Porto Real
Passamos boa parte da reunião pensando nas possibilidades, já que provavelmente, Halbrand não deve estar mantendo eles no acampamento, não com essas divergências entre ele e os aliados, provavelmente ele enviou os dois para Lannisporto, o que é um grande problema, já que a cidade deve estar fortificada, ele deve ter preparado uma defesa para nossa tentativa de resgate. Em batalha nós temos uma vantagem maior, o exército Stark já estava se movendo e está cada vez mais próximo, estipulamos um dia e meio de Correrrio, os exércitos dele não resistirão por muito tempo, não terão ajuda também, já que os três exércitos reservas, que nós sabemos, estão tentando tomar VilaVelha e pelo visto não estão tendo sucesso algum.
— Podemos enviar uma pequena parte dos Starks para a Campina ou podemos direcionar os Oakhearts, mas será arriscado deixar as fronteiras dos Lannisters desprotegidas. – Falo com o meu pai. — Não temos nenhuma informação completa, só sabemos que o exército de Lorath caiu, o de Qohor junto de alguns braavosis está pela metade, até menos, e o de Norvos é o maior, com o último ataque dos dragões, parece que perderam uma grande parte dos homens, mas ainda assim, eles estão em número maior. – Jace concorda comigo.
— Sim, poderíamos enviar Joffrey para lá, seria mais um dragão como ajuda. – Joffrey nega.
— Estou a frente de parte do exército Tyrell que está em Correrrio, não a parte que está na Campina, permanecerei com os que foram confiados à mim.
— Ele tem razão, Catryn confia nele, precisamos que ele volte para Correrrio, não para Campina. – Rhaenys fala para Jace. — Acredito que a batalha que estamos esteja um pouco pior do que a deles, mas nós temos a vantagem dos números maiores, até certo ponto.
— Na verdade, nós estamos em maioria mesmo, agora com a casa Stark... Eles vão querer recuar, Halbrand talvez não, ele é muito orgulhoso, mas Jaime Martell, Theron Lannister, Dalton Greyjoy e outros aliados vão querer recuar, se não, será um massacre para eles... – Daemon completa.
— Aemond, ataque Lannisporto e traz o seu irmão de volta. – Minha mãe finalmente se pronuncia.
— Não é assim que funciona, minha rainha. – Rhaenys responde.
— Não mesmo, um ataque a Lannisporto vai causar revolts com o povo e será mais um motivo para matarem pelo menos um deles... Um pode virar exemplo de que eles não estão brincando com a gente. Um ataque poderia ser fatal para Aegon, mãe. – Assim que falo, ela apoio os cotovelos na mesa e enfia o rosto nas mãos, suspirando alto.
— Quero meu filho de volta, tanto como você, mas precisamos agir com a razão, o desespero não vai ajudar em nada.
Ficamos boa parte do dia ali, minha mãe quer um ataque a Lannisporto, ela não tirou essa ideia da mente, acha que o povo deve sofrer pelas escolhas da casa Lannister, meu pai tentou convencê-la de que seria uma burrice enorme e que ela não estava agindo como uma rainha deveria, o que deixou ela mais irritada ainda, mas não discutiu, só ficou ouvindo todas as nossas ideias e quando Rhaenyra falava algo direcionado a ela, só faltava levantar e sair.
A porta da sala se abre e Rhaena entra, vai direto para o lado de Rhaenyra, fala algo em seu ouvido, que faz minha irmã sorrir e segurar a mão dela.
— Está tudo bem? — Rhaenys pergunta, Rhaena sorri e responde.
— Parece que vamos ter mais notícias e dessa vez mais certeiras sobre o que está acontecendo na Campina... – Ela se senta e então, Baela entra na sala, caminha até a cadeira da ponta e se senta.
