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By plsnalua

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𝕬 𝐍𝐎𝐈𝐓𝐄 𝐐𝐔𝐄 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄𝐃𝐄𝐔 𝐨 𝐭𝐫𝐢𝐛𝐮𝐧𝐚𝐥 𝐟𝐨𝐫𝐚 𝐛𝐚𝐬𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐟𝐫𝐢𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨𝐬 𝐩𝐚𝐝𝐫𝐨̃𝐞𝐬 𝐝𝐚 𝐜𝐚𝐩𝐢𝐭𝐚𝐥, e com o frio, vinha a melancolia.

A princesa Visenya estava assentada sobre a poltrona de seu antigo quarto, que ainda, depois de três anos que esteve por ali, não havia mudado em absolutamente nada. Apenas algumas poucas velas queimavam no recinto, gerando uma breve luz pálida localizada ao redor dela. Pela janela, a vista de Porto Real se fazia iluminada em meio ao breu de quase meia noite, e ela observava a cidade com certa ternura, que ficava linda sob a forte chuva que caía. Era engraçado, pensou, morara por quase toda a vida na fortaleza vermelha, mas jamais andou pelas ruas da cidade a pé, como fazia em Pedra do Dragão. A vista, mesmo que visualizada milhões de vezes, era de um local completamente desconhecido para ela. Não conhecia as pessoas, os estabelecimentos, a vida por ali, e julgou que nem sua mãe e muito menos seus tios... talvez nem seu avô, o próprio rei, tenha jamais pisado seus pés em rua alguma. Aquilo era muito estranho de pensar.
Um trovão rugiu, fazendo-a cair em si e dar-se conta da extensão de seus pensamentos, notando que já passara da hora de se deitar e dormir, ou pelo menos de tentar fazer isto, uma vez que não estava em nada com sono. Afinal, um dia agitado como o que tivera gerava certa dificuldade de se desconectar, e hoje fora um longo dia para a menina.

Após o episódio com seu avô, que lhe sugou emocionalmente, bem como o treino com seu tio, que quase lhe arrancou a cabeça por diversas vezes, ela ainda foi usada por sua mãe, juntamente de Rhaena, como um apelo emocional para com sua avó Rhaenys. Anya não julgava Rhaenyra por isso, afinal, não era justo o que estavam fazendo com ela e com Luke, e para tanto, ela faria o possível para reverter aquilo. Ela precisava do apoio de Rhaenys para com a legitimidade de seu filho, e uma vez que tanto Rhaena como Anya eram, para a avó, filhas legitimas de seus dois falecidos filhos, sor Laenor e lady Laena, eram então para ela sangue de seu sangue, membros da família e para tanto, pessoas no qual valia a pena a defesa. Ela não soube se aquele apelo funcionou, de fato, pois deixou que as duas conversassem sozinhas, e não viu mais sua mãe depois destas coisas. Passou então a tarde na companhia de suas amadas primas, filhas de Daemon, finalmente podendo ver Baela depois de muito tempo, e como estava bela e crescida! Anya e Rhaena fizeram diversos penteados em suas madeixas alvas e cacheadas, e as três aproveitaram a estadia para fazerem coisas de garotas.

Mas agora, já solitária, encontrou-se enfim deixando os problemas embaçarem sua mente. Não sabia o que ocorreria amanhã, e vindo da rainha e da mão, não esperava uma decisão muito favorável à sua família. Se ao menos seu avô pudesse se assentar ao trono... ela rolou os olhos com aquele pensamento. Era impossível. Os dias de trono do bondoso Viserys haviam terminado, isso era fato. O bom homem mal se aguentava sentado em sua cama sem sucumbir em dor agonizante, quem dirá em um assento feito de espadas. Aquilo estava por cortar o coração de Anya mais do que uma lamina de aço valíriano.

Eram tantos problemas, e o pior deles era sempre o que se recusava a deixar sua mente: Aemond.

