentou inicialmente para Pain e ela, não possuía qualquer resquício de preocupação e zelo por ninguém, por isso quando começou a apresentar evidências de que possuía isso por Sakura foi como um marco.

A questão era: o que rondava a relação que esses dois estavam construindo?

— Fala sério, Sakura, depois de tudo vai ficar aí meditando? — nenhuma resposta — Pare de me ignorar!

Aquela linguagem informal e espontânea... interessante.

— Estou meditando justamente para não terminar o que comecei. Deveria me agradecer por isso. — a irritação dela transbordava rudeza excessiva.

O pequeno Tsuru pousou abaixo do batente da porta recostada que tinha uma pequena abertura. Sakura estava sentada sobre a cama em posição de lótus e Tobi em pé em sua frente.

— Agradecer?! Você tem alguma noção do que fez?! — a voz grave se alterou novamente com um toque de irritação. Sakura ficou em silêncio e isso pareceu irritá-lo ainda mais, pois ele bufou —Você pode me ignorar o quanto quiser, mas não sairei daqui até termos essa conversa. — mais uma vez recebeu o silêncio como resposta e isso o fez começar a andar de um lado para o outro nervosamente, até ele mesmo romper o silêncio — O que deu em você para atacar um de nós daquele jeito inconsequente?! — Sakura sorriu de canto e ele pareceu indignado quando subiu dois tons — É divertido para você?!

Ela finalmente abriu os olhos, o encarando sem desfazer o sorriso de canto de maneira arrogante.

— Sim, é divertido pra mim. Principalmente levando em consideração que Zetsu foi o primeiro a atacar "um de nós " de "um jeito inconsequente" e, no entanto, sou eu que estou ouvindo sermão. Está claro que há alguém fora desse "um de nós". Irônico, não?

Tobi paralisou e isso mostrou que havia algo implícito naquela última sentença, o que foi confirmado quando o mascarado coçou a nuca, se sentou ao lado dela e abaixou o tom de voz.

— Você também é uma de nós. Sabe disso. — ela riu debochada o encarando com a sobrancelha erguida e isso pareceu desarmar o mascarado completamente, tanto que sentou mais próximo com um suspiro e uma postura mais subserviente — Já te disse que você é e não volto atrás no que digo.

O interessante foi que algo naquela frase a desarmou também: os olhos verdes brilharam com o repentino acúmulo de lágrimas e Sakura abaixou o rosto, desviando o olhar vulnerável para o chão.

Interessante. Muito interessante.

Então Tobi e Sakura possuíam uma ligação profunda como aquela, onde havia algo por trás do que diziam, algo que só eles entendiam.

O ponto era: quando as desconfianças dele foram substituídas por aquele cuidado demasiado e intimidade verdadeira e o que houve para tudo mudar tão bruscamente?

— E também... — Tobi retomou a palavra com a voz grave e tom de seriedade extremamente incomum se for considerado que não havia nenhum vestígio de hostilidade, algo que só o viu direcionar a ela — Zetsu é perigoso, é melhor ficar longe dele.

Então a atmosfera repentinamente mudou, assim como o olhar dela que pesou advertência por olhos levemente arregalados, perturbados e ameaçadores quando o encarou.

Um olhar carregado de obscuridade e perigo;

Um olhar capaz de deixar em alerta até mesmo uma Ninja experiente como ela própria;

Um olhar que nunca a viu direcionar a ninguém além do Itachi e do Gedō Mazō na noite em que mostrou possuir um poder inimaginável;

Um olhar que parecia pertencer à outra pessoa, de tão controversa aos olhares que sua portadora direcionou a todos por aquele período de convivência.

Tobi inicialmente travou. Seu corpo correspondeu a advertência de perigo ficando tenso e demonstrou isso dos pés à cabeça, mas quando Sakura começou a externar seu Chakra em ondas agressivas em torno de si, sem esconder sua quantidade insana e sua natureza sombria por um manto na cor roxo ametista que se materializou pouco a pouco sobre seu corpo de forma surpreendente – o mesmo manto que a cobriu e se expandiu um pouco antes de ser atacada pelo Gedō Mazō – o mascarado se levantou ágil e deu cinco passos para trás.

— Eu também sou perigosa, Tobi. Não se engane com minha postura sempre neutra e civilizada, porque posso mudá-la de acordo com o que me convém. — ela levantou imponente e mesmo que o rosto estivesse erguido para encará-lo devido a diferença grande de altura entre eles, ela exalava superioridade — Não vou retirar minha ameaça e muito menos fingir que nada aconteceu. — os cinco passos que ele recuou, ela avançou lentamente, como uma predadora emboscando sua presa petrificada — Se Zetsu me causar mais um aborrecimento, mínimo que seja, eu vou matá-lo. Independentemente dos problemas posteriores que isso me causar.

A resposta chocou o mascarado, pois ele ficou em silêncio por um longo tempo apenas a encarando.

A garota não desviou o olhar, sequer se moveu um milímetro, continuou o correspondendo bravamente encarando o rosto mascarado.

A tensão era palpável até mesmo para ela que assistia tudo através de uma invocação, o que a fazia imaginar se a atmosfera naquele quarto estava tão opressora quanto parecia de onde estava.

