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By plsnalua

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By plsnalua



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𝕹𝐀 𝐌𝐄𝐒𝐌𝐀 𝐍𝐎𝐈𝐓𝐄 𝐄𝐌 𝐐𝐔𝐄 𝐅𝐈𝐂𝐀𝐑𝐀 𝐍𝐎𝐈𝐕𝐀 𝐃𝐄 𝐒𝐄𝐔 𝐏𝐈𝐎𝐑 𝐈𝐍𝐈𝐌𝐈𝐆𝐎, 𝐕𝐢𝐬𝐞𝐧𝐲𝐚 𝐕𝐞𝐥𝐚𝐫𝐲𝐨𝐧 𝐝𝐞𝐜𝐢𝐝𝐢𝐫𝐚 𝐥𝐮𝐭𝐚𝐫 𝐩𝐨𝐫 𝐬𝐢 𝐦𝐞𝐬𝐦𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐮́𝐥𝐭𝐢𝐦𝐚 𝐯𝐞𝐳.

Após ouvir da boca de sua mãe que o noivado estava certo e irrevogável, não havia mais como protestar com esse lado da família. Estava feito e selado o contrato cujo seu nome vinha assinado como troféu para instaurar a paz entre as famílias, mesmo que isso significasse o furto de sua própria paz, se é que ela um dia já a teve. Do ponto de vista da decisão de sua mãe e provavelmente de Daemon, não havia mais volta, nem como contestar, pois até mesmo Anya já dera sua palavra que tentaria, e que mulher seria se na mesma noite a quebrasse? Era injusto, mas era a realidade que a cercava, graças aos esforços da rainha e de sua mãe.

Sua mãe. Anya não podia negar que sua raiva estava por envenena-la contra sua progenitora naquele momento, enevoando sua mente e impedindo-a de pensar por seu lado. Que fizera ela, além do que qualquer outra mãe faz, e além do que fizeram com ela mesma? Casamento, para a coroa, não era amor, tampouco sentimento, mas sim, puramente estratégias. Era o fardo que aqueles de sangue real tinham que carregar. Não via seus irmãos? Não optaram por se casar com suas primas, não, isso fora obra de Rhaenyra e Rhaenys unicamente, mas por graça do destino, já cultivavam entre si bons sentimentos. Em outras palavras, tiveram sorte, precisamente o que ela não conseguiu ter. Sorte, o mesmo que sua própria mãe não tivera ao casar-se com um homem que não tinha preferências por mulheres, apenas tarde da vida encontrando seu verdadeiro amor, o príncipe Daemon. Talvez a vida de príncipes e princesas se resumia a isso, uma moeda na mão dos deuses, que dependendo do lado que caísse, ditaria se teriam a sorte na vida amorosa ou o mais amargo azar.

E sua moeda caiu no lado errado.

Se dizer que não pensou em fugir, seria uma mentirosa. Rodou por seus aposentos milhares de vezes, imaginando mil maneiras de escapar de seu destino, talvez indo para terras distantes onde nem mesmo era conhecida, como Essos, talvez, mas que faria lá? Como sobreviveria? Provavelmente para garantir sua existência, teria que acabar tomando um homem como marido para que lhe provesse, e isso acabaria resultando na mesmíssima coisa. Não era fácil ser uma mulher neste mundo, e ela constatava aquilo a cada vez um de seus planos levava-a, uma hora ou outra, em direção a matrimônio.

Já era noite, embora não fosse tão tarde. Não havia nem mesmo retirado seu vestido ou trajado camisolas para dormir, pois era impossível fazer aquilo agora, sua mente estando a todo vapor como estava. Deveria haver algum jeito, algo que ela não estava pensando, algo tão óbvio que seu desespero não a deixou enxergar. Algo que mudaria o jogo. Até que, enfim, a sabedoria lhe iluminou.

Aemond.

Sim, Aemond! Ele deveria estar tão infeliz com aquela situação quanto Anya! Deveria estar em seus aposentos nesse momento pensando em como assassina-la antes da cerimônia para que não precisasse desposa-la, isso era exatamente algo que seu tio faria. E pela primeira vez, isso pareceu a ela como algo perfeito! Se juntasse forças com ele, talvez ambas as matriarcas percebessem quão terrível era aquela ideia e unissem outros membros da família, quem sabe Aegon III e Jaehaera? Assim, crescendo já prometidos, eles poderiam ter uma boa relação, diferente de como acontecia com ela e seu tio.

Precisava falar com ele.

Olhando-se brevemente no espelho para acertar suas vestes, bem como pentear seus cabelos, ela deixou o local, ordenando que seus guardas não a seguissem, e vagou pelos corredores da Fortaleza Vermelha enquanto beliscava suas próprias bochechas para que ficassem rosadinhas. Devido ao incidente da noite passada, sabia bem onde deveria ficar seu destino, e isto é, ao lado do Bosque Sagrado. Caminhou pelas escuras passagens iluminadas por fracas tochas, até visualizar guardas em uma das milhares de portas que ali haviam. Não havia erro, aquele deveria ser o de seu tio. Respirando fundo, pairou em frente a ele, ordenando aos soldados que deixassem-na passar, mas estes, jurados apenas a Aemond, o alertaram antes. Anya ficou alguns segundos aguardando, com suas mãos juntas por de trás de suas costas, temendo ser expulsa dali, mas, por sua sorte (pelo menos uma vez na noite), o guarda retornou e permitiu que ela adentrasse, e em calmos passos, assim ela o fez, penetrando no local enquanto a porta se fechava atrás de si.

Aemond estava parado de pé a alguns metros dela, com o rosto frio — Sobrinha — foi o que disse.

Ela levemente curvou a cabeça, o reverenciando — Tio.

E tudo ficou em um breve silêncio constrangedor antes que ele dissesse — Por um segundo pensei que tentaria fugir.

Era assustador o quanto ele conseguia alcançar seus mais profundos pensamentos, as vezes — E o que teria para mim em qualquer lugar que fosse, além de outro matrimônio?

Ele flexionou seus lábios — Fico feliz em ver que está finalmente usando sua cabeça. Vinho?

Ele indicou para uma das taças sobre a mesa, mas ela negou — Não estou aqui para me embriagar.

— Sinto muito, Visenya, não sou um especialista nas razões pelo qual você viria ao meus aposentos, já que nunca fez isso antes. Não sabia que não é bem visto uma moça entrar sorrateiramente no quarto de um homem? — a ironia em sua voz quase fazia ela rir nervosamente.

