𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃, daem...

De _Pttwr_

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▍❝A dança dos dragões teve seu início com a disputa entre verdes e negros, mas se dependesse de Visenya Targa... Mais

𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃
──── 𝐆𝐑𝐀𝐏𝐇𝐈𝐂'𝐒
──── 𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎
00.
𝐀𝐓𝐎 𝐈. ▍❝ the princess of ashes ❞
01. the dragon rider
02. the princess and the beast
03. make me your wife
05. burning pyre
06. wine and poison glasses
07. one king dies, another is born
08. silver rider, bronze wings
09. the bridge, the heir and the whore
10. princess of ashes, serpent woman
11. the golden maiden
12. hear me roar
13. the dragon brige
14. the lady lannister

04. little ladys

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De _Pttwr_


04. pequenas ladys


A chegada das duas donzelas
que serviriam como damas para
a princesa Visenya encheu de
alegria a fortaleza, transformando
o silêncio em barulho. Todos na
corte estavam radiantes com tal
novidade, talvez não sor Crabb,
quem corria como um parvo
atrás das três meninas.

── septão eustace

Os sons das risadas altas eram ouvidos na grande planície verdejante, onde as três donzelas com olhos de corça debatiam furiosamente sobre o formato de uma das imensas nuvens que plainavam calmamente frente ao céu azul brilhante. Seus vestidos feitos com tecidos caros se espalhavam pela relva florida, pintando em cores vibrantes a paisagem primaveril. As garotas riam ao apontar as formas no céu, vez ou outra encontrando algum sentido nelas. Havia grama entrelaçada aos fios das meninas, as tranças à moda sulista cujas criadas gastaram um valoroso tempo moldando em suas cabeças sendo desfeitas sem piedade alguma.

A pequena lady do norte, Lyarra Stark, apertava com as mãos a barriga dolorida pelo riso. Sua testa suava um pouco, ainda desacostumada ao calor que a capital possuia e ao sol brilhante, tão oposto às terras as quais pertencia, onde o frio constante esmagava qualquer fagulha de quentura. Ela ria ao olhar para as nuvens e não enxergar esculpido nela o barco que a outra das ladies jurava ver.

Valaena, no entanto, possuia a teimosia tão conhecida dos Velaryon que fora herdada de seu pai Aethan e a paciência para argumentar característica de sua mãe Aenna. A menina dos volumosos fios brancos não se importava em passar horas argumentando, de forma que quando seus monólogos tinham fim, a nuvem em forma de barco por muito havia sido dissovilda nos ares.

A princesinha Targaryen se divertia ao ouvir as discussões das duas, sorrindo como louca ao ver suas amigas compenetradas naquela árdua ── e tão doce ── tarefa de nomear os desenhos no céu. Ela mesma se abstinha de entregar as suas próprias opiniões, muito mais entretida nos debates acalorados que eclodiam hora ou outra e em amassar a grama macia entre os dedos, feliz como nunca fora antes.

A rainha de fato havia feito uma escolha certeira ao escolher aquelas duas jovens como companheiras de sua neta, meses após o casamento de Daemon com lady Rhea Royce e a menina sequer parecia conseguir tempo entre seus estudos, os passeios junto de Baelon em Vhagar, as reuniões de mulheres a quais a rainha presidia junto da neta e as brincadeiras com as ladies para sentir falta dos mimos do irmão. Alysanne estava certa ao pensar que a princesa precisava de companhias mais variadas do que apenas a dos irmãos e do pai. Sem estar constantemente sob as asas dos homens da família, ouvindo entre as criadas e lordes os sussurros sobre casamento e sendo sempre impelida por esses em pensar no matrimônio como o único destino, Visenya floreceu em um ano tudo que não havia conseguido nos últimos doze que passara reclusa com a família.

Havia saudades, claro. A princesa sentia constantemente a falta do irmão, mesmo com a centena de cartas e presentes que este a enviava religiosamente, isso não mudaria. Mas, se fosse ser fiel consigo mesma, envergonharia-se da maneira como abordara Daemon na cripta no ano anterior. As vezes, ela ainda sentia vergonha daquela comversa em momentos totalmente avulsos do seu dia. Um karma. Um karma bastante vergonhoso da qual ela tentava constantemente esquecer. Oras, pedir Daemon em casamento daquela maneira? De certo possuia muita titica de dragão em sua cabeça. Ou ouvira dos bardos muitas canções sobre donzelas e cavaleiros.

── Uma fatia de bolo por seus pensamentos, prima ── Valaena perguntara ao notar o semblante aéreo da prima, ainda sorrindo por convencer Lyarra sobre a nuvem-barco ── Você parece estar com a mente nas costas de um dragão.

