Sempre | Melhores momentos

Por Souto14

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Para aqueles que vivem me perguntando sobre a volta do casal mais odiado e amado do universo literário. Más

NOTAS
01 | Vizinhos novos
02| Reencontros
03| Invasão de privacidade e outras drogas
04| Segredos que nem são tão segredos assim
05| A namorada do meu melhor amigo
06| Lindos olhos
07| Não consigo mais
08| Amar você será meu fim
09| Na mesma moeda
11| Reescrever as estrelas
12| Eu só queria que você soubesse
13| Palavras tem poder
14| Traidor
15| Aquele que não deve ser mencionado
16| Alucinações
17| Bonequinho de plástico
18| Palavras vazias e desesperadas
19| New York
20| O capitão retira a máscara
21| Entre casais
22| Não tem como piorar
23| Eu achei que tinha superado
24| Faca cravada no peito
25| Quero você, apenas você
26| Sinto nojo
27| Principe encantado uma ova
28| Hospital, enterro e saudade
29| Fugitiva
30| Medo de perder
31| Longe
32| Uma vez rei dos babacas, sempre rei dos babacas
33| My escape
34| Sempre será você
35| Farsas e mais farsas
36| Cinderela
37| Entre términos e beijos
38| Gold Bet
39| Ferido
40| Nunca deixamos um Stone para trás
|THE END|
NOTAS FINAIS

10| Você não é um monstro

76 5 1
Por Souto14

"AMO ESSA CENA!!
Paul irrita o Dean, que usa isso para descontar sua raiva do Max e do mundo."

― Vou te dar três chances para me convencer a não quebrar o braço do seu amiguinho, Phillips. ― Declarei, à medida que torcia um pouco mais o braço direito de Caradoc, recebendo um gemido de agonia em resposta.

― Você vai ser expulso seu grande idiota! ― Vociferou quase no mesmo instante.

Tisc...

Balancei a cabeça de um lado para o outro enquanto um sorriso divertido surgia em meus lábios. Não dava para acreditar que ele me conhecia tão mau.

― Se esforce um pouco mais, cara... parece até que está fazendo de propósito. ― Max Phillips bufou alto com impaciência, mas não falou até que um minuto inteiro houvesse se passado. E quando finalmente o fez, seu corpo parecia em conflito.

― Não vai querer fazer isso na frente dela.

Os músculos da minha mandíbula se retesaram com a simples menção dela. Não dava para acreditar que ele estava usando a própria namorada para proteger o babaca. Senti vontade de rir com a fodida situação, mas me contive, pois nem mesmo a minha ex vizinha me faria parar antes do tempo.

― Última chance, Phillips. ― avisei com frieza, tomando cuidando para encara-lo nos olhos enquanto isso. Todos precisavam saber que eu estava falando sério, principalmente ele.

Só mais alguns segundos...

― Esse não é você, Dean... ― Foi a voz da Scott quem soou dessa vez, trêmula e melancólica, transformando cada célula presente em meu corpo em algo frágil e destrutivo. Cada pedaço de mim esteve ciente da presença dela desde o meu primeiro segundo no refeitório, e meus olhos a tinham perseguido incansavelmente por longos minutos, mas escutar a voz dela era diferente. Escutar meu primeiro nome soando dos seus lábios era diferente. Sem conseguir mais me conter, meu olhar encontrou o seu pela primeira vez em sete dias fodidos, e assim como achei que seria, eu quebrei. Bem ali, na frente de todo mundo. Porquê eu a queria mais que qualquer coisa, e não podia nem mesmo alcança-la. Nunca. Olhos castanhos arregalados e decepcionantes não deixavam espaço para contestação. Afinal, o garotinho que a mesma conhecia tinha se transformado em algo muito pior do que o antigo Stone, certo?

"O beijo não significou nada..."

― Você não fazia ideia de quem eu era antes, Scott, e não faz ideia de quem sou agora. ― Afirmei por mais dolorosa que fosse a verdade.

Eu tinha passado minha infância interpretando um papel de garoto feliz e inquebrável. E agora ela simplesmente havia se negado a conhecer quem eu realmente era ou quem havia me tornado.

― Olhe pelo lado bom... ― desviando minha atenção para Caradoc, murmurei sobre seus uivos de dor. ― Não é o seu joelho.

(...)

― A sua dupla acabou de entrar, sortuda. ― Ela declarou alegre, e me virei para encontrar quem quer fosse.

Meu estômago afundou tão fundo que, por um momento, acreditei estar em queda livre. Em queda livre direto para o inferno, devo admitir, porquê o diabo havia acabado de entrar na sala, mais irresistível do que nunca. A mancha horrorosa de batom tinha sumido da sua bochecha esquerda, e a camisa branca junto com o blazer preto haviam sido trocados por um moletom vermelho vinho. Os cabelos negros estavam húmidos e pareciam cheirosos demais para não serem apreciados da forma correta...