Mas limitou-se a exibir um pequeno sorriso, desviando o olhar até a lareira que queimava — Sabe bem a razão pelo qual estou aqui, Aemond.

Ele decantou seu vinho, balançando levemente seu cálice enquanto seu olho violeta brilhava em perversidade — Sabe, o que está querendo fazer geralmente acontece só depois do matrimônio. Pelo menos é o que dizem as leis dos deuses. — falava com a dissimulação de sempre — Mas, se for sua vontade, não vou me opor. Seria um privilégio poder arrancar esse vestido tenebroso e atira-lo no fogo.

Obviamente ele entendeu bem qual era a piada da vez. Ele estava insinuando que ela estava ali por sexo, apenas para irrita-la e deixa-la desconfortável, é claro. Conhecia Anya suficientemente bem para saber que tais ideias nem passavam pela cabeça dela, e que o mero mencionar delas a deixava mortificada de vergonha. Ou pelo menos, costuma a deixar.

Mas ela havia crescido.

Para não perder o jogo, ela apenas revirou os olhos, emitindo um sorriso enquanto caminhava na direção dele. Apanhou de sua mão a taça de vinho, dizendo — Você prefere vermelho, eu vejo. Deveria ter me avisado, tio, eu teria vestido um especialmente para você. Sabe, ele tem um decote menor do que esse, assim você não precisará ficar como um tolo incapaz de olhar-me nos olhos.

E bebeu o conteúdo com o olhar fixo no dele, que também a encarou de volta, com ar de alguém que estava bastante entretido, porém cauteloso. Enfim sibilou — O que quer, Visenya? Seja breve ou perderei minha paciência, que como sabe, já é pouca com você.

Ela lhe entregou a taça, dizendo — Temos que falar sobre o que foi decido.

Aemond analisou-a por um instante antes de dar de ombros, caminhando até sua poltrona e se sentando. Colocou seu braço sobre o repouso, mexendo seus dedos freneticamente. Ele então indicou com a cabeça para que se sentasse a frente, e ela o fez. Ambos ficaram daquela forma, em silêncio enquanto a fogueira queimava e ele apreciava seu vinho. Ela observou minuciosamente cada canto do local, e nada mais era do que comum, tal como o seu, exceto pela escuridão que se alastrava mais amplamente, bem como inexistência de refletores grandes, contendo apenas um pequenino espelho de mãos repousado sobre a mesa. Haviam ali muitas armas, tais como espadas, adagas, flechas... um verdadeiro arsenal, e Anya ficou fascinada com aquilo. Gostava muito de itens de guerra, por alguma razão. Até que enfim, caiu seus olhos novamente sobre ele, avaliando sua face. Parecia um homem maduro, um general de guerra bastante frio e calculista: um líder. Era bonito, não poderia negar, mas sua maldade se equiparava a beleza. Aemond era uma daquelas pessoas que sua simples figura e expressão eram suficientes para provocar medo em qualquer tamanho de pessoa.

Menos nela.

— Está fazendo isso novamente — ele alertou.

Ela pareceu acordar se um longo transe — Isso o que?

— Me observando — disse com impaciência.

— Mas desta vez estou fazendo na sua frente, como me pediu. Ainda sim se incomoda?

Ele remexeu mais ainda seus dedos, parecendo realmente conter um forte nervosismo — Me incomoda não saber o que você está pensando quando faz isso.

Estranho, ela pensou, pois isso era exatamente o que mais lhe incomodava nele: não fazer ideia do que se passava em sua mente. Isso a deixava confusa, nervosa, com vontade de soca-lo até que lhe informasse quais eram suas verdadeiras intenções. Talvez ele sentisse o mesmo por ela.

Talvez não fossem tão diferentes assim.

Ela mordeu o interior de sua bochecha — Estou pensando em nós dois.

Sua única sobrancelha vai ao ar — Nós dois? — a frase saiu tão zombeteira que fazia graça — quando se tornou tão romântica, sobrinha?

Ela suspirou, já acostumada com suas ironias, abstraindo a provocação — Estamos noivos, tio. E nos odiamos.

Ele sorriu largamente, e foi um sorriso um tanto fora de hora — Odiamos?

— Não banque o desentendido. Isso não é um jogo, Aemond. É nosso futuro, e um futuro amargamente miserável, se não fizermos algo a respeito.

Ele analisou-a por um breve segundo antes de recitar — E o que, exatamente, você quer que eu faça, Visenya?

— Você é homem — ela explica, com tom de súplica — certamente tem mais poder opinativo do que eu jamais terei. Sua mãe lhe ouvirá, caso expresse sua indignação com esse matrimônio. Ela irá te apoiar, como sempre fez.

Aemond balançou mais ainda seu vinho, bebericando — Ela me apoiará, é verdade.

Uma chama de esperança surgiu no coração da menina — Pois então faça isto. Nos livre desse terrível fardo.

Ele enfim colocou sua taça de lado, erguendo levemente seu maxilar. Outro maçante silêncio se instaurou antes que de sua boca, a seguinte palavra fosse emitida — Não.

Anya sentiu como se houvessem atirado uma flecha em seu peito, tão certeira quanto seus próprios tiros. O que? Não, como assim "Não"? Por que diabos ele não tentaria de tudo para reverter esse pesadelo que se instaurara entre eles, que seria a ruína de suas felicidades para o resto da vida? Que tipo de jogo terrível era aquele?

Ela, obviamente surpresa, perguntou — "Não"?

— Não — ele repetiu.

Aquilo despertou a raiva dentro de si — Como assim, "não"?

Ele franziu a testa — Eu não quero — sua voz soou muito firme, como se aquilo fosse algo tão imutável quanto a posição de uma montanha — Não sabe o significado dessa palavra? É um advérbio de negação, quer dizer que me nego.

Ela quase ateou fogo no local, colérica, mas tentou manter sua cabeça no lugar — Não é hora de brincadeiras, tio. Nós não queremos nos casar!

— Quem disse?

Outra vez ela se admirou, surpresa com sua fala, e nervosa também — E precisa alguém dizer? Você me odeia!

— Odeio? — questionou, parecendo desconhecer o que era dito, mas o sarcasmo evidente lhe entregava — Como alguém conseguiria odiar o deleite do reino?

