Lannisporto
Deixei Vhagar em Carvalho Velho e segui para Lannisporto, próximo à entrada da cidade, já tinham muitos homens patrulhando e verificando quem estava entrando, mas por sorte, Jaime conhece as entradas que contrabandistas e forasteiros usam.
Assim que entro na taverna do porto, já avisto Jace sentado na mesa mais afastada.
— Cadê o Daemon? – Me sento de frente para ele.
— Ele e Jaime foram encontrar dois dorneses que estão infiltrados em Rochedo. – Ele olha para a entrada e fala mais baixo ainda. — Fiquei para esperar você e também para não ficar muito suspeito, eles estão de olho em tudo, Halbrand mandou aumentar as patrulhas da cidade. – Jace levanta e sinaliza para a escada, subimos até o último andar. — Pegamos esses quatro quartos aqui, Halbrand acha que Jaime está em Dorne, ele disse que antes de decidir nos ajudar, tinha dito para o comandante que não viria para Lannisporto de jeito nenhum, seria estranho ele mudar de ideia do nada, logo quando estão com Aegon e Luke presos aqui.
Entramos em um dos quartos e Jace começa a explicar o que Jaime tem em mente.
— A melhor opção será entrarmos como soldados Lannisters, os elmos vão proteger a principal característica de vocês, o cabelo, e como eles não são muito de dar bola para quem os serve, será fácil passar despercebido. Os dois homens de Jaime devem estar entregando o mapa para andarmos por dentro de Rochedo, estou torcendo para que eles saibam a localização exata, mas acho difícil, Jaime tinha dito que Halbrand estava desconfiando de todo mundo, provavelmente só os mais próximos dele sabem.
— Acha mesmo que Jaime está disposto a ajudar e não está tramando nada contra nós? – Pergunto e ele se senta, passa a mão no rosto, suspira e finalmente responde.
— Bom, ele parece ser confiável, mas não sei, tenho um pé atrás com ele, tive a impressão de que tudo isso é mais por interesse. Me diz, por que enviar uma carta para Rhaenys? Ele poderia ter enviado diretamente ao rei, ele não ia recusar a ajuda e o apoio de Dorne, ainda mais quando ele já tinha dito que o acordo com Jaime valia a pena.
— Então você desconfia que ele quer algo com Rhaenys? – Jace cruza os braços e me encara desconfiado.
— Na verdade não, pelo menos não no sentido de casamento ou coisas do tipo. Na realidade, vejo mais maldade na forma como você olha para ela, do que como ele olha. – Só consigo rir, ele continua me encarando seriamente.
— E se eu quiser ela? Vai fazer o que? – Ele levanta bruscamente.
— Só por cima do meu cadáver, Aemond. – Fico cara a cara com ele.
— E se ela me quiser, Jacaerys? Vai fazer o que, bastardo? – Ele fecha os punhos, está doido para me socar, mas antes que possa fazer isso, Daemon e Jaime entram no quarto.
— Aemond. – Jaime me olha da cabeça aos pés. — Que bom revê-lo. – Daemon percebe a irritação de meu sobrinho e já o puxa no canto.
— Jaime, não posso dizer o mesmo. – Me sento na cadeira, logo eles fazem o mesmo, meu tio está de cara fechada. Antes que eles comecem a falar sobre o encontro, conto o que aconteceu na Campina, a traição das duas casas da marca, sobre Daeron e Rhaenys, em como os dois ficaram muito feridos, sobre Ilyas ter pego Rhaenys e praticamente torturado ela.
— Vocês pegaram esse desgraçado? O que fizeram com ele? – Jace pergunta, ele está completamente alterado, com sangue nos olhos.
— Rhaenys o feriu, enfiou um punhal em sua bochecha, eu acho que ele estava envenenado, Ilyas ficou desnorteado e Sor Gusly o matou. – Eles perguntaram sobre o estado dos dois, continuei contando o que se seguiu, expliquei também sobre o apoio da casa Redwyne e o que vamos dar a eles em troca.
— Pelo menos com os Oakhearts e os Redwynes, agora eles tem uma chance de acabar com essa disputa de uma vez por todas. – Jaime comenta.
— Sim. – Daemon fala apenas isso.
Jaime começa a contar que Lyan Lannister está encarregado de cuidar dos dois, dizem que o homem tem prazer em ser cruel, por isso temos que agir logo, além do nosso tempo estar acabando, precisaremos levar a resposta logo, se conseguirmos pegar os dois, essa já será a resposta, se não...
Não sabemos a exata localização dos meninos, mas os soldados acham que é em algum lugar da ala leste de Rochedo, poucas pessoas passam por lá, fecharam as entradas e colocaram guardas para controlar a entrada e a saída, mas tem grandes possibilidades de ser uma armadilha, só que não temos tempo para olhar cada canto daquele lugar, teremos que nos arriscar.
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Rhaenys Targaryen
Bandallon
— Nós realmente precisamos de toda a ajuda possível, meu Lorde. – Lorde Crowen Blackbar parece pensar na possibilidade de enviar uma parte de sua guarda para nos ajudar. Ele não tem obrigação alguma de fazer isso, o rei não enviou uma ordem para isso, o lorde pode recusar e me mandar ir embora, mas torço para que não faça isso. — Não tenho grandes coisas para oferecer, talvez uma punhado de terra da casa Selmy seja o bastante... O que me diz?
