Um Amor Proibido (Obra Reescr...

By Garoto1D

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Para Louis a vida sempre foi uma incógnita, existiam coisas que não faziam tanto sentido, e uma dessas coisas... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 62

Capítulo 61

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By Garoto1D


Caio

Cheguei na frente da minha casa, fiquei olhando a porta por longos minutos antes de criar coragem para bater na porta, sentia um enjoo horrível e meu estômago estava tão embrulhado que doía dentro de mim de forma latente. Minha cabeça girava como um carrossel, mas eu precisava por toda a história em panos limpos, precisava saber de tudo da boca da minha mãe, ou eu nem sabia se poderia chamar ela assim agora, me sentia tão confuso que era como se eu vivesse minha vida toda em mentira, o que me deixava mais desorientado ainda.

Dei três batidas na porta e ninguém apareceu, comecei a dar chutes para soar mais alto, só então lembrei da campainha, mas já era tarde demais, e minha mãe estava na minha frente apenas de camisola me olhando com uma cara brava.

— Filho sabe que horas são? — Perguntou relaxando o semblante, passei por ela indo para a sala e me sentando no sofá, organizando os pensamentos enquanto ela fechava a porta, não sabia por onde começar o que tinha para dizer.

— Aconteceu algo? — Assenti sentindo meus olhos ficarem úmidos.

— Você mentiu para mim — Ela fez uma cara de surpresa, mas algo me dizia que ela sabia o porquê de eu estar ali.

— Do que você está falando filho? — Disse se sentando em minha frente.

— Meu pai... Ele era um criminoso não era? Nossa família já conhecia a do Will, a do Cassius, não é? — Ela assentiu lentamente após ficar uns instantes em silêncio e eu comecei a chorar, uma mentira. Uma grande mentira era o que tinha sido minha vida, não só a minha como a do William também.

— Me desculpe filho — Ela disse e eu balancei a cabeça e comecei a rir de forma descontrolada, sem saber ao certo porque aquela reação acontecia.

— Desculpar? Sabe o que o pai do Cassius me disse? Que ele vai morrer, que eu vou ter que ir embora daqui e que você concordou com tudo isso, me diz que isso é mentira por favor — Ela baixou a cabeça e não olhou nos meus olhos.

— É o melhor para você, Simon mataria você e eu também, eu não tive muita escolha, fiz tudo que podia para proteger você — Fiquei em silêncio observando minha mãe.

— Isso não é justo, você não está me protegendo, está me entregando para um lunático — Disse andando em círculos, minha mãe apenas tentava me acalmar.

— Filho lamento que esteja passando por isso — Olhei para ela incrédulo daquilo, não fazia sentido essa dívida, na verdade nem era uma dívida. Era capricho apenas.

— Por que você não reage que nem uma pessoa normal? Eu tô sendo ameaçado mãe, e você simplesmente assente e confirma como se não fosse nada grave — Ela se retrai um pouco e vejo os olhos marejarem.

— Eu quero saber a verdade — Ela me olhou hesitante mas começou a falar depois de um longo silêncio.

— Um tempo atrás por volta da casa dos vinte, eu conheci a Bruna e fizemos faculdade juntas. Ela fez medicina e eu fiz artes, viramos amigas em alguma festa, aos poucos íamos ficando mais próximas e numa dessas festas, nós conhecemos os pais de vocês — Diz fazendo uma pausa como se tentasse alinhar as ideias dentro da cabeça.

— Mas tinha algo que não sabíamos sobre eles, eles eram membros de uma espécie de máfia, faziam roubos milionários de obras de arte e coisas antigas, estavam na nossa universidade infiltrados apenas planejando o roubo de um quadro de uma exposição. Bruna e eu já estávamos bem apegadas, então não falamos nada e quando o quadro sumiu já sabíamos quem tinha feito aquilo, era errado claro, sempre foi errado, mas estávamos tão cegas e apaixonadas que não medimos esforço em fingir naturalidade. — Ela suspirou e passou as mãos nos cabelos e continuou.

