IDRIS

By sensittive

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Ayla Costello se achava uma deusa. Sua beleza e corpo atraentes eram chamativos e ela sabia bem disso. Portan... More

IDRIS
aesthetics
1 | uma deusa, literalmente
2 | destilar veneno
3 | gota de insegurança
4 | filho de um político
5 | mentiras, dinheiro e sexo
6 | filhinho de papai
7 | vaidade e rejeição
8 | teatrinho tosco
9 | mais uma mentira
10 | fazer as honras
11| piadas de mau gosto
12 | boca imunda
13 | cheiro de mentira
14 | gritos ensurdecedores
15 | comparações baixas
16 | contraste interessante
17 | "prós" sem contras
18 | segredinhos sujos
19 | berço de ouro
20 | diferente dos outros
21 | preciosa reputação
22 | um rapaz insolente
23 | contradições e uma mancha roxa
24 | o menino de ouro
25 | primeiras vezes
26 | visão dos deuses
27 | como uma estátua grega
28 | efeito dominó
29 | guardado a sete chaves
30 | uma noite arruinada
31 | controle
32 | desconfiança e cicatrizes
33 | luzes coloridas e um coração partido
34 | boca amarga
35 | oco, quase sem graça
36 | momento mais errado, impossível
37 | sobre deixar ir
38 | a peça mais letal
39 | a cor mais quente
| SIDE B |
40 | incapaz de ser raso
41 | branco e imaculado
43 | semelhanças gritantes
44 | uma pitada de caos
45 | ondas de nervosismo e gotas de desespero
46 | um lunático de palavra
47 | tudo sobre ela
48 | segredos e espuma
49 | porcelanato manchado
50 | ruína
51 | sinal vermelho
52 | rico e quebrado
53 | entre monstros
54 | valer a pena
55 | a lugar nenhum
56 | origens e tratos
57 | o final do abismo
58 | sobre morrer por dentro
59 | dar um jeito
60 | pirâmide hierárquica
61 | provedores e riscos
62| língua pesada
63 | tratar de negócios
64 | lar de verdade
65 | passos por seguir
66 | escolhas e mantras
67 | promessas
68 | epílogo
este é o final

42 | golpes baixos

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By sensittive

O coro de Privileged Rappers era a única coisa que se fazia ouvir no interior do carro. Uma vez à outra, eu me atrevia a olhar para a Ayla de esguelha, odiando mais do que tudo a inexpressividade que marcava o rosto bonito.

Eram dezoito horas e trinta e sete minutos. Não pude me sentir menos culpado quando saí do quarto depois de várias horas e a encontrei adormecida num dos sofás na sala. Eu passei cerca de quinze minutos observando-a em silêncio, e a primeira e única coisa que ela pediu ao me ver foi que a levasse até casa. Com a raiva esquecida e a frustração evaporada há tempos, foi de partir o coração vê-la tão chateada por minha causa. Eu sabia que havia errado com ela, que não deveria ter falado daquele jeito e tampouco deixado que passasse a tarde sozinha, quando fui eu quem a chamou para ficar comigo.

Eu não deveria nem ter proposto que tentássemos ter um relacionamento, especialmente porque a sua vida estava em risco por minha causa e ela se transformara em um alvo; em uma forma de me atingir.

Apertei a capa do volante sob os dedos e suspirei, tão baixo que eu mesmo quase fui incapaz de ouvir. Ainda tentava associar a descoberta do Andrei a qualquer outra coisa, mas as peças simplesmente pareciam não encaixar umas nas outras. Ter sido precipitado me enervava a níveis absurdos porque, para além de estar preocupado com o facto de existir a possibilidade de eu foder ainda mais com a mente da Ayla – e a minha, em simultâneo –, ainda tinha os problemas do meu pai a resolver e um fardo por carregar a vida toda. Estava tudo a virar um emaranhado complicado de desfazer, e eu mesmo afundava cada vez mais ao tentar me convencer de que ainda podia ter uma rotina e laços completamente normais.

Fui arrancado dos devaneios quando ela finalmente movimentou-se, apenas para fazer-se mais confortável no assento do Bentley quando Spin Bout U começou a tocar.

