A Ascensão das Chamas Escarla...

By Rineirows

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Em meio a um golpe militar, a família do mercenário Alex Thorns é aniquilada por um assassino misterioso. Min... More

*•.¸✧ ANTES DE LER ✧¸.•*
*•. EXTRAS .•*
*• GLOSSÁRIO •*
• DEDICATÓRIA •
Prólogo
✧ Brasa ✧
Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 2

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By Rineirows

O cheiro úmido do chuvisco matutino ainda paira pelo ar. As pessoas já estão se organizando em grupos. Eu já sei o meu, quatro amigos em uma floresta indo caçar cartelas contra outras dezenas de soldados preparados por meses. Confio que vai dar certo. Yuli, Toli e Noah já estão do meu lado, nós entrelaçamos olhares e fomos direto para o depósito de armas.

Daqui de fora, dá para perceber com grande convicção que o Mixelis nem sempre foi uma base. A floresta de Uza nos protege dos ataques da Levihart, já que ao entrar lá sem saber os caminhos de ida e volta, se perder é a coisa mais fácil do mundo. Cortom era repleta de florestas, só que foram desmatadas para abrir indústrias, que hoje funcionam por meio de trabalho escravo.

O som do vento balançando as folhas das árvores é confortável. Ocasionalmente, uma folha de Zexo cai aos nossos pés, com a tonalidade alaranjada e um cheiro relaxante, diferente do azedo aroma de Uza.

O prédio era uma antiga mansão do criador da organização, chamado Mixelis Steve. Exala uma sensação intimidadora, mas é como se fosse uma casa para mim. Ele gostava de se esconder, para ficar longe das outras camadas sociais.

Dizem que ele sempre teve uma ideologia justa e igualitária, mas morando nessa casa, acho que ele está desrespeitando os seus próprios princípios.

Enfim, vai entender esses líderes de gangue.

Tem momentos que até esqueço que faço parte de uma facção criminosa escondida do governo, tramando um golpe. Tem muitas coisas que com certeza poderiam melhorar esse lugar, mas prefiro não falar minhas ideias para qualquer um. Eu não sei o que está acontecendo direito lá fora. E nem quero saber.

Na minha época — tá, eu não sou tão velho assim — todos nós tínhamos um grande respeito pela Fulehart. Na comunidade, os caras do movimento tinham mais respeito do que a polícia. Com eles, nós conseguíamos ganhar o mínimo de respeito que o resto da sociedade não nos dava.

Recorrentemente, via combates entre os policiais e a milícia, conosco sempre vencendo. Minha família sempre foi da facção de alguma forma, enquanto eu e Yuli ainda éramos mercenários, sem manter contato com a matriz da máfia. Não nos envolviam nas fugas, missões de assalto ou repressões, apenas enviávamos "suprimentos" de ponto em ponto para servir de treinamento.

Hoje, tudo mudou. Estamos aqui, fugindo do estado como uma resistência. Agora, nos tratam como salvação, não ruína.

Ao menos é isso que eu vejo.

Ao entrar no depósito de armas, vejo o lugar amplo, cheio e repleto de ferrugem. Aros de metal atravessam as paredes, guardando dentro deles prateleiras repletas de apetrechos criados à base de metais. O teto é parcialmente aberto, dando uma iluminação natural aqui para dentro, mas também influenciando na ferrugem.

É enorme, com uma atmosfera empoeirada e velha, tenho certeza de que era um antigo armário de esportes. Onde ficavam bolas e cordas, agora ficam lâminas e armas de fogo pesadas. Geringonças criadas pelos próprios soldados, incluindo pequenos insetos que servem como lanternas, e luvas com relógios embutidos.

Porém, a maioria das pessoas está pegando armas de fogo, por terem algo de especial na utilização delas: MAO. Você acha mesmo que, tendo acesso a algo tão absurdo, vamos usar coisas inúteis como bazucas e metralhadoras? Não, nós somos melhores do que isso.