— Seria capaz de se voltar contra mim? — ele perguntou, em tom baixo, ressentido.

Oh, pelo visto subestimou a profundidade da relação que estavam construindo. Era óbvio que havia muito mais do que os olhos podiam ver e a mente podia absorver. Se tinha alguma teoria de que por parte do Tobi havia encenação ou manipulação apenas para ganhar a lealdade dela, essa teoria foi para o ralo.

Aquele ressentimento era genuíno.

— Se levarmos em conta que você está se voltando contra mim ao proteger Zetsu, sim, eu retribuiria sua traição sem pensar duas vezes. — ela também abaixou o tom de voz, suspirando cansada ao desviar o olhar por instantes, só para mirá-lo em seguida — Zetsu me expôs para três das cinco Grandes Nações Ninjas e para os mercenários. Minha morte forjada logo será descoberta por minha ex-Nação antes do esperado e isso vai me gerar consequências incalculáveis. Eu sou a vítima aqui, Tobi. Não ele.

Ele levou algum tempo para respondê-la, parecendo absorver as palavras recebidas.

— Nós vamos protegê-la.

— Bom, esse era o acordo, — a ênfase no verbo conjugado no passado não passou despercebido, visto que os ombros de Tobi enrijeceram visivelmente e até mesmo ela sentiu uma pontada de incômodo, porque aquela era uma verdade incontestável: recrutaram-na oferecendo em troca proteção e falharam até mesmo nisso — mas tudo bem, não era como se eu precisasse realmente dessa proteção. — desdenhou dando de ombros e se virando para caminhar até ficar em frente a janela — A única coisa que espero de vocês agora é que tomem as devidas providências quanto ao Zetsu para que eu não o faça, porque se eu o fizer, nada vai me deter.

O mascarado assentiu, mesmo que a garota estivesse de costas para ele, e não demorou muito para se juntar a ela para apreciar a vista.

— Zetsu não vai prejudicá-la mais. Eu garanto. — ela assentiu, apesar de não olhá-lo. Alguns segundos se passaram em silêncio e ele o quebrou — Konan ficará com você até as coisas se acalmarem. Vocês vão ficar aqui por alguns dias e depois ela vai com você para Kōtetsugakure.

— Não posso ficar e esperar. — ela virou o rosto levemente na direção dele, mirando-o determinada — Tenho pendências a resolver e por isso partirei em algumas horas.

— Você não está entendendo a situação. Se sair agora vai-...

Você que não está entendendo. — replicou ela impaciente — O perigo que acha que vou enfrentar daqui para frente é o mesmo que venho enfrentando sozinha há mais de um mês. E dei conta, como pode ver. Partirei em algumas horas, com ou sem a autorização da Akatsuki.

Aquele ultimato gerou uma surpresa tão grande que Sakura já tinha ido ao banheiro quando Tobi balbuciou algo como: "Vou falar com Pain e Konan sobre isso.".

Sakura não era tão boazinha e leal a Akatsuki e a seus membros hierarquicamente superiores quanto pensava, mas isso não era ruim, pelo contrário: ela era leal a si mesma e as suas convicções e isso a tornava incorruptível de um jeito admirável.

E, para ser sincera, estava curiosa para descobrir o motivo de tanta pressa por parte da garota; o que eram as tais "pendências".

Tobi não repassou a insubordinação para o Pain, só a acobertou com mais um ato de manipulação, alegando que o quanto antes Sakura voltasse para Kōtetsugakure seria melhor, pois voltaria aos afazeres habituais da organização e, apesar de saber o que havia por trás da mentira, não fez nada.

Se Pain estava sendo enganado, foi porque permitiu que isso ocorresse. Era isso que dava superestimar a lealdade de estranhos.

Por outro lado, observar aquela situação a fez concluir que talvez Sakura fosse a que manipulava Tobi por aquela relação inusitada. Só restava descobrir se era propositalmente ou não.

Naquela noite, partiu em viagem com a garota após receber a ordem diretamente de Pain.

Sobre seu pássaro de papel, pois seria menos cansativo, levaria menos tempo e os tiraria da mira de qualquer um que quisesse a cabeça da nova integrante, Sakura manteve-se o percurso todo meditando e só abriu os olhos quando estavam se aproximando da fronteira de Kōtetsugakure. Seu semblante transbordava tensão e seu olhar cautela. Quando estava prestes a perguntar qual era o problema, ela simplesmente se jogou de seu pássaro em um mergulho mortal, mesmo estando há uma altura perigosa para um salto.

Com o grande pássaro de papel mergulhou no ar, tentando alcançá-la, mas ela estava empenhada a descer o mais rápido possível e quando achou que viraria uma pasta humana ao chegar no solo, algo extraordinário aconteceu: uma explosão de energia na cor roxo-ametista amorteceu o impacto da queda e, com um manto de Chakra na cor roxo-ametista em torno de si, ela apareceu sob uma densa nuvem de poeira, em pé, imponente e intacta.

Seu pássaro teve certa dificuldade em aterrissar, devido a velocidade insana com que mergulhou, no entanto conseguiu um pouso seguro. Ao descer, precisou levar o punho coberto pela manga do manto negro ao nariz, pois a poeira ainda estava no ar.