— Vais fazer uma greve de silêncio, agora? — indaguei, fazendo questão de manter o tom aveludado e sarcástico. Sabia que aquilo iria irritá-la, mas era assim como lidávamos com os nossos problemas desde o início. Era daquilo que ela gostava, e eu tive certeza disso quando reprimiu um sorriso e revirou os olhos de leve.

Ayla Costello estranhamente preferia o sarcasmo ao carinho intenso, e talvez tivesse sido por isso que havíamos nos dado bem até certo ponto. Ela gostava do que eu mostrava fazer, de quem eu mostrava ser, de como eu agia, por menos saudável que fosse em certos momentos. Talvez fosse involuntário; algo automático porque, no fundo, ela nunca soube o que era uma relação saudável de verdade.

— É o que tens a dizer depois de tudo o que aconteceu hoje? — questionou com alguma ironia — A sério?

— Eu podia falar por horas a fio sobre o quão bonita és, mas disso tu já sabes...

— Não penses que vais distrair-me com esses elogios baratos.

— Tu te sentes distraída? — ergui um dos cantos da boca em um sorriso fechado e discreto, desviando o olhar da estrada por um momento para encará-la. Com os olhos semicerrados, Ayla estalou a língua com suavidade enquanto cruzava os braços e virava o rosto em direção ao vidro da janela — Desculpa... Não vais mesmo perdoar-me?

Ela ofereceu-me o silêncio como resposta, e eu me concentrei nas gotas leves de chuva que batiam na lataria do carro sem muito ritmo, notando o quão rapidamente o clima havia mudado. Sabia que, ocasionalmente, ficaria tudo bem. A Ayla gostava de mim o suficiente para perdoar em questão de minutos, ainda que tivesse errado bastante, mas poderia ser algo temporário. As pessoas sempre acabavam por cansar-se de perdoar e ignorar. Perguntava a mim mesmo se algum dia tivera gostado do tal do Adonis do mesmo jeito; se sentia o mesmo pelo Hendrix, e se poderia ter sentido pelo Yannick, o qual conhecia por Elliot. Eu estava acostumado a ter toda a sua atenção e empenho depositados em mim e, por isso, pensar que poderia ter se apaixonado por qualquer um deles enquanto eu a tratava de forma desagradável me enchia de desconforto.

Eu não poderia fazê-la sorrir do mesmo jeito, não poderia tocá-la com tanta intimidade, não teria sabido dos seus problemas, e talvez jamais tivesse descoberto como era ter um minúsculo ponto de "paz" em meio a todo aquele caos.

— Tu és mesmo uma criatura diferente das demais... — ela murmurou de forma repentina, iluminando parcialmente o carro quando desbloqueou o celular. Logo, o som das unhas acrílicas e longas batendo na tela uma vez à outra se fez ouvir.

— "Criatura"? — indaguei ao passo que erguia as sobrancelhas. Um relâmpago cruzou o céu e, em seguida, a chuva passou a cair com mais intensidade enquanto trovejava — Que forma interessante de dizeres que não gostas mais de mim.

— Eu gosto, mas deixarei de gostar se o que aconteceu hoje se repetir.

Se ela dizia aquilo sem sequer saber que a abandonei apenas para cheirar pó, não imaginava como ficaria caso descobrisse. Era interessante notar que, apesar de dizer ser independente e consciente do seu valor, a Ayla continuava comigo depois do ocorrido. Ela suportava o que condenava de forma inconsciente, e eu não sabia se era por estar apaixonada por mim, ou por nunca ter sido tratada correctamente por figuras importantes na sua vida. Porque, convenhamos, por mais que surgisse um homem – ou uma mulher, fosse amiga ou não – que a amasse de verdade e a mostrasse o que é ser valorizada, a sua própria mãe, aquela que deveria amá-la antes de qualquer outra pessoa, nunca demonstrou sequer carinho. E, para piorar, ela havia sido abandonada pelo pai.

— Não voltará a acontecer. Eu prometo.

— Espero bem que sim.

— Mas o que tu queres dizer com eu ser "uma criatura diferente das demais"?

— Geralmente, relacionamentos começam de uma forma bastante bonita... Parece tudo um "mar de rosas"... — ela ironizou, mantendo o celular na mão direita enquanto gesticulava aspas — Mas o nosso, por tua causa, está a ser um desastre. É o primeiro dia que passamos juntos, e tu tiveste a audácia, a coragem, de me deixar sozinha a meio do almoço depois de despejar um monte de absurdos pela boca. Para ti, ficar sozinho no quarto foi melhor do que estar comigo... Tu não parecias mais a pessoa que esteve comigo ontem, e eu não sei se vale a pena deixar de estar solteira para passar por isto.

