— Eles estão desconfiados de traidores. – Jace afirma.
— Preciso chegar aos corredores ao leste dos quartos. – Os três me encaram. — Quando Rhaenys esteve aqui, Jim ficou desconfiando dela a partir do momento em que ela esteve em um daqueles corredores, lá tinha uma porta com o brasão Lannister em destaque no centro, quero saber o que tem lá e porque aquele desespero todo. – Jaime começa a explicar que os turnos estão mais longos, no arco de entrada ao oeste do salão principal, apenas quatro guardas revezam, sempre são os mesmos. Faz sentido colocarem ao oposto do primeiro lugar que alguém iria procurar, também é longe da maldita porta "misteriosa".
— Acho que a melhor opção no momento é nos separarmos em duplas. – Jaime afirma. — Dois vão para oeste e dois para leste da fortaleza. – É arriscado? Sim, mas é a melhor opção. Vou com Jace para o oeste da fortaleza, seguimos até o salão principal e de lá entramos nos corredores, são cinco corredores que se abrem após o salão, vemos os dois guardas à postos.
— Está vendo o da direita? – Jace pergunta e eu confirmo. — Conheço ele, o idiota já perdeu inúmeros duelos contra Sor Ardyn, é péssimo em combate, o outro não sei quem é, mas a julgar por seu tamanho e a forma como está posicionado, provavelmente sabe lutar e treina bastante, esse é todo seu. – Ele conclui e sorri, me dando tapinhas no ombro como encorajamento.
Chega a ser patético de tão fácil que foi passar pelos dois idiotas, mas adentrando ao corredor do meio, conseguimos ver mais guardas, ouvimos algumas risadas bem ao fundo do corredor.
— Fique com a espada em mãos. – Ordeno a Jace. — Não deixe nenhum deles fugir, se alertarem a mais guardas, nós estaremos completamente ferrados. – Ele concorda e vai na frente, prefiro seguir pelo corredor à esquerda, há apenas três guardas em uma das portas, vou verificar rapidamente, mesmo tendo como objetivo apenas o resgate, podemos dar uma olhada e coletar o máximo de informações possíveis.
Sem dificuldade alguma, derrubo os três, um deles até conseguiu gritar por ajuda, mas Jace também ouviu e executou o suporte dele rapidamente.
— Não da para passar por lá sozinho, contei pelo menos dez deles. – Quando eu ia respondê-lo, ouvimos um barulho alto e muitos passos, abro a porta e puxo Jace para dentro do cômodo. Ficamos grudados na porta para conseguir ouvir o que estão falando lá fora, alguns gritam, parecem estar desesperados.
— Na sala do dragão, vai para lá agora. – Sala do dragão? Jace olha para mim com o cenho franzido.
— Eles invadiram, fiquem a postos, não deixem ninguém entrar. – Uma porta bate com força.
— Você ouviu sala do dragão também? Por que dariam um nome desse para uma sala na sede Lannister? – Jace começa. — Acho que já sabem que estamos aqui, devem ter visto Daemon e Jaime.
— Precisamos de mais tempo. – Ouço um barulho na sala em que estamos.
— Ouviu isso? – Jace sussurra e eu assinto. Olhamos em volta, parece uma sala pessoal, há estantes, uma mesa bem centralizada na direção da sacada, em cima dela há muitos papéis, um mapa de Westeros. Jace começa a vasculhar as coisas, vou até a mesa e olho os papéis, não tem nada demais, apenas alguns tratados, monitoramento de negociações de mercadorias e mais algumas besteiras políticas.
— Aemond. – Me viro e vejo Jace com um pedaço de madeira na mão, tem um pequeno buraco bem no meio da estante, como um esconderijo, ele enfia sua mão dentro do buraco. — Tem alguma coisa... Parece até uma alavanca.
— Puxa com força. – Falo para ele. Antes que ele consiga fazer isso, ouço a porta se abrir, imediatamente vou para trás dela.
— Ei, o qu... – Assim que ele entra falando, já fecho a porta e o derrubo. O homem tenta se debater, mas bato nele forte o suficiente para apagá-lo.
— Puxa logo. – Jace faz força, mas não acontece nada.
— Talvez não seja para puxar e sim empurrar. – Quando ele faz isso, a maldita estante se move como uma porta, tem uma escada que leva para um andar superior que estava escondido.
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Depois de amarrar o idiota, escondemos ele na sacada e lacramos a porta, para que mesmo se ele acabar conseguindo se soltar, não dê para entrar na sala de novo, finalmente subimos para o andar secreto, chegando no topo da escada, há um único corredor com uma porta no final.
— Esse lugar me causa calafrios. – Jace afirma.
— Nem me fale, vamos logo. – Chegando de frente para a porta, tivemos um pouco de dificuldade para abri-la, estava muito emperrada, mas assim que abrimos, Jace vai na frente e é atacado assim que se distancia de mim, sendo jogado no chão, a iluminação do cômodo está tão fraca que não consigo ver quase nada, ouço Jace reclamar e um barulho alto, uma espada caindo, provavelmente é de Jace, vou na direção em que ele estava, mas sou atingido com força no rosto.
— AEMOND, MERDA, CADÊ VOCÊ? – Ouço Jace gritar, quando vou responder, sinto uma mão em mim e a voz de Lucerys.
— Aemond? Jace? São vocês? – Inacreditável, são os dois idiotas.