— Após o roubo, eles continuaram como alunos, continuamos mantendo contato, e logo estávamos namorando, éramos um grupo imbatível, ficamos populares no campus e eles saíram um pouco da vida da máfia, mas com um tempo começaram a ter que fazer de novo, estavam sendo ameaçados e pelo incrível que pareça Bruna e eu estávamos a poucos passos de nos formar e estávamos grávidas, Bruna ficou primeiro que eu e nós duas ficamos como carne e unha. Seus avós me expulsaram de casa, e a família da Bruna me acolheu como se fosse um deles. Quando William nasceu eu só ficava mais ansiosa pelo seu nascimento, e seu pai também — Os olhos dela encheram de lágrimas, ela precisa de um tempo se recompondo.

— Quando você nasceu foi o melhor dia das nossas vidas, Bruna estava lá e carregou você no colo também, alguns meses foram se passando e logo os pais de vocês tinham outra missão criminosa, tivemos uma discussão queria que ele saísse daquela vida, e ele me prometeu que era a última vez que ia fazer aquilo e que o dinheiro que ia pegar, ia dar para manter uma vida confortável pelos próximos anos e ele ia se aposentar de vez. Eles tiveram que ter ajuda de um agente da empresa de segurança, que era o Simon, pagaram ele para participar do plano e manter silêncio, mas ele mudou de ideia em cima da hora e quase botou tudo a perder, seu pai tentou matar ele, mas o tiro pegou de raspão e ele ficou jogado sem se mover, ele acionou a polícia e logo o plano todo estava ferrado, mas na hora da fuga apenas o pai do William conseguiu fugir, seu pai foi atingido na cabeça pelo Simon. Depois disso não tivemos mais notícias nenhuma do pai do William, nem Bruna nem ninguém, ele depositou a parte dele e do seu pai em uma conta para mim. Seu pai foi enterrado e nenhum familiar se quer apareceu no túmulo, e eu só pude aparecer meses depois para não levantar suspeitas. Simon admitiu a participação e foi castigado pelo próprio pai e foi mandado para um batalhão naval, onde ficou anos servindo e voltando algumas vezes para passar tempo com o filho — Minha mãe terminou de falar e minha cabeça doía muito pela quantidade de informações jogadas.

— Apesar de Simon ter acabado com Arthur, durante seus primeiros anos de vida ele aparecia, sentia uma certa obsessão por mim e por você, talvez algum trauma em relação a ter matada Arthur, mas nunca descobri ao certo o que era, tentei buscar ajuda, mas ele tem contatos poderosos e por várias vezes fui ameaçada, o que me restou foi tentar viver de forma despreocupada, e deu certo durante muito tempo, Simon sequer tentou algum contato nos últimos cinco anos, até uns dias atrás — Ela diz e fica em silêncio durante um longo tempo, minha cabeça dói com força ao ouvir toda aquela história.

— Eu não vou sair de Brad Ford, não vou para caralho nenhum de treinamento militar, e se eu tiver que pagar com a minha vida para ficar perto de quem amo, assim vai ser — Disse me levantando, mas por dentro eu desabava a cada passo.

— Filho, por quanto tempo acha que vai viver esse conto de fadas? Acha que o Louis não vai amadurecer e querer experiências novas, acha que o William vai amar vocês para sempre? Quanto mais você vai ter que se enganar até que perceba que isso é passageiro? — Meu sangue gelou, então ela sabia de tudo e isso só provava o quanto eu fui feito de trouxa pela minha única família.

— Eu não tenho bola de cristal para saber disso — Disse seguindo para a porta.

— Caio Bennett você está proibido de passar por essa porta, e você deve me obedecer, sou sua mãe — Me virei fitando ela.