— Eu sei, desculpa.

— O mais estranho — ela disse, sem me dar mais nem um segundo para falar. — foi que eu somente procurei saber se estava tudo bem. Tu não queres partilhar os teus problemas, mas eu falo sobre mim, por mais difícil que isso seja.

— Eu nunca pedi que fizesses isso.

Ela soltou o ar, cética. Eu não estava com paciência para lidar com drama; tinha a cabeça demasiado cheia para tal, e uma das coisas que me fazia evitar entrar em relacionamentos era exactamente isso: discussões toscas. Há dias, eu poderia apenas dizer que não era obrigado a falar sobre absolutamente nada porque tudo o que tínhamos resumia-se em sexo, mas as coisas não eram mais assim.

— Ayla, eu não estou com paciência para isto, a sério. — murmurei após alguns segundos, nos quais ela ficou em silêncio — Eu... Desculpa, não quis soar rude. Acabei de prometer que aquilo não se repetiria, e eu preciso que entendas que não estou a ter um bom dia, e eu não quero conversar sobre isso.

— Tudo bem.

— Eu sei que não está tudo bem.

— Claro que está.

— Dá para notar pelo tom de voz que estás chateada.

— Eu não quero mais conversar. — resmungou ao desbloquear novamente o celular. Ela definitivamente estava chateada.

— Tu eras assim com o Adonis, também?

Golpe baixo. Fingir sentir ciúmes era um golpe extremamente baixo, principalmente de uma pessoa morta. De um homem que fui eu quem matou. Mas, de qualquer forma, faria com que ela achasse que eu me importava com o facto de supostamente poder existir algo entre eles. A evidência disso foi o olhar surpreso e desconfiado que lançou, acompanhando de uma tensão notória nos ombros.

— De onde conheces o Adonis?

— Bom, ele era bastante conhecido pelas instrumentais que produzia... — alfinetei com sarcasmo. Ele era um desastre, e ela sabia disso. Não foi a toa que riu-se — Ele é apaixonado por ti, não parou de elogiar nem por um segundo.

— E como vocês chegaram a esse assunto? — questionou, a curiosidade enchendo as íris escuras e brilhantes. Estávamos prestes a chegar à rua onde ela vivia, e eu não sabia nem metade do que gostaria, ainda — Por quê falaram sobre mim?

— Um dos amigos dele mencionou que não valia a pena mostrarmos a mulher que estava interessada nele, porque era apaixonado por outra. — menti, dando de ombros para parecer mais natural enquanto piscava com vagar — Foi quando ele revelou que eras tu, e passou um tempo a falar sobre como eras bonita e tudo mais.

Ela remexeu-se no banco, parecendo um pouco mais calma. Nada a deixava mais feliz do que ter o ego inflado, pelos vistos.

— E como tu te sentiste quando ouviste-o dizer todas essas coisas? — o tom baixou e enrouqueceu, deixando-me consciente das obscenidades que podiam passar pela sua cabeça caso eu desse a resposta correcta. Ela gostava de possessividade, de virilidade e uma certa autoridade, ainda que não fizesse o tipo de quem obedece ordens ou se submete, até certo ponto. A Ayla era uma confusão interessante de entender, e talvez fosse por isso que me atraía tanto.

— Senti ciúmes. — menti, mas não de todo. Menti porque a história toda era uma invenção minha, mas eu teria sentido ciúmes caso o Adonis falasse dela daquele jeito — Não gosto da ideia de te partilhar com outra pessoa.

— Foi por isso que ficaste tão incomodado quando me viste com o Hendrix?

— Os meus problemas com o Hendrix não são de hoje. Ver-te com ele apenas piorou as coisas. — sibilei, ficando aliviado ao encontrar uma vaga disponível no estacionamento subterrâneo do prédio — E eu espero não voltar a ver.

— Por quê? — ergueu as sobrancelhas após livrar-se do cinto-de-segurança — Se tu podes ficar com outras pessoas, eu também posso.