— Sim, viemos buscar vocês, seus idiotas. – Jace responde. – Assim que me levanto, já caminho de volta para a porta, escancarando ela e chamando a atenção deles, já que no corredor está mais claro.
Assim que Luke sai, consigo ver o seu rosto cheio de hematomas, um corte no supercílio e outra na têmpora, seu lábio superior está inchado, ele tomou uma surra, e ele toma uma atitude que eu não esperava, me abraça e se afasta rapidamente.
— Obrigado por ter vindo, acho que nunca fiquei tão feliz em ver você. – Jace sai do cômodo junto com Aegon, meu irmão também está todo machucado, com hematomas por todo o rosto, um enorme roxo no olho esquerdo.
— Vocês estão acabados. – Jace fala e abraça o irmão. Aegon vem me abraçar e lhe dou uma porrada no ombro, depois abraço ele.
— Isso é culpa sua, seu idiota, bêbado e inconsequente. – Ele revira os olhos. — Depois conversaremos, agora precisamos sair daqui.
Descendo a maldita passagem, damos de cara com um guarda, assim que vou atacá-lo, ele retira o elmo e começa a pedir para eu não atacar.
— Sou um dos dorneses. – Vendo melhor o seu rosto, identifico isso. — Temos que sair daqui agora, a coisa está feia ao leste da fortaleza, quase pegaram Daemon e Jaime, Lastof foi ajudá-los. – Esse deve ser o outro dornes, sinto uma mão no meu ombro, é de Luke.
— Como vamos sair sem que nos reconheçam? – Sor Ophell, o dornes, vai até um canto da sala onde tem um baú, ele tira armaduras da guarda Lannister.
— Vistam isso, rápido. – Os dois vestem as armaduras e colocam o elmo rapidamente. O homem verifica a saída e sinaliza para seguirmos ele. — Tem outra saída, consegui descobrir com um dos patrulheiros, eles usam para... usam para encontrar algumas servas. – A voz dele sai carregada de nojo.
Essa saída da para o pátio que fica a pelo menos três corredores da entrada, andamos rapidamente, vários guardas passam por nós, todos correndo, fazemos o mesmo, está tudo uma completa confusão, o que ajuda, já que ninguém irá se preocupar com alguns guardas...
Chegando próximo a porta de saída, entendemos o motivo daquele desespero, Daemon e Jaime estão lutando, foram descobertos mesmo, ao pé de meu tio já tem pelo menos oito caídos, Jace corre para ajudá-los.
— Tire os dois daqui, vá para o ponto de encontro. – Falo para Ophell, eles insistem que devem ficar para ajudar, mas Daemon grita a mesma coisa, ordenando a retirada deles daqui. O homem puxa os dois para fora de Rochedo, vejo Lastof indo ao encontro deles, ele sinaliza para meu tio, corro para ajudar Jaime, que fora cercado por pelo menos cinco guardas, mato dois e deixo um desacordado, os outros dois ele mata, levamos a luta para fora de Rochedo, assim podemos ter uma chance de fugir, precisaremos despista-los em Lannisporto, mas antes temos que dar tempo dos dorneses esconderem Aegon e Luke.
— ATRÁS DE VOCÊ AEMOND. – Jace grita, me virou com tudo, minha espada desliza na garganta do homem, vejo mais dois vindo para cima, já corro ao encontro deles, rasgo a barriga de um e afundo a espada no rosto do outro, cravando em seu olho.
— Nós precisamos sair logo, eles foram chamar reforços, é agora ou nunca. – Jaime afirma.
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Entramos em uma rua estreita, há inúmeras lojas de ferreiros, espadas expostas para venda, entre outras armas, seguimos o mais rápido possível, chegamos próximo a praça central de Lannisporto, já avistamos guardas que estão nos caçando, Jaime indica uma entrada, um beco que leva até uma das ruas de acesso ao porto da cidade, mas antes que todos consigam entrar, Jace é atingido por uma flecha em sua perna e outra em seu ombro.
— Eu vou apoiar ele em mim, fiquem atrás para nos dar cobertura. – Falo para meu tio e para Jaime, eles assentem. – Quebro as duas flechas ao meio, tirá-las fará um rastro maior de sangue, e apoio ele em mim, tentamos sair dali o mais rápido possível, ouço gritos de guardas dizendo que nos localizaram, assim que conseguimos chegar a rua do porto, já avisto Sor Lastof, ele corre para me ajudar, apoiando Jace do outro lado.
Somos guiados até outra taverna, uma mais afastada da rua principal, é em um beco onde há vários homens caídos de tão bêbados, passamos por uma casa de prazeres e subimos para o último andar dessa taverna, Lastof abre a porta de um quarto, só que ele está vazio.
— Onde eles estão? – O homem vai até o canto do quarto, puxa um pedaço de madeira na base da janela, abrindo uma passagem ao lado dela.
— Aqui dentro, é uma passagem para o subterrâneo, Lannisporto é como uma segunda fortaleza vermelha, só que muito maior. – Continuo segurando Jace e assim que entramos, ele fecha a passagem atrás de nós e começamos a caminhar para fora da cidade.
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Boa noite❤️❤️
Confiram se leram os capítulos anteriores...
Postei um vídeo no tiktok, vão lá ver, Daemon e Nyra vendo Rhaenys e Aemond trocando olhares🤣🤣😍😍
Tiktok: @rhaenyra_tg