Seu sorriso perverso invadia a mente da Velaryon com frequência, causando-lhe um arrepio na espinha. As memórias de anos atrás inundavam sua mente por todas as vezes que via aquele maldito tapa olho. Estar no mesmo teto que ele lhe causava uma sensação de completo alarme, vendo-se obrigada a ficar em alerta o tempo todo, como em um jogo cruel, onde o mais fraco seria reduzido as cinzas. E por alguma razão doentia, aquilo a estimulava como nenhuma outra coisa.

Anya gostava de desafios, isso era óbvio. Aventuras e eventos perigosos lhe saltavam os olhos, e de tudo de louco que havia feito em sua vida, desde tentar domar um dragão sanguinário à sobrevoar o céu além da muralha, cruzar seus olhos com os de Aemond era ainda o que mais fazia seu coração palpitar, e ela não entendia por quê. Sua cabeça virava um campo de batalha quando se tratava de seu tio, com em uma guerra de ideias e pensamentos tão antagônicos uns dos outros que não fazia ideia do que pensar, e isso estava a fazendo quase beirar a loucura.

Se levantou de sua cadeira, caminhando até a mesa onde um cálice de água repousava. Bebericou, tentando esfriar a mente, respirando fundo. Sete Infernos , precisava dormir.

Mas algo a impediu. A porta de seus aposentos fora aberta, e por ali, a figura de Mylena se fez presente, vestida com a capa das serviçais, com os olhos negros um tanto alarmados.

Ela fez uma reverência — Minha princesa.

— Mylena — disse, confusa com a presença dela tão tarde da noite — Está tudo bem?

Ela balança sua cabeça — Não, minha princesa. Vossa alteza me pediu para que eu sempre lhe deixasse informada sobre as coisas que descobrisse enquanto estivéssemos em Porto Real.

Anya assentiu, assentando-se na cama e indicando que ela se sentasse também. A mulher abaixou a capa, fazendo como pedido — Sor Vaemond — ela disse — todos estão dizendo que ele passou a tarde toda reunido com o pequeno conselho.

Aquilo confirmou tudo que ela já vinha desconfiando. É claro, pensou, a rainha e a mão irão endossar a petição do homem. Com ele no trono de madeira, a casa Velaryon não será mais aliada de Rhaenyra, e sim e Alicent, além de que, com Luke ilegítimo, o próprio direito ao trono de ferro de sua mãe poderá ser revogado.

E Aegon assumiria como rei.

Anya se sentiu enjoado, levantando-se rapidamente — Isso é um complô. Viemos em direção a nossa guilhotina.

Mylena acudiu a menina — Minha princesa, você está pálida. Sente-se...

— Não posso, não posso me sentar, eu... — ela rodava seus olhos roxos por todo o local, tentando pensar no que faria para reverter aquela catástrofe.

Só havia uma pessoa capaz de parar aquilo.
Sem nem mais raciocinar, Anya calçou suas galochas, indo em direção a porta — Se alguém perguntar por mim, diga que fui para o quarto de minhas primas.

— Princesa, para onde está indo? — a serviçal pergunta com enorme preocupação.

Ela não se vira, apenas dizendo — Falar com meu avô.

E deixou seus aposentos, marchando decidida pela escuridão da fortaleza vermelha ainda de camisola, mirando em direção aos aposentos reais. Quando chegou pela porta, um cavaleiro estava a guardando, e Anya, que sempre possuía permissão para entrar, pediu que ele abrisse-a calmamente, para não assustar o homem, caso estivesse dormindo. E assim foi feito, sendo aberta com praticamente nenhum ruído, permitindo a passagem de uma silenciosa Visenya.

O quarto estava completamente escuro, sem nenhuma vela queimando, mas as janelas estavam curiosamente abertas, e por isso, o ruído da forte chuva se fazia presente e a luz dos relâmpagos que inundavam o céu iluminavam fracamente o recinto. Ela seguiu em calmos passos até a cama do rei, mas antes que fizesse seu corpo visível, pairou por de trás das cortinas, estática ao perceber algo.

Havia alguém ali, ao lado de seu avô.

Anya tentou observar quem era, aproximando-se na ponta dos pés, assustando-se com a figura que ali se fazia presente.

Era sua mãe.