A área na qual nos encontrávamos não era assim tão bem iluminada, portanto, não demorou muito para que várias possibilidades do que podíamos fazer começassem a salpicar a minha mente. Pela forma como ela me encarou, tive plena certeza que pensava no mesmo.

— Isso mudou uma noite atrás, quando aceitaste que nos conhecêssemos melhor.

— Estás a ser hipócrita... Em qual planeta seria justo que houvesse exclusividade de uma parte, e não da outra?

— Em momento algum eu disse que ficaria com alguém além de ti. — sibilei, já me inclinando na sua direção para aproximar os nossos rostos — E essa merda de exclusividade não se aplica, porque nós somos namorados. É fidelidade, e não exclusividade.

Ela arfou baixo quando deixei um selar húmido e suave no seu pescoço, enrolando parte dos cachos já soltos nos dedos enquanto separava os lábios para chupar e lamber parcialmente a mesma área, fazendo-a estremecer e contorcer-se minimamente. Ela era tão sensível... E eu adorava isso.

— Idris...

— Tu não disseste ontem que nos entendíamos e expressávamos melhor na pele?

— Eu disse, mas ainda estou chateada.

— Eu posso chupar toda essa irritação para fora de ti... — disse num tom sugestivo, o que a levou a rir — A sério... Vai ser um sexo oral de reconciliação.

Ela passou alguns segundos em silêncio, desmanchando o sorriso aos poucos e me deixando um pouco mais excitado com a malícia carregada no olhar que permaneceu fixo no meu. Retesei a mandíbula quando ela escorregou uma das mãos pela minha coxa, até encostar as pontas dos dedos na ereção e os lábios nos meus.

— Por quê eu deveria, depois de teres sido um filho da puta comigo?

— Porque tu queres. — sussurrei de volta, estremecendo ao ter o membro endurecido acariciado em um aperto delicado, mas firme.

— O que eu quero?

— Que eu te coma. — sibilei, abalado a ponto de quase fechar os olhos quando ela deslizou as unhas por cima do tecido dos calções de malha, provocando — Aqui, e agora.

— Mas não vais...

— Ah, eu vou. — murmurei, me sentindo pulsar quando invadiu as camadas de tecido para tomar a ereção entre a mão macia e quente. Baixei o olhar quando ela ajeitou-se melhor no assento, me agraciando com a visão do decote no vestido de verão. Os mamilos estavam rígidos contra o tecido fino e colorido, e eu quase salivei com a ideia de tê-los na boca — Eu vou te foder neste assento, no de trás e se puder por cima do capô, porque é o que tu queres. E eu vou fazê-lo tão bem, que vai te custar ficar em pé depois.

Ela gemeu, tão baixo que quase não pude ouvir, e eu espelhei o gesto ao sentí-la me apertar entre os dedos com cuidado antes de movê-los pela extensão com lentidão. O abdómen contraiu quando ela acariciou a glande, espalhando o líquido pré-ejaculatório. Não pude evitar de tomar parte do seu cabelo entre os dedos novamente antes de deslizar a língua para dentro da sua boca, envolvendo-nos em um beijo sedento e intenso. Ela literalmente engoliu os meus gemidos enquanto me tocava, inquietando-se cada vez mais à medida que eu explorava o seu corpo com as mãos. Quando o ar nos faltou, desci os beijos pelo seu rosto até alcançar o pescoço, ao mesmo tempo em que invadia o centro das coxas macias com as mãos.

Um gemido rouco escapou quando a senti encharcada e pegajosa contra os meus dedos, sem qualquer barreira.

— Porra, tu estiveste o tempo todo sem calcinha? — inquiri, recebendo apenas um gemido como resposta quando apertei a parte interna de uma das suas coxas, a qual ela afastou para ceder mais espaço. O corpo estremeceu entre um espasmo quando bati os dedos na sua intimidade com um certo cuidado, estapeando-a — Eu fiz uma pergunta.

— Sim... — arfou, parando os movimentos por um segundo. A respiração pesada e desenfreada deixou-me saber que ela estava tão necessitada como eu.