Toli apenas pega uma luva de couro para apertar os seus apetrechos grudados em sua prótese. Na luva tem um regulador, onde, de certa forma, pode calcular o quão o seu braço artificial está afetado pelo MAO.

Já Noah coloca duas lâminas médias de fibra de titânio na sua cintura, forjadas em um metal resistente a todas as sensações térmicas – disse resistente, não indestrutível. Junto a isto, acompanha com luvas negras, que com certeza vão lhe confortar no meio da sua grande tempestade.

Yuli pega umas pequenas facas, uma bússola, barbantes... ela está parecendo que vai a um acampamento. Sei que cada um destes itens que pegou tem uma função lógica e plausível. Tudo isso é guardado em um bolso unilateral, preso ao seu cinto amarronzado. Para combinar com tudo, usa um par de coturnos, que ela com certeza não vai deixar sujar.

Já eu, pego uma pistola de baixo calibre e um mangual. Sei que existem várias armas melhores. Arcos, espadas, lanças, machados, marretas, ou até engenhocas malucas feitas por nós? Não, prefiro simplesmente tudo isso misturado em uma coisa só.

Cara, juntar uma corrente longa, uma esfera pesada e espinhos foi uma ideia de gênio, uma pena que consigo quebrar todos que uso em um treinamento.

Após todos saírem, abro um compartimento do armário, onde há uma seringa dourada com o líquido dentro. Em cima dos recipientes tem uma grande mensagem, escrita sobre uma tábua de madeira.

LÍQUIDO HOST! APENAS PARA AUTORIZADOS!

TÓXICO

Absolutamente posso pegar isso.

Depois de todos os suprimentos serem pegos, vou para a frente da floresta com meu grupo. As árvores são densas, a vegetação é de floresta temperada, sempre vai ter barulhos de pássaros e folhas caindo em nossas caras.

O clima úmido e quente de manhã é na maioria das vezes extremamente desagradável, mas hoje que estou com adrenalina correndo pelo sangue, fico feliz de o tempo estar ensolarado.

— Yuli! — Lanna grita, correndo do fundo do corredor até nós. — Você esqueceu isso aqui!

Ela entrega um amuleto, extremamente parecido com o que tem no seu pescoço. Tem formato triangular, uma coloração dourada e com algumas linhas amarronzadas que vão até o seu centro. Dá para perceber que ela está envergonhada.

— Meu deus, tinha esquecido completamente. — Yuli demonstra uma expressão que transparece "Cara, eu sou muito burra". — Mil perdões, boa sorte para você, meu amor. — Ela fala, beijando a bochecha da namorada.

— Ownt — solto para deixar o clima romântico ainda mais acentuado. — Vocês são perfeitas uma para outra! Duas bobinhas conversando, pena que, ao mesmo tempo, são duas antas.

— Concordo. — Toli fala, com os braços cruzados.

Olhamos para Noah, na esperança de que ele também concorde conosco. Mas, ele balança a cabeça, negando.

— Prefiro não opinar. Eu gosto do meu nariz intacto.

Logo quando ele termina de falar, sinto a vaca – Yuli – apertando o meu nariz. Dá para facilmente comparar essa dor com a do tiro.

— Apenas não vou enfiar uma tora de madeira no olho de vocês porque estou com pressa. — Fala Lanna olhando para mim. — Boa sorte, pois irão precisar.

— Também te amo. — Faço um símbolo de coração com as mãos, logo desvio o olhar para Noah e Toli. — Já pegaram tudo? Tenho certeza de que a Crystal vai nos avaliar nesse teste, e eu quero sair logo para as missões.

— Peguei tudo, menos a minha sanidade mental. — Fala Toli, olhando para a floresta. Todas as palavras que saem da sua boca emitem sarcasmo.

— Idem. — Noah gosta muito de missões de campo, mas tem muito medo, apesar de ser um dos melhores na sua área.

— Estamos todos no mesmo barco.

Quando digo isso, saco a seringa dourada com o líquido escarlate. Ela reflete a luz do sol. Engulo seco, com medo de suas reações. Os três se assustam por um momento, sem reação.