Anya, farta daqueles joguinhos, levantou-se da cadeira com voracidade, vociferando em valiriano — Basta! Ordeno que pare com isso e fale a verdade!

Aemond a observou de pé, assimilando aquelas palavras como se mirasse algo extremamente engraçado. Ele então outra vez utilizou de seus punhos para apoiar seu corpo a se erguer, ficando de frente para ela, muitos centímetros mais alto — Você me ordena? — perguntou em mesma língua, mortalmente calmo.

Ela sentiu seu corpo alerta-la sobre a proximidade, mas engoliu o medo, assentindo — Ordeno — mas sua voz soou falhada, fraca.

Ele deu um passo a frente, chegando ainda mais perto. Ela passou a respirar mais rápido e alto, sentindo seu corpo começar a se esquentar — E como planeja fazer com que eu obedeça, sobrinha?

Ela o encarava com seus olhos violeta arregalados, absolutamente frágil e impotente frente a ele, tão perto, tão mais alto e mais forte — E-eu...

— Diga, Visenya — sussurrou, e sua voz quente roçou a pele ela, fazendo seus pelos se eriçarem — como irá me fazer obedece-la?

Ao notar que seus próprios olhos começavam a se fechar, ela soube naquele momento que se não resolvesse seu problema de uma vez, perderia o controle da situação. Ela respirou fundo — Aemond — ditou com calma, tentando soar razoável — você precisa fazer algo. Nós dois... jamais poderíamos ser felizes.

Ele analisou o rosto dela, ali tão perto, dizendo — Acha que casamento é sobre felicidade? — seu único olho rolou, fazendo-o soltar uma leve risada pelo nariz — Pelos deuses, como você é inocente.

Ela rangeu seus dentes. Odiava quando ele a tratava como uma tola — Eu não sou inocente.

— Não é? Então o que pensa ser matrimônio, sobrinha? Como nas crônicas de romances, onde voce encontra um amor profundo e vive com ele feliz para toda vida?

Mesmo que negasse, não poderia mentir. Ela sempre se viu casada com um homem que amava e a respeitava, lhe trazendo grande felicidade. Era quase exatamente como ele havia dito, e aquela fora a primeira vez que percebeu o quão ridícula sua percepção era. Notando que ela estava por constatar aquilo, Aemond outra vez ri — Não sei dizer se você é adorável ou tola.

Ela sentiu vontade de chorar e agredi-lo com a mesma intensidade — Você está me dizendo que está conformado, é isto?

— É exatamente isso — foi o que disse, fazendo-a murchar — Cumprirei o papel que me foi designado, ponto final. Não ficarei choramingando aos ouvidos de minha mãe como um covarde, e nem você deveria fazer isso. Pode ser muitas coisas, Visenya, mas covarde você nunca foi.

— Não é covardia — ela pondera — é prudência!

— Prudência é entender o seu dever — ele a ensina, falando firmemente. Anya se assustou com seu tom, sua moral... era um lado dele que não conhecia — O que mais temos a fazer nessa terra além do nosso dever?

E ali lhe caiu a ficha: Aemond era um homem intransigente. Era pela lei, pelas regras e pela ordem das coisas, levemente semelhante a sua mãe, Alicent, e completamente diferente de Aegon, que não poderia ligar menos para todas estas coisas. Mesmo que perverso e sádico, entendia o papel que fora colocado nesta terra para cumprir, e não dava as costas a ele.

E ela respeitou aquilo, mesmo que não quisesse.

Enfim voltou a mira-lo nos olhos, fria, embora embasbacada — Não fazia ideia que era tão correto. Deve ser uma das qualidades que se esconderam atrás da sua monstruosidade.

Sua face se contorceu em uma expressão cruelmente escárnia — Sim, sobrinha. E é este monstro que você terá que chamar de esposo pelo resto de sua vida — e um sorriso terrível decorou seus lábios — ou quem sabe de "meu amor"? Deixarei você escolher, qualquer apelido me agradará.

— E que tal "meu tormento?". Esse lhe agrada? — replicou, mortificada em ódio.

Um brilho cruel cintilou em sua pupila— Ah, não. Este é meu apelido para você, se lembra?

As memórias dele, muito mais novo que agora, declarando que ela seria seu eterno tormento, preencheram sua mente como um cálice de água que transbordava. Não soube dizer se gostou daquilo ou não, mas meramente se lembrar fez seu peito aquecer.

Vendo que ela havia recordado, ele então finaliza — Nos casaremos, Visenya, e em breve. Lide com isso dignamente.

Seus olhos marejaram, e o dragão dentro de si rugiu e cuspiu fogo. Ela se aproximou dele, cerrando seus olhos — Ótimo! Se quiser embarcar nisso, saiba que será uma faca de dois gumes, tio, pois eu farei questão de passar todos os dias de minha atormentada existência — e disse vagarosamente — tentando tornar sua vida um inferno.

Ele também se aproximou, e seus corpos estavam a milímetros de se colarem — E eu serei a pessoa mais divertida do mundo em vê-la tentar. Você, querida noiva — ele passa suas mãos pelos cabelos dela, pondo uma mecha por de trás da orelha, sussurrando nela — será o deleite dos meus dias monótonos.

Aquela frase a fez sentir suas pernas bambas, fraquejando. Por que a presença dele a deixava assim, tão exposta, fragilizada, como uma menina tola, logo na hora que menos poderia estar? Aquilo era um complô armada contra ela e que se estenderia enquanto estivesse por ali. Ele a infernizaria de todas as formas até que se quebrasse e finalmente se submetesse a ele.

Jamais.

Recuou com um passo, cortando a proximidade. Olhou-o firmemente, séria como um general — Então é assim que quer que seja?

Ele pareceu desapontado por ela ter terminado o que quer que estivesse acontecendo há segundos atrás, mas deu de ombros, apanhando novamente sua taça e se sentando, virando-se para a lareira — Desta exata forma.

— Certo — ela dita, com perfeita polidez e educação, voltando a por seus braços por trás das costas — Assim será, tio.

Ela vira-se então, caminhando na direção da porta em passos pesados, mas antes que fosse embora, a voz dele soou mais uma vez — Visenya.

Cerrando outra fez seus dentes, ela interrompeu sua caminhada, virando-se para ele, que estava de costas sobre a poltrona, observando o fogo queimando as brasas — Sim?