Rhaenyra, sem perceber a presença da filha do local, estava assentada ao lado de seu doente pai, logo a frente da janela aberta, onde os ventos rodopiavam para dentro do local e balançavam seus cabelos, que estavam soltos, bem como sua camisola. Ela observava o homem com olhos tristes, e enfim, levou sua mão até a dele, segurando-a. Em certos primas, Anya sentia como se estivesse olhando para uma versão de si mesma em um futuro distante.

Em voz abafada, respirando pesadamente, Viserys exala — Alicent? Ah, Alicent...

— Não, é a Rhaenyra, pai.

Aquele nome dito em meio aos trovões e pingos pareceu ter acalmado o coração do velho homem — Rhaenyra — repetiu, como se aquilo fosse a palavra mais doce do mundo.

A mulher ficou em silêncio por um tempo — A Canção de Gelo e Fogo — ditou aquilo de repente, e aquela frase fez os pelos de Visenya se eriçarem, por alguma razão — Você acredita que é verdade?

A respiração de Viserys se torna mais intensa. Seus olhos permanecem fechados — O sonho de Aegon.

Sonho de Aegon? Ela não entendia sobre o que estavam falando, mas deveria ser algo muito importante, pois ambos pareciam tensos e sérios.

— Você me disse — a voz de sua mãe soou, e parecia controlada para que não sucumbisse em lágrimas — que era nosso dever manter o reino unido contra o inimigo. Mas, ao me nomear sua herdeira, você dividiu o reino.

Ela suspirou, finalmente deixando suas emoções tomarem conta — Eu pensei que quisesse isso. Mas o fardo é muito pesada — e seus olhos marejaram. Ela se lamentou, sussurrando para si mesma — É muito pesado.

O rei, mesmo parecendo completamente confuso e mortificado de dor, remexeu-se calmamente na cama, ainda de olhos oclusos — Minha... minha única filha.

Uma pequena lagrima rolou no rosto de sua mãe — Se quer que eu suporte isso, então me defenda.

Ela rogou, implorando — E a meus filhos.

Por um segundo, ela esperou a reação de seu pai, mas era inútil. Sua cabeça não estava clara; ele não compreendia bem o que estava sendo dito, por isso, apenas emitiu sons sem sentido, como se tentasse sem sucesso formar uma frase.

E os trovões cantavam.

Rhaenyra então chorou. Abaixou sua cabeça, colocando as mãos no rosto e se permitindo derramar lagrimas de sofrimento. E sem que percebesse, Visenya estava chorando também. Nunca vira sua mãe tão frágil como naquele momento, e partiu seu coração. Queria poder ser forte por ela e enfrentar tudo e todos, mas era só uma menina.

Depois de algum tempo, sua mãe deixou o quarto, e cautelosamente Anya saiu seu esconderijo por de trás das cortinas. Não diria mais nada a seu pobre avô... sua progenitora falara o suficiente. Para tanto, apenas apanhou sua mão, beijando o anel de sua família que sempre se assentava ao dedo magro do homem. Lagrimas lhe corriam as bochechas.

— Visenya... — ele murmurou, tão baixo e abafado que parecia estar sonhando — minha joia... minha única neta...

Ela sorriu em meio a tristeza — Estou aqui, vovô. Jamais sairei.

Ele exalou — Visenya... ah...

Depois daquilo, nada mais ele pode dizer. Ela repousou a mão dele sobre a colcha, beijando sua testa no momento em que um raio atingiu uma montanha longe dali, finalmente deixando o quarto.

A princesa andou pelos corredores, ainda com olhos molhados e rosto inchado e vermelho, atravessando a passarela e indo na direção do bosque sagrado. A chuva forte caia enraivecida pela copa dos folhas do represeiro, e a luz dos relâmpagos decoravam as densas nuvens. Em poucos segundos, ela já estava completamente encharcada, mas gostou daquilo. Fechou seus olhos, mirando o céu, deixando que a agua lavasse todas as suas lamentações, dores e preocupações. A natureza era sempre o que lhe acalmava e lhe dava propósito, e não poderia ser diferente. Era uma filha do fogo, da agua, da terra e do ar, acima de tudo.