Sakura, já não mais com o manto roxo-ametista em torno de si, andou a passos cautelosos a leste. Não disse nada, sequer olhou para trás para conferir se estava sendo acompanhada. Parecia ter se esquecido de sua companhia. Ela emanava tensão e quando, há alguns metros a frente, viu dezenas de corpos mutilados no chão, entendeu o porquê, embora não fizesse a mínima ideia de como aquela garota já tinha tal conhecimento.

Aquele era um cenário de batalha, só que havia um porém: os corpos não pareciam ser só de ninjas. Muitos civis aparentemente desarmados estavam ali, inclusive crianças.

A cada passo adentro da floresta, Sakura parecia mais obscura. O manto de Chakra roxo-ametista se formava a cada segundo mais sólido e forte, criando um redemoinho em torno de si que trazia no fluxo folhas e galhos secos consigo.

Então teve aquela sensação, a mesma sensação que sentiu quando o Gedō Mazō a atacou: o alerta de perigo eminente.

Olhou para as próprias mãos trêmulas e se perguntou se deveria recuar. Não parecia nenhum pouco inteligente se meter no caminho dela naquele momento, principalmente observando o corpo de Sakura enviar todos os sinais de que estava perdendo qualquer civilidade e até mesmo controle: ombros tensos, olhar focado a frente, sobrancelhas franzidas, boca com lábios trêmulos, claramente por raiva – ou ira –, mãos fechadas fortemente e aquele manto roxo-ametista, com o Chakra obscuro transbordando de si numa quantidade absurda.

Quantidade de um verdadeiro monstro...

Andaram alguns quilômetros até se depararem com o som de batalhas ferozes e gritos em diversos tons; de socorro, de fúria, de lamentação.

Sakura emanou seu Chakra em duas obscuras ondas que varreram a vegetação de sua frente, abrindo caminho. Uma terceira onda derrubou todas aquelas pessoas num raio de alguns quilômetros, interrompendo as múltiplas batalhas que ocorriam e, mais uma vez, não haviam só ninjas naquele campo; diversos civis empunhando ferramentas de trabalho manual estavam presentes, lutando por mero instinto de sobrevivência.

Foi quando tudo se tornou um caos. Num segundo observava os rostos se voltarem para aquela que chegou e os interrompeu a distância com uma onda de Chakra e no outro o sussurro da morte que fez raízes saudáveis e secas brotarem do chão e agarrarem cada ninja inimigo, só para enterrá-los até o pescoço com terra, rochas e pedras e finalizá-los com estacas de pedras que atravessaram seus corpos de dentro para fora.

Soshiton: Shi no Mori no Jutsu – Liberação Elemental: Técnica da Floresta da Morte.

Foi o que Sakura conjurou e que matou todos os inimigos presentes, salvando aquelas pessoas. Haviam mais de cinquenta casulos de terra com estacas ensanguentadas apontadas para fora. Mais de cinquenta mortos em segundos, sem o mínimo esforço.

E ela, uma Akatsuki veterana, foi mera espectadora, o que só reforçava seu ponto de mais cedo, sobre Sakura ser autossuficiente para lidar com qualquer situação.

— Sakura-sama! Graças aos Deuses você retornou! — um dos civis se aproximou, ajoelhando-se quando a alcançou. Na cabeça abaixada e no olhar submisso, curiosamente só havia respeito — Obrigado por nos salvar mais uma vez.

A garota, que ainda estava ajoelhada com as duas mãos no chão, fazia os traços negros do chão recuarem para seus braços e, quando feito, levantou-se, respeitosamente reverenciando com a cabeça o homem. Andando na direção dele, ela olhou ao redor com a expressão retorcida em desgosto e, ao alcançá-lo, pousou uma mão no ombro magro e ferido dele.

— Me perdoe pela demora. — olhando ao redor os demais se aproximando, franziu o cenho, o olhar esverdeado banhando-se em lágrimas acumuladas — Me perdoem, todos vocês.

Então aquele era o motivo de tanta pressa. Um motivo altruísta e nobre, diga-se de passagem. Ela não queria aguardar, mesmo sabendo que era o mais seguro para si mesma, porque sabia que a vida daquelas pessoas dependiam dela.

A mudança brusca de olhar, postura e tom de voz, a surpreendeu. Sakura parecia ter em si duas pessoas; a misericordiosa e bondosa, que tinha lágrimas banhando seu rosto naquele exato momento, deixando evidente o quão triste estava; e a impiedosa e perigosa que matou todos aqueles oponentes com um poder misterioso sem hesitar quando chegaram.

Fitou-a com algo novo se formando em seu peito, uma surpresa que inexplicavelmente a deixava eufórica e plena na mesma medida, deixando-lhe esperançosa de uma maneira que poucas vezes se permitiu ficar. Não foi otimista quando disse para o Tobi que aquela garota era confiável, pois aquela era uma prova irrefutável de que realmente era.

No entanto, aquela foi só uma premissa do quanto seu temperamento podia ser volátil de acordo com as situações.

Minutos depois, enquanto ela, após invocar a grande lesma, curava os presentes, chegou um grupo afobado de civis que despertou a ira que havia sido acalmada na presença daquelas pessoas:

— Sakura-sama! — um homem de meia idade gritou ofegante, parando apenas quando a alcançou — Seus muros de proteção foram derrubados em toda a ala leste e sul!