Um silêncio se fez antes de ele dizer — Dê um beijo de despedida em seu noivo.

Aquilo só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto. Ela quase riu altamente e por minutos, incrédula do que estava escutando — Perdão?

Ela viu a mão de Aemond se erguer, ainda de costas, batendo seu indicador contra sua bochecha algumas vezes, indicando onde deveria ser beijado. Anya sentiu a raiva tomar seu corpo com tanta intensidade que realmente considerou apanhar a espada alocada na parede e decepa-lo a cabeça, mas era exatamente aquilo que ele queria. Queria vê-la perdendo completamente a compostura, monstrando a ele o quanto era capaz de mexer com ela, leva-la a loucura. O quão forte era seu efeito sobre a mulher.

Sentindo vontade de atira-lo da torre para que caísse morto bem ao chão das raizes da árvore-coração, Anya engoliu seus sentimentos, caminhando calmamente até ele e curvando-se, beijando o canto de seu rosto muitíssimo devagar, e quando encostou seus lábios na pele fria dele, sentiu-o se movimentar de forma atípica, como se houvesse sido acertado por um raio, ou queimado por uma brasa quente.

E ela sentiu aquilo também.

Ambos seus corpos haviam respondido ao toque, mesmo que quase imperceptivelmente, assim como o dela sempre fazia. Não eram tão diferentes, no final das contas. Quando ela recuou seus lábios alguns centímetros, ele curvou seu rosto para mira-la, como se não houvesse gostado do afastamento de seus lábios. Mirou os olhos dela por alguns segundos, tão perto que podiam sentir a respiração um do outro.

E então ela enfim deu um passo atrás. Não sorriu momento algum, muito pelo contrário: seu rosto estava alarmado e a testa quente como fogo, e o de Aemond também. Ele, parecendo atordoado e nervoso consigo mesmo, voltou a mirar a lareira.

— Mais alguma coisa, tio? — perguntou em tom de petulância.

Silêncio. Ele pareceu pensativo, nervoso, por fim replicando — Pode ir.

Sem demora ela deixou o local, seguindo para seus aposentos, fechando a porta com força. Logo começou a andar pelo local freneticamente, com as mãos na cabeça enquanto pensava em milhões de coisas, absolutamente enraivecida com o falhar de seu plano e a insistência de seu tio em seguir com aquela loucura, apenas para inferniza-la. Ele realmente faria aquilo? Seguiria seu "dever" em detrimento de sua felicidade? Seria miserável por toda vida só para cumprir seu papel?

Ele não será miserável, sua voz interior lhe alertou, ele terá você para torturar eternamente. Isso será sua alegria.

— Sete infernos — foi o que murmurou, suando, sentindo o mundo fechar-se em volta de si como uma caixa, respirando profundamente como se alguém estivesse lhe enforcando.

Suspirou, se escorando no parapeito, pensando em como seria bom poder ir para sua casa, Pedra do Dragão, território que era jurado em seu nome. Quando será que voltaria para lá? Esperava que fosse bem em breve, mas de que adiantaria? Aemond estaria a seu lado como seu marido... e lorde protetor. Aquilo a fez trincar seu dente, nervosa, inconsolável. Até que enfim encarou as brasas que queimavam sua lareira, e o brilho se refletiu na íris roxa de seus olhos. Era Visenya da casa Velaryon e Targaryen, segunda de seu nome, Renascida do Fogo, Montadora do Grande Canibal, Princesa e Futura Senhora de Pedra do Dragão.

E não tremeria diante de homem algum.

Certo, pensou ela, se ele queria se casar com ela, seu desejo seria uma ordem. Se casariam. Mas ela cumpriria fielmente sua promessa.

Faria da vida dele um inferno.

Um pouco antes do horário de dormir, seus guardas lhe avisaram que seus irmãos estavam prestes a partir de volta para casa, assim como sua mãe há pouco havia lhe avisado. Para tanto, vestiu sua capa vermelha e comandou para que Aegarax voasse até seu ombro, deixando então seus aposentos e indo em direção a seus irmãos escoltada pelos guardas. Porém, em meio ao seu caminho entre os corredores iluminados por diversas tochas, viu ali, vindo até si, a figura da rainha, trajada com um belo vestido verde, bem como tendo seus cabelos acobreados presos em um belíssimo coque. Assim que visualizou a futura nora, lhe ofereceu um sorriso gentil, e Anya fez o mesmo. Andou na direção da mulher, curvando-se.

— Vossa Graça.

— Visenya — ela pegou uma de suas mãos — Venha, ande comigo.

Obviamente, a princesa fez o que sua rainha de pediu. Pôs-se a andar ao lado dela, que vinha sendo seguida por sor Criston Cole. Alicent então lhe perguntou — Estava indo se despedir de seus irmãos, imagino.

A menina assentiu — Esperava vê-los antes que partissem.

— Maravilha. Estou indo me despedir de nossos convidados também. — ela finalmente expõe a razão por estar ali — Andemos juntos.

Anya achou bonito a atitude dela, pois mostrava que realmente estava disposta a por as coisas no lugar. Para tanto, assentiu, sorrindo e dizendo: — Será uma prazer, Vossa Graça.

E assim fizeram, seguidas e escoltadas pela guardas e Sor Criston, passearam juntas pela fortaleza — Você e seus irmãos possuem uma relação estreita, eu vejo. Uma bela união — ela observou, parecendo falar mais consigo mesma — Rhaenyra os criou admiravelmente bem.

Anya curvou levemente os cantos de sua boca. Era verdade, ela e os irmãos eram muito próximos, e sofriam quanto estavam separados. Anya espreitou a rainha de soslaio, vendo-a pensativa, julgando que deveria estar ponderando sobre seus próprios filhos, vendo o quanto eram diferentes dos filhos de Rhaenyra. Sim, Aemond e Aegon não eram amigos, nem nunca foram. Compartilhavam apenas o respeito da irmandade, mas não admiravam um ao outro. E Helaena? Céus, Anya agradecia todos os dias por sua mãe nunca ter nem se quer pensado em realizar casamento entre ela e seus irmãos, pois quem poderia agora chamar Helaena de irmã de Aegon? Era sua esposa, e isso quase anulava seu antigo parentesco. Sim, a rainha estava a perceber o quanto seus filhos eram distantes um dos outros, e parecia lamentar aquilo.

Anya então lhe respondeu — Sim, eu amo muito meus irmãos. Será terrível para mim me separar deles.

