13| Palavras tem poder

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De volta ao passado da Anna Lis, durante o segundo ano ela decidiu

ir a uma festa com uma pessoa que confiava

e acabou presa em quarto com um babaca.

Aqui a gente também descobre por que Lis estava tão irredutível a seder ao Dean.


Estremeci de nojo quando sua mão tocou meu quadril, e, somente então, percebi o quão perto Vega estava

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Estremeci de nojo quando sua mão tocou meu quadril, e, somente então, percebi o quão perto Vega estava. Nunca foi um pesadelo; seu toque imundo e seu cheiro repugnante não deixavam objeções. Não era hora de ficar lamentando, no entanto. Eu tinha sido burra o suficiente para ser arrastada para uma situação humilhante, mas também era a única que podia me livrar dela. Conseguindo finalmente voltar a si, me afastei rapidamente do seu aperto e corri para a porta. Tentei abri-la ao mesmo tempo que gritava por ajuda, mas nada aconteceu. As lágrimas invadiram meus olhos e molharam minhas bochechas, enquanto o desespero começava a levar o melhor de mim. Ouvindo os passos dele se arrastando pelo carpete, me virei em sua direção para ser capaz de reagir a qualquer ação estúpida que o cretino pudesse vir a fazer; mesmo que uma pequena parte em meu íntimo soubesse que ter esperança era algo estúpido. Zac Vega era aquele que, de um jeito ou de outro, sempre tinha o que queria. Jogar sujo era algo comum desde que o fizesse ganhar, e eu mais do que ninguém sabia disso.

― Você não precisa ter medo de mim... estou apenas curioso para saber o porquê daqueles idiotas gostarem tanto de você. ― Seus dedos roçaram minhas bochechas, fingindo enxugar as lágrimas em meu rosto, e dei uma tapa forte em sua mão.

Seus olhos se apertaram em visível irritação, mas não voltou a me tocar. Não naquele momento de qualquer modo.

― Eu adoro esse seu lado felino mais do que o de vítima... ― murmurou abrindo um sorriso doentio. ― deveria adotar isso mais vezes.

― Vá para o inferno. ― rosnei em sua direção, e seus olhos se encheram de fúria súbita.

― Se ainda não percebeu, já estamos nele. ― seus dedos agarraram meus pulsos com força e fui jogada bruscamente sobre a cama. Puxei o vestido para cobrir um pouco mais das minhas pernas quando percebi o olhar de Zac sobre elas. Seus olhos vermelhos e nebulosos apontavam seu estado deplorável, e por um instante, realmente senti o medo sincero e cru ser injetado em minhas veias. ― Não devia ter vindo atrás de alguém que nem mesmo lembra da porra da sua existência, coisinha esquisita.

― Você não faz ideia do que ele lembra. ― Retruquei, sem pensar. O verdadeiro Dean com certeza não lembrava, mas o idiota usar isso contra mim apenas me fazia desejar que o mesmo estivesse errado.

― E se fizéssemos um acordo para tornar as coisas mais interessantes? ― Olhos verdes claros brilharam em diversão. ― Vou ligar para o seu queridinho e lhe perguntar se tenho carta branca para fazer o que eu quiser com você...

― Deus, sinto vontade de vomitar sempre que você abre a droga da boca. ― Murmurei com uma careta.

― Se ele responder "não" ― Zac me ignorou. ― Você está livre para ir embora. Mas se a resposta for "sim", deve responsabilizá-lo pelo o que te espera.

Vega pegou o celular do bolso frontal da calça e dedilhou na tela do objeto por alguns segundos, para, somente então, levar o aparelho à orelha. Eu poderia muito bem ter usado esse tempo para correr até a porta e implorar por ajuda, de novo, mas minhas cordas vocais ainda ardiam pela primeira vez que tentei. O som também parecia mais alto desde que subi para o segundo andar, o que provavelmente foi estratégico, visto que ninguém deveria atrapalhar qualquer que fosse o plano deles. Emergi dos meus devaneios assim que uma terceira voz preencheu o cômodo, mexendo com os pelos em meu corpo e com minha capacidade de raciocinar.

― Que porra você quer agora? ― essa voz... essa voz era a certa.

― Você lembra da coisinha esquisita? ― O verme perguntou.

― Quem?

― A garota horrorosa que estudou com a gente desde o terceiro ano e sempre foi obcecada por você.

Dean ficou em silêncio por um instante, e então estourou do outro lado da linha:

― Eu não acredito que me ligou a essa hora para falar sobre a Scott.

― Lembra dela ou não?

― Por que? Não, não me diga que também caiu nos encantos dela...

― E se eu tiver?

― Achei que depois que eu fosse embora, você acabaria tendo um pouco mais de confiança em si mesmo, Vega. Mas, pelo visto, não é o caso... ainda está atrás dos meus brinquedos como uma criança birrenta.

― Um brinquedo deixado para trás se torna de qualquer um...

Com essas palavras, meu ex vizinho riu com escárnio, soando seco, amargo e um pouco... dolorido

― Tem razão. Apenas faça o que quiser, eu realmente não dou a mínima... ― Depois disso, um bip anunciando o fim da chamada, soou; ele tinha desligado.

― Você ouviu, Cinderela? Seu querido Dean não dá a mínima... o que me dá carta branca para me divertir bastante com o meu brinquedinho favorito. Pelo o que deveríamos começar?

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