Sempre | Melhores momentos

By Souto14

3.8K 235 30

Para aqueles que vivem me perguntando sobre a volta do casal mais odiado e amado do universo literário. More

NOTAS
01 | Vizinhos novos
02| Reencontros
03| Invasão de privacidade e outras drogas
04| Segredos que nem são tão segredos assim
05| A namorada do meu melhor amigo
06| Lindos olhos
07| Não consigo mais
08| Amar você será meu fim
09| Na mesma moeda
10| Você não é um monstro
11| Reescrever as estrelas
12| Eu só queria que você soubesse
13| Palavras tem poder
14| Traidor
15| Aquele que não deve ser mencionado
16| Alucinações
17| Bonequinho de plástico
18| Palavras vazias e desesperadas
19| New York
20| O capitão retira a máscara
21| Entre casais
22| Não tem como piorar
23| Eu achei que tinha superado
24| Faca cravada no peito
25| Quero você, apenas você
26| Sinto nojo
27| Principe encantado uma ova
28| Hospital, enterro e saudade
30| Medo de perder
31| Longe
32| Uma vez rei dos babacas, sempre rei dos babacas
33| My escape
34| Sempre será você
35| Farsas e mais farsas
36| Cinderela
37| Entre términos e beijos
38| Gold Bet
39| Ferido
40| Nunca deixamos um Stone para trás
|THE END|
NOTAS FINAIS

29| Fugitiva

87 7 0
By Souto14

Nada mais a declarar a essa altura.

Apertei a campainha inúmeras vezes, ansiosa pelo momento em que fitaria seus olhos, incrivelmente, castanhos. Meu coração batia forte contra o peito e minhas mãos estavam trêmulas segurando a barra da minha blusa.

Escutei passos do outro lado da porta, e as borboletas em meu estômago deram algumas cambalhotas. A imensa porta foi aberta, e meus olhos encontraram os seus instantaneamente como imãs. Sorri nervosa ao reparar em seu abdômen despido, vestindo apenas um calção fino. Os cabelos castanhos estavam úmidos e bagunçados. Forcei-me a voltar olhar para seu rosto, que parecia surpreso ao me ver ali. Seus lábios entreabertos eram convidativos, porém joguei o pensamento para longe.

- Há quatro meses atrás... - Comecei a falar. Não era a melhor forma de começar uma conversa, mas eu precisava de algumas respostas. - No dia que discutimos no estacionamento da faculdade, acordei na manhã seguinte sem memórias daquela noite. Algumas semanas atrás descobri que foi você quem me buscou no bar e me trouxe para casa. Adams me contou que ligou para ele... - Respirei fundo. - O que exatamente aconteceu aquela noite?

Dean hesitou um pouco, porém não durou muito.

- Eu te trouxe até em casa, te fiz tomar um banho, dei aspirina e depois você apagou. - Disse por fim.

- Está mentindo. - Indaguei um pouco ríspida. Dean me encarou um pouco surpreso, mas se recompôs em seguida.

- Não, não estou! - Afirmou me encarando sério.

- Claro que está! Quando acordei no hospital, de primeira achei que tivesse sido apenas um sonho; meu subconsciente me pregando uma peça, mas foi tudo real.

- O que quer dizer com isso? - um v se formou entre suas sobrancelhas.

- Você disse que estava indo embora e então nós brigamos... acabei dizendo coisas que não deviam ser ditas... - Parei de falar, sentindo minhas bochechas tomarem um tom mais rosado. Me sentia horrível por ter dito todas aquelas mentiras.

- E o que mais? - Me incentivou a continuar.

- Você disse que não queria me deixar, eu pedi para que ficasse, e nós dois choramos juntos até que eu pegasse no sono. - Murmurei. Dean me encarava intensamente, deixando-me desconfortável e eu mal conseguia olhá-lo nos olhos.

- É só disso que se lembra? - Perguntou curioso.

- Também me pediu para não desistir de nós, que você voltaria... mas por quatro longos meses Dean Stone foi um fantasma. Nenhum e-mail, ou ligação! O que aconteceu?