Alicent pareceu perceber sua aflição, pois disse — Não se preocupe, estarão de volta mais rápido do que pensa.

— Estarão?

A rainha soltou uma leve risada com o estado aéreo de Anya, que parecia não ter se dado conta do que se passava — Sim, princesa. Para seu casamento.

E foi aí que caiu por si. É claro, seu casamento. Estava noiva... para se casar. Tentou manter o bom humor, não expressando sua completa tristeza e indignação. Para tanto disse, fingindo estar animada — Certo. O casamento. É claro, eu sabia disso.

Aquilo pareceu divertir a mulher, que parou de andar por um segundo para melhor observa-la — Eu sei o que está sentindo. É assustador pensar em se casar, principalmente quando ocorre de forma arranjada. Mas em breve verá que constituir uma família é uma das mais perfeitas bençãos que a Mãe nos concede — ela então leva sua mão ao colar de rosa de Visenya — e a Donzela também.

Outro sorriso amarelo. A verdade é que Anya agradecia pelo cuidado que Alicent estava tendo, mesmo discordando com quase tudo que ela falava. Parecia realmente quebrantada, focada em consertar o que fora degradado ao longo dos anos. Talvez viesse a ser uma boa sogra, a princesa pensava. Enfim, voltaram a andar — Como gostaria que fosse sua cerimônia, querida?

Anya piscou algumas vezes. Se já havia demorado a aceitar o fato de que teria mesmo que se casar, quem dirá pensar nos detalhes da cerimônia que seria a representação do fim de sua vida. Ela apenas encarou seus pés, que avançavam pelo chão — Cabe a mim decidir isso, Vossa Graça?

— Cabe ao noivo e a família também — disse ela — Mas Aemond lhe concedeu completa liberdade de decidir como sucederá, e eu e seu avô também.

Aquilo a deixou levemente surpresa — Aemond já conversou com Vossa Graça sobre isso?

A rainha concordou com sua cabeça — Com toda certeza. Ele só pede que seja o mais rápido possível — e um sorriso complacente surgiu em seus lábios — nunca pensei que o veria com pressa para se casar. Suponho que seja um bom sinal.

Sim, um bom sinal, pensou, sinal de que ele não vê a hora de poder me infernizar! Mas nada disse, é claro, mantendo sua pose — E quanto a minha mãe?

— Rhaenyra quer que você faça como desejar. Ela quer que sejam felizes, assim como eu — disse, e parecia falar com o fundo de seu coração — Todos os dias farei um almoço no cás em homenagem a este noivado, até que casem. Assim você e Aemond poderão se conhecer melhor... se cortejar seguramente na presença de todos e dos seus dragões.

Se cortejar seguramente na presença de todos. Foi preciso toda sua concentração para não morrer de rir de cada palavra nesta frase. Se a rainha soubesse que ela estivera ainda a pouco nos aposentos dele, separada de seu rosto por nem um palmo de distância... de certo ela arrancaria o colar da Donzela de seu pescoço. Entretanto, ela se limitou a assentir.

— Parece-me adorável, Vossa Graça.

Alicent pareceu satisfeita— E não precisa se decidir sobre a cerimônia agora. Terá tempo, embora sugiro que realmente siga o desejo de meu filho e não demore a se casar, para que Viserys tenha o prazer de participar. Sabe como seu avô a adora.

Isto era verdade. Se já iria sofrer com tudo aquilo, esperava que pelo menos todo esse sacrifício deixasse as pessoas que amava felizes, e isso incluía seu velho avô.

Ela fez que sim — Tem razão, não consigo imaginar um casamento sem a presença de vovô, principalmente este.

A rainha sorriu, atando-se ainda mais ao braço de sua futura nora — Venha.

E ela fez isto. Caminhou com a rainha pela fortaleza, conversando sobre assuntos frívolos e bastante superficiais, até que enfim atingiram os portões do castelo, onde a bela lua de ainda nem meia noite se dispunha, iluminando o limpo céu. Ao pé da porta de uma carruagem, estavam seus irmãos, Rhaena, Baela e sua mãe, Rhaenyra. Ela beijava a cabeça de cada um de seus filhos, bem como de suas futuras filhas, que seriam suas noras. Assim que notou as duas figuras que se aproximavam, não evitou se surpreender de forma positiva.

— Vossa Graça — emitiu, com certa emoção — Deveria estar dormindo.

Alicent segurou uma das mãos de sua enteada — Eu não deixaria que Jacaerys, Lucerys e Joffrey partissem sem uma apropriada despedida.

Os olhos de Rhaenyra brilharam — Você me honra, Vossa Graça.

Com um singelo sorriso, ela mira os rapazes, dizendo — Que o Pai acompanhe a viagem, e que a Mãe guarde as futuras noivas — esta falou para Rhaena e Baela, que curvaram-se.

Deixando que a rainha e sua mãe conversassem, Anya foi até seus irmãos para enfim despedir-se, uma vez que deveriam deixar Porto Real naquela para evitar maiores confusões com seus tios. Ela recebeu um abraço forte de Luke e Jace, que pareciam um tanto tristes, embora houvessem se mantido silenciosos, sem expressar o motivo, provavelmente pela presença da rainha, mas ela sabia bem qual era: seu noivado com Aemond. Eles a amavam muito, seus irmãos, amavam tanto ao ponto de sofrer junto dela pela terrível situação que se encontrava.

— Em breve nossa mãe será rainha, Any — alertou-a Jace em voz baixa, para que só eles ouvissem — e eu depois dela. Ele jamais fará nenhum mal a você, pela ponta da espada de um futuro rei, eu lhe prometo.

Ela não evitou soltar um belo sorriso, colocando suas mãos ao redor do rosto dele, colando suas testas — Eu lhe prometo que nada me ocorrerá também. Não dobro meus joelhos a ninguém, sabe bem.

E ficaram assim por alguns segundos, despedindo-se. Enfim ela se afastou, beijando a cabeça de Luke — Boa viagem, irmão. Ou devo dizer, Futuro Senhor das Marés.

Ele sorriu fracamente, também tristonho — Fique bem, Anya. É bastante injusto nos separarmos outra vez — e mirou sua mãe com olhar nervoso, como quem rogava uma ultima vez para que as coisas fossem diferentes.