Ficou daquela forma por um longo tempo, até que, de repente, sentiu seu ombro ser puxado com força descomunal, tirando-a de baixo do vendaval e trazendo-a para o seco, isto é, para dentro do castelo coberto. Assim que ela focou sua vista com dificuldade na figura que a segurava em meio a escuridão, nao evitou ficar muito supresa.

Era Aemond.

Estava completamente molhado, e suas roupas negras de sempre pareciam muito mal colocadas, como se houvessem sido vestidas as pressas.

— Está ficando maluca, Visenya? — sua voz era raivosa — Sete infernos, o que está fazendo aqui?

Ela não sabia o que responder. Estava muito confusa, por isso balançou os ombros — Quis ver a chuva de perto, eu acho.

— Acha?! — seu tom era de quem falava com uma completa idiota — Aqui, em pleno ar livre? Você é a prova de fogo, não de raios. Deuses... a idade não te fez ficar menos tonta, eu vejo.

Ela puxou seu braço para longe da mão dele, nervosa com os insultos — Eu não pedi a sua ajuda.

— E eu não perguntei se pediu. Ande, vamos sair daqui antes que alguém nos veja juntos... — voltou a segurar o braço dela, se pondo a andar — caso contrário, irão inventar histórias.

Anya não evitou rir ironicamente em voz bem baixa — Teme que digam que somos amantes secretos, tio? Seria bem engraçado, não acha? Se nos encontrassem e pensassem que estávamos fornicando juntos.

Ele continuou com a feição séria, olhando para frente com o maxilar travado — Não seria nada engraçado.

— Ah, eu riria bastante. É isso que está faltando em você, tio.

Uma sobrancelha dele se ergueu — Fornicar com você, Visenya? Está me fazendo um convite?

Sarcasmo, é claro. Ele gostava de provoca-la para deixa-la desconfortável, vulnerável. Ela rolou os olhos, sentindo suas bochechas arderem — Rir, Aemond. Está lhe faltando rir.

— Eu rirei amanhã — falou em tom frio, porém divertido — quando seu irmão bastardo perder o único título que possuí.

Ela sentiu vontade de agredi-lo ali mesmo, mas manteve sua calma, dizendo — Veremos, tio.

Ele emitiu apenas um som indecifrável, seguindo com ela pelos corredores, como se carregasse um prisioneiro para sua cela.

Ela quebrou outra vez o silêncio, dizendo — Como me achou?

— Meus aposentos possuem vista para o represeiro.

— E por que você só não me deixou ser acertada por um raio para torrar e morrer de uma vez?

Não houve resposta. Ela se perguntou se ele apenas estava farto daquela conversa e sem paciência para replica-la, ou se a resposta que possuía não pudesse ser dita em voz alta sem que soasse... cuidadosa.

Ele se importava com ela?

Não, Anya, que ideia ridícula. Provavelmente ele só quer prolongar seu sofrimento, impedindo-a de morrer antes que veja sua família ser humilhada no tribunal amanhã. Sim, isso era muito a cara dele.

Mas aquilo não a convenceu. Ficou observando-o de lado, tentando entender o que se passava em sua mente, e isso não demorou a irrita-lo — Diga o que está pensando de uma vez, mulher. Sete infernos...

Ela não era mais a criança de antigamente. Não tinha medo de falar o que pensava — Lembra-se daquela vez que disse que não se importava comigo, e que meu nome nem cruzava sua mente.

— Lembro.

Ela mordeu o interior de sua bochecha.

— Ainda é verdade?

Aquilo o fez parar de andar, se virando para ela com leve surpresa em sua íris — Por que está me perguntando isso?

Anya deu de ombros. Não sabia explicar o porquê, mas queria muito saber.

Ele demorou alguns segundos para responder:

— Você também me disse aquele mesmo dia que ninguém jamais iria me amar — recordou também, mas não parecia movido com aquilo, como se não lhe afetasse — falou a verdade?

Ela ponderou — Não.

Um silêncio se fez, até que disse — Idem.

E voltou a caminhar com ela, enfim atingindo seus aposentos. Ele a deixou ali, pairada pela porta, recuando alguns passos de ré antes de dizer — Bons sonhos, sobrinha.

