Sempre | Melhores momentos

By Souto14

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Para aqueles que vivem me perguntando sobre a volta do casal mais odiado e amado do universo literário. More

NOTAS
01 | Vizinhos novos
02| Reencontros
03| Invasão de privacidade e outras drogas
04| Segredos que nem são tão segredos assim
05| A namorada do meu melhor amigo
06| Lindos olhos
07| Não consigo mais
09| Na mesma moeda
10| Você não é um monstro
11| Reescrever as estrelas
12| Eu só queria que você soubesse
13| Palavras tem poder
14| Traidor
15| Aquele que não deve ser mencionado
16| Alucinações
17| Bonequinho de plástico
18| Palavras vazias e desesperadas
19| New York
20| O capitão retira a máscara
21| Entre casais
22| Não tem como piorar
23| Eu achei que tinha superado
24| Faca cravada no peito
25| Quero você, apenas você
26| Sinto nojo
27| Principe encantado uma ova
28| Hospital, enterro e saudade
29| Fugitiva
30| Medo de perder
31| Longe
32| Uma vez rei dos babacas, sempre rei dos babacas
33| My escape
34| Sempre será você
35| Farsas e mais farsas
36| Cinderela
37| Entre términos e beijos
38| Gold Bet
39| Ferido
40| Nunca deixamos um Stone para trás
|THE END|
NOTAS FINAIS

08| Amar você será meu fim

85 4 2
By Souto14

"Anna Lis tenta dar um basta nas coisas entre eles, mas acaba descobrindo que é tarde demais."


ME ESCOREI EM UMA parede próxima e deslizei até o chão frio, escondendo o rosto entre os joelhos e finalmente dando lugar às fodidas lágrimas. Solucei e gritei até sentir minha garganta reclamar de dor.

Não quero amar você, porra. Isso vai me destruir...

Mesmo que ele dissesse estar diferente, mesmo que seus gestos fossem diferentes... nós quebraríamos, porque não havíamos sido feitos para ficarmos juntos. Insistir apenas machucaria mais.

― A música estava errada... ― a voz conhecida cortou o silêncio ensurdecedor do auditório. Olhei para cima, encontrando-o parado há alguns metros de distância. ― E você sabe disso.

Dean tinha os cabelos bagunçados, a postura exausta e grandes bolsas pretas abaixo dos olhos. A gravata vermelha pendurada em volta dos ombros largos estava desatada e as mangas da camiseta haviam sido dobradas na altura um pouco abaixo dos cotovelos. Senti minhas bochechas esquentarem conforme a realidade recaia sobre mim. Ele tinha me pego chorando por uma música idiota que deveria ser exatamente o ponto final para o nosso joguinho de gato e rato.

― Vá embora, por favor. ― Pedi enquanto lutava contra um soluço.

― Precisamos conversar. ― ele disse.

― Não, nós não precisamos! ― afirmei, voltando a descansar a bochecha sobre meu joelho. Tudo para não precisar continuar encarando-o.

― Porra, Scott, você sabe que o que cantou foi uma mentira ou não estaria aqui. ― Senti ele se aproximando.

― Não ouse chegar perto de mim. ― Minha voz, mesmo com esforço, saiu embargada pelo choro.

Dean recuou no mesmo instante.

― Você não cansa mesmo de fazer da minha vida uma bagunça, não é? ― me levantei. ― Mas se não quiser entrar em problemas, deve me deixar em paz, Stone. Viva a droga da sua vida e me deixe viver a minha. Não somos mais crianças, não precisa continuar insistindo em um brinquedo que não pode ter somente por capricho.

― Deixei de agir feito criança há muito tempo, Lis, e posso lhe assegurar que não a vejo como um objeto descartável. ― Rebateu, a voz tão fria quanto a morte.

― Então me deixe ir, droga... me deixe ir antes que isso me destrua.

― Foi isso o que fiz durante nove anos, Anna Lis, e olha onde nós estamos. Só precisamos coexistir no mesmo plano para machucarmos um ao outro.

― O que sugere que façamos, então? ― Cuspi com rudeza. ― Ignorar o passado e viver um conto de fadas perfeito?

― Falando assim parece ridículo...

― Porquê é ridículo, seu idiota! ― Afirmei exasperada. ― Você e eu... isso nunca funcionaria.

― Nem mesmo chegamos a tentar, Lis. ― Argumentou, e quase me vi tentada a ceder. Quase.

― Tem certas coisas que a gente simplesmente sabe, Stone, e outras que a gente simplesmente escolhe não arriscar. E não quero arriscar, não com você.

Ele riu.

Mas a dor estava impressa nos sons que deixavam sua garganta, em seus ombros tensos e nos olhos cintilantes por lágrimas não derramadas. Meu peito afundou.

― Foi por isso que cantou aquela porcaria de música, certo? Não era um pronunciamento, mas um apelo. ― seus olhos marejados chocaram-se contra os meus. ― Você está tão desesperada para me ter longe, com tanto medo de quebrar e se machucar que... nem mesmo consegue ver que já estive no seu lugar uma vez. E que ainda estou pagando pela minha covardia.