— Nós precisamos de ajuda, meu rei. Nosso exército está bem menor do que o deles, conseguimos algum tempo com o último ataque ao castelo, mas não demorará muito para que exijam retaliação pelo o que aconteceu... Eles querem Rhaenys morta a qualquer custo, com os números deles, podem muito bem passar por cima de nós e tomar tentar tomar VilaVelha, estamos tentando ao máximo mantê-los longe dos portões da cidade, mas tem ficado cada vez mais difícil. Me diz que vocês já traçaram um plano para nos ajudar... – Meu pai passa a mão no rosto.
— Os Starks estão próximos de Correrrio, quando chegarem lá, designaremos homens para ajudar vocês. – Baela parece não gostar nada dessa resposta.
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Alguns minutos antes
Rhaenys Targaryen
Aegon estava bem no pátio treinando quando nós entramos, ele imediatamente veio correndo.
— Uau, pelos Deuses... – Ele está com os olhos arregalados e com a boca aberta. — Vocês estão bonitonas.
— Alguém precisa proibir o Lucerys de ficar sozinho com você, mocinho. – Baela fala rindo e o abraça. Ele se joga aos meus braços também.
— Essas armaduras são muito legais. Quando vou poder usar uma?
— Espero que demore muito tempo para você usá-la. – Eu falo e ele fecha a cara, fazendo bico. — Vai na frente, eu já vou.
— Ok, vou falar com Rhaena e já vou para a sala do conselho, eles já devem estar reunidos. – Confirmo e ela vai em direção as escadas.
Puxo Aegon até a área de treinamento e me sento no banco que tem ali, ele se senta ao meu lado.
— Senti sua falta, sabia? Eu ganhei várias lutas contra o Nye, queria que você tivesse visto. – Faço um carinho na cabeça dele.
— Também senti sua falta, eu queria muito ter ficado aqui para ver suas lutas, mas... – Ele me corta.
— Eu sei, você precisou salvar o povo de VilaVelha, mamãe falou que você e Baela são as heroínas deles. – Ele sorri. — Minhas irmãs são as mais incríveis. – Ele começa a passar a mão pela armadura. — Ela é muito legal, eu amo essa cor, mas imagina uma assim toda vermelha, acho que vou querer desse jeito. – A empolgação dele é tanta, mas eu torço que os Deuses não façam ele usar uma armadura tão cedo, ele é apenas uma criança e o que eu vi naquele campo de batalha... Não quero que o meu pequeno passe por todo o terror que eu tenho passado, mal consigo dormir sem pensar nos corpos pela Campina, nas poças de sangue em volta do acampamento e principalmente na quantidade de inimigos que eu já matei, foram tantos, que seria impossível fazer uma contagem...
— Aegon, eu preciso falar com o vovô, está bem? Volte para o seu treino e prometo que mando fazerem uma dessa na cor vermelha, só para você. – Ele se anima, me abraça e volta correndo para onde Nye estava.
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Assim que chego no corredor já escuto Baela se alterando, ela está praticamente gritando.
— Até os Starks passarem por Correrrio... Todos estarão mortos. Você pode pedir ajuda aos Baratheons, eles estão muito mais próximos, nós não podemos esperar por mais tempo, não dá. – Ela parece estar bem irritada.
— Baela, não é assim que funciona, querida. Mantenha a calma. – Quando chego perto da porta, ouço a voz da minha mãe e já saio entrando na sala, indo em direção a mesa.
Todos os olhares se voltam para mim.
— Está mesmo pensando que vamos conseguir aguentar por tanto tempo? – Pergunto assim que chego ao lado de Baela, mas não me sento, meus olhos ficam fixos no meu avô. — Você nos enviou para ajudar eles a resistirem aos ataques e manter VilaVelha nossa, mas como vamos fazer isso se os números deles são muito maiores e a cada dia mais homens do nosso "exército" morrem? Como? Acha que só os dragões são suficientes?
— Esse corte no seu rosto... – Minha mãe já começa a se levantar, sua expressão completamente preocupada.
— Não foi nada demais, apenas uma balista que passou de raspão. – Olho em volta e todas estão me encarando como se não me vissem a anos, Aemond encara o corte no meu rosto, mas logo seu olhar percorre todo o meu corpo, ele observa atentamente, deve estar reparando na armadura, procurando sinais de ferimentos...