A menina Stark riu, comparando em silêncio os ditados que as garotas usavam com os ditos que o povo do norte falavam. Sempre tão diferentes. Onde os nortistas enfiavam lobos e ursos e criaturas do inverno, na capital reinavam os dragões e pássaros e criaturas dos mares. Opostos não apenas no clima, mas em toda a cultura, da maneira de falar e andar à forma de pentear os cabelos.

── Se conseguir convencer nossos pais a dar-nos a sobremesa antes do jantar juro que lhe contarei todos os meus segredos ── rebatera ela, impulsionando o corpo de maneira a se sentar na grama. ── Até mesmo os mais sórdidos.

── Como a forma que sempre conseguir sair das aulas chatas com a septã sem ser notada por ninguém? ── a pergunta viera da menina de inverno, realmente curiosa em descobrir os truques da outra. ── Confesso gostar dos livros dos meistres e dos instrumentos e das danças, mas as aulas de bordado tem transformado meus dedos em peneiras furadas.

O sorriso de Visenya se abriu, seus olhos mirando no cavaleiro da guarda real que as acompanhava no passeio. Sem fazer som, de maneira a apenas mexer os lábios no movimento das palavras, ela murmurou um lhe conto mais tarde seguido por risadinhas cúmplices. O manto branco, a qual se concentrava em proteger as meninas de possíveis ameaças enquanto entreouvia os assuntos por elas debatidos, franziu o cenho ao não escutar a resposta da Targaryen. Clement Crabb, como escudo juramentado e responsável por proteger a princesa desde o fatídico dia em que ela fugira para montar Balerion, assustava-se mais com o silêncio das garotas do que com cem oponentes. Proteger Visenya o exigia a energia equivalente a cuidar de vinte meninotes. O cavaleiro, no entanto, não trocaria sua função por nada, tendo a princesa e suas duas protegidas como o mais perto de filhas que poderia ter.

── Desculpe-me por ter de interromper a conversa, miladys ── o homem dissera ao se aproximar ── Mas temo de que esteja na hora de retornar à fortaleza, a boa rainha apreciaria a presença da neta no jantar.

As meninas respiraram uma última vez o ar fresco do campo, levantando-se do chão fresco e se pondo de pé. Minutos foram gastos para tornar a aparência das três outra vez apresentável, os fiapos de grama retirados dos cabelos, os fios arrumados o melhor possível nos penteados, a terra batida dos sapatos e os vestidos desamassados. Quando entraram na casa rolante, as ladies estavam em um caminho intermediário entre totalmente desgrenhadas e aceitavelmente apresentáveis.

Conforme observava as paisagens de King's Landing através das frestas da carruagem, Visenya lembrara de todas as vezes que viera visitar os orfanatos e as septãs com sua avó. O cheiro de suor e escremento a havia enojado na primeira vez, mas a mameira como aquelas outras pessoas a olhavam com uma quase completa devoção cativaram a princesa. Na corte, cada mísera troca de palavras se enquadrava num exaustivo jogo político e nada vinha de graça, os nobres viviam numa constante troca de favores opressiva. Os órfãos não se importavam, de fato, com isso. Os meninos apenas queriam ouvir histórias sobre cavaleiros, enquanto as meninas sonhavam acordadas com belas donzelas e seus senhores gentis.

Com o passar do tempo, as visitas aos lugares pobres e as audiências de mulheres cativaram na menina um sentimento morno, uma mistura entre a alegria de ser admirada pelo ppvo comum e a tristeza ao se ver tão impotente frente a eles. Visenya era uma terceira filha, afinal. Uma terceira filha mulher. Sabia mais que ninguém que seu poder não era de fato tão grande quanto de seu pai ou mesmo de seus irmãos, as únicas armas que possuia sendo a influência sútil que por vezes tinha com os avós.

Mesmo agora ela sentia falta das saídas ao lado da rainha. Alysanne estivera adoentada desde o último ano, quando a mais nova e mais amada dentre suas filhas, Gael, fora levada pelo Estranho. Os meistres e septões noticiaram que a princesa havia morrido por um caso de febre de verão, muito embora seus parentes mais próximos soubessem que na verdade a jovem mulher jogara-se ao mar por um coração partido. Em verdade, Visenya pensava que mãe nenhuma deveria enterrar tantos filhos quanto sua avó enterrara. Catorze foram seus filhos e dez foram aqueles que ela vira queimar em suas piras funerárias. Vaegon e Saera, ainda que vivos, eram sussurros distantes e lembranças quase esquecidas pela velha mulher. Em seu leito, Alysanne se agarrava a Baelon, Aenna e Visenya como um náufrago agarra os destroços de seu navio.

Visenya despediu-se momentaneamente das duas amigas, vendo suas damas de companhia entrarem nos próprios aposentos ── o de Valaena a direta e o de Lyarra a esquerda do quarto da princesa  ──. A banheira de água escaldante logo se tornara seu objetivo, as criadas e aias a ajudaram a remover o vestido vermelho sujo pela grama. A Targaryen recusou as ajudas como sempre fazia, lembrando de quantas vezes as pobres mulheres acabaram com bolhas pela temperatura do banho. Ela mesma afundou a cabeça na água, emergindo segundos depois e se ocupando de lavar com as essências trazidas das cidades livres o cabelo prateado.