Rhaenyra, entretanto, ao lado da Rainha Alicent, não o repreendeu, apenas lançou um sorriso ladino, feliz com o grande amor e cuidado que existia entre seus filhos — Vocês se verão muito em breve, eu prometo. Agora andem, quero que cheguem em Pedra do Dragão antes da hora sombria.

A hora sombria era por volta das duas da manhã, quando a maré ficava perigosa e o céu, muito escuro. Vendo que não havia jeito, abraçaram-se outra vez e adentraram na carruagem. Anya abraçou suas primas e enfim colocou-se ao lado de sua mãe e da rainha, vendo-os partir.

Assim que se foram, a rainha então finalmente voltou-se para Rhaenyra — Não devo vê-la pela manhã, devo?

Ela negou — Eu e Daemon partiremos em nossos dragões bem cedo pela aurora. Meu pai ficará satisfeito em saber que dormimos por aqui mais uma noite.

— Assim como eu — admitiu a mulher, agora segurando ambas suas mãos — espero vê-la muito em breve, minha amiga.

Minha amiga. Anya sentiu o impacto daquela frase no momento em que foi emitida, e sua mãe a sentiu milhões de vezes mais, pois a alegria nela era evidente, ao passo se segurou as mãos de Alicent com a mesma intensidade. Anya jamais vira elas daquela forma, de mãos dadas, como boas amigas, em paz. A expressão de sua mãe não escondia: estava alegre, de uma forma que nunca fora. Como se um peso tremendo houvesse sido removido de suas costas, peso esse que carregara por anos, e ficou feliz por ela. Mirou o rosto de sua progenitora, com sorrisos verdadeiros e um tanto aliviados, assim como os da rainha. Era bonita vê-las se entendendo, de mãos atadas e corações leves, assim como nos velhos tempos, como diziam. Talvez eram desta forma em seus anos de juventude, quando eram melhores amigas, puras, felizes.

E presenciando o manto de uma antiga amizade ser costurado, ali estava Visenya, a ponte entre as duas famílias, aquela que seria a representação física da união há muito esquecida. Não sabia dizer como, mas pela primeira vez desde que fora informada de que teria de se casar com Aemond, ela sentiu-se grata por ser a responsável por atar a todos eles definitivamente. Se aquele era o preço para que todos os dias fossem como este...

Ela o pagaria com gratidão.

Rhaenyra então sorriu para sua amiga de longa data — Também espero vê-la, amiga. Sei que minha Visenya estará em muito boas mãos entre Vossa Graça e sua casa.

— Já a vejo como uma filha — foi o que Alicent disse.

E depois desta despedida calorosa, cada um seguiu para seu quarto, mas a princesa demorou para cair no sono. Nunca dormira tão mal desde a vez em que fora oferecida em matrimônio para Aegon. Rolava pela cama, contorcendo-se e queimando em febre, absolutamente atormentada. Via tantas coisas que não conseguia discerner se eram alucinações, sonhos ou visões proféticas, e cada uma delas eram pensamentos intensos e conflituosos de tudo que havia vivido recentemente. Muita coisa ocorrera em apenas um curto espaço de tempo... ela ficou noiva, sentiu raiva por isso, suplicou que seu noivo os livrassem do casamento, teve seu pedido negado, jurou fazê-lo pagar por aquilo prometendo infernizar sua vida, e agora, vira sua mãe e a rainha reatarem a amizade, felizes de uma maneira inenarrável.

E isso mudava tudo.

Seu casamento com Aemond resolveria uma guerra silenciosa de longa dada que assombrou a vida de sua mãe e sua família, bem como sua própria. E agora, ela possuía a chance de acertar as coisas, de uma vez por todas. Por que estava nervosa? Ela precisava tentar, pelo menos, pelo bem de sua casa.

Acordou abruptamente, suada, assustada e respirando pesadamente. Ainda era noite, provavelmente madrugada, julgando pela posição da lua pela janela. Não tentou voltar a dormir, pois seria tão inútil quanto tentar juntar poeira em meio a um vendaval. Sua mente estava a lhe incomodar demais para que conseguisse descansar tranquilamente, e só havia uma maneira de resolver aquilo.

Ainda vestida apenas de camisolas e meias, ela calçou seus sapatos, deixando seus aposentos na calada da noite. Pediu que seu escudo juramentado, sor Malerick, não lhe acompanhasse, e seguiu decididamente entre os densos corredores até se ver de frente para os aposentos de seu futuro marido. Não se importou com o horário, nem com o fato de já ter ido ali poucas horas antes. Ele provavelmente ficaria muito nervoso com ela, mas não fazia diferença. Precisava desesperadamente falar com ele, para que enfim pudesse dormir em paz.

Assim que os guardas chamaram seu amo, ela teve que esperar algum tempo até que um sonolento Aemond aparecesse pela porta, e surpreendentemente, vestia roupas de dormir, e estas eram uma larga blusa de seda branca e calças da mesma forma. Seu único olho parecia muitíssimo surpreso, como se não acreditasse que ela estava ali, de novo, naquela hora. Mais taciturno do que nunca, disse apenas — Visenya.

— Tio. Peço-lhe desculpas pelo horário, mas preciso lhe falar algo — quase sussurrava devido ao horário e ao medo de ser escutada por alguém — de novo.

Levou alguns segundos de analise, vendo-a ali, apenas de camisolas, assustada, para que ele finalmente ordenasse — Entre.

Mais uma sorte por hoje, pensou. Seu tio teve a chance de bater a porta em sua cara duas vezes, mas não o fez. Ela então, com as mãos por de trás das costas, passou por ele e adentrou mais uma vez nos aposentos de seu futuro noivo. Anya encontrou um local completamente escuro, exceto pela lareira, que queimava uma fraquíssima labareda que mal iluminava nada. Ele fechou a por trás de si, virando-se. Analisou-a outra vez, de cima em baixo, até que calmamente passou por ela, andando na direção de sua cama, que estava bagunçada, se sentando sobre ela — Não deveria estar aqui, sobrinha.

— Eu sei — admitiu — eu mesma também estava dormindo, mas não pude continuar por muito tempo.

— O que lhe atormentou?

Um suspiro deixou seus lábios — Você.

Ele nada disse. Ficou com seu olho sobre ela por um longo tempo enquanto o único barulho presente era das chamas queimando o pequeno tronco de madeira. Ele enfim disse — Sente-se.