- Alec Adams foi o que aconteceu. Vocês apareceram juntos aquela manhã como um casal. - Disse com as feições sérias, e punhos cerrados.

- Precisamos parar com isso! - Falei.

- Mas ainda nem nos beijamos! - As palavras pularam da sua boca com um misto de sarcasmo e humor, me fazendo revirar os olhos instantaneamente. Eu estava ciente do por que da sua brincadeirinha, e foi um tanto surpreendente saber que ele tinha muitas lembranças do colégio interno.

- Então, nos últimos meses achou que eu havia escolhido o Alec? - Perguntei ignorando suas provocações.

- E não foi?

Deixei que um riso sem humor deixasse meus lábios. Até quando continuaremos nos afastando por "achismos" idiotas? Porra, Dean!

- Eu não poderia escolhe-lo nem se eu quisesse, achei que isso já estivesse bem claro!

- E por que não? - o rapaz parado a frente, cruzou os braços deixando eles maiores. Desviei o olhar da bela visão, e me deparei com seus olhos cravados em mim tão intensamente, que podia jurar que ele já havia desvendado todos os segredos da minha alma. Sua respiração estava irregular, e seus lábios entreabertos pareciam chamar pelos meus.

Óbvio que Dean sabia que ele era o único, e que meu coração o pertencia. Mas parecia não ser o bastante; ele queria ouvir as palavras saírem da minha boca. E por incrível que pareça eu estava disposta a dar isso a ele.

- Porque eu te amo, Dean Stone. - Um sorriso se formou em meus lábios quase que involuntariamente, tão grande quanto o alívio que sentia por ter finalmente liberado as palavras guardadas por tanto tempo. Dean também sorria, porém, de uma forma mais modéstia. Não fazia mal, pois seus olhos demonstravam todos os sentimentos de que eu precisava. 

(...)

- Senti tanto a sua falta! - Falei, sentindo minhas pálpebras pesarem.

- Não mais que eu a sua... - Rebateu, me apertando mais em seus braços.

- Todos esses meses longe de você, conseguiram ser ainda piores que os anos anteriores. - Confidenciei ruborizada.

- Eu sei... - Dean pausou sua fala por alguns milésimos de segundos. - Eu disse que depois que a tivesse por inteira, não conseguiria mais me afastar. Quase enlouqueci enfurnado no escritório, pensando em você. No seu cheiro, pele e lábios rosados. Cada célula do meu corpo pedia por você, era como uma maldita abstinência que nunca tinha fim. - Sua respiração estava pesada, e eu podia ver o desespero em suas palavras.

- Deveria ter voltado para mim assim que os sintomas começaram. - Brinquei.

- Sim, eu deveria. - Concordou, sério.

Seus dedos acariciavam com delicadeza o meu ombro, fazendo-me arrepiar algumas vezes.

- Como é sua vida em Brasília? - Puxei assunto depois de um breve silêncio.

- Entediante! - Disse simplesmente, e revirei os olhos frustrada, porém não desisti.

- Max me contou sobre a presidência, e vi em algumas manchetes sobre o seu novo cargo, e em como é muito bom no que faz! - Contei, orgulhosa dele.

- Não deixa de ser cansativo, e ainda tenho que ficar longe de você. - Confessou desinteressado.

- Como mesmo disse: Agora é sua responsabilidade cuidar da empresa! E apesar da distância ser torturante, sempre damos um jeito de voltarmos um para o outro; conscientemente ou não. - Sorri ao saber que minhas palavras eram verdadeiras. Dean Stone era o meu lar, e eu sempre voltaria para ele.

- Nada nunca mais ficará entre nós. - Murmurou baixinho.

- Nunca mais! - Por fim, fechei os olhos e me entreguei ao cansaço.

(...)

Fazia alguns minutos que havia acordado, e estava espiando a garota deitada ao meu lado dormir serenamente. Seus lábios rosados, e seus cabelos castanhos espalhados pelo colchão eram a coisa mais atraente que já havia presenciado em toda a minha existência. Com a ponta dos dedos, retirei uma pequena mecha que estava sobre seu rosto. E sorri ao me dar conta de que não era um sonho.