E qual seria a forma correta?

A vozinha irritante voltou a soar e senti minhas bochechas esquentarem no mesmo instante. Eu era uma vergonha total... tinha dado um fora no garoto uma semana atrás, e agora estava babando nele que nem uma idiota. E céus, eu devia ter sido alguém realmente muito ruim em outra vida, pois apenas isso podia explicar o fato de estar sempre acabando presa a ele de uma forma ou de outra.

― Vamos, Sr. Stone, se apresse! ― Maura o chamou de repente, me fazendo dar um pulinho sem sair do lugar. ― Estará fazendo dupla com a Srta. Scott nesta aula.

Se havia alguma dúvida sobre Dean Stone me odiar pelo o que fiz semana passada, essa foi apagada do planeta terra quando seu olhar encontrou o meu pela segunda vez em duas horas. A mágoa tinha sido escondida no fundo mais escuro da sua alma, e tudo o que havia restado era um grande vazio de nada. Percebi minha barreira se estilhaçando aos meus pés conforme o garoto se aproximava como um lobo prestes a destroçar sua presa. Minha respiração se tornou irregular, minhas mãos ficaram húmidas e a culpa sufocante me inundou por seu aspecto cansado e comportamento sombrio. Quando parou a minha frente, apenas dois passos de distância, busquei em seus olhos por qualquer emoção que pudesse me fazer se sentir menos cruel, mas não encontrei nada. Dean só tinha escuridão no lugar que mais me chamavam a atenção.

― O que vai acontecer com você? ― As palavras que queimavam minha garganta desde o fim do almoço finalmente saltitaram para fora, hesitantes. Dean pareceu ser pego de surpresa pela forma como suas sobrancelhas se arquearam brevemente, mas a indiferença logo tratou de mascarar suas emoções.

― Isso realmente importa? ― disse em um sussurro rouco.

― Acha que eu perguntaria se a resposta fosse "não"?

― Eu não acho nada, Scott. Apenas sei... ― as mãos se esconderam nos bolsos do moletom, e seu olhar percorreu o espaço a nossa volta.

Seguindo seu movimento fui capaz de notar a atenção que nós, ou melhor, ele estava recebendo da turma, e os olhares não eram nenhum pouco amigáveis. No entanto, Dean não parecia afetado pela atenção negativa que recebia. Pelo contrário, com uma calmaria invejável, seu olhar se arrastou por cada rosto retorcido e lhes ofereceu um sorriso desdenhoso para cada um deles.

― Eu não acho que saiba, Dean... ― murmurei, fazendo com que ele parasse o que estava fazendo para me olhar. ― Se acabar sendo expulso por algo que nem mesmo pretendia fazer, nunca vou te...

― Por algo que eu não pretendia fazer? ― me cortou, com curiosidade indisfarçável.

― Quebrar o braço dele nunca passou de verdade pela sua cabeça...

― E porque não? ― seus olhos brilharam em desafio, me dando bolhas no estômago.

― Não era você. ― Repeti a mesma coisa de horas atrás, recebendo um sorriso sarcástico em resposta.

― Ainda insistindo nisso?

― Pode pensar o que quiser, mas sei que conheço pelo menos uns 50% do Dean Stone. Não me apaixonei por um cara desalmado... ― Respondi calmamente, encarando seus olhos fixamente. ― Tive cinco anos para conhecer um lado bom em você, por mais que esse lado quase nunca fosse usado comigo. E por mais idiota que isso soe, por mais contraditório que pareça ser, não consigo ligar você a uma pessoa ruim o suficiente para machucar alguém por prazer.

Alguma coisa minúscula e breve se ascendeu seus olhos, trazendo de volta a luzinha vermelha que costumavam ter na infância. Não como Edward Cullen, eca... era apenas um tom sútil e ardente que contrastado com um sorriso sincero chegava a ser a coisa mais prazerosa de se olhar. A parte ruim é que ia embora tão rápido quanto havia surgido.

― Tem certeza disso?

― Mais do que qualquer coisa... ― fui sincera.

Mas nada poderia ter me preparado para o que viria em seguida.

Dean balançou a cabeça maravilhado, e o som divino que deixou sua garganta em forma de riso fez cada pelo presente em meu corpo se eriçar. Quando seu olhar encontrou o meu um segundo mais tarde, com um sorriso pequeno lhe enfeitando os mesmos lábios que não deixavam meus sonhos há dias, senti minha alma voando para longe.

Como se respira mesmo?

― Se não percebeu, Scott, estou tentando te odiar aqui.

― Você não facilita para mim, por que eu deveria facilitar para você? ― questionei arrebitando o nariz, e o sorriso no rosto do meu parceiro cresceu.