— Minha mãe morreu, não consigo enxergar minha mãe em você, assim como não consigo mais nutrir sentimentos de admiração pela Bruna, vocês são duas mentirosas, sempre omitindo a verdade. Ah e antes que eu me esqueça, não precisa mais aparecer no Natal — Saí batente a porta e caminhei pela calçada, estava frio demais, mas meu sangue fervia nas minhas veias. Aquele resto de madrugada eu chorei bastante, chorei por toda emocional que eu sentia.

Estava sentado com o Lou entre minhas pernas, estávamos a um dia da véspera de Natal e eu só me preocupava cada vez mais, a qualquer momento meu celular poderia tocar, ou algum assassino aparecer. Pensei várias vezes em procurar a polícia, mas do que a iria adiantar se a polícia naquele momento soava mais como a jaula dos leões? Lou estava animado jogando Clash of kings, o que era nosso passatempo de um tempinho para cá, fiquei observando o meu quarto e olhando o mural de fotos, Yasmin tinha saído com Will para fazer algumas compras e fiquei com Lou.

Meus pensamentos todos eram voltados para o que Simon disse, mas talvez fosse apenas um blefe da parte dele, tentava ficar calmo e torcia para o quadro médico do Cassius melhorar, não apenas por mim, por ele e pelo Lou também. Aconteceram tantas coisas em um período curto de tempo, que meu medo era o Lou desmoronar emocionalmente. Ele é um garoto forte, mas tudo tem um limite inclusive ele, é a lei natural de tudo.

— No que está pensando? — Disse largando o celular e fazendo eu inclinar na cama para me abraçar.

— Besteira, não se preocupa e você? Estava tão distraído com o celular que me deixou de lado — Ele riu e se aninhou ainda mais em mim, causando uma sensação de conforto.

— Você está aéreo sabia? Meio no mundo da lua, não quero ninguém roubando meu cargo — Comecei a rir do que ele disse, as vezes Lou realmente é meio lerdo.

— Não é nada, eu amo você está bem? Nunca se esqueça disso, meu amor por você e pelo Will é que nem o universo se expandindo — Lou deu uma gargalhada tão gostosa quando ouviu.

— Então é enorme, o universo vive expandido, ele cresce em todas as direções — Sorri concordando, era assim que eu me sentia, tudo que nós vivíamos pra mim tinha significado, era como sempre o primeiro beijo, o primeiro abraço, só crescia que chegava a um ponto que um "eu te amo", não era suficiente pra descrever esse sentimento, ele ia além de qualquer palavra.

— Ansioso para o Natal? — Ele assentiu a com a cabeça.

— Bastante, é uma das minhas épocas preferidas do ano, neve e tudo mais — concordei enquanto mexia no cabelo dele, que já estava um pouquinho maior que dá última vez.

— Natal significa o nascimento de Jesus, é uma data bem importante no calendário religioso, para alguns apenas uma época boa de vendas, para outros uma época pra ganhar presentes — Lou assentiu e começou esfregar o rosto na minha blusa.

— Você fica parecendo aqueles gatos carentes, esfregando o rosto assim — Ele riu e mordeu minha barriga.

— Meu rosto estava coçando, mas posso esfregar outra coisa no meu rosto — Assenti descrente do que ele disse e no tom que ele disse, fitei os olhos azuis, aqueles benditos olhos azuis, Lou tinha um olhar penetrante, é algo que prende sua atenção.

— Você está um pervertido, culpa do William — Digo e ele ri de canto, apenas se aconchegando mais em mim, ficamos durante longos minutos quietos.

— Acha que o Cassius vai melhorar? — Ele perguntou me fitando e eu assenti.

— Espero que melhore — Digo e Lou assente voltando a atenção para o celular em seguida. Fico mexendo no cabelo dele e meus pensamentos estão fluindo e indo longe, fico preocupado se minha mãe estaria bem ou não, suspiro e fecho os olhos tentando dormir.