— Céus, tu estás ensopada... — sussurrei, deslizando os dedos pela humidade antes de mergulhá-los no calor do seu interior, sentindo-a pulsar e contrair enquanto esfregava e batia-os na parede superior ao encurvá-los. Ocupei a boca com o seu pescoço, sentindo-o húmido e quase febril de tão quente contra a língua. Ela afastou-me apenas para puxar ainda mais os meus calções e boxers para baixo antes de roçar os lábios húmidos na glande, me fazendo ofegar. A posição era claramente desconfortável, mas a Ayla pareceu não ligar.

Enquanto ela me torturava com carícias, beijos e algumas passadas de língua, puxei o tecido do vestido para cima, revelando um pouco mais da pele sedosa, e passei a mão pelas estrias que marcavam parte da sua bunda antes de voltar os dedos ao mesmo ponto de antes. De quatro sobre o assento e com o meu membro na boca, Ayla gemeu ao ser acariciada novamente. Eu imitei o gesto ao sentí-la rolar a língua pela glande antes de sugar e me chupar com lentidão e intensidade. Fechei os olhos e descansei a mão livre na sua cabeça, escutando-a engasgar ao tentar colocar um pouco mais de mim na sua boca.

— É tão grande... — comentou, inflando um pouco mais o meu ego. Não demorou para que voltasse a me estimular oralmente com afinco, movendo uma das mãos em movimentos semicirculares no que ficou de fora. Afastei os seus cabelos do caminho, unindo parte deles em um aperto firme sem parar de escorregar os dedos pela fenda pegajosa e quente, ouvindo-a gemer de forma chorosa — Merda... Não para, por favor.

Eu obedeci, arfante, sentindo-me abandonar o calor dos seus lábios apenas para que ela encostasse a cabeça na minha coxa e desse um gritinho agudo e contido pouco antes de choramingar e desmanchar-se entre espasmos. Ela logo me estimulou novamente, fazendo com que o som molhado do boquete e os meus gemidos e murmúrios enchessem o carro. A mão ainda movia-se pela área que não conseguia colocar a boca, e eu senti como se o cérebro tivesse derretido quando ela desacelerou, deixando que a glande tocasse a sua garganta antes de engasgar novamente. Notei o quanto lacrimejava quando fungou e ergueu minimamente a cabeça para me encarar, me masturbando com lentidão e intensidade enquanto humedecia ainda mais os lábios com a língua aveludada. Eu praguejei, sentindo-me pulsar intensa e copiosamente enquanto a Ayla se afastava e ajoelhava sobre o assento, provavelmente cansada da posição desconfortável e desajeitada.

Estremeci quando beijou e lambeu o meu pescoço, mordendo-o logo a seguir com cuidado. A necessidade de chegar ao limite apenas se intensificava, e eu sabia que não duraria muito mais tempo.

— Goza para mim, amor... — sussurrou fixando o olhar no meu. A atenção logo caiu na boca carnuda e macia, e eu quase não consegui conter a vontade de beijá-la novamente. Na verdade, não tive de fazê-lo, porque ela logo tomou o meu lábio inferior entre os seus e esfregou a língua na minha com lascívia, gemendo longa e suavemente. Bastou apenas mais um movimento para que eu arfasse e sentisse leves espasmos agitarem-me o corpo enquanto praticamente jorrava na sua mão, apertando a sua coxa com força desmedida. Ela mordeu o meu lábio, lambeu e sugou antes de beijar a mandíbula e depois o pescoço, me arrancando um arrepio quando deslizou a língua do mesmo ponto até o lóbulo da orelha.

O silêncio consumiu o carro por um momento, até ela voltar a mexer-se para alcançar a sua bolsa, de onde tirou alguns lenços de papel para limpar as mãos.

— Que horas são? — indaguei com a voz rouca e arrastada, colocando a roupa no lugar enquanto a tela do seu celular voltava a iluminar o carro, fazendo-a estreitar os olhos.

— Dezanove e cinquenta. Tu precisas ir para casa em breve?

Eu precisava, infelizmente, participar em uma reunião com o meu pai e alguns dos seus aliados. Não sabia exactamente o que se trataria, mas faltar estava fora de questão.

— Sim, mas nós temos tempo ainda. Vem para o meu colo.

Ela não contestou e, de forma desajeitada, foi para cima de mim. Eu tateei a lateral esquerda e inferior do assento para baixar o encosto ao pressionar um dos botões, pouco antes de tomar o seu rosto entre as mãos e beijá-la com fervor.