— Princesa, por mais que eu queira ajudá-la, não posso deixar minhas terras desprotegidas, não em tempos como esse.
— Não estou lhe pedindo que envie toda a sua guarda, metade já será suficiente, tentarei conseguir ajuda da casa Florent também, só queremos acabar rapidamente com essa disputa por VilaVelha. – Crowen sinaliza para o meistre dele, que logo sai do salão principal de Bandallon, alguns minutos depois ele retorna acompanhado por um homem, bem parecido com o próprio lorde. Ele é alto, esguio, feições leves, poderia dizer facilmente que tem minha idade, seus cabelos estão na altura dos ombros, são de um castanho, quase preto, e seus olhos são de um verde oliva. Esse homem faz uma reverência, pega minha mão depositando um beijo nela.
— Princesa Rhaenys, é um honra recebê-la em Bandallon. Sou Bernan Blackbar. – Olho para Crowen que sorri.
— Que tal um casamento? Seria uma honra unir a casa Blackbar com a casa Targaryen, princesa. – Arregalo os olhos.
— Ah... Lorde Crowen, infelizmente não posso aceitar. – Sua expressão se fecha, ele não gostou nada. — Agradeço que tenha me concedido esse tempo para me ouvir, partirei agora para pedir a ajuda da casa Florent.
— Por que não pode aceitar? Você não foi prometida a ninguém. – Merda, sério?
— Meu lorde, peço que não insista nessa questão, como eu disse, o senhor não precisa enviar ajuda alguma, não foi uma ordem vinda de seu rei, vim apenas para tentar consegui-la, e a única coisa que posso oferecer em troca, é um pouco das terras da casa Selmy, mais nada. Sinto muito por desperdiçar o seu tempo. – Já começo a caminhar para a saída.
— Espere. – Ouço o lorde, me viro e ele bufa. — Vou aceitar sua proposta, quero metade das terras dos Selmys, em troca enviarei metade da minha guarda, os melhores para lhe ajudar.
Assim que terminei de acertar com o lorde, já parti para a Fortaleza de Águas Claras, chegando lá fui recebida por Lorde Alester Florent, que foi muito gentil e não permitiu nem que eu terminasse de pontuar o porque de estar ali, imediatamente disse que metade das forças dele me pertenciam, não chegou a pedir nada, disse que é uma honra ser lembrado por mim, por uma Targaryen que a casa tem tanto apreço.
Lorde Blackbar enviará as forças no mesmo dia, assim como Lorde Florent, a vantagem das terras serem vizinhas é que as duas forças vão se juntar e chegarão como um exército.
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VilaVelha
— Isso é ótimo, Rhaenys, essa ajuda é o que faltava, agora temos três forças que estão nos dando a chance de vencer de uma vez por todas. – Ormund fala e Gusly sorri para mim.
— Acho que nessa disputa, você foi uma das maiores vantagens que sempre tivemos. Quando tiver mais experiência em combate em terra, será muito difícil pará-la, muitos vão te admirar, mas muitos também vão temê-la. – Ele afirma com orgulho.
— Eu disse, ela sempre consegue o que quer, o sorriso doce sempre conquista todo mundo. – Baela afirma para Daeron, que concorda imediatamente.
— Enviarei um corvo para avisar ao rei sobre essas movimentações. – Ormund avisa e sai junto de Gusly.
— Você sabe que não vai participar de qualquer ataque que iremos fazer, não é? – pergunto ao Daeron, meu tio já começa a negar.
— Nem pensar, eu vou sim, vocês precisam de mim.
— Não, você ainda está se recuperando, não vamos arriscar. – Afirmo e ele ergue a sobrancelha.
— Você também foi ferida e já está de um lado para o outro, e ainda vai participar do ataque. – Ele rebate.
— Um único ferimento, assim como Storm só foi atingida uma vez, Daeron, você e Tessarion foram atingidos várias vezes, o rasgo na sua barriga está cicatrizando ainda, não vou permitir que você se arrisque. – Os dois me olham como se eu tivesse falado uma besteira. — O que?
— Rhaenys, você meio que faz isso e muito... – Daeron concorda.
— Você sempre se arrisca e vai sem medo das consequências, não pode me dar um sermão e me proibir de querer fazer o mesmo.
— Só estou tentando evitar que você se machuque novamente, só isso... – Me sento de frente para ele, seguro em suas mãos. — Foi aterrorizante vê-lo daquele jeito, pensei que fosse perder você.
— Agora você sabe como a gente se sente. – Baela afirma e Daeron concorda.
Continuo tentando argumentar com eles de que Daeron deveria descansar e ficar em Torralta, mas os dois se juntaram contra mim, Baela concordava em partes comigo, só que como sempre fez comigo, deixou a decisão nas mãos do próprio, disse que ele que deveria fazer a escolha, não eu ou ela.
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Boa tardeeee❤️
Não esqueçam de conferir se leram os capítulos anteriores...