Imediatamente o semblante da garota obscureceu, o olhar cintilou perigo e o ar ficou rarefeito com a tensão que ela passou a emanar, no entanto nada foi dito. Sakura rapidamente providenciou uma variação de Kage Bunshin, Soshiton: Kage Bunshin no Jutsu – Liberação Elemental: Técnica Clone das Sombras, foi o nome da técnica conjurada. Depois, deixou aquela cópia responsável por curar os feridos daquele campo de batalha e, ainda sem dizer uma palavra, foi para o Sudoeste utilizando velocidade ninja, que se não fosse por seu grande pássaro quase não conseguiria acompanhá-la.

Foi para lá com expectativas altas, esperando com uma ansiedade mal controlada para ver até onde aquela garota era capaz de ir, em poder e em determinação, e não foi nenhum pouco decepcionada.

O campo de batalha ali conseguiu ser ainda pior, pois se tratava de uma pequena aldeia civil. Haviam poucos ninjas e estes, em sua maioria, estavam gravemente feridos. Os poucos que ainda conseguiam resistir lutavam bravamente ao mesmo passo que tentavam proteger os civis que restavam vivos.

Sangue e corpos estavam espalhados para onde os olhos conseguiam alcançar e a realidade dura da perda estava onipresente de modo cruel, mas a garota provou que era capaz de ser mil vezes pior do que aqueles inimigos.

Com técnicas Doton – Liberação da Terra – de alto nível, ela estremeceu o chão para desestabilizá-los e os surpreendeu com estacas de pedras pontiagudas que surgiram da terra junto de raízes secas e saudáveis, atravessando seus corpos dolorosamente. Não muito tempo depois, os prendeu naqueles casulos de terra mortais, dando o golpe final como quando chegaram.

Os poucos sobreviventes de suas técnicas deixaram o solo por acreditarem que isso os tiraria de sua mira, mas, mais uma vez, os pegou desprevenidos, mostrando que dificilmente teria algum limite. Conjurando uma técnica da qual nunca ouviu falar, mas que tinha um nome que não deixava dúvidas de que seria um grande problema para os inimigos, sendo este: Soshiton: Horobi no Ryūsei no Jutsu – Liberação Elemental: Técnica do Meteoro da destruição, ajoelhada e com as duas mãos plantadas no chão ela ficou imóvel, observando seus inimigos com o queixo erguido, como se não estivesse abaixo deles e em desvantagem territorial. Então sobreveio o silêncio e a expectativa de todos, que não entendiam o que pretendia.

Ela mesma estava prestes a sair de sua posição de espectadora para auxiliar Sakura naquela batalha, mas não foi preciso, porque um segundo, dois, três... cerca de vinte segundos depois, quando os ninjas inimigos cantaram seus gritos de guerra, rochas de diferentes tamanhos, formatos e pesos rasgaram o céu, caindo numa velocidade estarrecedora e destruindo o que havia embaixo em larga escala.

Sakura desdenhou um sorriso de canto desafiador observando o caos se instalar novamente. Não muito tempo depois, ela conjurou outras técnicas que protegeram seus aliados do próprio ataque, que parecia não ter fim.

Quase sempre, somente no último segundo, como se não soubesse a direção que os meteoros seguiam, ela conseguia criar casulos de terra e raízes que cobriam as pessoas para protegê-las do impacto, mas, mesmo sem controle algum da ofensiva, parecia ter total controle da defensiva num grande raio de cobertura.

Estava tão surpresa que não percebeu que se tornou alvo de um dos meteoros também. Teve que se proteger, invocando camadas e mais camadas de papéis, torcendo para que fosse o suficiente para segurar a rocha de tamanho mediano que vinha em sua direção.

Só que nem mesmo doze camadas grossas de papel conseguiu pará-la.

No recuo instintivo, tropeçou e caiu sentada no chão fechando os olhos e estendendo a mão, como se isso pudesse salvá-la.

Esperou a morte sabendo que falhou, mas, assim como os outros, foi protegida por um casulo que se formou em torno de si, deixando uma brecha que a permitiu ver Sakura em ação salvando a todos com suas técnicas ágeis e eficazes sem descansar por nenhum momento, uma pessoa após outra, até que os meteoros pararam de rasgar o céu.

Engoliu a seco saindo de dentro do casulo, vendo o meteoro parado pelo casulo e sua técnica de papel desfeita e espalhada pelo chão impotente.

Ela não conseguiria parar aquela técnica destrutiva, nem se quisesse.

Olhou novamente para a garota, que agora estava em pé e ajudando um senhor já de idade se levantar. A seriedade transbordava seu olhar, assim como generosidade. Sem descanso, ela avaliou o estado de saúde de cada um depois de se certificar de que os inimigos foram derrotados e os curou, lembrando-a que ainda tinha um clone dela curando outras pessoas no campo de batalha que deixaram.

Se aproximou com o cenho franzido, com uma única pergunta martelando sua mente, tanto que não foi capaz de mantê-la em segredo.

— Como fez tudo isso?! — exclamou, mais do que surpresa: assombrada.