Não respondi, não achei que seria capaz de pronunciar qualquer mísera palavra. Ele estava certo. Éramos iguais. No entanto, enquanto meu medo era uma resposta ao seu comportamento frio e grosseiro, os seus motivos nunca foram expostos abertamente e eu não podia lidar com isso no escuro.

― Tudo bem... então, apenas considere isso a droga do seu presente de aniversário adiantado, Scott.

Não sabia se devia me sentir chateada pelo seu tom grosseiro ou culpada pela mágoa que transbordava dos seus olhos vermelhos. Então, fiz o que devia ter feito assim que Dean Stone entrou no auditório, me preparei para ir embora dando cinco passos em sua direção.

― Saia da frente, por favor. ― Pedi, escondendo as mãos atrás das costas para evitar que o rapaz as visse tremendo.

Um sorriso amargo despontou em seus lábios levemente ressecados. Havia uma ferida recém aberta no cantinho esquerdo, que só podia ser notada daquela distância. Dean se moveu para o lado depois de um tempo. Mas, quando eu estava a ponto de girar a maçaneta e deixar o lugar, senti meu pulso preso em um aperto firme. Minhas costas se chocaram contra a porta um segundo depois, e logo seu corpo estava pressionado contra o meu. Tentei me desvencilhar do seu toque, somente, para ter um aperto mais firme contra minha cintura. Seus olhos normalmente castanhos estavam agora escuros por raiva do seu orgulho quebrado, e levemente embaçados pelo mesmo desejo que me consumia.

― Diga que não quer isso, Scott. Diga. ― Exigiu severamente contra o lóbulo da minha orelha. E foi o suficiente para que eu desistisse de lutar.

― Você me quer tanto quanto eu te quero, e essa é a única verdade entre nós. ― Sua voz rouca foi capaz de eriçar cada pelo presente em meu corpo.

― Você está errado. ― Me forcei a dizer, ainda que as palavras houvessem soados fracas e pouco confiáveis.

Estar tão perto dele era como pedir pelo inferno.

― Prove que estou. Diga para mim com todas as letras que sua respiração agitada se deve a essa droga de sala fechada. Diga que seu corpo não está implorando pelo meu agora. Que seus dedos não estão formigando para me tocarem de volta. Apenas diga... ― seus lábios roçaram a pele exposta do meu pescoço, as palavras deixando um rastro quente pelo caminho. E tudo o que consegui fazer foi fechar os olhos e morder o lábio inferior com força para que Dean não me ouvisse ofegar.

Senti seu braço me apertar mais contra ele.

― Não precisa dizer nada, realmente. Eu sei. Eu sinto... ― voltou a dizer depositando um beijo casto um pouco abaixo da minha orelha.

Inferno, preciso sair daqui...

Quero que você seja minha, Lis. Quero tanto que chega a doer. ― sua boca viajou por minha clavícula, depositando beijos e mordidas capazes de me fazer esquecer o próprio nome. Depois subiu pelo meu pescoço até a minha bochecha e umedeci os lábios, esperando ansiosamente pelo momento em que teria sua boca contra a minha.

Sabe a sensação de que você está prestes a fazer algo muito errado, e ainda assim, não consegue parar isso? Bem-vindos ao meu mundo. E foda-se a maldita sensação, nada que não fosse Dean Stone, naquele momento, importava mais.

Descansei minhas mãos contra seu peito, apreciando a sensação do seu coração batendo acelerado contra meus dedos. Saber que ele se sentia tão à beira do precipício quanto eu, era a única coisa que me confortava naquela loucura toda. Seus lábios roçaram levemente contra os meus, o hálito quente preenchendo o único espaço que nos separava; algo em meu ventre se agitou instantaneamente. E quando se afastou, mentalmente implorei para que retornasse. Era errado, talvez o maior dos meus pecados, porém eu não conseguia parar de deseja-lo. Uma vez que seus olhos encontraram os meus, sorriu genuinamente, transformando em gelatina o que ainda restava da minha sanidade. Por um breve segundo, reparei nas pintinhas espalhadas por seu rosto perfeito, sentindo-me tentada a beijar cada uma delas. Sua mão direita pairou sobre a pele da minha bochecha, depois descendo para acariciar meus lábios com a ponta dos dedos.

― Não estou fazendo isso sem o seu consentimento, Scott. Então, diga as palavras... diga que posso fazer isso. ― Exigiu enquanto tinha olhar o sobre minha boca, assistindo seus dedos brincarem com a mesma.

Inferno.

Eu nem mesmo conseguia raciocinar corretamente, como diabos formaria uma frase?

Mas bem que eu tentei... fiz menção de dizer alguma coisa um bocado de vezes, mas sempre desistindo no meio do caminho quando não encontrava palavras boas o suficiente.