Foi uma situação difícil e muita coisa não se encaixava na minha cabeça, não fazia sentido nenhum Simon querer me forçar a fazer algo que também não tem sentido, não é como se eu devesse algo a ele, ele literalmente me tirou o direito de ter um pai, e ainda assim se acha no direito que fragmentar mais ainda minha vida, e isso me assusta, principalmente porque nunca vi minha mãe tão apática e me assustava saber que a apatia era em relação a algo diretamente ligado a nós dois.

William

Estava no mercado com Yasmin, parecia uma representação do inferno na verdade, aquele monte de gente para cima e para baixo com carrinhos cheios, a movimentação me estressava bastante. Yasmin parecia se divertir com isso fazendo eu bufar, amanhã íamos ter a véspera de Natal, então a gente ia preparar algumas coisinhas bem simples, talvez minha mãe fosse aparecer ou algo assim, mas na verdade eu nem mantinha expectativas que ela fosse dar as caras.

Yas estava olhando algumas coisas e pegando ingredientes para preparo de coisas simples, lasanha, espaguete etc. Ela disse que sabia algumas receitas, então a comida vai ficar por conta dela e do Lou, mas vamos ajudar os dois a fazer tudo. Caio estava um pouco estranho de uns dias para cá, tentei conversar com ele, mas sem sucesso, então preferi dar o espaço dele e se ele quisesse conversar ou algo do tipo sabe que pode contar comigo ou o Lou, ou a Yas. Somos uma família, certo que uma família bem louca, mas não deixa de ser, eles se tornaram tudo que eu tenho.

— Pega Will segura — Yas diz jogando um saco de batata palha em cima de mim, por pouco não caiu no chão.

— Ei, cuidado — Digo advertindo e ela pede desculpas fazendo uma carinha engraçada.

— Vamos comprar Peru? — Nego com a cabeça.

— Melhor não, melhor fazer algo simples mesmo, podia até ser sanduíche e refrigerante, já que provavelmente vai ser só nós quatro — Yas rolou os olhos, e eu continuei seguindo ela com o carrinho.

— Vamos fazer comidas gostosas, e pare de ser chato senhor William — Dei de ombros e permaneci em silêncio vendo ela pegar algumas embalagens, olhar data de vencimento, sorri pois conhecia um pessoa que fazia a mesmíssima coisa.

Assim que pegamos tudo que era preciso, tinha uma fila quilométrica para ser atendido no caixa, fiquei puto da vida com aquilo, mas depois de longa meia hora conseguimos passar tudo e voltar para casa. Levei as compras para dentro de casa, e deixei tudo na mesa da cozinha, Yas disse que ia arrumar tudinho e eu assenti.

Subir as escadas e fui ver os meninos, Caio estava dormindo e Lou estava jogando algo no celular, tirei a roupa que eu usei para sair e vesti algo mais folgado e desci novamente. Ajudei Yas guardar as compras, e arrumei o andar inferior da casa, coloquei algumas roupas para lavar também, e depois fui para sala ver TV. Yas estava falando com os pais dela, parece que eles já estão acertando as últimas coisas para virem embora novamente, a mãe dela parecia estar com saudades e advertiu sobre ela não ter esperado o Natal passar.

Fiquei pensando se minha mãe iria vir amanhã, ela viveu sendo ausente durante uma vida toda, mas de qualquer forma uma pequena parte de mim ia se sentir feliz se ela viesse. Mas pelo menos tinha tia Laura, sempre foi presente na vida do Caio e em parte na minha também. Não almoçamos porque ninguém quis, na verdade Lou e Caio estavam dormindo então resolvi não mexer com eles, era fofo ver meus namorados dormindo agarradinhos um no outro.