Aquela garota utilizou diversas técnicas de alto nível num curto intervalo de tempo, aniquilou centenas de ninjas, protegeu dezenas de pessoas simultaneamente, uma a uma, e curou outras dezenas, entretanto se portava como se não tivesse feito nada, sem um mísero sinal de que estava em batalhas árduas. Não havia suor em seu rosto, nem respiração ofegante ou um ferimento sequer.

Sakura deu de ombros, aparentemente desinteressada diante de seu assombro.

— Tenho um bom estoque de Chakra. — a resposta simplista veio acompanhada de outro descaso com os ombros.

Sakura ainda estava concentrada em interagir com as pessoas, certificando-se de que estavam mesmo bem, comandando os que estavam em condições para criar alguma organização diante de tanto caos como se já o fizesse há muito tempo. Depois, quando satisfeita, agachou-se e estendeu um pergaminho que tinha desenhado o mapa local, parecendo calcular algo. Repentinamente, fez selos com as mãos, redesenhando aquele mapa com o Chakra que fluía pela ponta de seu dedo direito na mesma cor roxo-ametista, enquanto manipulava Chakra com a mão esquerda espalmada no chão linhas finas e quase invisíveis de Chakra que o percorriam em inúmeras direções simultaneamente.

Não sabia o que estava fazendo, mas aparentemente era mais importante do que lhe dar qualquer atenção.

Olhou para o losango roxo no meio da testa da garota e focou sua atenção ali ouvindo ao fundo de sua mente a resposta para outra pergunta feita há algum tempo. "Tenho um bom estoque de Chakra." justificava o Gedō Mazō lhe atacar e lhe desejar absorver.

Devia ser um estoque e tanto para causar tanta comoção e manter tantos feitos extraordinários.

Sakura, sem dúvidas, foi uma aquisição preciosa para a Akatsuki.

Quando a recrutaram não imaginou que teria tanto potencial, mesmo que fosse a discípula da Godaime Hokage do poderosíssimo País do Fogo.

Definitivamente a discípula superou com honra e méritos a mestra e por sorte estavam do mesmo lado da moeda.

— O que está fazendo? — finalmente cedeu para a curiosidade, não aguentando mais aguardar sem entender o que estava ocorrendo.

A garota sequer desviou o olhar do que fazia, embora a tenha respondido:

— Estou refazendo e fortalecendo meus muros de proteção para ganharmos algum tempo.

Muros de proteção?

De onde saíram tantas técnicas assim?

Mediu a Sakura dos pés à cabeça, percebendo que talvez aquela garota se escondia em uma imagem inofensiva e dócil propositalmente, assim ninguém jamais desconfiaria de sua versatilidade em batalha, porém não se enganaria mais e, mais importante, não cometeria o erro de subestimá-la, não depois de tudo o que viu.

— O que devemos fazer agora? — um dos poucos ninjas sobreviventes perguntou, se agachando a frente de Sakura com a cabeça baixa em clara posição subalterna.

Kōtetsugakure era conhecido por ter um povo independente e rebelde. Mais do que o povo de Amegakure, odiavam líderes e odiavam o que o poder concentrado em uma única pessoa podia fazer com todos que estavam sob esse poder, por isso Pain ainda estava com problemas para liderá-los.

Era inacreditável e misterioso o modo como Sakura conseguiu uni-los e comandá-los, despertando tanta lealdade e fidelidade que seguiam suas ordens sem questioná-la nem mesmo uma única vez, mesmo que suas próprias vidas estivessem em jogo.

Se sacrificariam se ela pedisse sem pensar duas vezes.

E obter aquele poder sob aquelas pessoas em tão pouco tempo, coisa que nem mesmo os antigos líderes daquela Vila conseguiram, certamente era algo a se admirar e, acima de tudo, respeitar.

— Recuem. — o homem ofegou surpreso e arregalou os olhos — Voltem para suas famílias e descansem. — levantando o rosto pela primeira vez apenas para encará-lo, Sakura sorriu minimamente e polida — Assumo daqui, Mitsuo-san. Agradeça a todos em meu nome e obrigada pelo trabalho duro.

Lágrimas visíveis se acumularam nos olhos do homem e ele humildemente assentiu emocionado e se curvou inteiramente demonstrando alívio, admiração e respeito no gesto claramente sincero e espontâneo.

Naquele momento fez sentido como Sakura conquistou tudo aquilo.

Ela ofereceu à eles estrutura, segurança, proteção e, sobretudo, parceria. Não se portava como uma líder, se portava como um deles;

Não impunha autoridade, oferecia opções;

Não ordenava com arrogância, comandava com uma genuína gentileza e preocupação;

Não os sacrificava deliberadamente, sacrificava a si mesma sem pestanejar;

Não os dividia para ser o elo mais forte, os unia para se tornar, junto deles, mais fortes;

E, acima de tudo, não os usava em prol de propósitos egoístas, os usava para o bem maior, o bem de todos individualmente e o bem da Vila.

No macro e no micro ela mantinha os propósitos claros e agia de modo transparente, por isso se tornou digna de ser a líder deles e por isso eles a seguiam e respeitavam sem hesitar.

Sakura se tornou uma líder ideal e necessária.

Ideal e necessária como todas as Nações Ninja precisavam ter.

Como Amegakure precisava ter.