Tomou-lhe um grande espaço de tempo até que percebesse que ele falava da cama. Agradeceu por estar escuro, assim ele não a veria corar — Em sua cama?

Aemond sorriu fracamente, quase de forma extinta, com bastante ironia — Você já está no meu quarto de camisolas no meio da madrugada. Não vejo como o lugar que você se sentará fará alguma diferença.

Odiava quando ele tinha razão. Bem, ele já estava dormindo, e fora ela quem o acordara e atrapalhara seu sono. Para tanto, engoliu seu medo, caminhando até a larga cama dele e se sentando a seu lado. Entretanto, não mirou seus olhos, mas sim suas mãos — Fale — sua voz soou perto de seu ouvido.

— Estive com sua mãe na despedida de meus irmãos.

Um som de "hm" deixou seus lábios — Os bastardos já se foram, então.

Quase se arrependeu de ter ido ali com o soar daquela frase, mirando-o com nervosismo no olhar — Nós não somos bastardos — sua voz afirmou, firme.

Aemond a mirou de volta, mas com suavizes, completou — Eu não incluí você.

E como se suas ultimas horas não fossem sido cheias de surpresas, mais uma viera para somar. Quase não acreditou no que tinha escutado — O quê?

Parecendo quase a contragosto, ele enfim narra — Eu não acho que seja uma bastarda, Visenya.

Aquilo soara como um tapa em sua cara. Ouvir tais palavras do homem que passara a vida toda lhe atormentando com a palavra "bastarda" a cada vez que a dirigia a palavra era certamente chocante, portanto, ela não conseguiu pensar em algo para replicar. Apenas ficou ali, inerte, com os olhos levemente arregalados e boca e entreaberta, até que ele completou — Só um tolo veria uma mulher sair ilesa do fogo e não a tomaria como sangue valiriano puro.

Algo em seu coração palpitou, como se o ódio que cultivara por toda a vida contra ele se aquietasse, não lhe incomodando tanto. Ainda, não conseguiu dizer nada, o deixando irritado. Aemond não gostava de soar emocional ou gentil demais, ela notou, pois quanto percebeu que ela havia se sentido profundamente tocado com o que disse, ficou impaciente — Continue o que estava a dizer.

Tentando recuperar seu juízo, ela enfim prosseguiu — Nossas mães pareciam unidas hoje... contentes. Eu gostei do que vi.

Sentados lado a lado na cama, com seus ombros se encostando e rostos curvados para se encararem, Aemond disse — O que está tentando me dizer, sobrinha?

— Estou dizendo que eu estou disposta a tentar — foi o que finalmente disse, e mesmo sem externalizar, ele se espantou com aquilo — Eu retiro o que disse mais cedo. Não tentarei infernizar sua vida, mas sim apazigua-la. Por nossas casas.

Desta vez fora ele que não encontrou o que dizer, e para tanto, ela disse — Não peço que faça o mesmo... nem sei se possui essa capacidade. Só quis lhe informar, para que pudesse dormir com a consciência de que farei de tudo para manter o que hoje foi restaurado.

Aemond manteve-se taciturno, com seu único olho violeta fixo ao dela. Era frustrante não saber o que ele estava pensando, e deuses, como daria tudo para saber quais eram seus pensamentos naquele longo silêncio que se instaurou.

— Só isso? — sua voz soou baixa, quase muda, como um suspiro quente contra a pele dela, tão perto da dele.

Ela sacudiu positivamente — Apenas.

Ele curvou sua cabeça, achegando-se para mais perto dela e movendo minimamente seu corpo para mais próximo — E como quer fazer isso, Visenya? — ditou em um sussurro — como quer tentar?

Muito perto, perto demais. A respiração dela tornou-se pesada, como se perigo gritasse em seu ouvido — Não sei — admitiu, a milímetros de seu rosto.

Ele levantou sua mão, tirando seus cabelos que escorriam pelo busto e alocando-os lentamente atrás das costas, voltando-a para frente enquanto percorria de vagar seus dedos por seu ombro, depois pescoço e enfim queixo, segurando-o firmemente e o arrebitando para que ela olhasse apenas para ele — Sabe — afirmou — Está na ponta da sua língua, sobrinha. Diga.

Ela respirou profundamente, deixando que seus olhos se fechassem. O escuro da noite lhe dava permissão para fazer coisas que jamais teria coragem pela luz do dia. Entretanto, nada disse, mantendo-se misteriosa, e aquilo o fez perder o controle — Infernos — sibilou baixinho, parecendo sem fôlego também — daria tudo neste mundo para poder ler seus pensamentos.

Anya nunca pensou que o veria falar daquela forma, curioso com o que se passava em sua cabeça, que segundo ele, nunca passara de uma "cabecinha de vento", e se agradou daquilo. Ela possuía efeito sobre ele.

E ela quis saber até onde esse efeito se estendia.

Aquela curiosidade fez com que ela fizesse algo pavoroso, terrível, indigno de sua posição, que jamais imaginou fazer com ele, que era seu pior inimigo... mas que não se arrependeu. Com calmaria, ela levantou-se da cama, colocando-se frente a ele, que permanecia sentado. Delicadamente então, sentou-se sobre seu colo, fazendo-o arfar em baixa voz com aquilo, surpreso. Ela deslizou suas mãos pelo abdomen dele, levando-as até sua nuca, enfim fitando seu único olho, que estava fixo a ela com claro sentimento de desejo. Aemond também passou suas digitais pelas pernas de sua sobrinha, pairando firmes em sua cintura. Com seus rostos separados por apenas um dedo, ela murmura — Gostaria de tentar desta forma, tio?

— Hm — foi o que arfou, puxando-a pelos quadris para mais perto. Parecia segurar-se para não falar algo que não devia, para não se dobrar as vontades dela.

Mas ela queria ouvir uma resposta.

Anya então levou seus lábios até os dele, vendo seu olhar um tanto apavorado se retorcer em um completamente rendido. Assim que selou-lhe um beijo lento, ele não pode mais suportar seu autocontrole, pois apertou-a mais ainda contra seu corpo bem definido, levando uma de suas mãos aos cabelos dela, afagando-os, e enfim permitiu que sua lingua quente participasse do calmo e insuportavelmente excitante beijo, onde dois dragões dançavam suas línguas em uma trégua há muito ansiada. Ele estava ali, abaixo dela, completamente vidrado na boca, no corpo, em cada centímetro de sua sobrinha, que estava por enlouquece-lo com seus suaves e lentos beijos.