Ele até tentou dizer algo, mas a aparição abrupta da professora o fez desistir.

― Quase ia me esquecendo do seu material, Sr. Stone... acho que quero assistir especialmente vocês dois, estou sentido uma boa conexão aqui. ― Acrescentou a mulher e senti minhas bochechas pegarem fogo por saber que estava certa.

― E o que exatamente quer que eu faça com isso? ― Dean questionou passando os olhos rapidamente pelo conteúdo na folha.

― Quero que imagine que está apresentando uma peça e esse letra de música será o seu roteiro. E precisa apresenta-la unicamente para a garota a sua frente.

O olhar dele se tornou miserável subitamente.

― Ela está com a outra parte? ― Sua atenção continuou sobre o papel, e comecei a me sentir ansiosa para ler o meu.

― Sim. Alguns casais pegaram duetos, e vocês são um dos sortudos.

Percebi o rapaz ficar quase translúcido, e então, murmurar um palavrão nada educado, encorajando-me a dar uma olhada no meu próprio papel.

Inferno.

Isso seria um desastre total...

― Damas primeiro. ― O ouvi murmurar com hesitação, e soltei um suspiro cansado.

― Mal sabe você como estou desmoronando enquanto dorme. Que ainda sou assombrada pelas memórias... ― iniciei, um nó enorme se formando em minha garganta conforme lia as malditas palavras no papel. ― Que estou tentando me reerguer pedaço por pedaço, e que preciso de um pouco mais de tempo. Lá no fundo, estou presa em um vazio aqui dentro. Estou me segurando, com medo de que talvez você mude de ideia... eu estou pronta para te perdoar, mas esquecer é uma luta mais difícil. E mal sabe você que preciso de um pouco mais de tempo.

Terminando de ler, fechei os olhos e mordi o lábio inferior buscando reprimir as lágrimas que ameaçavam correr soltas por minhas bochechas. Nada daquilo tinha sido atuação. Cada uma das emoções que senti eram reais, e o que mais me assustou foi o medo que senti caso ele realmente desistisse de mim. De nós.

Havia um nós?

Achei que estivesse destruída o suficiente depois de ter sido obrigada a dizer a verdade em voz alta, mas quando a voz baixa e rouca dele soou, desabei.

― Mal você sabe, mas eu sei que está machucada enquanto pareço estar dormindo. E acredite, todos os meus erros estão lentamente me afogando. Estou tentando fazer isso melhorar, pedaço por pedaço. ― Seus olhos abandonaram o papel e se fixaram em meu rosto. ― Mal sabe você que eu vou te amar até o sol morrer. Eu vou esperar. Vou te amar até que não sinta mais a dor, eu prometo. Então, não tenha medo, porquê o meu amor está aqui e veio para ficar. Apenas deite sua cabeça em mim.

Isso foi tudo o que desejei ouvir durante muito tempo, de qualquer um... um príncipe encantado que pudesse me puxar para fora do caos que havia sido a minha pré-adolescência. Mas ninguém apareceu, e precisei me puxar para fora de toda aquela merda sozinha e fico feliz que tenha sido assim porque acabei me tornando mais forte do que jamais achei que seria. Mas doía para cacete saber que, quando finalmente ouvi as palavras, as mesmas não passavam de um trabalho idiota.

― Isso foi realmente incrível, pareceu muito real para mim. ― Maura quebrou o silêncio, e só então, percebi que ela esteve ali o tempo todo. ― Apenas continuem assim e quem sabe não consigam um papel importante na peça...

Senti cada célula do meu corpo ficar tensa conforme assistia a mulher se afastar. Ficar sozinha com ele não acabaria bem, não da forma vulnerável em que me encontrava, porque, por mais que meu cérebro soubesse o quão ruim seria me deixar levar pela atração que eu sentia por ele, meu coração era burro demais e pouco confiável.

― Relaxa, Scott. Foi apenas um exercício. ― Dean assegurou com um sorriso de canto, depois de perceber meu desconforto. Lágrimas grossas encheram meus olhos. Eu precisava dizer a ele... contar sobre meu namoro falso com o Max, e sobre como estava enlouquecendo por tentar negar meus sentimentos.

― Dean...

― Está tudo bem, é sério! Apenas não repita nenhuma merda parecida com a do outro dia. Eu simplesmente não suportaria... ― Seus olhos estavam de volta ao opaco, quase negro, de antes. A culpa me acertou em cheio, fazendo meus joelhos fraquejarem por um segundo.

― Com os seus pontos garantidos acho que minha presença não se faz mais necessária aqui... ― ele amassou o papel para enfia-lo no bolso do casaco. ― A gente se vê por aí.

E antes que eu pudesse dizer algo, ele se virou e foi embora.

Não foi apenas um exercício, seu grande idiota.

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