O homem, ainda sentado, se endireitou e abaixou a cabeça com lágrimas escondendo seu rosto.

— Tenho certeza que todos ficarão muito agradecidos pelo que está fazendo por nós, Sakura-sama, mas não podemos deixá-la lidar com essa guerra sozinha. — o ninja olhou para os demais, entre ninjas e civis, recebendo um aceno positivo unânime. Ele voltou a encará-la; — Há muito sangue, muitas lutas. Os rebeldes se juntaram a Kumogakure para pressionar a fronteira no leste e Iwagakure está enviando seus melhores Ninjas para nos oprimir-...

Sakura acenou para que se calasse com plenitude. Ela interrompeu a circulação de Chakra na técnica da qual estava concentrada até então e se curvou levemente para frente, pousando uma mão no ombro dele.

— Vocês já fizeram muito até aqui. Mantiveram o território em minha ausência e também a segurança de todos. Isso é suficiente. — refazendo o sorriso polido que se perdeu com a angústia do homem, ela assentiu confiante — Agora estou aqui e vou garantir que os sacrifícios que fizeram não sejam em vão. Então, por favor, confiem em mim.

— Nós confiamos, Sakura-sama, — outro homem, recém-chegado e que não tinha percebido a aproximação devido a imersão naquele diálogo, rugiu firme e se ajoelhou abaixando a cabeça, sendo imitado por outros quinze homens que estavam logo atrás — mas nos deixe auxiliá-la de alguma forma. Essa luta é nossa também. Não podemos deixá-la lutar sozinha.

E ela deixou.

Duas longas semanas se passaram onde se juntou a causa deles e lutou com tudo o que tinha para manter o território protegido. Não falharam, nem uma vez sequer. Kumogakure se aliou a Iwagakure e mesmo com seus exércitos em peso os pressionando, Kōtetsugakure continuou independente sob a liderança de Sakura, até que a garota finalmente começou a apresentar fadiga diante de tanto uso intenso de Chakra.

Há pouco mais de três dias, ela vinha dando alguns sinais de que não estava bem embora alegasse que sim, sinais discretos que captou porque era uma boa observadora; suas mãos frequentemente tremiam, como se estivessem aquém de qualquer controle. Não muito tempo depois, ela desmaiou uma vez após realizar algumas cirurgias de risco sozinha e seguidas uma da outra, sem pausa. E, por último, dormiu, pesado e ininterruptamente por 6 dias sob uma febre alta que não abaixava por nada.

Por causa da falta de notícias, supôs, pois Sakura, a cada dois dias, enviava notícias ao Pain, Tobi apareceu repentinamente no que aquele povo chamava de torre de vigia, onde fazia pessoalmente a vigília do primeiro raio de proteção do coração da aldeia, o centro de Kōtetsugakure.

— O que está acontecendo? Por que faz dias que não temos notícias? — o mascarado questionou em tom rude e no timbre original: grave.

— Sakura dormiu e não acordou mais. — respondeu, mantendo o olhar fixo na lua que estava cheia naquela noite.

— Ela morreu? — o tom rude desapareceu, dando espaço para a cautela quando não o respondeu — Diga, Konan, ela morreu?!

— Eu disse que ela dormiu e não acordou mais.

— Então ela morreu. — cuspiu ele, horrorizado — Como deixou isso aconte-...

Virou-se para ele, sem se abalar com a afobação, pois já passou por aquele processo há alguns dias.

— Como eu disse: ela dormiu e não acordou mais. — repetiu, encarando-o neutra — De alguma forma, ela está viva; respirando, com o sangue quente correndo em suas veias. Só não acordou mais.

O silêncio recaiu entre eles, até o mascarado passar por si para se colocar no parapeito da estrutura rochosa.

— Ela usou aquela técnica?

A referência veio rápida, pois pensou nela como a causa do coma: a técnica que Sakura utilizou há alguns meses para curar os cidadãos de Amegakure.

— Sim. — disse, embora tivesse certeza de algo estava errado. Naquela vez a garota não ficou tantos dias em repouso forçado. Suspirou, também cansada já que não fazia muito tempo que finalizou uma batalha que lhe deu certo trabalho por ter lutado em desvantagem numérica, já que o fez sozinha para poupar um pouco aquele povo — Era isso?

Gostaria que ele tivesse entendido a ênfase no "só", que trazia entrelinhas o peso da consciência de que Sakura tinha sua atenção e preocupação como poucas coisas ou pessoas tinham e que ele estava sendo muito menos discreto sobre isso, mas o ninja apenas desviou o olhar, ainda demonstrando estar preocupado.

— Você acha que ela vai... "acordar"?

Franziu o cenho, desconcertada pela demonstração genuína de preocupação. Isso era completamente fora do padrão, principalmente levando em conta o quão racional e frio ele era capaz de ser por seus objetivos.

— Eventualmente sim.

Respondeu, não porque achava, mas porque gostaria que fosse assim. Sakura lutou bravamente por todos aqueles dias, não era possível que morreria de forma tão misteriosa sem concluir seu desejo de manter todos daquela Vila seguros e independentes.

O mascarado assentiu e mirou a lua que outrora era o foco de sua atenção.