— Eu queria tanto poder te chupar agora... — revelei, escorregando uma das mãos pela sua coxa enquanto encostava a ponta do nariz no pescoço perfumado — Porra, tu és tão cheirosa... Tão... Macia.

As mãos logo foram até a sua bunda, a qual eu acariciei e apertei enquanto a provocava com beijos e mordidas suaves, sentindo os dedos delicados infiltrarem-se entre os meus cabelos. Como sempre, não demorei a endurecer sob o mais mísero toque dela. Eu sempre ficava sedento por mais, com a mente nublada de tesão quando ela se aproximava, e nunca estava satisfeito o suficiente. Para mim, era afrodisíaca ao menor dos esforços, e talvez não tivesse nem noção disso.

Baixei as alças do vestido de verão com o rosto contra o topo dos seus seios, inspirando o aroma da sua pele antes de humedecer parte da mesma com a língua e sugar o mesmo ponto, deixando uma mancha levemente escura para trás. Ayla arfou, pressionando o centro das suas coxas na minha ereção enquanto movia-se de forma lasciva. Enchi as mãos com os seus seios antes de apertá-los e erguer a cabeça para morder o seu lábio inferior, sentindo-a baixar novamente as camadas de roupa que cobriam a minha extensão. Ela gemeu ao esfregar-se nela com lentidão, molhando-me com os seus fluídos à medida que me enfraquecia com a enxurrada de sensações. O calor e a humidade me levaram a pulsar novamente e a apertar a bunda macia com uma das mãos, enquanto a outra puxava o tecido do vestido para baixo libertando os seios, os quais logo acariciei, testando a maciez e a intumescência dos mamilos.

Ayla voltou a beijar-me sem parar de se mover sobre o meu colo e puxou a minha camisa para longe do corpo, gemendo de forma contida enquanto me deixava deslizar por entre o centro pegajoso e encharcado. Era tão quente e macio que eu gozaria em momentos, caso não estivesse disposto a fazê-la chegar ao limite antes de mim. Mordi e suguei o seu lábio inferior antes de colocar uma das auréolas escuras na boca, revirando os olhos fechados e gemendo ao sentir-me ser acolhido pelo seu interior. Ela gemeu também, longamente, apertando o meu ombro com uma das mãos enquanto a outra puxava-me os cabelos.

Usei uma das minhas para apertar a sua cintura, sugando e mordendo o mamilo antes de rolar a língua pelo mesmo, molhando ainda mais parte do seio que tinha entre os lábios à medida que apertava o outro com a mão livre. Não demorou para que ela erguesse o quadril e sentasse novamente, gemendo o meu nome enquanto eu me esbaldava com seus seios. Após me dar por satisfeito, encostei a cabeça no assento revestido em couro assistindo-a cavalgar sobre mim.

— É tão bom... — ela sussurrou, choramingando quando espalmei a sua bunda sem muito cuidado — Porra...

O som dos nossos corpos batendo um no outro enchia o ambiente à medida que o suor humedecia ambos. Acariciei o seu, sentindo-a sentar com mais afinco e gemer livremente, pouco ligando para a forma como o carro passou a balançar, e para o facto de provavelmente poder chamar a atenção de alguém. Ela estava fora de controle, e eu adorei cada segundo disso.

— Eu quero ir para o assento traseiro. — murmurou com a voz quebradiça, erguendo o quadril para que eu deslizasse para fora dela antes de afastar-se de forma desajeitada, o que me fez rir — Não tem graça, eu estou com as pernas bambas...

— Eu sei, dá para ver. — sibilei de volta, seguindo-a assim que ela sentou.

— Deita. — mandou e eu obedeci, flexionando os joelhos por causa do pouco espaço. Ela logo foi para o meu colo novamente, apoiando as mãos no meu peito enquanto eu usava uma das minhas para encontrar o caminho para o seu interior novamente. Ayla logo desceu, fechando os olhos e apertando as unhas na minha pele — Ah, Idris...

O estalo ressoou pelo carro quando bati na sua bunda novamente, estremecendo ao ver e sentir o seu corpo mover-se sobre o meu com a mesma energia de antes. Apoiei-me nos cotovelos para capturar um dos seus seios com a boca gemendo contra a sua pele, enfraquecido de tesão. Ela logo voltou a tremer, e não demorou para que chegasse ao ápice gemendo enlouquecidamente.