Ela estava realmente ali, dormindo profundamente ao meu lado como se fosse um anjo. Me inclinei em sua direção, tomando cuidado para não acorda-la, e depositei um beijo casto em sua testa.

– Droga, Scott! Estou tão apaixonado por você que chega a dar pena. – Murmurei baixinho, enquanto ela ainda dormia.

Depois disso, me levantei da cama e caminhei até o banheiro na intenção de tomar um banho antes que Anna Lis despertasse.

Meu banho não durou mais de quinze minutos, mas quando voltei a abrir a porta do banheiro, ela estava colocando o short de forma desajustada e apressada. A danadinha estava fugindo. Andei silenciosamente até a garota, e a mesma não notou minha presença enquanto subia o jeans pelas coxas, que por sinal, eram de tirar o fôlego. Próximo ao seu ouvido murmurei:

– Aonde pensa que vai, Scott? – seus movimentos pararam abruptamente e ela enrijeceu. – Estava pensando em ir embora sem mais nem menos, meu anjo? – passei os lábios levemente pelo lóbulo da sua orelha, ciente de que o ato havia eriçado cada pelo do seu delicioso corpo.

– Eu... e-eu ia deixar um bilhete. – retrucou com a voz trêmula.

Tive que me controlar para não deixar que uma risada escapasse, mas a forma como Lis estava reagindo ao ser flagrada, não ajudava muito. Ela parecia uma vítima indefesa com medo do seu sequestrador. Em um movimento rápido, a deixei de frente pra mim e passei meus braços ao redor da sua cintura.

– Acho que mereço mais do que um mísero bilhete, não concorda? – Fitei seus olhos, depois a boca e tive que me controlar para não tomar seus lábios de uma vez.

– Eu não disse que não merecia... – Coloquei minha atenção sobre seus olhos, outra vez. – É que não sabia como seria olha-lo nos olhos depois do que aconteceu ontem a noite... – Confessou, e só então pude perceber rubor em suas bochechas. Um sorriso escorregou de meus lábios, achando a coisa mais fofa do mundo. Me inclinei até a sua orelha e sussurrei baixo atrás de provoca-la.

– Não está sendo tão ruim, está?

– Você está sendo ridiculamente convencido. – Balbuciou fingindo irritação.

– Admita, Scott! Acordar ao meu lado é uma das coisas mais fantásticas do mundo...

– Dean...

Não deixei que ela terminasse, tomando sua boca na minha em um movimento rápido. No começo, Lis tentou resistir, no entanto, acabou cedendo quando minha língua a invadiu. Suas mãos subiram para os meus cabelos, e minhas mãos apertaram sua cintura desejando tê-la mais perto. Joguei a garota sobre a cama, voltando a beija-la com mais veemência. Suas unhas arranhavam minhas costas nuas, enquanto minhas mãos passeavam por todo o seu corpo. Fechei os olhos com força, quando Lis mordiscou e depois chupou na região um pouco abaixo do meu pescoço.

Aaa Scott, agora é a minha vez!

Capturei seus lábios mais um vez, e sorrateiramente comecei a puxar sua blusa para cima. Não precisávamos dela para o que eu pretendia fazer, e o fato da garota estar sem sutiã facilitava muito as coisas... seu corpo se arqueou sobre o colchão no momento em que segurei um dos seus seios em minha mão direita. Mas quando eu estava prestes a coloca-lo em minha boca, a voz da Anna Lis me fez paralisar:

– Dean! – Levantei o olhar para encontrar o seu. – Agora não podemos. Estou preocupada com Luca, deixei ele sozinho por uma noite inteira...

– Tem razão. – Voltei a baixar sua blusa, lembrando do garotinho loiro que havia conhecido no hospital. Pelo pouco que vi e Max também me contou, ele andava muito triste desde a morte da mãe. E confesso que saber sobre isso me incomodava bastante, pois tinha simpatizado com o rapazinho. – E como ele está?