— Pain quer que volte para Amegakure. Ele precisa de apoio contra os rebeldes, pois, pelo que parece, não está dando conta sozinho. — ele disse, virando para olhá-la.

— Eu não vou. Não agora, pelo menos. — esclareceu, virando-se para encarar a lua — Não posso deixar essa Vila desprotegida quando a garota se esforçou tanto para protegê-la. Até ela acordar, ficarei aqui.

Poucas coisas despertavam seu interesse, mas concluir o que Sakura começou era um deles. Assim como um dia a garota deu tudo de si por Amegakure, ela faria o mesmo por Kōtetsugakure em retribuição sincera.

— Sendo assim, eu também ficarei.

Surpreendentemente, os dois lutaram lado a lado em prol da causa da Sakura. Durante a maior parte do tempo estavam em batalhas intermináveis contra a aliança entre Iwagakure e Kumogakure, mas, quando conseguiam algum descanso, sempre passavam no quarto em que o povo gentilmente a acomodou para verificar se havia alguma novidade.

Duas semanas depois, a única novidade foi o corpo da garota começar a perder a quentura natural, até mesmo a febre cedeu. Pouco a pouco ela ficava fria, sem cor, sem vida, mas ainda assim continuava ali, deixando todos à espera de sua melhora.

Quando finalmente conseguiram garantir a proteção da cidade e as duas Grandes Nações desistiram de atacá-los, quase dois meses e meio depois, parecia que ela soube e assim ficou em paz, pois seu corpo, que estava perecendo cada vez mais, não demorou para definhar de modo que nem o melhor médico que conseguiram foi capaz de dar um jeito. Então seus batimentos cardíacos começaram a desacelerar, até parar de vez.

Sem uma simbólica despedida ou um dramático último suspiro.

Sakura da Akatsuki, a Seimei no Megami – Deusa da vida – e a Shinigami – Deusa da morte –, como o povo daquela aldeia passou a chamá-la, faleceu honrosamente após defender com tudo o que tinha Kōtetsugakure, assim como seus cidadãos.

Não foi nenhuma surpresa eles terem a homenageado em uma cerimônia formal que somente o líder daquela Vila tinha e que só ela foi digna de ter. Um enterro emocionante sob uma árvore de Cerejeira que foi plantada no centro da cidade para ela, sete dias de luto, mais dois dias de homenagens e um último dia de despedida.

Foi um evento bonito de se assistir e presenciar.

E isso sim a surpreendeu: não esperava que faria parte daquilo por uma pessoa que sequer tinha alguma relação.

Com tudo resolvido e com uma promessa velada de retorno caso aquele povo precisasse, se despediu junto de Tobi, pois infelizmente ainda tinha obrigações a cumprir.

Olhou para o lado, observando a silhueta de um Tobi introspectivo demais desde o anúncio da morte dela. A entrega desmedida dele também a surpreendeu. Ele ficou até o fim, até o queimar da última pétala de Cerejeira da árvore que a representava.

"Da chama, as pétalas surgirão no auge de sua vida quando ela estiver pronta e nós estaremos aqui para vê-la desabrochar mais vezes do que nós e nossas futuras gerações poderão contar."

Foi o que o povo disse e ele compactuou em silêncio, ela sabia, pois fez o mesmo.

A melancolia os abraçou forte no retorno para casa. Nada foi dito.

Seu grande pássaro de papel pousou e o mascarado simplesmente desapareceu em uma espiral. Desconfiava ter ido para o salão de reuniões da Akatsuki, onde Pain os aguardava.

Pouco conversou com Pain nesse período fora, estava ocupada demais mantendo o legado de Sakura para dar atenção a qualquer pretensão egoísta dele.

— Foi uma perda significativa. — Pain disse assim que entrou no salão.

Zetsu estava ao lado, não se importando em demonstrar sua satisfação, afinal a morte de Sakura era o que mais queria desde a discussão há quase quatro meses e meio.

Respirou fundo ao passar por ele e mordeu o canto da boca para se calar.

— A Akatsuki ficará em luto por três dias a partir de hoje. — novamente, a palavra foi de Pain.

Seu olhar passou por Zetsu, brevemente por Pain, depois por Tobi e parou na ausência de um integrante que estava faltando.

— Onde está Uchiha Itachi?

— Acamado. — Zetsu branco respondeu — Nas últimas missões ele parecia bastante debilitado, mas a última o deixou um trapo.

— Contávamos com a Sakura para curá-lo, mas na atual situação isso será impossível. — Pain concluiu em voz alta — Teremos de substituí-la em breve.

Dizer que ficou indignada seria redundante e tinha certeza de que isso estava estampado em seu rosto.

Pain tinha acabado de declarar luto pela Sakura, mas não hesitou em querer substituí-la, como se não fosse nada, como se não fosse ninguém.

Descartar as pessoas daquela forma... perguntava-se se ele seria capaz de fazer o mesmo com ela.

Substituí-la? — o sussurro agressivo soou forte, mas não veio dela; inesperadamente veio de Tobi — Sakura não pode ser substituída. — a afirmação reverberou como um trovão.

Zetsu contestou tão rápido que parecia até contrariado.

— Mas é claro que pode. Aquela garota-...

Então foi quem tomou a palavra:

— "Aquela garota" fez mais pelos objetivos da Akatsuki do que alguns de nós presentes aqui, então pense bem antes de tentar depreciá-la.