E seu único olho emitiu um brilho perverso antes de se virar e sumir entre o breu na noite.

Anya ficou pensando sobre aquilo por toda a noite após ter sua camisola trocada por Mylena, e finalmente dormiu tarde, tendo que acordar poucas horas depois daquilo para o tão temido tribunal. Sua criada invadiu o local, abrindo as janelas e revelando um dia levemente nublado, mas sem chuva, estando bem menos deprimente do que na noite passada. Fora perfeitamente banhada e perfumada, trajando seu mais belo vestido azul. Seu cabelo fora deixado quase completamente solto, apenas com uma pequena porção amarrada por de trás do cabelos em duas tranças. Para finalizar, ela apanhou seu colar inestimável da rosa da Donzela, e sua criada não compreendeu a fixação que ela possuía pelo adorno, uma vez que fora dado com más intenções pela rainha.

— Mantenha seus aliados por perto, e seus inimigos mais perto ainda — foi o que explicou.

Já pronta, deixou seus aposentos, se juntando a sua família na sala do trono. Era a única dentre eles que vestia as cores dos cavalos marinhos, e aquilo agradou tanto sua mãe quanto sua avô Rhaenys: era um símbolo claro de que, independente do que estava sendo dito nas petições, ela era uma Velaryon, e nunca negaria aquilo. A direita do trono estavam os negros, estendendo-se orgulhosos enquanto aguardavam o início, ao passo de que à esquerda, os verdes se alocavam com olhares fixos, e ao lado deles estava Sor Vaemond e sua frota de azuis, junto de Baela e Rhaenys, que não pareciam contentes de estar ali. De toda forma, Anya apertou a mão de seu irmão Luke, que estava completamente suada; o pobre garoto estava mais tenso do que qualquer um ali.

E isso a deixou nervosa.

Encarou a rainha Alicent com os olhos violáceos pegando fogo, e recebeu um sorriso em retorno, levando seu olhar até seu colar, falhando por um instante antes de desviar.

Sor Otto Hightower então se põe a andar até o trono de ferro, e mesmo que aquilo fosse o procedimento correto na ausência do rei, ela ainda era incapaz de não achar aquilo alarmante, como a visão de abutres se aproveitando de uma carniça.

O lorde Mão seguiu com seu discurso — Embora seja a grande esperança desta corte que Lorde Corlys Velaryon sobreviva a seus ferimentos, nós nos reunimos aqui com a tarefa de lidar com a sucessão de Derivamarca. Como Mão, falo com a voz do Rei sobre este e todos os outros assuntos.

Anya sentiu vontade de rugir assim como um dragão. Fala com a voz do rei? Que piada de mau gosto era aquela? Seu avô nem mesmo ouviria qualquer petição que colocasse em jogo a legitimidade de seus netos.

Mas a mão era ardiloso. Para tanto, enfim assentou-se ao trono de ferro, dizendo — A coroa agora ouvirá as petições. Sor Vaemond da Casa Velaryon.

Seu tio-avô então deixou sua posição, caminhando até se encontrar de frente para o trono. Como sempre, usava trajes azuis e prateados, com suas tranças platinadas caindo pelas costas e barba. Ele deu um breve olhar para Rhaenyra antes de seguir com sua petição.

— Minha rainha. Meu Lorde Mão — e cumprimentou-os com a cabeça — A história de nossas casas nobres se estende além dos Sete Reinos até os dias da antiga Valíria. Enquanto a Casa Targaryen governa os céus, a Casa Velaryon governa os mares. Quando a Perdição caiu sobre Valíria, nossas casas se tornaram as últimas de nossa espécie. Nossos antepassados ​​vieram para esta nova terra, sabendo que se eles falhassem, isso significaria o fim de suas linhagens e seu nome. Eu passei minha vida inteira em Derivamarca defendendo o posto do meu irmão. Eu sou o parente mais próximo de Lorde Corlys, sangue do seu sangue. O sangue verdadeiro e inegável da Casa Velaryon corre em minhas veias.