Mas Anya queria mais.

Não não possuía experiência com aqueles assuntos, mas lembrava-se de que todas as vezes que sexo lhe fora mencionado, utilizavam muito o verbo "cavalgar", talvez para suavizar o tabu que existiam nas outras palavras. Para tanto, fora isso que fez: assentada sobre ele em suas camisolas, beijando-se com pele quente e suspirando em lascívia, com seus corpos tão colados ao ponto de seus membros se friccionarem, ela lentamente realizou movimentos de vai e vem sobre ele, cavalgando enquanto seus lábios permaneciam juntos. Aemond fechou seus olhos, firmando suas mãos nos quadris dela como quem desesperarmemte a induzia a continuar, soltando um baixo gemido entre o beijo. Seus membros se roçaram em meio aqueles movimentos, e com isso, uma sensação impossível de conter tomou ambos os corpo dos dois, e era algo como ela nunca havia sentido antes. Ela desejou que não estivessem utilizando roupas, desejou estar nua sobre ele, e ele também nu embaixo dela, para que pudessem verdadeiramente se sentir. Sentiu contra sua genital, mesmo entre panos, o membro dele se avolumar, e embora não compreendesse, gostou daquilo. Gostou muito. Quebrou o beijo por um segundo para dizer — Diga, tio — murmurou — quer tentar desta forma?

Ele enfim murmurou — Todos os dias.

Aquela resposta lhe satisfez imensamente, fazendo-a finalmente cair em seus juízos. Ela diminuiu a intensidade de seus movimentos, enfim os parando, fazendo-o vagarosamente abrir seu olho, quase em indignação. Lhe tomou toda a força do mundo para que resistisse a vontade que estava de se despir e deitar na cama, deixando que ele fizesse com ela o que bem entendesse. E lhe tomou ainda mais força para que se levantasse, saindo daquela posição terrivelmente tentadora e voltando a ficar de pé. Ele a observou fazer isso primeiramente com o olhar repleto de desejo não satisfeito, tão vulnerável que ela pensou que se o pedisse para se ajoelhar no chão em troca de voltar a se sentar sobre ele, Aemond o faria de bom grado.

Mas não o fez, apenas dizendo — Me alegra saber que o esforço partirá dos dois lados — e mordeu seu lábio — Agora preciso me ir.

Ele a analisou por longos segundos, recuperando sua respiração. Mas quando percebeu que ela falava sério e que não continuaria o que estava fazendo a segundos atrás, ditou com calma, alternando entre raiva e... deleite? — Foi para isso que veio aqui? Para me torturar e depois deixar-me a ver navios?

— A princípio, não — disse de uma vez, ainda recuperando seu fôlego. O meio de suas pernas estava a formigar, e ela precisava se concentrar muito para emitir frases coesas — mas a oportunidade tornou impossível de rejeitar.

Ele a analisou por alguns breve segundos antes de murmurar — Pelos deuses, como você cresceu. Meu eterno tormento — entoou aquela frase profundamente pensativo.

Anya curvou sua cabeça — Agora sou eu quem gostaria de saber o que você está pensando.

Não emitindo sorriso algum, mas com claro ar de diversão, ele colocou-se de pé — Estou pensando que é melhor que vá se deitar. Se prolongar sua estadia, não responderei por mim.

Mesmo que seu corpo lhe implorasse para ficar, ela assentiu, enfim se virando em direção a porta. Caminhou até ela, mas antes que saísse, ele a chamou — Visenya.

A menina tornou -se a olha-lo uma ultima vez, e sua expressão estava sombrio — Mantenho que disse. Nós tentaremos. Faremos uma trégua — foi que falou, firme, fazendo-a curvar seu lábio fracamente em um sorriso — Mas não brinque comigo novamente — sua voz soou tão ameaçadora que a fez ficar imediatamente séria — quando se cutuca com dragão, não deve esperar nada menos do que sangue e fogo. Acene se compreendeu.

Aquela frase soou tão intensa, tão fria, que só naquele momento se deu conta do quão perigoso era jogar aquele jogo com Aemond. Ele não era do tipo que aceitava ser usado e derrotado... ele se vingaria daquilo, tinha certeza plena.

E ela estaria pronta, afinal, teriam toda a vida juntos para jogarem aquele jogo.

Anya assentiu lentamente, fazendo-o então dizer — Pode ir.

A menina o reverenciou, deixando os aposentos de Aemond. Assim que o fez, permitiu que sua respiração soasse limpa. O que acabara de fazer? Seduzira seu pior inimigo, o homem que odiou por toda vida, apenas pelo luxo de poder? Céus, não está escrito o quanto que a princesa Visenya se julgou pelo que fez pelo resto da noite até enfim cair no sono, achando-se a mais terrível e profana mulher a já ter pisado na terra.

Mas não se arrependeu, pois daquilo, uma chama de esperança brotara. Talvez não seria tão infeliz neste casamento arranjado como previamente previra. Talvez a sorte estava começando a sorrir para ela, depois de tantos anos lhe fazendo caretas.

Entretanto, logo Visenya Velaryon descobriria que estava amargamente errada, pois nos aposentos reais da Fortaleza Vermelha, sobre o breu da fria noite, um velho e doente rei jazia frio e sem vida sobre sua cama.



•••

Olá leitores amados!

Primeiramente, DESCULPA pela demora. Me deu um leve desespero na hora de escrever esse capítulo pelo simples fato de que, tanto na série como no livro, logo depois do jantar de reconciliação, nosso amado Viserys, o Pacífico, falece (😭), então eu só tinha poucas horas antes do amanhecer para desenvolver alguma coisa entre a Anya e o Aemond antes de começar definitivamente a dança. Basicamente eu só tinha uma madrugada e um sonho!!!!!

Segundo, muita gente tem me pedido para fazer alguns edits da fic, talvez no tiktok ou em outra plataforma, e eu vim avisar que irei sim! Já estou trabalhando em um para o próximo capítulo, então rufem os tambores que logo teremos!! Além disso, agora vou começar a fazer uma track de músicas para os momentos mais importantes dos capítulos, e nesse, e eu imploro que escutem War of Hearts — Ruelle, na segunda cena da Anya e do Aemond, e leiam a letra também!!

É isso pessoal, o próximo capítulo virá bem mais rápido, prometo! Aproveitem.

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