Dean me ofereceu mais um dos seus sorrisos gentis antes de falar:

― É só você dizer que sim e serei seu.

O fitei por alguns segundos, me questionando se poderia mesmo seguir adiante. Mas a verdade era que, nem se o mundo estivesse acabando, eu teria me afastado dele naquela altura do campeonato.

― Sim. ― Consegui declarar em um sussurro quase inaudível.

Dean escorregou a mão que brincava com a minha boca, para a minha nuca e me apertou mais contra si com a outra. Seus lábios voltaram a descer contra os meus, roçando levemente como uma forma de provocação. Em seguida, passou a deixar pequenas mordidas sobre eles. Ofeguei em um misto de excitação e frustação.

― Preciso que me beije agora, Dean! ― a súplica deslizou entre meus dentes antes mesmo que conseguisse para-la. E céus, eu tinha o chamado pelo primeiro nome.

Meu ex-vizinho percebeu o meu deslize e seus olhos se tornaram como faróis brilhando no auditório pouco iluminado. Nem mesmo conseguia lembrar a última vez que alguém tinha me oferecido um sorriso tão largo ao mesmo tempo que malicioso. E então, a mágica aconteceu. Sua boca capturou a minha com veemência, e depois de malditos seis anos, finalmente, fui capaz de provar o gosto doce que seus lábios continham. Eram macios e quentes, deslizando facilmente contra os meus como se tivéssemos feito isso milhares de vezes antes. Meus dedos se perderam entre seus cabelos negros, puxando-o para trás enquanto segurava seu lábio inferior entre meus dentes. Stone suspirou, me pressionando um pouco mais contra a porta, colando nossos corpos até não soubéssemos mais onde um começava e o outro terminava. E ainda não era o suficiente. Nada era o suficiente. Ansiando por mais contanto, deslizei minhas mãos por baixo do tecido da sua camisa, encontrando pele lisa e quente. Ele estremeceu contra meu toque. Minhas unhas cravaram-se em suas costas no momento em que o garoto segurou minha nuca, e pelas mechas de cabelo ali presentes, trouxe minha cabeça para trás enquanto descia com os lábios até a minha clavícula. Suas mãos firmes e dominadoras estavam por toda a parte, deixando-me queimando por mais. E merda, os sons que abandonavam sua garganta uma vez ou outra era a coisa mais excitante que já tive o prazer de ouvir em toda a minha vida.

Porra, se soubesse o quanto esperei por isso... ― ele murmurou contra minha pele, fazendo-me estremecer em seus braços.

― Sim, eu sei... ― balbuciei com dificuldade, mordendo a parte interna da bochecha para evitar um gemido. Tínhamos passado pelo mesmo, afinal.

― Não, você não faz ideia... ― Discordou. ― Eu quero isso... você... há tanto tempo e de tantas formas diferentes. Eu achei que fosse enlouquecer, Scott. Nada conseguia ser melhor do que você, e porra, eu nem mesmo tinha tido você até agora.

E com essas palavras tão cheias de desesperado e a alegria, meu corpo voltou a estremecer, mas não por um bom motivo dessa vez. Dean estava certo, ele me tinha e isso era demais para que a minha cabeça fodida pudesse processar. Não era certo. Nada daquilo era certo, merda. O afastei bruscamente, cega pela amargura e o rapaz grudou seus olhos nos meus, um misto de ansiedade e confusão passando pelos mesmos.

― Você não pode me ter... ― Murmurei mais para mim do que para ele. ― Eu te quero desesperadamente longe, lembra?

Lágrimas voltaram a preencher meus olhos.

― Lis... ― Dean tentou tocar meu rosto.

― Não! ― Gritei me afastando. ― Não me toque.

Stone deu três passos para trás, levantando as mãos em sinal de rendição. Seu olhar estava queimando meu rosto enquanto a expressão de confusão era rapidamente substituída por raiva e decepção. Seu peito subindo e descendo rápido por baixo do tecido da camisa, os lábios inchados, rosto levemente corado e cabelo ainda mais despenteado era uma visão dos deuses. E se não houvesse a porra de um passado entre a gente, eu, provavelmente, teria voltado a puxa-lo para mim no mesmo instante. Mas o passado estava lá, lembrando-me constantemente que não daríamos certo, porquê entre o meu coração e o dele, Dean escolheria o dele.

― Tudo bem... não vou mais voltar tocá-la. ― As palavras soaram vazias de emoção quando ele voltou a falar. ― Se mesmo depois do que acabou de acontecer sua decisão contínua a mesma, então faça bom proveito do seu presente, Scott. Não estou sendo aquele que não sabe levar um não...

― Espero que esteja sendo sincero dessa vez, porquê não estarei sendo vulnerável na próxima. Não ouse se aproximar nunca mais... ― Lancei um último olhar de desprezo em sua direção, antes de girar sobre os calcanhares e correr para longe do auditório o mais rápido que pude. Pela segunda vez.






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