— Isso é ótimo! – Leah fala. — Já é uma certeza de paz, vocês não acham?
— Não, receber o cara que enviou Halbrand não é nada legal, muitos morreram por causa da ganância dele, e outra, esse babaca queria casar comigo. – Falo e Baela revira os olhos.
— Ninguém merece ter que aturar esse idiota, todos falam tão mal dele, dizem que é insuportável.
Hoje pela manhã recebemos um corvo de Pentos, o príncipe acha trágico que as relações de Essos com Westeros estejam tão abaladas, em mais específico com as Cidades Livres, ele se ofereceu para vir pessoalmente conversar com o rei, como uma demonstração de paz e harmonia, ele inclusive disse que não trará tantos guardas pois ele confia na honra do rei e sabe que ninguém fará mal a ele ou aos seus homens.
— Vamos falar de coisas boas, eu estou feliz... Teremos três casamentos no início do próximo ano, falta tão pouco... – Helaena fala.
— Bom, ainda não temos certeza... Aemond está conversando com o rei e ele precisa sobreviver ao nosso pai, então, veremos. – Minha irmã fala rindo, a porta se abre e Rhaena entra.
— O Meistre quer que você repouse, você não deveria estar aqui. – Ela fala diretamente para Helaena, seu semblante é de preocupação.
— Está tudo bem? – Ela assente.
— É só que tudo parece estar vindo em dobro, todo o cansaço e tenho sentido algumas dores ao dormir, por conta da posição. – Ela tenta se levanta e as minhas irmãs correm para ajudá-la.
— Pode deixar que eu vou com ela até o quarto. – Rhaena fala e nós assentimos, Leah finaliza meu cabelo e vai junto com as duas, assim que elas saem, começo a contar para Baela como foi a conversa com o meu avô e com os meus irmãos.
Com o meu avô foi mais "tranquilo", ele quis conversar sobre o que eu sinto pelo Aemond, saber se realmente é aquilo que eu quero, perguntou se eu não queria seguir conhecendo outros pretendentes e no final eu poderia escolher o Aemond ou se eu me encantasse por outro, poderia escolhê-lo, mas eu estou certa do que eu quero, sempre estive, eu quero o Aemond, ele disse que respeita qualquer que seja a minha decisão, meu pai logo chegou para argumentar, disse que esse não era o desejo dele, que ele ficaria contra esse casamento, meu avô rebateu fazendo o seguinte questionamento:
— Você quer ver a sua filha casar, não quer? Ou prefere que ela decida se casar escondida? Bom, foi o que você e Rhaenyra fizeram, se não quer que isso se repita, aceite a decisão dela. – Ele tentou rebater com o meu avô e a única coisa que ele respondeu foi:
— Agora está sentindo na pele, meu querido irmão. – Meu pai apenas assentiu, mas sei que ele não vai desistir, ele não acha que o Aemond é a melhor escolha para mim.
Depois de conversar com o meu avô, eu tive que enfrentar os meus irmãos, o primeiro questionamento de Luke foi sobre Erick, ele pensou que eu estava apaixonada por ele e por isso me entreguei, foi então que tive que explicar que minha primeira vez foi com o Aemond e que o Erick foi um momento complicado, mas só aconteceu uma vez e que eu sempre tive um certo interesse por Aemond, e quanto mais eu me aproximava dele, quanto mais nós passávamos algum tempo juntos, mais eu me apaixonava por ele, Luke quase teve um ataque, Joffrey apenas me encarava com o semblante confuso e Jace queria matar o Aemond porque ele não imagina que nós dois já tivéssemos avançado tanto assim, mas no final, eles acabaram aceitando o fato de que eu quero o Aemond e ele me quer, só que a vida do meu tio não vai ser tão fácil assim, ele vai ter que lutar muito para conquistar a confiança deles, palavras de Luke, não minhas.
— Sabe o que eu acho que deveríamos fazer agora para aliviar toda essa tensão? – Baela pergunta, só pelo seu olhar já sei o que ela quer.
— Voar? Vamos, por favor. – Levanto e ela logo vem atrás de mim. — Preciso levar os dois, se não eles vão achar que eu tenho preferência. – Minha irmã me olha como se estivesse me perguntando se estou falando sério. — Bom, Storm vai sentir ciúmes se eu levar ele, já o Cannibal vai querer ir atrás de Storm, então é mais fácil levar os dois.
— Domar o Cannibal, você tem cada ideia que pelos Deuses. – Ela fala rindo, nós duas descemos para o pátio, Jace e Joffrey estão treinando, o mais velho para assim que nos vê e vem rapidamente falar com Baela, me afasto na mesma hora, vou em direção ao Joff.