Aquela provocação nas entrelinhas foi o bastante para fazer Rhaenyra se fartar, dizendo — Assim como corre na dos meus filhos, descendentes de Laenor Velaryon. Se você se importasse tanto com o sangue de sua casa, Sor Vaemond, não seria tão ousado a ponto de suplantar seu legítimo herdeiro. Não, você só fala por você e por sua própria ambição.

E todas as pessoas presentes no local viraram seus rostos para a herdeira, que imediatamente foi repreendida pela rainha.

— Você terá a chance de fazer sua própria petição, Princesa Rhaenyra. Faça a cortesia de permitir que Sor Vaemond seja ouvido.

Mesmo com feição nervosa, sua mãe fez o que foi pedido. Silêncio se instaurou enquanto sor Vaemond calmamente virava sua atenção da Mão e da rainha para Rhaenyra, com expressão um tanto soberba.

— O que você sabe sobre sangue Velaryon, princesa? Eu poderia cortar minhas veias e mostrar a você e ainda sim não reconheceria — ele falava aquilo com tanta calma e obviedade, como se explicasse para uma criança — Trata-se do futuro e da sobrevivência da minha casa, não da sua.

Anya viu o rosto de sua mãe ficar contido, embora fervesse em ódio. O homem voltou sua atenção para o trono — Minha Rainha, meu Lorde Mão. Isso é uma questão de sangue, não de ambição. Coloco a continuação da sobrevivência da minha casa e da minha linhagem acima de tudo. Humildemente me coloco diante de vocês como sucessor de meu irmão... o lorde de Derivamarca e Senhor das Marés.

Terminado sua petição um tanto afrontosa, o homem enfim recuou, lançando um ultimo olhar aos negros antes de voltar para sua posição. Anya observou-o com desdém, logo voltando sua atenção aos verdes, que pareciam muito satisfeitos com o que fora dito. Aemond olhava para ela com tanto prazer que ela pensou que a qualquer momento soltaria uma gargalhada.

— Obrigado, Sor Vaemond — disse a mão — Princesa Rhaenyra, agora você pode falar por seu filho, Lucerys Velaryon.

Ainda parecendo absolutamente incrédula pelo que estava sendo forçada a se prestar, Anya viu sua mãe calmamente tomar o local a frente a coroa, observando rapidamente o chão como quem tentava conter um palavrão e enfim erguendo o rosto. Demorou alguns segundos antes de iniciar sua argumentação.

— Se devo agraciar essa farsa com alguma resposta, começarei lembrando ao tribunal que quase 20 anos atrás, neste exato...

Mas sua mãe não pôde concluir sua petição, pois naquele momento, os grandes portões da sala do trono foram abertos.

Todos viraram sua atenção até a entrada, murmurando suspeitas de quem seria. Anya girou seu corpo para tentar visualizar quem seria a pessoa que se achava no direito de interromper algo tão importa, quando viu uma cavalaria de diversos guardas adentraram, com um deles anunciando altamente:

— Rei Viserys da Casa Targaryen, o Primeiro de Seu Nome, Rei dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Senhor dos Sete Reinos e Protetor do Território!

Anya quase deixou seu queixo cair quando viu entre os soldados a figura de seu velho e bom avô Viserys, caminhando lento e encurvado em meio a eles, respirando pesadamente enquanto tentava seguir em frente sem cair. Vestia roupas reais vermelhas, e em seu rosto, uma mascara de ouro estava assentada cobrindo a metade da face pálida e doente, e sua coroa estava repousada em sua cabeça de ralos cabelos brancos. Ele parecia sentir dor a cada movimentação de seus membros, mas corajosamente mantinha-se firme.

E não houve uma pessoa no local que não se surpreendeu com aquilo, ou que não se emocionou. Cada vez que ele dava um passo adiante, mais Visenya sentia a vontade de ir de encontro a ele para abraça-lo. Quando o rei passou por sua família, pela primeira vez em toda trajetória, virou sua cabeça, encarando firmemente os olhos de sua primogênita, antes de seguir adiante. E com aquele pequeno gesto, Anya entendeu tudo.

Ele estava ali por ela.