Quando acordaram a gente foi no shopping ver um filme e comer fastfood na praça de alimentação, não tínhamos muita coisa para fazer em casa, então ficamos andando pelo shopping mesmo. Tinha uma espécie de loja de jogos, tinha umas máquinas de tirar prêmio, vídeo game dentre outras coisas. Lou ficou bem estressado, e achei extremamente fofo, pela primeira vez eu vi ele puto da vida, e o motivo era o gancho agarrar um boneco do Jake de Hora de Aventura, e quando estava prestes a soltar para ele pegar o brinquedo caía. Estava para ver a hora dele explodir a máquina e o shopping junto, mas depois de gastar aproximadamente cento e cinquenta libras ele finalmente tirou o boneco.

Voltamos para casa no início da noite, estávamos animados para o dia seguinte, Caio estava meio distante então amanhã vou tentar conversar com ele e saber o que está acontecendo, não gosto de ver ele assim, tão aéreo e ausente.

Louis

Levantei da cama e me espreguicei sentindo alguns ossos darem pequenos estalos, fiquei observando o quarto e a luz que entrava bem fraquinha pela janela, já era véspera de Natal. Sorri e olhei para o lado dando de cara com Caio. Yas gostava de dormir com nós três, então a gente alternava em duplas na hora de dormir.

Fui em direção ao banheiro fazer minhas higienes matinais, e em seguida desci as escadas indo para cozinha, fiz algumas panquecas, chocolate quente e esquentei alguns biscoitos para o chocolate derreter. Após alguns minutos os meninos desceram as escadas juntamente com Yas, me deram bom dia com abraços e beijos e foram para mesa. Tomamos café e Will lavou a louça, em poucas horas a gente ia começar a fazer as comidas para hoje à noite.

Mandei uma mensagem para o Ícaro desejando feliz véspera de Natal, e ele mandou uma foto anexada com um gorro fazendo careta. Sorri e mandei uma selfie fazendo careta também, pude ouvir a gargalhada do Caio e instantaneamente senti minhas bochechas formigarem, ele viu o que eu estava fazendo.

— VAMOS LOU, CAIO — Will chamou da cozinha e eu levantei seguindo para lá. Yas e ele estavam com várias coisas em cima da mesa, ao que tudo indicava já iam começar a preparar as coisas, subi rapidamente e troquei de blusa e desci de novo.

— Vamos fazer lasanha, arroz com brócolis, bolo de carne, purê de batata, brownie de chocolate, e creme de avelã com morangos. — Will disse e eu assenti. Achei que era muita coisa, mas talvez ele fosse querer fazer em porções pequenas.

— A gente pode deixar algumas coisas para fazer quando estiver um pouco mais tarde, o purê, o arroz — Ele assentiu.

— Eu e o Lou podemos fazer o bolo de carne enquanto você e a Yas vão fazendo a lasanha — Caio disse e eles concordaram.

Pegamos a carne e alguns temperos e começamos a misturar tudo, até ficar uma massa, bolo de carne não é tão difícil de se fazer, é basicamente, alho, um ovo, cebola picada, sal, salsinha, pimenta, e mais algumas especiarias, mistura tudo e pronto. Caio pegou um pedaço de queijo e cortou misturando com orégano, e eu fiquei tentando entender pra que ele ia usar aquilo.

— Isso é para o recheio, vi na Internet — Ele disse rindo e eu assenti.

Após o bolo estar recheado, deixamos na forma e passamos plástico por cima, ia ficar na geladeira até a hora de cozer. Will e Yas terminavam de montar a lasanha também e guardaram.

Passamos para as sobremesas, eu e Caio começamos o brownie e eles com o creme. Fizemos uma grande bagunça na cozinha, e no final de tudo, acabei sentado no chão comendo o que sobrou da massa do brownie na batedeira.

— Isso foi divertido — Yas diz tentando tirar um pouco de creme do cabelo.

— Sim — Digo terminando de raspar o recipiente que até então tinha massa de brownie.

— Lou, isso não vai te dar dor de barriga não? — Caio indaga e eu nego terminando, comer massa crua era uma das melhores coisas possíveis.