— Você sabe que isso faz mal para você! — Noah é o primeiro a falar entre os três, ao menos conseguirei me justificar, já que os outros só iam me xingar. — Você pode tentar não usar MAO, ou...

— Estamos em uma prova. Nenhuma das regras de Crystal me proibiu de usar isso. Vocês sabem que eu sou o único com permissão para pegá-la. Jamais poderia arriscar vocês reprovarem um teste por minha causa.

Todos ficam calados.

— Vamos? — Yuli aponta para área florestal. — Faltam só 5 minutos.

Nós quatro entramos, o lugar deve ter um milhão de metros quadrados, é realmente um labirinto, as árvores e arbustos fecham a nossa visão, junto a algumas pedras úmidas que guiam dois caminhos paralelos. Estamos sozinhos por enquanto,

Yuli pega a bússola do bolso.

— Antes de começarmos, eu visitei o mapa da floresta que venho catalogando a meses, tenho certeza de que há uma base em cada um dos um que precisamos ir da cachoeira seguir o rio até encontrarmos uma lá surgirão membros de outros grupos, onde teremos que usar nossa estratégia "formação n° 4" para desacordá-los e pegarmos todas as cartelas. — suspira após falar incessantemente — Entenderam?

— Não. — Falamos simultaneamente

— Vocês são muito burros, pelo amor de Deus! Como conseguem passar nas provas? — Mal começamos a missão e ela já está ficando irritada. — Expliquei as estratégias um milhão de vezes para vocês!

Um silêncio ensurdecedor paira no ar.

— Ah tá! — Fala Noah, abrindo um sincero sorriso por entender o que ela quis dizer. — Entendi, obrigado por formar isso antes, Yuli! Você é espetacular!

Ela abre um sorriso de canto de rosto, se gabando pelo elogio.

— Ok, entendi, mas como vamos executar a estratégia? Nunca a testamos, é a mais complicada de se completar... eu acho. — Falo olhando para os lados, tendo certeza de que não há ninguém nos escutando.

— Vamos fazer o máximo que pudermos. — Toli cruza os braços e completa — Digo, não todo o nosso potencial. Falando nisso, não podemos nem quebrar uma perna? Tipo, isso é o básico. Uma costela, um dedo... coisas pequenas, entende?

— Não se empolgue. — Tive que avisar, espero qualquer coisa vinda dele. Qualquer coisa.

— Alex e Toli, peguem isso. — Yuli nos entrega o que parecem pequenas bombinhas em formas de aros de metal rondando um líquido vermelho. — Ambos sabem o que é, usem na hora certa.

Após organizarmos nossa "estratégia", fomos caminhando para o oeste. Seguimos entre arbustos, é melhor chegar atrasado do que correr e ser atacado. De precaução, estou segurando o revólver; um saque rápido é sempre bem-vindo. Tenho costume em passar por situações extremas de movimentação. Fugir da polícia enquanto era mercenário valeu a pena.

────────────── ⋆⋅✧⋅⋆ ──────────────

O aroma terroso e úmido da terra se mistura com o toque suave do vento que balança delicadamente as folhas ao meu redor, evocando um sentimento de apreensão que permeia o ar. A maioria dos agentes em treinamento tem grandes habilidades, ao contrário de mim.

Meus pés já estão entalados de tanto andar nessa terra úmida. Já passaram uns 3 grupos por nós, e graças a Deus não nos perceberam. Toli com certeza acabaria física e emocionalmente com todos. O cheiro de Zexo misturado com Uza é muito mais desagradável do que parece, dá dor de cabeça e náuseas.

Após minutos atolados em lama, chegamos num pequeno acampamento com uma mala no meio. O lugar parece limpo, não há sinal de vida. Nós quatro saímos de trás dos troncos de tom caramelizado, e caminhamos rapidamente para a mala.

Toli está visivelmente alerta, Noah está com as mãos em suas lâminas. Um silêncio sepulcral preenche o vazio. Yuli vai em frente e abre a mala. Seus olhos verdes como folhas de Uza se arregalam.

Há uma bomba no lugar da cartela.

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