Na noite anterior, Rhaenyra rogara a ele por ajuda, e Viserys havia ouvido e vindo em sua defesa. O amor incondicional por sua filha o fizera encarar a dor para que pudesse estar ali hoje, a protegendo.

Aquilo deu-lhe uma dose de felicidade e coragem, fazendo-a conter um sorriso e erguer mais ainda a cabeça.

Ao chegar ao lado de sor Otto, ele disse ofegante — Eu vou sentar ao trono hoje.

Parecendo um tanto chocado, sor Otto apenas diz — Vossa graça — e troca olhares alarmantes com sua filha, a rainha.

Viserys então começou a subir o caminho até o trono, gemendo altamente devido ao tremendo esforço que fazia. A Mão tentou lhe prestar ajuda, mas ele recusou, alegando que ficaria bem. Era questão de honra, Anya constatou. Ele queria fazer aquilo por si só, para provar a todos que ainda era o rei e um homem inteiro. Mas era muito difícil para suas condições, e para tanto, em meio a suor, dor e ganidos, ele se curvou tanto que sua coroa caiu de sua cabeça, rangendo ao atingir o chão, e por um segundo ele cessou seu avanço, recuperando o fôlego.

Ele não conseguiria.

Mas Daemon foi a seu encontro. Colocou seus fortes braços ao redor dos do irmão.

— Eu disse que estou bem. Ah... — e assim que viu quem estava lhe prestando a ajuda, silenciou-se.

Daemon assentiu para ele — Vamos — e Viserys voltou a prosseguir — Firme.

E com muito esforço, mas agora ancorado em seu irmão, o rei enfim alcançou o trono de ferro, se sentando enquanto arfava ruidosamente. Daemon apanhou a coroa ao chão, com calma pondo-a novamente sobre a cabeça do homem.

E lançando um ao outro um último olhar recheado de emoção, Daemon voltou ao lado de sua família.

Todos ficaram a esperar a deliberação do rei, que iniciou sua fala com pouco fôlego — Devo... admitir... minha confusão. Não entendo por que petições estão sendo ouvidas sobre uma sucessão já estabelecida. A única presente... que pode oferecer uma visão mais aguçada dos desejos de Lorde Corlys é a Princesa Rhaenys.

Finalmente, a atenção foi toda para sua doce avô, que se encontrava ao lado de Baela, quieta e com classe, que imediatamente pareceu satisfeitíssima com aquilo — De fato, Vossa Graça.

Rhaenyra imediatamente recuou para seus familiares, permitindo que Rhaenys tomasse seu lugar em frente a coroa. A mulher então disse sem demora:

— Sempre fora a vontade do meu marido que Derivamarca passasse de Sor Laenor para seu verdadeiro filho... Lucerys Velaryon — ela olhou seu neto brevemente — Ele nunca mudou de ideia. Nem o meu apoio a ele — ela pareceu então ter se lembrado de algo importante — Na verdade, a princesa Rhaenyra acaba de me informar de seu desejo de casar seus filhos Jace e Luke com as netas de Lorde Corlys, Baela e Rhaena. Uma proposta com a qual concordo plenamente.

Tanto Rhaena quanto Baela exibiram sorrisos singelos com aquela declaração, assim como seus irmãos. Anya sentiu uma felicidade inexplicável pelo desenrolar das coisas.

Todos aguardaram então a decisão do rei, que assentiu com todas aquelas palavras — Bem... o assunto então está resolvido. Novamente, reafirmo o príncipe Lucerys da Casa Velaryon como herdeiro de Derivamarca, do Trono de Madeira e o próximo Senhor das Marés.

Anya permitiu-se sorrir altamente, apertando a mão de Luke com mais força. Tribunal encerrado, caso ganho. Um enorme peso saiu de suas costas. Rhaenys voltou até sua neta Baela, lançando um breve sorriso a seus netos e a Daemon e Rhaenyra.

Tudo acabara bem.

Entretanto, cantara vitoria antes da hora, pois sor Vaemond não pareceu contente com o resultado. Sua voz chiou em meio aos sons presentes, dizendo com nervosismo, embora controle:

— Você infringiu a lei... e séculos de tradição para instalar sua filha como herdeira.