— Esse foi seu único ferimento até agora? – Rhaena pergunta e eu prefiro não responder. Volto a me direcionar ao meu avô.
— Jaime Martell entrou em contato comigo. – Os olhos dele se arregalam. — Ele não está mais disposto a aguentar as desavenças e a briga por poder entre os aliados. Ele quer nos ajudar. – Vou até ele e entrego a carta que era destinada à ele. — Aqui tem a localização exata de Aegon e Lucerys, ele vai nos ajudar a tirá-los de onde quer que estejam, Halbrand só não pode saber da traição dele. – Todos estão em silêncio, até que Otto decide se pronunciar.
— Um traidor da própria rebelião. Como podemos confiar nele?
— Jaime é uma boa pessoa, ele só está tentando proteger e garantir um futuro ao povo dele, não é nada diferente do que eu faria se estivesse no lugar dele. O poder subiu a cabeça de cada um deles, Colin semeou a discórdia, se hoje eles brigam dessa forma, é por culpa dele. Essas brigas entre eles são uma vantagem para que possamos recuperar os meninos. – Finalmente me sento ao lado esquerdo de Baela, bem de frente para Aemond. — Eu confio nele.
— Você mal o conhece. – Dessa vez quem fala é o Jace, quando vou rebater, Baela segura a minha mão e sussurra mandando eu me acalmar, Aemond não para de me analisar, eu desvio o olhar para meu avô, ele está lendo a carta com atenção.
Depois de um tempo lendo a carta, ele fica em silêncio por alguns segundos, me encarando, até que finalmente fala:
— Bom... Teremos que confiar que isso seja real e que ele realmente vai nos ajudar, não é como se tivéssemos muita escolha, o acordo que Halbrand quer, não irei aceitar, mas se Jaime nos ajudar... Confiarei em seu julgamento, Rhaenys. – Ele entrega a carta para Otto ler.
— Em relação a ajuda... Se enviarmos ajuda dos Baratheons, as terras deles ficarão desprotegidas, com isso, mais ajuda pode ser enviada, eles terão acesso a essas terras, isso não pode acontecer. Você sabe muito bem disso. – Aemond finalmente fala e eu rebato.
— Então um de vocês pode ir com a gente, já vai ser mais uma ajuda... Rhaenys pode ir com a gente. – Passo a mão no meu rosto. — Nós realmente precisamos de ajuda.
— Até os Starks chegarem lá, provavelmente um de nós já vai ter sido derrubado. A cada cinco balistas que destruímos, aparecem mais sete no campo, eles vieram bem preparados... – Baela finaliza.
Continuamos conversando por um bom tempo, até que todos decidimos que o melhor era confiar em Jaime, já que não temos muito escolha e se Halbrand se revoltar, pode acabar matando meu irmão ou Aegon... Precisamos agir conforme as cartas que temos. Eles estão realmente em Lannisporto, na sede da casa Lannister, Rochedo Casterly, que deve estar bem fortificado, por isso precisamos que Jaime nos dê acesso ao lugar e que seus homens nos ajudem a tirá-los de lá.
O rei decidiu que enviaria uma parte do exército de Oakheart, ele mandou o meistre enviar imediatamente um corvo para a sede da casa, a proteção nas fronteiras da Campina com as terras da casa Lannister, iam diminuir, mas mesmo assim, ainda teriam alguma proteção e não é como se eles tivessem tantos homens para tomar a Campina, isso seria impossível.
No final da reunião de hoje, meu avô mandou Otto organizar um jantar, ele quer todos reunidos, desde que os meninos foram para Correrrio que nossa família não se reunia mais para os jantares, então ele queria isso hoje...
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Boa tardeeeee❤️❤️
Não esqueçam de conferir se leram os dois capítulos de ontem🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻🫶🏻
Gente, eu achei uma fanart da primeira armadura da Rhaenys, que é a mesma que a Baela está usando.
A armadura negra com adornos vermelhos, que perfeição.
Estou babando... 😍😍😍😍😍