Diferente de sua habitual inexpressividade, Pain franziu o cenho encarando-a, mas não o retribuiu, porque não tinha interesse no que quer que pretendesse dizer.

Aquela era uma verdade absoluta em seu julgamento. Nada, nem ninguém, vai mudá-la.

Conviveu com Sakura por tempo suficiente para saber que tudo o que foi feito foi com boas intenções e que, embora fizesse parte de uma organização com objetivos obscuros e intenções sombrias para com as nações, jamais se corrompeu.

Sakura merecia respeito e ela prezaria por isso.

— De fato, ela fez. Por isso ficaremos em luto por três dias. — Pain disse e todos o olharam, exceto ela, porque reconheceu pelo tom de voz que viria algo que a decepcionaria, como sempre e, infelizmente, não estava errada quanto a isso: — Apesar disso, temos objetivos que precisam ser concluídos e, por isso, após o luto, faremos uma reunião para escolher a melhor opção para substituí-la.

Sorriu com amargura e o encarou com desgosto.

Não pensou duas vezes para dar as costas à eles, a ele principalmente, afim de respirar ar puro que não estivesse contaminado por más intenções.

E chegou a conclusão que talvez, só talvez, Sakura poderia ter se tornado uma líder ideal e necessária para a Akatsuki também.

Mas, lamentavelmente, não havia mais nenhuma esperança para aquele mundo decadente.

[...]

NOTAS FINAIS:

Vou começar lembrando-os de que, por mais que hajam capítulos de pontos de vistas de outros personagens, a fanfic tem como foco a Sakura e seu desempenho e por isso ela é citada ou aparece em todos eles. Ok?

Outra coisaaaaaa... Sakura morreu sim, mas a fanfic não acabou, tá? Já adianto que ela voltará com tudo no próximo capítulo (eisss um bom spoiler porque eu não consigo me segurar kkkkk)!

Então não tenham um treco ainda não! kkkkkk

Agora vamos lá! Curiosidades e esclarecimentos:

O que acharam sobre os questionamentos da Konan sobre a liderança do Pain?

E sobre a relação que ela mantém com o Nagato? Oh, uma coisa que queria saber, é se vocês gostaram de eu trazer aqui sobre o que ela sente ao conviver com o corpo do Yahiko. Achei que era primordial porque, pensem bem, se fosse vocês no lugar dela, como se sentiriam? Imagino que não seria fácil, né? Espero ter passado tudo o que essa situação exige.

E quanto ao Tobi? Todo protetor com a Sakura... aí aí, tô sentindo que as TobiSaku enlouqueceram rsrsrs

Konan toda fofoqueira espionando a conversa dos dois... o que acharam das conclusões dela sobre eles?

Sobre as técnicas, como sabem, o Soshiton: Shi no Mori no Jutsu – Liberação Elemental: Técnica da Floresta da Morte é de autoria minha e não permito o uso em qualquer outro lugar sem minha autorização. As técnicas Kage Bunshin, Soshiton: Kage Bunshin no Jutsu – Liberação Elemental: Técnica Clone das Sombras e Soshiton: Horobi no Ryūsei no Jutsu – Liberação Elemental: Técnica do Meteoro da destruição também.

PRÓXIMO CAPÍTULO: SEM SPOILER (embora já saibam que é um capítulo da Sakura) já que só terá o direito quem responder a pesquisa de satisfação e escolher como presente o título do próximo capítulo.

DATA DE LANÇAMENTO DA PRÉVIA: SEM PRÉVIA, pelo motivo citado acima, então quem não respondeu, bora responder? *-*

DATA DE POSTAGEM: Sem data marcada ainda... mas tentarei trazer o mais breve possível!

Feliz ano novo a todos!!! Que tudo de bom aconteça em 2023!

Até a próxima!*~

Obs.: Caso queiram ter prévias de capítulo, spoiler e interagir comigo além daqui, me sigam no Twitter por SenpaiNani, Instagram por NaniSenpaiNK e Facebook por Haruno Sah ou Nani Senpai!

Obs.²: Temos um grupo de whatsapp das minhas fanfics, para quem quer ter acesso a conteúdos exclusivos e informações privilegiadas, é só pedir o link que envio no privado =)

Obs.³: Link da Playlist de Pétalas de Cerejeira!!! Passem lá ^^

Obs.⁴: Estamos a caminho da reta final e eu gostaria muito de realizar não só meu espírito fanfiqueira como o de vocês também, então criei tipo uma pesquisa de satisfação dessa fanfic, com múltipla escolha e algumas dissertativas, mas bem levinha e rápida de responder. Então cooperem comigo, por favor! Kkkkkkk

Em troca, porque sei que nada nessa vida é de graça, vou dar spoiler de um título de capítulo e vocês poderão escolher do capítulo 23 ao 26 (já que esse aqui é só um bônus).

(Dica da senpai: nada impede vocês de trocar figurinha depois, sim? =P)

Posso contar com vocês? Sejam sinceros, respondam com o máximo de detalhes possíveis e quem sabe vocês terminem de ler essa fanfic completamente realizados, não é? Afinal, será uma forma de colaborar com a fanfic!

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