Menos de uma hora depois Visenya possuia os fios penteados e adornados por pequenas presilhas de prata, um vestido vermelho quase tão escuro quanto vinho e um sorrisinho satisfeito no rosto. Antes de sair em direção aos aposentos da avó, seus olhos se fixaram na mesinha ao lado da cama, onde uma caixa de marfim guardava em seu interior uma porção de pétalas secas que certa vez formaram a bela coroa de rainha do amor e da beleza. A princesa saiu do quarto, murmurando consigo mesma uma oração pelo irmão distante, pedindo para que a Velha desse ao príncipe rebelde um pouquinho de sua sabedoria.

── Meu pequeno dragão ── a voz da rainha soou frágil nos grandes aposentos, o valiriano perfeito deslizando de sua boca como uma canção. ── Venha até aqui, conte para sua velha avó como foi seu dia.

A garota sorriu, chutando de maneira nada cortez as sapatilhas acetinadas de seus pés, vendo-as voar uma para cada lado. Ela logou tomou um lugar no leito de sua avó, sentando sobre os cobertores e lençóis de lã macia e seda suave. Não havia lugar mais confortável do que aquele, nem companhia mais agradável. Por mais que apreciasse as horas de intermináveis risadas com Valaena e Lyarra, nada poderia ser comparado às horas a fio nas quais passava acompanhada de sua rainha, ouvindo histórias sobre os longos anos de seu reinado e as paisagens que vira. Sua preferida era sobre a antiga escudo juramentado da rainha, Jonquil Darke. Quando treinava com a espada, a princesa sempre imaginava-se como a cavaleira.

── Fui ao fosso dos dragões pela manhã, queria ver se a ninhada de Dreamfire finalmente havia chocado ── respondera, ao ver o olhar nostálgico da avó, adiantou-se ao responder a pergunta que sem dúvidas viria ── Vi silverwing também, ela e Vermithor estavam juntos na mesma baia. Não se preocupe, vovó, ordenei que jamais pusessem nela corrente alguma.

A mulher anuiu, grata pela forma como sua menina sempre antecipava suas perguntas e a poupava da dor de faze-las. Afinal, qual pesar maior de um Targaryen do que o de ficar longe de seu dragão?

── Quando a hora chegar, penso que vocês duas deveriam firmar um vínculo.

As sobrancelhas da princesa se franziram, sem querer acreditar nas palavras ditas nas entrelinhas. Não gostava dos seus significados. Não queria sequer as cogitar.

── Silverwing tem uma montadora, vovó ── havia certa teimosia na fala, uma recusa em acreditar nas insinuações da rainha. ── Ela servirá apenas a senhora e a mais ninguém.

── Por pouco tempo, meu pequeno dragão ── rebatera a mulher ── Sei o que os meistres falam sobre minha saúde e reconheço o manto frio que o Estranho põe sobre meus ombros. Logo partirei, vou poder finalmente encontrar meus meninos no outro lado. Apenas quero me certificar de que ficará bem.

A garota sentiu a queimação em seus olhos anunciando o prelúdio de um choro, não gostaria de imaginar um mundo onde sua boa avó não estivesse ali para ajudá-la. Sua fiel defensora e melhor amiga. A mulher que a amara tanto quanto amaria uma filha.

── Espero ter algum dia ao menos um terço de sua força e gentileza, vovó.

A velha Targaryen sorriu, os lábios repuxados com rugas a sua volta. Com um sinal, Alysanne indicou para que a neta deitasse ao seu lado na grando cama, a abraçando com a pouca força que lhe restava.

── Dizem que os Targaryen enchergam vislumbres do futuro ao dormir, quando você nasceu, tive um sonho como nunca outro ── a senhora confidenciou, a voz baixa sendo atravessada pelos barulhos suaves que a fortaleza possuia ao anoitecer ── Sonhei que seria rainha e que os lordes de todo o reino se curvavam a sua frente. ── um sorriso em seu rosto, suas mãos acaticiando os fios da meta, sua voz era suave ao completar: ── Você não nasceu para ser tão boa quanto eu, querida. Você nasceu para ser melhor.

Visenya não percebera quando cochilou naquela noite fresca, mas fora acordada com o choro das criadas e amparada pelos braços do rei Jaehaerys. Ele também tinha lágrimas escorrendo pela face.

Por todo o reino os sinos dos grande septos soaram e entre o povo comum os murmurios de tristeza acompanhavam orações.

"Que os deuses iluminem o caminho da boa rainha, e que ela descanse em sua morte junto dos filhos que perdeu em vida."











capítulo não revisado

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