Enlacei o seu quadril para virar-nos cuidadosamente, invertendo as posições e deixando-a por baixo antes de ficar quase ajoelhado entre as suas pernas. Ela logo puxou-me pela nuca, arfando entre os meus lábios enquanto eu passava os braços por baixo das dobras dos seus joelhos e me debruçava sobre ela, deixando-a um pouco mais exposta para mim antes de escorregar para dentro em uma investida funda e rápida. Ayla choramingou e praguejou baixinho, relaxando assim que me movi com lentidão e cuidado, distribuindo beijos pela sua face  quando ela apoiou-se nos cotovelos para aproximar os nossos rostos.

Gemidos e suspiros logo encheram o carro, e eu estremeci quando ela comprimiu-se à minha volta. A fricção me deixava ensandecido, e eu não me contive em deixar que o olhar caísse nos seios que moviam-se no ritmo investidas. A pele negra cintilava sob a baixa iluminação graças ao suor que a humedecia, enquanto o som molhado se fazia ouvir a cada vez que eu me arrastava para fora e dentro dela. Os seus gemidos roubavam o pouco autocontrole que eu me obrigava a ter, e sentí-la tão quente, pegajosa e encharcada à minha volta foi o estopim para o estado no qual me encontrei a seguir.

As investidas tornaram-se mais rápidas e fortes, e os suspiros foram difíceis de conter; eu estava prestes a me derramar dentro dela, e não faria questão de sair por nada naquele mundo.

— Eu preciso que te toques para mim, amor... — pedi em um murmúrio, com a voz rouca e quebradiça — Não consigo aguentar por mais tempo.

Ayla humedeceu os lábios e deslizou a mão direita pelo ventre húmido para estimular o clitóris, ofegante. A visão libidinosa e sensual me fez retesar a mandíbula à procura de controle, apenas para assistir por mais algum tempo. Ela gemeu de forma manhosa e longa, e bastou apenas que me apertasse um pouco mais para que eu estremecesse e chegasse ao ápice junto dela. Um gemido rouco abandonou os meus lábios, e eu consegui apenas virar-nos para deixá-la por cima antes de me esparramar no assento, cansado. As pernas tremiam, o ar ainda parecia escasso, e o coração batia com tanta velocidade e força que chegava a ser desconfortável.

O toque de chamada do celular da Ayla logo encheu o ambiente, e eu observei-a esticar o braço para alcançá-lo sobre o porta-copos fechado enquanto arrastava preguiçosamente os dedos pelas suas costas. Ela soprou os cachos numa tentativa falha de afastá-los do rosto, e eu teria ajudado caso não me sentisse tão esgotado.

— Mãe? — atendeu, com confusão marcando os traços do rosto delicado enquanto passava alguns segundos em silêncio — Eu... Eu estou perto de casa, já vou subir, não precisa chamar o Rico... — calou-se novamente, e pareceu ficar aliviada em seguida — Tudo bem, até logo.

— Olha quem precisa voltar cedo a casa desta vez... — alfinetei com o tom arrastado, vendo-a sorrir com os olhos brilhantes, bastante feliz. O que alguns orgasmos não faziam com uma mulher chateada?

Fiz o esforço de erguer um dos braços para acariciar o seu rosto, sentindo o peito aquecer quando ela inclinou-o em direção à minha mão com os olhos fechados. Ela era simplesmente adorável.

— Eu até iria, mas não sei se consigo andar tão cedo. As minhas pernas parecem gelatina! — reclamou, o que me fez rir — Não tem graça...

O beicinho no qual uniu os lábios fez com que eu desferisse cerca de três selares húmidos e castos na sua boca antes de beijá-la com vagar, procurando desfrutar de cada segundo. Memorizando a sensação da sua pele na minha, da língua aveludada, dos seus dedos desenhando linhas invisíveis sobre o meu rosto... Eu não queria perdê-la, não queria que ela fosse embora. Não queria perder o que tínhamos, mas sabia que, a qualquer momento, podia não mais ter aquilo de novo.

Porque a minha cabeça estava na mira de algum lunático, e existia a possibilidade de ele ser o meu sogro.

O pai da mulher que por quem eu me apaixonava cada vez mais.

_______

Hoje também não tenho nada a dizer 👋🏼

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