Silencio se estabeleceu. Sor Vaemond vagarosamente andou em direção a coroa — Mas você ousa me dizer quem merece herdar o nome Velaryon? Não! Eu não vou permitir.

Oh-ou. Por ali vinham problemas.

Permitir? — seu avô repetiu, com tom agudo e incisivo, digno de um rei — Se ponha no seu lugar, sor Vaemond.

Sor Vaemond, após um segundo de silêncio, ergueu seu indicador até Luke, berrando — AQUILO não é um verdadeiro Velaryon, e certamente não é nenhum sobrinho meu!

Murmuros em surpresa foram ouvidos por todo salão, fazendo Rhaenyra imediatamente replicar com severidade —Vá para seus aposentos! Você já disse o suficiente!

— Lucerys é meu neto legitimo — Viserys diz, furioso — E você... não é nada além de um segundo filho de Derivamarca.

— Você... pode administrar sua casa como achar melhor... — Vaemond ainda dizia com tom inteiramente desrespeitoso — mas não decidirá o futuro da minha! Minha casa sobreviveu à Perdição e a milhares de tribulações além desta! E que se danem os deuses... Eu não vou ver o fim dela por causa de uma...

E olhou nos olhos de sua mãe, que mantinha-se firme, de queixo erguido. Daemon, mortalmente calmo, diz em baixo tom — Diga.

Anya engoliu seco. Que os deuses os ajudem.

Sor Vaemond, mirando Rhaenyra, diz — Seus filhos... — e berra — SÃO BASTARDOS! — e vira-se para Viserys — E ela... é uma meretriz!

A multidão fica ofegante, espantada com o ultraje que fora proferido em frente ao rei. Viserys bufou como um animal selvagem, se erguendo. Com o braço tremendo, puxou sua adaga do coldre, levando-a ao ar, completamente colérico — Eu... vou arrancar sua língua por isso.

Mas antes que pudesse fazer aquilo, a cabeça de sor Vaemond foi decepada pela metade, fazendo seu tronco, agora morto e esguichando sangue, tripas e uma longa lingua, cair ao chão, expondo a figura de Daemon atrás dele, que segurava a ensanguentada Irmã Negra em mãos. Todos presentes reagiram assustados com o assassinato, mas Anya não moveu um músculo, observando-o tombar no chão com a face inexpressiva.

— Ele pode ficar com a língua — Daemon diz.

Anya levantou seus olhos até os verdes, vendo seu tio Aemond lhe encarando, como quem esperava vê-la se assustar com a cena.

Mas ela manteve-se firme.

Garota errada.

— Desarme-o! — os soldados jurados ao trono de madeira disseram.

Mas Daemon recuou, limpando sua espada e abaixando-a — Não há necessidade.

Encerrado definitivamente aquele assunto, Viserys desabou em cima do trono, gemendo em dor pelas atividades que se prestara. Alicent imediatamente correu em seu socorro, o segurando.

— Chame os meistres! — berrou.

— Pai? — Rhaenyra diz, tentando se aproximar dele.

Mas o rei começa a ser retirado do salão ao lado de sua esposa, que lhe roga: — Por favor, meu amor. Você deve tomar algo para a dor.

— Eu não vou nublar minha mente — diz — Preciso... acertar... as coisas.

E desta forma, Viserys deixou a sala do trono, tendo salvado sua família daqueles que a queriam vê-la pelas costas.

Enquanto todos se retiravam do salão, Anya ficou observando o cadaver frio de sor Vaemond pelo chão do salão por alguns segundos. Era a primeira vez que havia visto um homem ser morto, e francamente, não estava assustada. Era como se houvesse nascido pronta para aquilo.

— Não olhe para os olhos de um falecido, princesa — Rhaena diz, pegando sua mão para guia-la para fora do local — dá má sorte.

Anya negou com a cabeça — Nós fazemos nossa própria sorte, Rhaena. Não os mortos.

E se deixou ser guiada por ela para longe, enfim pondo um fim na cerimônia que marcaria de uma vez por todas o início do fim.

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