— Tudo bem, vamos tomar um banho e dar uma faxina bem rápida na casa — Will diz e nós assentimos, indo fazer isso em seguida.

Após a pequena faxina que fomos tomar banho, mas na verdade essa faxina demorou foi muito. Troquei de roupas e vesti uma calça jeans e uma blusa de manda comprida vermelha, não ia calçar tênis já que ia ficar dentro de casa. As horas foram se arrastando lentamente, ficamos na sala assistindo especiais de Natal que estavam passando.

Quando começou a anoitecer, as comidas começaram a ir para o fogão para finalmente serem finalizadas, no final a mesa da ceia ficou mais parecida com um almoço de domingo que um jantar de Natal, não era convencional demais e eu gostei, principalmente pelo fato de ter feito tudo com os meninos.

As horas foram se passando, e logo estávamos prontos apenas esperando dar meia noite, Will tentou comer antes, mas Yas brigou com ele, disse que era para comer só meia noite, mas isso não impediu ele de roubar um pouco da sobremesa. Foi engraçado ver Yas procurando ele pela casa puta da vida.

— Pronto, meia noite, vamos atacar cambada — Will disse se sentando a mesa e eu ri, pegamos os pratos e começamos nos servir. Tia Bruna ligou dizendo que ia passar em outro local com as meninas, Will ficou chateado e triste, e acabou desligando sem dizer mais nada.

A campainha tocou e Caio foi atender, era Ícaro, Andreia, e mais um garoto que eu nunca vi, o cabelo dele era numa cor bem vermelha e tinha uns piercings no lábio.

— Feliz Natal Lou — Ícaro disse me abraçando bem forte assim como Andreia.

— Obrigado, vão ficar aqui com a gente? — Ícaro coçou a cabeça rindo e assentiu.

— Sim, se não tiver problemas, essa anta aqui — Disse apontando para o garoto que estava quieto — Resolveu encher a cara de vinho tem algumas horas, e acabou estragando a ceia de Natal da nossa família, minha tia mandou ele sumir então resolvi vir com Andreia e trazer ele — Assenti.

Yas deu os pratos para eles se servirem, e eles estavam nos acompanhando em seguida, o garoto de nome Hian era primo do Ícaro, ele parecia legal, legal até começar a pegar na coxa do Will e eu estava vendo.

— Sai cara para com isso — Will disse se levantando e empurrando Ícaro para ficar perto do primo. Yas riu e o garoto ficou meio errado.

Após terminar de comer nós fomos para a sala comer a sobremesa, estava passando um filme do quebra nozes, mas na verdade estava um tédio. Will separou os sofás e ligou o som, em seguida ligou um globo de luz pequeno no teto e deu play na música, logo a música Shake it off da Florence começou a ecoar pelos cantos da casa, ficamos dançando e rindo. Estava divertido, eu ria bastante e estava me sentindo feliz.

Me sentei no chão para descansar um pouco e meu celular começou a tocar sem parar, saí de perto do barulho da sala e fui para o andar de cima e atendi.

" — Alô? "

" — Louis, sou a Martha mãe do Cassius, ele acordou" fiquei estático e uma felicidade enorme penetrava meu corpo.

" — SÉRIO???? COMO ELE ESTÁ? JÁ FORAM VER ELE?"

" — Ele precisa descansar, os médicos passaram um diagnóstico, ao que tudo indica ele perdeu a memória devido ao impacto da cabeça no dia do acidente, mas ele parece estar respondendo bem aos exames"

" — Tudo bem Martha, quando tiver mais notícias, você poderia me avisar? Por favor"

" — Claro, Louis feliz Natal "

" — Obrigado" — Desliguei e dei um soquinho no ar como comemoração, Cassius finalmente acordou depois de um tempo dormindo. Só queria ir ver ele e agradecer por ter salvo a minha vida, mas acho que agora não é a hora certa para isso, mas com certeza iria dar o abraço mais apertado que ele já recebeu de alguém.

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