— Seu pai foi chamado pelo rei, Aemond está lá também. – Pelos Deuses, pensei que meu avô fosse conversar apenas com Aemond, colocar os dois no mesmo ambiente não é uma boa ideia. — Relaxa, se ele for matá-lo, será uma morte rápida. – Meu irmão fala se segurando para não rir.
— Que bom que te achei... – Luke está ofegante, parece que veio correndo. — Aqui, chegou para você. – Ele me entrega uma carta. — Não veio com nome algum, só diz que é para você.
Pego a carta e abro, não há nomes ou escrito o lugar de onde veio, apenas uma mensagem.
"Ele já sabe que é você, não confie em ninguém, há traidores bem ao seu lado, tome cuidado."
— Rhaenys, está tudo bem? Você está pálida. – Joffrey pergunta, vejo Jace e Baela se aproximarem, os dois com semblantes preocupados.
— Ele já sabe. – É a minha única resposta, mostro a carta para eles. – Eles ficam tensos, mas antes possam dizer qualquer coisa, um guarda se aproxima.
— Princesa Rhaenys... – Ele faz uma leve reverência e diz. — Os guardiões estão solicitando sua presença no fosso, parece que o Cannibal está muito agitado. – Assinto, ele deve estar estressado por ficar preso.
— Eu vou vê-lo, Baela vai junto comigo, vocês podem mostrar isso para o rei? – Eles assentem. — Aproveitem que meu pai e o Aemond estão com ele agora.
******
— Isso é péssimo, se ele tem informantes dentro da fortaleza... Rhaenys, talvez seja melhor não ficarmos aqui. – A encaro com o cenho franzido.
— Você acha que fugir disso é a melhor escolha? – Ela dá de ombros.
— Talvez, não sei, eu realmente não sei o que pensar, só fico com medo de tentarem ferir você. Agora teremos que receber esse príncipe, ainda temos essas festividades, torneios e justas... – Apenas dou de ombros, nós duas finalmente entramos no fosso, vejo Storm agitada, Cannibal está tentando matar os guardiões.
*Valiriano*
— Cannibal, se acalme. – Chego mais perto dele. — Se acalme, soltem Storm, ela vai ajudar a acalma-lo. – Pego o chicote, apenas como uma reserva, não gosto de ter que bater nele ou em qualquer outro dragão, mas às vezes é necessário. — Se acalme, me obedeça, se acalme. – Ele solta um rugido que provavelmente Porto Real inteiro escutou, eu senti como se o próprio fosso tivesse tremido. Cannibal me permite chegar mais perto e que eu o toque, Storm chega mais próximo também, ele vai se acalmando aos poucos.
*Valiriano*
— Acho que ele está se sentindo preso aqui no fosso. – Um dos guardiões fala, apenas digo que vou levá-lo para voar, talvez seja isso mesmo, ele não está acostumado com tudo isso, e com todas as confusões na fortaleza, acabei não podendo vir aqui e muito menos sair com ele.
Conseguimos colocar uma sela mais confortável para mim em cima de Cannibal, ele foi mais obediente dessa vez, aprendi que a melhor forma de controlá-lo é com Storm, ela parece exercer muito poder sobre ele, isso é ótimo.
Nós apenas sobrevoamos por Porto Real, não queria voar para muito longe, estou realmente preocupada com aquele aviso, provavelmente veio de Kaden, preciso ficar atenta, se o Zahir tem pessoas dentro da fortaleza, estamos correndo riscos enormes, não só de nossos planos vazarem, para algum deles atentar contra nossa vida, é em um piscar de olhos.
Ao retornamos para o fosso, já encontro com Sor Braith, ele parece aliviado por me ver inteira.
— Tente não pular de alegria. – Falo rindo.
— Se antes eu já morria de medo de você com um dragão, imagina agora com dois. – Ele me responde e faz uma leve reverência.
— Já disse que você não precisa fazer isso... – Sor Braith é o meu escudo juramentado, mas na maioria das minhas loucuras, acabo fugindo dele, o coitado sofre comigo.
— Sua mãe está em desespero, ela não confia nada nesse dragão e parece ter ficado mais nervosa depois de conversar com os seus irmãos. – Ele fala.
— Ultimamente ela entra em desespero por qualquer ação de Rhaenys e não é para menos. – Baela fala e me puxa. — Vamos, Sor Braith, antes que dona Rhaenyra acabe dando a luz antes da hora por nossa causa.