Depositei um beijo sobre sua testa, antes de me afastar e ir de encontro ao closet atrás de uma roupa.

– Luca sente muita falta dela. Nós todos sentimos...

De relance vi quando Lis voltou a sentar-se na cama, com os ombros murchos. Rapidamente, peguei uma camisa qualquer e um calção moletom, a parte de baixo tinha vestido no banheiro.

– Mas ele é o que está mais abalado! – Continuou a desabafar. – E apesar dele tentar disfarçar a tristeza, o escuto chorar todas as noites antes de dormir... – Passei a camisa pelo pescoço.

– E-eu, eu nem sei mais o que fazer... – a escutei murmurar, quando finalmente terminei de me vestir. E pra ser sincero, eu não fazia ideia do que dizer para que Lis se sentisse menos perdida. Caminhei até a cama, me sentando ao seu lado. Fiquei surpreso quando a garota encostou a cabeça em meu ombro.

– Talvez o melhor seja dar tempo ao tempo. Luca agora é sua responsabilidade e por enquanto, o melhor que pode fazer é esperar, lhe dar amor, um lar, e uma família. Ele não vai esquecer a dor da perda, mas tenho certeza que vai aliviar.

– Sim, eu sei! Mas não sei se posso fazer isso...

– Do que tem tanto medo, Scott?

– De falhar com Margot e Luca! Por muito tempo foi apenas eu. Não sei como cuidar de uma criança, e muito menos fazer isso sozinha.

Com gentileza, segurei seu rosto entre minhas mãos, implorando para que ela me olhasse. Meu estômago se contorceu ao me deparar com seus olhos húmidos e avermelhados.

– Hey, vai ficar tudo bem. – Assegurei. – Você não vai falhar, porque isso nunca foi do seu feitio. Você não desiste de quem ama, e Luca só precisa de alguém que lute por ele.

– Estou feliz que esteja aqui, Dean! – A garota disse com um meio sorriso.

– Eu também. – Sorri de volta.

Antes que Lis fosse embora lhe roubei outro beijo. Mas de nada adiantou pois, quando ela sumiu no corredor, um vazio se alastrou por meu peito. Amar alguém como eu a amava não poderia ser algo normal. Em cima da mesinha ao lado da cama, reparei em um pedaço de papel dobrado; o suposto bilhete que ela me deixaria. Sem delongas, peguei o bilhete e o abri. Acordei e não te encontrei ao meu lado pela segunda vez, não sei se preciso me preocupar com isso, mas ao menos não tem outra gringa na sua sala de visitas te chamando de "noivinho".

Um riso escapou da minha garganta, ao ler as palavras irônicas da Scott.

Enfim, preciso ir embora e ver como Luca passou a noite. Te espero para o café da manhã, idiota.

Me joguei sobre a cama, e inalei seu cheiro doce ainda nos lençóis. Com certeza eu iria para esse café, nem que fosse apenas para admirá-la por mais alguns minutos.

Continue Reading

You'll Also Like

67.1K 6.3K 42
Spin off da série - Lucas, meu amigo imaginário Agora contando a história de Vênus, filha de Lucas e Lua. Ela se enxerga em um conflito muito parecid...
212K 16.6K 44
"𝖠𝗆𝗈𝗋, 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗇𝖺̃𝗈 𝖾́ 𝖻𝗈𝗆 𝗉𝗋𝖺 𝗆𝗂𝗆, 𝗆𝖺𝗌 𝖾𝗎 𝗊𝗎𝖾𝗋𝗈 𝗏𝗈𝖼𝖾̂." Stella Asthen sente uma raiva inexplicável por Heydan Willi...
22.2K 10.9K 37
⇉ "Não existe ninguém ao seu redor que você possa confiar." Obs: O ministério da saúde adverte, que se lerem essa obra sem ligar os pontinhos causará...
654 98 16
Em um bairro aparentemente tranquilo, segredos se escondem nos recantos mais sombrios. John, um estoquista de uma loja de objetos misteriosos, Rebecc...