******
Assim que entramos na fortaleza, Baela sobe correndo para falar com Rhaenys e Corlys, eles estão na sala do conselho conversando com o rei sobre a situação com Pentos, antes que eu consiga ir atrás dela, sinto um braço envolver minha cintura, ele me vira rapidamente, bato o rosto no peito de Aemond.
— Ai, isso doeu. – Ele sorri, sua mão desliza nas minhas costas, percebo que ele está sem o seu tapa olho.
*Valiriano*
— Já soube que receberemos uma visita durante as festividades? – Ele pergunta e eu reviro os olhos.
*Valiriano*
— Sim... O príncipe de Pentos. Meus irmãos mostraram o que eu recebi? – Sua expressão se fecha e ele assente. — Você deveria ficar sem ele mais vezes... Fica lindo. – Ele franze o cenho e eu passo o meu polegar em sua longa cicatriz.
*Valiriano*
— Droga, esqueci de colocar, Sor Harrold praticamente me arrastou para o quarto do rei. – Ele parece tenso.
*Valiriano*
— Eu prefiro você assim... – Ele ri de forma sarcástica e nega.
*Valiriano*
— Duvido muito, acho melhor subirmos, tenho que colocar antes que alguém veja e se assuste. – Ele me puxa rapidamente, subimos e vamos direto para o quarto dele, ao entrar eu já falo:
*Valiriano*
— Aemond, ninguém vai se assustar... – Ele arqueia a sobrancelha.
*Valiriano*
— Fala isso porque nunca viu como as crianças reagem, as lady's então... – Cruzo os braços e ele se senta no sofá.
*Valiriano*
— Eu prefiro mil vezes você sem aquele tapa olho, eu lembro de ter visto você uma vez sem ele, eu era pequena e não me assustei. – Ele bufa.
*Valiriano*
— Mas ficou receosa de chegar perto de mim, depois disso eu nunca mais apareci na sua frente sem esconder isso. – Ele aponta para o olho de safira, sua voz saiu carregada de... Repulsa.
*Valiriano*
— Aemond, não é todo dia que a gente vê uma pedra no lugar do olho, eu fiquei impressionada, pelo o que eu me lembro, nunca senti receio de chegar perto de você, nunca senti medo. – Eu me sento em sua coxa, passo novamente o meu polegar por cima de sua cicatriz. — Você é tão lindo, quero que fique mais vezes sem...
*Valiriano*
— Eu sei... Mas mesmo assim eu prefiro esconder isso. – Ele segura a minha mão, isso me fazendo parar o movimento do meu polegar em sua cicatriz.
*Valiriano*
— Eu amo cada detalhe seu, não sinto repulsa ou medo, lembre-se disso, eu o amo do jeito que você é. – Ele fecha o olho e suspira, eu me aproximo mais, meus lábios encostam delicadamente em seu rosto, bem em sua cicatriz, depois um pouco mais acima, próximo ao olho de safira, sinto sua mão apertar a minha cintura.
*Valiriano*
— Sempre tive medo que você sentisse repulsa por eu não ser como qualquer outro, por ter essa maldita cicatriz enorme, uma merda de uma pedra no lugar do olho... – Ao falar daquilo, a voz de Aemond ainda carrega repulsa, ele sente isso de si mesmo. — Às vezes eu sinto que estou te sujando com toda merda que sou. – Minhas mãos seguram o seu rosto, fazendo-o me encarar fixamente.
*Valiriano*
— Pare de falar assim, você não é sujo e não está me sujando, não fale besteira, e não, não mesmo, jamais sentiria repulsa de você... – Uma batida na porta me interrompe, logo depois uma sequência.
*Valiriano*
— Se for... Juro, às vezes eu tenho vontade de matar ele, cara chato. – Ele acha que é o meu pai, o que me faz cair na gargalhada, levanto e abro a porta, mas é apenas o Sor Criston, ele parece tenso.
— O meistre acha que a princesa Helaena vai dar a luz. – Ele afirma, arregalo os olhos.
— Mas ainda falta... Ela ainda não completou o período de gestação comum. – Ele concorda.
— Sim... – Puta merda.
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Boa tarde❤️
Quem é vivo sempre aparece🤣🤣
Só não apareci antes porque estou na correria e não consegui revisar nada🥹
Gente, eu quero agradecer a todos que mandam no decorrer da fic, o quanto gostam e que amam a estrutura, elogiam a minha escrita e outras coisas, às vezes eu não consigo responder porque acaba descendo os comentários, mas vou tirar um dia para tentar responder a todos... Eu gosto muito de interagir com vocês, acho super importante e faz o meu dia também, estou sempre tentando responder a todos, mas esse final de semana tenho prova, então está tudo corrido, é prova junto com trabalho, ai acabo me enrolando...